quarta-feira, 26 de março de 2008

PASSAGEM




Nada mais lógico do que a grande festa cristã ser a festa da Passagem. Esta é a marca da nossa existência, uma passagem, em que aquilo que importa é não esquecer que não se fica indefinidamente no mesmo lugar, por mais que o homem sonhe com elixires da imortalidade.
Tomámos este ritmo da Natureza, a mesma que com as suas estações e ciclos lunares marca o calendário das celebrações pascais, este ano mais cedo do que algum de nós irá um dia voltar a ver.
Aprender que o mais importante é passar e não ficar é uma lição dura, que nem sempre estamos dispostos a receber. Percebemo-lo nos mais variados campos, da política à economia, do desporto à religião: é grande a tentação de pensar que não há um fim para o tempo em que se está, como se a vida não fosse, acima de tudo, tempo que passa. E depressa.
Páscoa é, afinal, o condensar da nossa existência: chegar e partir, sempre de novo, num percurso que, para a fé, leva o ser humano rumo ao esplendor da luz que não se apaga.
Inevitavelmente, a Páscoa recorda o núcleo da fé cristã: Cristo morreu e ressuscitou. Uma passagem singular, que marcou a história da humanidade, e que a Igreja apresenta a cada um como o seu caminho, o sentido da existência. Mais do que procurar elaborações complicadas do seu quadro de convicções ou de, supostamente, elaborar listas com novos pecados, procura, com a preparação e a celebração da festa da passagem, centrar-se no que é essencial sobre a vida do homem e sobre a eternidade.
A preocupação com o essencial, a transmissão da fé, foi também a marca do último triénio de trabalho da Conferência Episcopal Portuguesa, que agora chega ao fim. Os novos caminhos, com a preocupação de adaptação aos tempos actuais, respondem, então, a esta necessidade de passagem, fazendo chegar à sociedade pós-moderna os critérios cristãos de leitura da realidade que a Igreja tem para oferecer.
É caso para dizer que, também neste caso, não há nada mais lógico do que a Igreja em Portugal querer falar daquilo que tem mais importância: a vida, a obra e a mensagem de Jesus. Porque há muitos que ainda não se aperceberam, por distracção ou por ingenuidade, de que só estão cá de passagem.

Octávio Carmo

O Papa defende «verdade histórica» da Ressurreição

“A Igreja proclama alegremente que Cristo ressuscitado tem o poder de mudar as vidas e de incidir uma nova luz na história humana. Hoje, tal como em todas as alturas, Cristo vem ao nosso encontro para permanecer no meio de nós com o seu poder salvífico”


Bento XVI

A telenovela continua

Já vi, vezes sem conta, o vídeo da aluna em luta com a professora por causa do telemóvel. A notícia, vista, ouvida e lida, também já cansa. O que agora se diz nada acrescenta ao que já se sabe. Não seria melhor acabar com estas cenas? Ou não há mesmo mais nada para noticiar? Quem procura notícias, durante o dia, está condenado a ver e a ouvir, até à exaustão, sempre as mesmas imagens, com as informações já gastas.

PÚBLICO com a blogosfera

O PÚBLICO passa a colaborar, de forma mais concreta, com a blogosfera. É um passo digno de registo, porque incentiva, por esta forma, a ligação às notícias do dia-adia. A ferramenta, chamada "Twingly", é já usada em alguns jornais estrangeiros, como o "Politiken", da Dinamarca, ou o "Helsingin Sanomat", da Finlândia.

Um poema de Orlando Figueiredo

Escrevo em segredo Escrevo em segredo as veredas do teu nome enquanto o misterioso hálito do teu veneno avança errante dentro de mim Por amor ou fantasia o fogo do teu olhar despe-me a alma em silêncio O que resta de mim apenas existe para tua glória Sou teu escravo o teu triunfo é o meu destino Orlando Jorge Figueiredo
- Fevereiro 2008

Dia do Livro Português


Segundo um “site” que consultei, hoje é o Dia do Livro Português. Bom motivo para lembrarmos, aqui, que Portugal tem dado ao mundo muitos escritores. Prosadores e poetas enchem a nossa memória, desde tenra infância. E ainda agora, com a infância já distante, não deixo de admirar tantos cultores da Língua Portuguesa, espalhados por todos os países lusófonos e pelos mais diversos recantos do globo.
O que mais me impressiona é que, cada dia que passa, novos escritores vão surgindo, oferecendo-nos belíssimos textos que nos permitem sonhar, através de viagens que nos propõem carregadas de histórias e emoções. A literatura portuguesa, afinal, talvez seja um dos poucos sectores da nossa vida colectiva que escapam às crises que nos envolvem. É um sector sempre pujante, não obstante as dificuldades que muitos escritores sentem em entrar nos gabinetes dos editores, mais preocupados, decerto, em divulgar os autores mais badalados.

Dia cinzento


Os dias cinzentos também podem servir para nos deleitarmos com outros prazeres. Por exemplo, lendo um bom livro no sossego dos nossos recantos ou ouvindo música na paz das nossas recordações.