O Presidente da República, no direito que lhe assiste, vetou a nova lei do divórcio e deu razões do seu acto. Logo vieram à praça pública pessoas e grupos para protestar e o mimosear com os habituais epítetos. Sempre os mesmos: conservador, reaccionário, travão do Portugal moderno. Os jotas do PS, incontidos aspirantes a cargos políticos, não pouparam as críticas, afirmando à sua maneira que “ninguém nos trava”. O Dr. Louçã, a sonhar com uma coligação que o possa levar ao governo, fez no essencial coro com a vaga socialista. Manuel Alegre, numa aproximação pensada e interessada, disse que “este veto não é só político, mas ideológico e que traduz uma visão conservadora e ultrapassada da vivência e necessidades da sociedade actual”. Frase cuidada a não dizer nada. Pedro Passos, para não espantar a gente nova, também disse sim e não.
No dizer dos mais empenhados em esvaziar o país de compromissos consistentes, negar valor à instituição familiar, pôr debaixo do tapete direitos de alguns cidadãos, fazer dos portugueses uma carneirada abúlica e submissa à qual só se permite dobrar a cabeça aos poderes da maioria democrática, o Portugal moderno precisa do divórcio facilitado, do casamento dos homossexuais, do uso livre das drogas, do aborto sem restrições, da eutanásia a pedido, de cortar com o conservadorismo da Igreja…
António Marcelino
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