domingo, 17 de fevereiro de 2008

Na Linha Da Utopia


Fidelidade e coesão social

1. Talvez possa parecer que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Que tem a fidelidade conjugal a ver com a coesão social? Será entrar na esfera privada tirando ilações precipitadas para o terreno do que é público? Em última análise, a pergunta é: que tem a família como comunidade informal a ver com a sociedade em geral? Que fronteiras, implicações, possibilidade de laços (no respeito devido pelas autonomias) na compreensão justa daquilo que é a liberdade pessoal e o compromisso da vida em sociedade? As perguntas poderiam nunca mais acabar, em terreno de não fácil abordagem, onde não se quer nem que outrem entre pela casa dentro a impor uma qualquer lei, nem que cada pessoa e família vivam de tal modo afastados da sociedade que se tornem indiferentes àquilo que é o bem comum.
2. No recente dia dos namorados, que a propaganda foi inventando, exaltando, “impondo”, em Inglaterra foi publicado, no jornal The Guardian, um interessante estudo sobre a fidelidade e a evolução do homem. Johnjoe McFaden, professor de genética molecular, defende a sua tese de que foi a «fidelidade que permitiu aos nossos antepassados desenvolver a inteligência social e a coesão social», tendo os humanos a sorte de pertencer a espécie que se comporta de forma predominantemente monogâmica, revela o estudo. Também, destaque-se que alguns trabalhos recentes de investigação nesta área «sugerem que as exigências cognitivas requeridas para formar casais estáveis podem estar entre os factores para o desenvolvimento dos instrumentos de inteligência social que tornaram possíveis as nossas sociedades» (Público, 15 Fev.: 54).
3. Talvez nos possamos colocar no filme da história do processo da evolução do ser humano, mesmo desde os tempos pré-suméria, e concluir que as sociedades humanas na sua procura crescente de capacidade de coexistência em sociedade terão tido como modelo de referência a vivência familiar. Nada de novo, afinal esta é a comunidade primordial. Tal facto significará que a busca de coesão social, pela família, foi derrubando os muros do individualismo, do particularismo, do pensar só em si. Olhando para os tempos da actualidade, uma pergunta vai-se impondo: as sociedades ao esquecerem a família na sua realidade ancestral (chame-se: homem, mulher e filhos) perderão as capacidades de coesão social?...
4. Seja dito o que se vai dizendo (como constatação e preocupação): do ano 2000 para cá, já metade dos casamentos terminaram em divórcio. Muita da educação (possível) é monoparental. As raízes de pertença vão ficando cada vez mais superficiais, vivendo-se pouco ligado a alguma realidade de comunidade viva (?)... Neste cenário, e na pressuposta liberdade de tudo, quem se preocupa com o que acontece? Há quem a sério se preocupa e procura apontar caminhos… E há pais e educadores que descobriram o segredo das pertenças a um grupo / comunidade como alavanca para os valores fundamentais. Afinal, sendo tudo questionável, uma coisa não o é: quanto mais o valor Família semearmos, mais aconchego um dia colheremos! Quando não, será solidão…

Alexandre Cruz

Os nossos bacalhoeiros mereciam mais



Desgosta-me ver mau gosto nos arranjos urbanísticos da minha cidade. Digo cidade, porque tal estatuto, que lhe foi atribuído por merecimento, devia ser sempre considerado, quando se projecta qualquer obra, tanto particular como estatal.
Sem querer agora fazer qualquer análise ao que a Gafanha da Nazaré tem de bom e de mau, não posso deixar de dar, de quando em vez, algumas achegas, que levem os nossos responsáveis autárquicos a olhar para certos recantos com mais preocupação estética. Isto sem pretender magoar quem quer que seja.
Hoje, por exemplo, trago ao meu blogue o Largo St. Johns, na Cale da Vila. Passei por lá, na minha caminhada higiénica, e fiquei triste. Os nossos bacalhoeiros ainda não foram homenageados condignamente, nesta terra que tão ligada ao mar está.
Quantos deram a vida à pesca do bacalhau, e suas famílias, não podem aceitar aquele dóri, ali abandonado, sem mais. O largo, dedicado à cidade portuária que toda a gente da Gafanha e arredores trazia na boca e na lembrança, com as histórias contadas pelos nossos bacalhoeiros, precisa, sem dúvida, de um monumento que lembre tudo isso. Peço aos meus amigos que passem e olhem. Digam-me, sinceramente, se aquilo é alguma coisa. A cidade da Gafanha da Nazaré e os seus bacalhoeiros não podem concordar com o que ali está. Por favor, dêem um ar moderno e belo àquele largo, com um expressivo monumento a lembrar a gesta dos nossos bravos lobos-do-mar. Até poderiam abrir um simples concurso de ideias, porque na terra há gente com capacidade para isso. Façam isso, por favor, para não se perder a nossa história. Se alguém me provar que o largo está bonito, tal como está, não terei dificuldades em dar a mão à palmatória.

