sábado, 26 de janeiro de 2008

A Aviação em S. Jacinto

A fotografia de Ângelo Ribau, recentemente divulgada no blogue, teve o condão de me fazer tirar dois livros da estante que reli com satisfação e me transportaram ao tempo das avionetas. Trata-se de “HIDRO-AVIÕES NOS CÉUS DE AVEIRO” e “A MÍSTICA DE AVEIRO NA AVIAÇÃO NAVAL”, ambos escritos por Joaquim Nunes Duarte. Claro que ao falar de Aveiro e de aviões, a Gafanha e as suas gentes não poderiam ser excluídos por estarem estreitamente ligados ao assunto como descreve o autor com muito afinco e sensibilidade. Estes apontamentos estão pejados de histórias pitorescas da época e da interligação havida entre o pessoal dos aviões e as populações envolventes.
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Saberá a geração actual que aquela a quem ainda chamamos “Base de S. Jacinto”, começou por ser em 1917 um centro de luta anti-submarina instalado e usado por aviadores navais franceses que se retiraram em 1918 com o fim da guerra? Nesse ano foi aí instalada a Aviação Marítima Portuguesa começando por utilizar o equipamento cedido pelos franceses. Em 1920 foram aqui preparados os hidroaviões com que Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Em 1952 é extinta a Aviação Naval e com ela a Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho. (A Marinha só voltaria a voar em 1993 com a aquisição de helicópteros para as fragatas da classe “Vasco da Gama”). A Aviação Naval é junta com a Aeronáutica Militar (do Exército) dando origem à Força Aérea Portuguesa. A área de S. Jacinto passa a ser a Base Aérea nº 7 nela funcionando agora a Escola de Aviação Gago Coutinho até 1976. Nesse ano a Força Aérea instalava em S. Jacinto a Base Operacional de Tropas Pára-quedistas. Em 1994 é a vez do Exército iniciar o seu ciclo de ocupação com a Brigada Aerotransportada, formada pela junção dos Páras e Comandos e o aeródromo passa de militar a civil.


A foto acima é de 1941, obtida logo após a inauguração do hangar em primeiro plano, construído pelos Estaleiros Navais de S. Jacinto criados no ano anterior. Os hangares eram virados para a ria para possibilitar o acesso dos hidroaviões. À esquerda vê-se a messe de oficiais, por trás do hangar as oficinas, as messes dos sargentos e o alojamento das praças. O hangar mais pequeno servia para montagem de aviões.



Nos primórdios da Aviação Naval o comando estava instalado no Forte da Barra. Depois muita coisa foi melhorada, sendo ainda no tempo da Marinha construída a pista de aterragem com 1400 metros de comprimento – a primeira do país a ser iluminada – novos hangares e a Torre de Controlo.
A passagem a aeródromo civil trouxe novas asas e novas perspectivas.
Por aqui passou a volta a Portugal de avião em Agosto de 1994. Novos voos se seguirão.

João Marçal

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Escândalos no BCP

ZANGAM-SE AS COMADRES...
Com as guerras internas no seio do BCP, as comadres zangaram-se. Quando assim é, descobrem-se as verdades. E as verdades, pelo que se lê e ouve, geraram escândalos. Tudo está em investigação, pelo que, até ao lavar dos cestos, todos são presumíveis inocentes. Não podemos ser juízes, é certo, mas dá para perceber que, na alta finança, os grandes investidores protegem-se uns aos outros, proporcionando, entre eles, a “partilha” de fabulosos lucros, enquanto, pela calada, se vão perdoando grandes empréstimos. Digo isto, assim friamente, porque é público. E que eu saiba, até agora, ninguém foi verdadeiramente incomodado. Um pobre qualquer já teria respondido por dívidas não pagas nos prazos legais ou por desrespeito às leis em vigor. Poderia até estar preso, não fosse ele fugir. Na alta finança, tudo é diferente. Investiga-se… investiga-se, e no fim, tudo se resolve a contento de todos, para bem do bom nome do principal banco privado português, para bem do bom nome da banca portuguesa. Já agora, tudo estará bem nos outros bancos? E assim corre (lindamente) a vida de alguns… FM

Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré em Palermo

Grupo Etnográfico na Polónia

Settimana Europea a Palermo

Um honroso convite, dirigido ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, veio de Palermo, Itália, muito recentemente. A “Settimana Europea a Palermo”, que decorrerá entre 10 e 13 de Maio, integrada nas celebrações dos 200 anos da paróquia de S. Eugenio, padroeiro de Palermo, e em honra de Nossa Senhora de Nazione, vai contar com uma representação daquela instituição gafanhoa. A comitiva do Grupo Etnográfico, constituída por cerca de 30 pessoas, tem já lugar marcado no festival internacional, mas também participará na eucaristia solene, interpretando um ou dois cânticos religiosos, da tradição portuguesa, concretamente, da região das Gafanhas.
Esta é a segunda deslocação a Itália do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, o que prova, à evidência, quanto é apreciado o seu trabalho, nesta área da etnografia e folclore.
O Grupo, que reconhece o prestígio de que goza, saberá dignificar a nossa terra e suas gentes, como já tantas vezes o tem feito, no País e no estrangeiro. E, por isso, com mais responsabilidades ficará para continuar a trabalhar, tanto na busca das nossas tradições como no estudo e divulgação das mesmas, com a dignidade a que nos habituou há muito.
Deste meu recanto, formulo votos de uma boa preparação da viagem e de uma excelente apresentação dos nossos cantares e danças, com trajos a rigor. No regresso, terei muito gosto em contar, aqui, como tudo decorreu.

