terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

OS FILHOTES DO KOSOVO QUE VÊM AÍ

Pandora era sedutora, seduziu Epitemeu, e era curiosa, abriu a caixa que o amante tinha escondida. Maldição, estavam lá todos os males. Isso foi no tempo dos gregos. Agora, países da União Europeia reconheceram a Caixa de Pandora. Destapado o Kosovo, porque não Miranda do Douro? Respondo: porque aquele senhor de boina que escreve quinzenalmente no Público em mirandês é um homem atilado, e não exige a independência do Menino Jesus da Cartolinha. Senão... Infelizmente, os albano-kosovares, quando usam boina, não usam nada debaixo e lá temos o Kosovo independente. Já agora, porque não o Gora/Dragashi? Estão a ver o mapa do Kosovo? É aquela pontinha à esquerda, a mais a sul. Vivem lá os gora, muçulmanos como os albano-kosovares, mas sérvios de etnia. O suficiente para os independentistas de hoje os expulsarem dos empregos e das escolas. Os gora fugiram para a montanha. Eu visitei-os. Na montanha eles são maioritários. Não há um país que os reconheça? Ferreira Fernandes, in Diário de Notícias
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NOTA: A independência do Kosovo, território com uma área de pouco mais de dez mil quilómetros quadrados, traz-me à ideia a hipótese de os nossos arquipélagos da Madeira e dos Açores também reclamarem a sua independência. Como aconteceu com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Alberto João Jardim já avisou, mais ou menos claramente, que isso pode vir a ser discutido. Os meus amigos já imaginaram o que aconteceria se isso fosse por diante? Depois, não poderia acontecer o mesmo com o Algarve, com uns milhares de ingleses, que por ali se fixassem, a lutarem pela criação de um pequeno país, qual paraíso turístico, cheio de estrangeiros reformados? Deus nos livre disso. Seria o fim. Lá ia Portugal à vela. Estou a brincar, mas já começo a acreditar em tudo...
FM

Aveiro: cidade vista de outros ângulos






Mais algumas imagens dos canais da Ria de Aveiro. Chamo a atenção dos meus amigos para a foto tirada dentro do olho da cidade. As fotos têm, naturalmente, um objectivo: mostrar que há sempre algo a ver em Aveiro, por mais que calcorreemos as suas ruas e ruelas...

Sensibilizar, tarefa dos sentidos, da razão e do coração!

Quando o tempo é de expectativa, como aquele que vivemos, os sentidos têm a obrigação de estar e de actuar mais despertos. E não apenas por instinto de defesa ou justa e devida preservação. Só assim os sinais que iluminam a nossa vida, pessoal e comunitária, podem ter em nós, através de tais janelas, outro acolhimento. Em vista do que esperamos, mas ainda não vislumbramos, quantas coisas perdem importância na bolsa das preocupações? De quantos sacrifícios não somos capazes? Aligeirados na carga, ficamos mais disponíveis para dar vez ao ouvido do coração. A este cabe, com efeito, ministrar-nos outro horizonte, muito para lá do bulício de cada dia. No caminho de tão fundo propósito, aguçamos o engenho, redobramos a atenção, isto é, sensibiliza-mo-nos, à procura do mínimo sinal que rastreie a nossa esperança e nos conduza ao destino. E, para que a sequência se estreite e fecunde: damos conta que também as palavras se somem, ou podem sumir, em desprendimento; e que é de olhos fechados, a mais das vezes, que vemos a transparência de tantas vidas que passam como sinais pela nossa. A ascese dos sentidos foi, pelos nossos pais, comparada à preparação do atleta. Todos percebemos a razão. Mas são tempos como este, quaresmal, que nos ajudam a sentir com mais vibrante intensidade o que os nossos maiores nos quiseram transmitir. Com efeito, o jejum, a oração e a esmola - autêntica escola dos sentidos - preparam-nos para a corrida com os olhos postos na vitória. Mas nem tal certame é clássico, nem obedece a regulamentos estabelecidos por autoridade de ofício. Corremos em comunidade e fazemo-lo sabendo que a vitória nos pertence n'Aquele que é o seu verdadeiro protagonista... Confessar Jesus Cristo na expectativa da mãe de todas as noites e fazê-lo, como importa, em comunidade, é também agarrar a pauta deste tempo, para que, de novo sensibilizados, possamos descobrir os rostos que iluminam as nossas vidas, sinais que nos endireitam os sonhos e os caminhos, muito para lá da nossa medida. João Soalheiro

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Maria Elisa de volta à RTP



Gostei ontem de ver que Maria Elisa está de volta à RTP, com um programa ao seu jeito. “Depois do Adeus” é um espaço de debate, com Maria Elisa como maestrina de uma orquestra bem afinada, onde os participantes puderam intervir na hora própria. Este primeiro programa da série (quem havia de dizer?) focou catástrofes naturais em Lisboa e arredores, nomeadamente, as grandes cheias do século passado. Senti os dramas vividos por alguns convidados e o pesadelo que ainda suportam na alma. E quem diria que, horas depois, o drama provocado por chuvas torrenciais iria repetir-se, dramaticamente, na capital e concelhos limítrofes. Ironia do destino ou desleixo dos homens?