FM

Aveiro: cidade vista de outros ângulos





Como prometi, aqui ofereço mais fotos de Aveiro, concretamente, dos canais e suas margens. Mas há mais. Pretendo, com elas, alertar para a existência de uma ria que se passeia pela cidade, qual desafio para que não esqueçamos as nossas origens lagunares.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 65


CRIAÇÃO DE ESCOLAS NA GAFANHA

Caríssima/o:

Deixando a imagem escura, sombria e quase trágica da instrução/educação que se projectava sobre a península da Gafanha, vejamos como, muito lentamente (durante mais de cinquenta anos!...), se vão espalhando os espaços que nos trarão a luz da civilização. Mais uma vez recorremos à “Monografia da Gafanha”, agora à página 209:

«Arquivemos aqui, com a data da sua criação, o número de Escolas que até ao ano de 1938 têm funcionado em toda a Gafanha.
Por Decreto de 7 de Julho de 1880 foi criada uma Escola masculina na Gafanha da Nazaré.(Diário do Governo n.º 153, de 10 de Julho de 1880).
Em sessão da Câmara de 24 de Dezembro de 1881 foi criada a Escola feminina na Gafanha da Nazaré. Foi nela criado o 2.º lugar em 1909. Quando da separação dos sexos desdobrou-se a escola em masculina e feminina.
Por Decreto de 31 de Dezembro de 1908, foi criada uma Escola mista na Boa-Hora, da Gafanha de Vagos. (Diário do Governo n.º 11, de Janeiro de 1909). Foi convertida em feminina e criada a masculina por Decreto de 25 de Janeiro de 1932. (Diário do Governo n.º 27, de 2 de Fevereiro de 1932).
Em 14 de Dezembro de 1909 é inaugurada a Escola mista da Gafanha da Encarnação. Não consta na Inspecção Escolar a data da sua criação. Foi desdobrada nos dois sexos por Decreto de 5 de Março de 1924. (Diário do Governo n.º 59, de 13 de Março de 1924).
Por Decreto de 19 de Dezembro de 1914, foi criada a Escola mista da Gafanha de Aquém. (Diário do Governo n.º 299, de 23 de Dezembro de 1914). Foi convertida em feminina e criada a masculina por Despacho de 30 de Novembro de 1931. (Diário do Governo n.º 281, de 5 de Dezembro de 1931).
Por Decreto de 24 de Setembro de 1915, foi criada a Escola feminina na Gafanha do Carmo. (Diário do Governo n.º 225, de 28 de Setembro de 1915).
Por Decreto de 28 de Agosto de 1923, foi criada a Escola mista da Chave, Gafanba da Nazaré. (Diário do Governo n.º 202, de 31 de Agosto de 1923). Foi convertida em feminina e criada a masculina por Decreto de 24 de Fevereiro de 1931. (Diário do Governo n.º 50, de 3 de Março de 1931).
Por Decreto de 21 de Novembro de 1925, foi criada a Escola masculina da Gafanha do Carmo. (Diário do Governo n.º 285 de 4 de Dezembro de 1925).
Por Decreto de 31 de Novembro de 1927, foi criada a Escola masculina na Cambeia, Gafanha da Nazaré. (Diário do Governo n.º 8, de 11 de Janeiro de 1928).
Por Decreto de 10 de Março de 1934, foi criada uma Escola na Marinha Velha, Gafanha da Nazaré. (Diário do Govêrno n.º 75, de 2 de Abril de 1934).
Por Portaria de 25 de Junho de 1935, foi criado o Posto de Ensino na Costa-Nova. (Diário do Govêrno n.º 149, de 29 de Junho de 1935).
Em 1941 foi criado o Posto de Ensino na Gafanha da Boa-Hora. »

