quarta-feira, 26 de março de 2008

A telenovela continua

Já vi, vezes sem conta, o vídeo da aluna em luta com a professora por causa do telemóvel. A notícia, vista, ouvida e lida, também já cansa. O que agora se diz nada acrescenta ao que já se sabe. Não seria melhor acabar com estas cenas? Ou não há mesmo mais nada para noticiar? Quem procura notícias, durante o dia, está condenado a ver e a ouvir, até à exaustão, sempre as mesmas imagens, com as informações já gastas.

PÚBLICO com a blogosfera

O PÚBLICO passa a colaborar, de forma mais concreta, com a blogosfera. É um passo digno de registo, porque incentiva, por esta forma, a ligação às notícias do dia-adia. A ferramenta, chamada "Twingly", é já usada em alguns jornais estrangeiros, como o "Politiken", da Dinamarca, ou o "Helsingin Sanomat", da Finlândia.

Um poema de Orlando Figueiredo

Escrevo em segredo Escrevo em segredo as veredas do teu nome enquanto o misterioso hálito do teu veneno avança errante dentro de mim Por amor ou fantasia o fogo do teu olhar despe-me a alma em silêncio O que resta de mim apenas existe para tua glória Sou teu escravo o teu triunfo é o meu destino Orlando Jorge Figueiredo
- Fevereiro 2008

Dia do Livro Português


Segundo um “site” que consultei, hoje é o Dia do Livro Português. Bom motivo para lembrarmos, aqui, que Portugal tem dado ao mundo muitos escritores. Prosadores e poetas enchem a nossa memória, desde tenra infância. E ainda agora, com a infância já distante, não deixo de admirar tantos cultores da Língua Portuguesa, espalhados por todos os países lusófonos e pelos mais diversos recantos do globo.
O que mais me impressiona é que, cada dia que passa, novos escritores vão surgindo, oferecendo-nos belíssimos textos que nos permitem sonhar, através de viagens que nos propõem carregadas de histórias e emoções. A literatura portuguesa, afinal, talvez seja um dos poucos sectores da nossa vida colectiva que escapam às crises que nos envolvem. É um sector sempre pujante, não obstante as dificuldades que muitos escritores sentem em entrar nos gabinetes dos editores, mais preocupados, decerto, em divulgar os autores mais badalados.

Dia cinzento


Os dias cinzentos também podem servir para nos deleitarmos com outros prazeres. Por exemplo, lendo um bom livro no sossego dos nossos recantos ou ouvindo música na paz das nossas recordações.

AVEIRO: Prostituição em debate


A globalização confere novos contornos à prostituição. Porque o tráfico de mulheres e jovens para fins de exploração sexual pede um novo olhar, a Cáritas diocesana de Aveiro, em parceria com as suas congéneres de Coimbra, Guarda, Lamego, Leiria/Fátima, Viseu e Cáritas Portuguesa, organizou as I Jornadas Interdiocesanas de Reflexão sobre a Prostituição.
(...)
Diz Inês Fontinha, directora de "O Ninho":
“Vamos tentando encontrar, com as mulheres, alternativas à sua situação”. Quando se trabalha a auto-estima, quando “as pessoas passam a gostar de si próprias, com um projecto de vida alternativo, as mulheres não se prostituem”.
Leia mais em Ecclesia e no Diário de Aveiro

PÁSCOA


VIDA PARA TODOS OS DIAS!

Hesitei se devia voltar a escrever, pelo menos por agora, da Páscoa do Senhor.
Afinal, nestas últimas semanas, toda a Igreja tem estado em reflexão itinerante, na preparação do Dia Pascal, pelo que a vontade em mudar de caminho, durante algum tempo, pode ser grande e apelativa.
Comecei por me lembrar que vivemos num mundo que parece regular-se, cada vez mais, pelo imediato, pelo já e agora, a qualquer preço, onde a tendência é para esquecer ou ignorar o que, aparentemente, já passou, e ficar, desde logo, refém da próxima novidade.
Senti que a paciência, um dos frutos do Espírito Santo (ver: Gal 5,22-23) estava a esfumar-se e a dar lugar a qualquer coisa que soasse também a novo e a imediato.
Deambulando no meio destes pensamentos, surgem-me, num curto espaço de tempo, duas situações que vieram alterar tudo quanto até ali tinha pensado.
A primeira acontece ao arrumar alguns dos meus papéis. No meio destes, encontrei a homilia que D. José Policarpo pronunciou, no dia 7 de Abril de 2007, na Sé Patriarcal de Lisboa.
Reli-a, e a vontade de não ficar calado desapareceu. Era um bom sinal!
Ao sermos criados por Deus, não só somos parte integrante da Sua Criação como Seus colaboradores e membros activos, enquanto baptizados, da História da Salvação.
Como se já não fosse o suficiente, somos convidados a participar nesta “longa vigília da criação e da humanidade, em busca da sua verdade definitiva.”
Perante tais palavras, quem poderá dizer, começando por mim, que a Páscoa já passou?
A Páscoa não passou nem passará, nunca! Tudo, na vida de cada cristão, depende dela e só dela. Ainda que viva muitos anos, sem a Páscoa o cristão jamais existirá.
Deste modo, senti que os argumentos para não falar, do dia em que a Vida venceu, definitivamente, a morte já não tinham validade, pelo que tinha que decidir em pensar noutras coisas, que não passavam necessariamente pela escrita.
Mesmo assim, sentia que a vontade também não era muita.
Decidi, então, dar uma caminhada a pé. Pelo menos daria para ajudar na saúde do corpo.
Eis que, ao sair de casa, encontro o carteiro e, através dele, é-me entregue um postal de um Amigo meu, de Sines, que logo abri. A dado passo da sua mensagem pascal, este meu Amigo, alentejano, cita Santo Agostinho: ”De modo algum nos podemos envergonhar da morte do nosso Deus; pelo contrário, ela é a razão de toda a nossa confiança e de toda a nossa glória; tomando sobre Si a morte que em nós encontrou, assegurou-nos a vida que por nós não podíamos alcançar.”
E assim, acabei por fazer a minha caminhada, convicto de que, também hoje, é dia de Páscoa.
De uma nova Páscoa, como será, sempre, a do outro amanhã.

Vítor Amorim