FM

Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais





"É preciso evitar que os media se tornem o megafone do materialismo económico e do relativismo ético, verdadeiras pragas do nosso tempo. Pelo contrário, eles podem e devem contribuir para dar a conhecer a verdade sobre o homem, defendendo-a face àqueles que tendem a negá-la ou a destruí-la. Pode-se mesmo afirmar que a busca e a apresentação da verdade sobre o homem constituem a vocação mais sublime da comunicação social. Usar para tal fim as linguagens todas e cada vez mais belas e primorosas de que dispõem os media é uma tarefa grandiosa, confiada em primeiro lugar aos responsáveis e operadores do sector. Mas tal tarefa, de algum modo, diz respeito a todos nós, porque todos, nesta época da globalização, somos utentes e operadores de comunicações sociais. Os novos media, sobretudo telefonia e internet, estão a modificar a própria fisionomia da comunicação, e talvez esta seja uma ocasião preciosa para a redesenhar, ou seja, para tornar mais visíveis, como disse o meu venerado predecessor João Paulo II, os traços essenciais e irrenunciáveis da verdade sobre a pessoa humana (cf. Carta apostólica O rápido desenvolvimento, 10)."
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Eusébio



A Pantera Negra, o Rei

Eusébio faz hoje 66 anos. Jogador de futebol dos mais famosos do mundo, de todos os tempos, personifica a arte de tratar a bola por tu. Modesto, mas futebolista que ostenta, entre nós, e não só, o título de Rei. Muitas e muitas alegrias deu a todos os portugueses, por esse mundo fora, sobretudo quando envergava a camisola da selecção das quinas e mesmo quando representava o seu Benfica.
Veio de Moçambique, depois de treinar nas ruas de terra batida com a bola de trapos. Mas a sua arte, a sua gana de chegar e de rematar à baliza, as suas “arrancadas” para ultrapassar os adversários, os seus golos imparáveis e a sua incontida alegria contagiante, com as vitórias, ainda permanecem na nossa memória.
A Pantera Negra, nome com que ficou para a história, também sofria e nos fazia sofrer com as derrotas da nossa selecção, sobretudo quando chorava por não ter conseguido, sozinho que fosse, levar o nosso País à vitória.
Presentemente, como nosso embaixador pelo mundo do Futebol, Eusébio continua a receber o carinho de todos os portugueses. E continua a emocionar-se e a emocionar-nos com as nossas vitórias.
Parabéns, Eusébio!

FM

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

S. Jacinto: Escola de Aviação Naval


Hoje apareceu-me esta foto que anexo. É a Escola de Aviação Naval Gago Coutinho. Não a conhecemos como a da foto. A informação foi-me dada há muitos anos pela minha mãe, e a foto foi "tirada" pelo meu tio Josué.
Ângelo Ribau
Nota: O tio do Ângelo, Josué Ribau, era formado em Matemática e faleceu jovem. Na Gafanha da Nazaré há uma rua com o seu nome.
FM

Na Linha Da Utopia



O recuo da liberdade

1. Claro está que a liberdade não recua por si pois é sempre sinal de “relação”, e não se dizer esta afirmação sem a sua devida comprovação. A tese é demonstrada por factos concretos no relatório anual da Freedom House, sobre a situação da liberdade e democracia no mundo. Esta entidade foi fundada há 60 anos por Eleanor Roosevelt, a par de outros membros, no aprofundamento dos inúmeros tratados de paz e da democracia. Este relatório começa com a ideia de que «o ano de 2007 foi marcado por um recuo assinalável da liberdade global» (Público, 23 Janeiro). Nomeando países e situações concretas, dando especial destaque à Rússia e à China, o relatório chega à conclusão de que é a primeira vez que nos últimos 15 anos se verifica o segundo ano consecutivo de perca nos índices da liberdade global.
2. Desde a liberdade de imprensa às novas tecnologias da comunicação, das situações mais variadas na sociedade civil às corrupções de estados, o estudo elaborado mostra-nos as tendências do futuro da liberdade. Como sabemos, após a queda do muro de Berlim (1989) pensava-se que, corrigidas as fronteiras do liberalismo económico, entraríamos finalmente numa era global de desenvolvimento justo e pacífico em que a liberdade e a democracia, propostos como valores ocidentais, teriam a sua abertura exponencial a todo o planeta. Tal facto não se concretizou, havendo hoje claramente retrocessos que questionam os modelos futuros, provindo uma fatia desta perca de credibilidade democrática dos simbólicos unilateralismos da última (quase) década norte americana.
3. A conclusão, parece, vai-se tornando clara. Com o emergir em força fulgurante dos impérios orientais da China (com Japão e Índia), os designados valores do Ocidente que se pensava virem a ser hegemónicos, vão perdendo a força capaz de modelar a globalização em curso. Vai sendo um facto de “perda” que também se pode observar no emergir de novas autoridades (e mesmo autoritarismos) diante da indiferença democrática em libertinagem… Que força de impressão sócio-política virão a ter no mundo os paradigmas orientais (na sua visão do trabalho, da sociedade, da pessoa e dignidade humana)? Eis a questão do futuro! Nesse novo cenário é…por um lado, uma riqueza pois temos sempre tanto a aprender dos outros; por outro lado, a (dúvida) certeza que começa mesmo a revestir-se de significado essencial o sabermos que “identidade” de valores assumimos como referenciais comuns. As obras sobre as raízes do ocidente continuam a proliferar; na encruzilhada, saberemos melhor para onde vamos!

Alexandre Cruz

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