Era esta, com mais ou menos desdobramentos e separações, e uma ou outra conversão, a rede escolar quando, em 1947, o Olívio foi à escola pela primeira vez.
De então para cá quanta modificação! E, passeando na “Avenida do Fala-Só” no meu quintal, já me tenho espantado:
- Em breve será instalado, na Gafanha, um Pólo da Universidade de Aveiro!?

Manuel

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Carlos do Carmo: Fado da Saudade

Carlos do Carmo, um senhor do Fado, canção nacional, venceu o Prémio Goya, com o "Fado da Saudade". Aqui o ponho à disposição dos meus leitores/ouvintes.

Jardim Oudinot: Obras já em curso



As prometidas obras urbanísticas do Jardim Oudinot começaram. Pelo menos, ontem já vi sinais de que se mexe por ali. Bancos e mesas foram arrancados e atirados para um canto, em jeito de quem anda a preparar o terreno para que os arranjos, bonitos, ajudem a dar vida àquele espaço privilegiado, com a ria por pano de fundo. Quem um dia lá for, em momentos de lazer, poderá deliciar-se com o ar fresco da laguna e com os barcos de pesca em busca de descanso no porto, ali ao lado.

S. Jacinto em festa


S. Jacinto em fotos tiradas do Forte de Barra. Clicar para ver melhor

S. Jacinto celebra hoje o seu 53.º aniversário. Motivo para festa, sempre, embora por vezes não haja alegria para isso. A S. Jacinto e à sua gente ligam-me laços de vizinhança e de amizade. lá Trabalhei lá dois anos, nos meus princípios profissionais, como professor, e desde essa altura passei a compreender melhor o seu isolamento. Por isso, quando posso, lembro que os residentes em S. Jacinto precisam mais do que umas lanchas e de um ferry-boat. Disse vezes sem conta que a ligação natural de S. Jacinto é com a Gafanha. Terras separadas apenas pela laguna, com uma ponte tudo ficaria resolvido. Mas teimaram com o ferry-boat e agora não faltam os protestos. É caro e não está sempre à mão. Só para turistas e pouco mais, penso eu. Importa, portanto, agendar, quanto antes, a ponte que estabeleça a ligação mais natural com a margem de cá. Então, quando isso acontecer, todos poderão sentir e ver como S. Jacinto ficará com outra vida.
Permitam-me que recorde, para além dos alunos que lá tive, de ambos os sexos, todo o ambiente dominado pela ria e pelo mar, com peixe fresco todas as manhãs. E a lota, com as artes de fazer render o peixe. Um dia ousei comprar algum e nem percebi que o lote estava a ficar por um preço exorbitante. Então, alguém me segredou: "Não ofereça mais; eu compro por si." Concordei e esperei. Acabei por ficar com peixe muito mais barato. Afinal, eu não conhecia os truques da venda na lota. Mas não faltou quem me ajudasse.
Lembro-me bem do Café do Labareda, onde almocei muitas vezes. Peixe quase sempre, mas muito bom, porque era apanhado na hora. E também da loja, onde se vendia de tudo, do Lelinho, pai do meu bom amigo Gilberto Nunes, que foi proprietário e gerente da Auto Viação Aveirense. O Lelinho era um homem bom. Era uma espécie de protector de toda a gente. Família em dificuldade tinha nele um apoio amigo.
Também recordo o dinamismo do Estaleiro do Roeder, que dava trabalho a centenas de pessoas, da terra e arredores. Quase todas as famílias dependiam, economicamente, directa ou indirectamente, do Estaleiro e da Aviação Naval.
S. Jacinto ficou sempre no meu espírito. Quando olho para a sua gente, até a sinto como minha família.

FM

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