FM

CHUVAS CAUSAM ESTRAGOS EM LISBOA E ARREDORES

Dramas em Lisboa. Foto de o SOL


A comunicação social tem dado conta, hoje, dos dramas provocados por chuvas torrenciais, em Lisboa e noutras regiões do País. Ainda há dias se dizia que Portugal estava a viver uma seca preocupante, mas logo a seguir as chuvas se apresentaram com uma carrada de dramas. E o mais doloroso é sabermos que nunca se aprende de uns anos para outros. Em Lisboa e arredores, mas também noutras zonas.
O arquitecto Ribeiro Teles e diversas organizações ambientalistas bem alertam para a necessidade urgente de recuperar toda a circulação de água com base natural, não construindo sobre leitos de ribeiros e rios, mantendo limpos os canais de escoamento de águas pluviais e outras, mas a verdade é que os responsáveis fazem ouvidos de mercador. Uma chuvada mais forte e aí temos inundações com prejuízos incalculáveis para todos os moradores nas zonas alagadas.
Estava a ouvir estas notícias e logo me lembrei do que acontece na Gafanha da Nazaré. Sem alarmismos, julgo que é preciso pensar no que poderá acontecer-nos, se chover muito, de repente. A Gafanha da Nazaré é atravessada por diversas valas, a que antigamente chamavam valas-mestras. Quando chovia, eram autênticos ribeiros que cruzavam a nossa terra, às vezes com violência. Com estradas e ruas, mais prédios e casas, algumas dessas valas nem se vêem. Foram substituídas por manilhas, por onde é suposto correrem as águas, e por cima delas há diversas edificações. Não sei se há possibilidades de as limpar, se estão todas operacionais, se substituem, com vantagens, as valas a céu aberto. Essas valas estavam ligadas, naturalmente, à ria. Quando a maré estava alta, as águas das chuvas alagavam tudo. E aí se mantinham até que a maré baixasse, persistindo, no entanto, durante algum tempo, nos quintais e zonas mais baixas.
Penso que estes dramas nos devem fazer pensar um pouco. Aqui fica a sugestão de se reflectir sobre o assunto, antes que seja tarde.

FM

Na Linha Da Utopia


As bases do que conta

1. Se a meta final de tudo é uma edificação humana (pessoal e social) gratificante, então a chave de leitura do que conta terá de corresponder a esse mesmo ideal a construir. Há realidades que valem mesmo a pena apostar, outras nem tanto. É certo que muitas vezes a história se constrói à revelia e que é preciso errar primeiro para acertar depois. Mas, aos tempos que vivemos não bastam as boas intenções, e mesmo, talvez, a forma mais justa de avaliar e considerar uma determinada aposta deva ser sempre a resposta à pergunta fundamental: isto ou aquilo, “em que servirá a comunidade?” Não havendo tempo e lugar para esta questão, perder-se-á o horizonte das finalidades últimas.
2. É premente a necessidade de construir a partir das bases. Do que realmente se procura realizar ao serviço das pessoas concretas. As linhas sociais e políticas não podem desgarrar os princípios da sua aplicação humana e dignificante. Tantas vezes, dramaticamente, parece que as pessoas contam pouco para os sistemas que vivem das médias e números. Sem dúvida, todos os passos do rigor, qualidade, exigência, avaliação, visão programática são fundamentais a uma sociedade que procure aperfeiçoar-se com justiça. Mas quando esta procura não dá lugar à visão de conjunto e à participação abrangente em ordem ao consenso máximo possível, verificar-se-á, no momento seguinte, uma desidentificação que acaba por comprometer quase tudo…
3. Entre o que conta nos mega critérios das super-estruturas e o que deve contar efectivamente como essencial proximidade de relação, talvez possamos olhar para uma “freguesia média” de Portugal e a partir dela estabelecer o possível paralelismo para com a complexa gestão governativa nacional. Talvez as freguesias portuguesas, no esforço de proximidade serviçal para com as populações e nos múltiplos relacionamentos abertos e cooperantes tanto nas situações difíceis como nas festivas, tenham muito a dizer aos poderes centrais que, muitas vezes, preferem o sítio do gabinete informático que distancia as ideias da sociedade diária concreta das pessoas.
4. Se o que tem de contar tem de ser a “bitola” das comunidades concretas, então terão de ser mesmo valorizados e reconhecidos os esforços (como serviços às populações) que procuram recriar esta vivência diária de um povo que traz consigo a “alma” das gentes e terras seculares. Às vezes há tanta distância dos poderes às bases, desconhecimento este que se detecta cabalmente quando determinadas “ordens” teóricas deitam por terra o “resto” de pertenças que existem. A única via é mesmo o envolvimento naquilo que a todos pertence, e, acima de todos os ventos, modas e marés, sentir-se que “servir” é mesmo o que conta.

Alexandre Cruz

A bondade


E quais são os seus princípios?

“São altamente subjectivos e difíceis de definir, mas acho que têm alguma coisa a ver com querer entender os outros entendendo-me a mim próprio. Procurar o meu lugar na medida em que ele faz parte de alguma coisa que é a Humanidade. Crescer, aprender e ficar mais próximo do bem. Não agredir. Não violentar. Há palavras que estão fora de moda, mas que são essenciais. Uma delas é aquilo que procuro mais: a bondade. É uma palavra fora de moda, mas tão bonita! A todos os níveis.”

José Luís Peixoto, escritor

In “Expresso Actual”

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