segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

2008 Ano Vieirino




Padre António Vieira:
Religioso, Escritor, Diplomata,
Pregador, Teólogo, Profeta

O ano de 2008, em que passam quatrocentos anos sobre o nascimento do Padre António Vieira, S.I., será ano vieirino ; ano de evocação da vida e da obra de uma figura ímpar da Cultura Portuguesa e Brasileira; ano de celebração de um homem de todos os tempos.
Ao longo da sua longa vida (1608-1697), repartida entre Portugal e o Brasil, com passagens por França, Holanda, Inglaterra e Itália, sempre este Jesuíta se assumiu como Actor no grande teatro do mundo, desdobrando-se em desempenhos tão fascinantes pela diversidade como pela genialidade da representação. Religioso, Escritor, Diplomata, Pregador, Teólogo, Profeta…, conheceu o triunfo e os aplausos, mas também o insucesso, a censura, o descrédito, a que quis e soube resistir.
Nele impressiona uma imensa energia, manifestada na acção e no discurso, aliás indissociáveis: para Vieira, dizer é fazer. A sua extensa e variada obra, reflectindo a sua extensa e variada vida, molda uma imagem viva do autor. Hoje, ler Vieira não é apenas entrar no grande teatro do mundo barroco: é descobrir, com maravilha, o infinito universo da palavra, prodígios, subtilezas e meandros da língua.


Na Linha Da Utopia


O mal necessário?

1. Um rasto continua da recente crise de um grande banco português: infelizmente, a desconfiança é um contra-valor que tem lugar cativo. No antes, no durante a gestão do processo, e nos “depois” que parecem sempre indecisos na neblina da dúvida. Neste caso, pouco interessam os nomes e as coisas concretas; interessa bem mais compreender esta postura que depois traz para a casuística das situações uma mentalidade aprisionada pouco liberta/libertadora.
2. Mais ainda, dir-se-á que os apelos reclamantes do “outro lado” da moeda têm sido de contínua solicitação de mais inspecções, mais investigações, mais “judiciarismo”, como se à partida não acreditássemos que será possível fazer-se um caminho na confiança da liberdade responsável. De forças partidárias que há tempos reclamavam a distribuição de lugares, até à sempre recorrida justiça inspeccionadora, a que se pode juntar a realidade e os frutos da própria autoridade de inspecção alimentar, será que precisamos sempre de um “polícia” para ser feito o bem necessário? Perguntar é procurar razões…
3. Mesmo sem os pessimismos, afinal, pelos séculos fora, o que fez do chico-espertismo do escape ao sistema uma verdadeira autoridade silenciosa minadora do rigor da liberdade? O que trouxe para alguma da mentalidade uma certa necessidade de haver sempre quem inspeccione para obter uma perfeição crescente? Porque diante de situações de demonstrada corrupção a primeira palavra de ordem é o reclamar da justiça penitenciária em vez de “vamos mudar a mentalidade” estabelecendo naturalmente a justiça como valor positivo e não meramente numa óptica criminal?... Perguntas todas e muitas mais bem antigas.
4. Uma pedagogia das minuciosas e sensíveis responsabilidades pela positiva está sempre a ver se vem à tona da água. Felizmente, em tantos quadrantes sociais ela vai aperfeiçoando o seu percurso renovador sem uma necessidade inspeccionadora; noutras ainda se prefere a lógica vigilante à aceitação livre das mudanças boas para cada um e para todos. Outros séculos foram propostas à sociedade formas pedagógicas e mesmo novelísticas de afirmar as vantagens da prática da justiça. Uma cultura diária pela positiva virá destronar a sensação do “mal necessário” de que, inseguros, precisamos cada vez mais e mais de inspecções para tudo… Qual “big brother”?! Enquanto for assim, continuamos longe; a mentalidade de fazer todo o bem pelo bem, como serviço, será o sinal do tempo novo.

Alexandre Cruz

Kinas Internacional




Nova Associação Juvenil
na Gafanha da Nazaré

Na Gafanha da Nazaré, foi criada mais uma associação juvenil, denominada Kinas Internacional. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos e que tem por objectivos revelar novos talentos. Segundo Manuel Pinho, presidente da direcção, esta nova instituição vai apostar na juventude e no desporto, mas tem em agenda desenvolver programas nas mais diversas áreas. Assim, pretende organizar encontros, colóquios e seminários para jovens, mas ainda vai implementar a formação profissional e cooperar em intercâmbios com outras instituições de Portugal e do estrangeiro.
Além disso, vai fomentar actividades de tempos livres, facultar o acesso a bibliografia sobre desporto e animar projectos na área do ensino do Português para estrangeiros.
Tudo isto li no semanário “Ponto Final”, jornal que é distribuído gratuitamente em Aveiro, às sextas-feiras.
Achei interessante o projecto, ou não estivesse ele virado para a juventude, tão carente de oportunidades válidas. Na Gafanha da Nazaré há outras iniciativas semelhantes, mas nunca é de mais criar novas oportunidades.

FM

S. Gonçalinho









Exposição de fotografia nos Paços do Concelho

Até 3 de Fevereiro ainda pode ver, na Galeria dos Paços do Concelho, em Aveiro, uma exposição de fotografia alusiva a S. Gonçalinho.
São trabalhos de Ricardo Tavares, Sandra Silva, José Esteves, António Matias e Carlos Marques. Passei por lá um dia destes e gostei. As fotografias mostram a sensibilidade de quem as tirou. Mas também as expressões do nosso povo, tanto em torno de S. Gonçalinho como das cavacas que, em sua honra, são atiradas do cimo da Igreja, em obediência a promessas feitas ao santo.
'"S. Gonçalinho muda a vida de quem lá vai: a mim calhou-me um galo na testa”, disse um visitante bem atento da primeira vez que lá foi. É uma festa única, a do santo rapioqueiro, daquelas que parece impossível haver… mas há”, lê-se no desdobrável que apresenta a exposição.

FM

domingo, 27 de janeiro de 2008

Na Linha Da Utopia



Aprende a rezar…

1. Gonçalo M. Tavares esteve recentemente em Aveiro, na Livraria dos Serviços de Acção Social da Universidade, a apresentar o seu último romance «Aprender a rezar na era da técnica». Autor já de renome no panorama literário internacional, oriundo das terras de Aveiro, foi com gosto e curiosidade que sua “aula” foi apreendida. Possuidor de um imaginário de interpretação plural, como gosta de sublinhar, nele vão sendo enfrentadas, especialmente na forma romanceada, algumas das grandes questões do (nosso) tempo. Neste romance, posterior ao «Jerusalém», entra em cena a medicina, a política, o poder, a doença, os conflitos de família, a cidade, o crime, a força, a tecnologia, a natureza, a fraqueza, a decadência. O que é a realidade das pessoas, das relações e sociedades senão toda a conjugação sempre incerta destes factores?
2. De suas próprias palavras, somos transportados para um imaginário que se propõe reinterpretar a condição humana neste novo tempo e na relação com as “coisas” tecnológicas que estão continuamente ao nosso redor. Diríamos que elas quase que nos vão “formatando”. Simultaneamente, a inquietude surpreendente de “como” e “se” as reflexões mais ancestrais (da oração, meditação, espiritualidade) conseguem resistir a toda a envolvência técnica condicionante dos humanos (?). Eis uma questão de fundo que toca o “simbólico” da existência de sermos pessoas, onde o sentimento, a emoção, poesia nos transportam para patamares acima da ordem do “exacto”, que afinal é sempre relativo. O título da obra desperta para a compatibilidade entre duas esferas que não são contraditórias, antes pertencem à totalidade da experiência humana: o “rezar” e a “técnica”, e espírito (invisível) e a matéria (tocável).
3. Segundo múltiplos comentários, é dito que «Aprender a rezar na era da técnica» mantém o olhar sombrio sobre a condição humana. Não seguimos essa interpretação. Nada de sombrio quando se “procura”. Pelo contrário, o não interrogar, o não arriscar, o não tentar conjugar contemporâneo da pluralidade (rezar + técnica) é o que surge como mais sombrio. Talvez do título o verbo “aprender” nos coloque, verdadeiramente, em caminho. No fundo, nas fronteiras da procura do sentido, espelhadas em todas as metáforas que criam proximidades com o indizível, todas as indiferenças esbatem-se e os próprios agnosticismos ou ateísmos perdem a sua “razão”… Talvez, tantas vezes, o pior de tudo seja uma questão de linguagem desalinhada… Enquanto formos humanos continuaremos a procurar uma unidade existencial entre o que “sentimos” e as “coisas” que usamos. Afinal, “rezar”, na essência, significa esse “diálogo” (sempre criativo) da intemporalidade humana. Tão diferente de palavras clonadas... É bom “aprender” da dinâmica (cerebral) aberta a Todo o diálogo de todas as coisas.

Alexandre Cruz

ARES DO INVERNO









FIGUEIRA DA FOZ: PARQUE DAS ABADIAS
Com um terço do Inverno já passado, foi agradável usufruir deste sol luminoso que o dia ofereceu. Por lá andei, descontraído, olhando a serenidade que as árvores ofereciam com a falta de vento e chuva. Árvores nuas, ou não estivessem elas a dormir o sono do Inverno, dando a quem passa imagens muito belas. Aqui as deixo para contemplação de quem gosta, com o sabor, para muitos, da nostalgia que por vezes nos invade.

Energias renováveis na Secundária da Gafanha da Nazaré

Secundária da Gafanha da Nazaré tem «Energias Renováveis em Acção»: Escola produz energia capaz de alimentar uma habitação “Um kW/hora daria para alimentar uma pequena habitação familiar. Para a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, que consome à EDP cerca de três mil euros mensais, trata-se apenas de um contributo, mas Sérgio Magueta recorda que «os micro-geradores, ou micro-produtores de que se fala bastante agora, que permitem que possamos instalar equipamento deste nas nossas casas e vender à EDP», podem ser bastante vantajosos para particulares. Um investimento em equipamento deste tipo numa vivenda permitirá ganhos relevantes. «Compramos cada kW a cerca de 10 cêntimos e vendemos à EDP, proveniente de fontes renováveis, a 65 cêntimos», adianta o docente. «Se eu tivesse um equipamento desses em casa, por hora estaria a injectar 65 cêntimos para a EDP. Se tivesse equipamentos ligados em casa, que normalmente será o equivalente a um kW ou menos, estaria a pagar à EDP 10 cêntimos», calcula.” Ver mais no Diário de Aveiro