O Estado, como já aqui tenho dito tantas vezes, é uma entidade cega e sem alma. Penso que ninguém ficará zangado por eu sublinhar esta realidade. Em nome dos objectivos que define, corta a direito, sem olhar às pessoas, para quem o Estado, afinal, vive. E não o contrário, como muitos julgam. Aí está, na rua, a contestação do povo, por causa do encerramento dos SAP (Serviços de Atendimento Permanente).
Quando tanto se prega a valorização dos serviços de proximidade, que dão tranquilidade às pessoas, o Estado pensa unicamente nos custos económicos e na necessidade de redução da dívida pública, a todo o custo, esquecendo-se, como um dia disse o Presidente Jorge Sampaio, que “há vida para além do défice”.
Mas há mais:
Quando, neste País, o Estado não tinha capacidade nem hipótese de responder a muitas questões sociais, foi o povo, em muitos casos liderado pela Igreja Católica, quem se mexeu para criar instituições que ajudassem as famílias. Daí nasceram as instituições sociais, com as suas creches, jardins-de-infância, lares e ATL. De mãos dadas com as Misericórdias e outras associações, criaram-se espaços para ajudar quem precisasse de trabalhar durante o dia, contrataram-se empregados, montaram-se instalações adequadas às mais diversas situações e receberam-se utentes. Tudo bem. O Estado comparticipou, sem nunca assumir os apoios necessários. As instituições que resolvessem as suas dificuldades.
Há anos resolveu avançar com jardins-de-infância e, mais recentemente, com as ATL, sem ter em conta os serviços particulares existentes nas diversas freguesias e sem responder, cabalmente, ao que precisam as famílias.
Frio, implacável, sem alma, sem respeito por ninguém, o Estado não quer saber do muito que as instituições fizeram pelas suas comunidades. Cria espaços paralelos e ignora as situações de quem se deu ao povo.
O mínimo que se esperava é que houvesse diálogo, mas o Estado, como se tem visto, não está vocacionado para isso. Corta a direito sem olhar a meios.
Fernando Martins
Quando tanto se prega a valorização dos serviços de proximidade, que dão tranquilidade às pessoas, o Estado pensa unicamente nos custos económicos e na necessidade de redução da dívida pública, a todo o custo, esquecendo-se, como um dia disse o Presidente Jorge Sampaio, que “há vida para além do défice”.
Mas há mais:
Quando, neste País, o Estado não tinha capacidade nem hipótese de responder a muitas questões sociais, foi o povo, em muitos casos liderado pela Igreja Católica, quem se mexeu para criar instituições que ajudassem as famílias. Daí nasceram as instituições sociais, com as suas creches, jardins-de-infância, lares e ATL. De mãos dadas com as Misericórdias e outras associações, criaram-se espaços para ajudar quem precisasse de trabalhar durante o dia, contrataram-se empregados, montaram-se instalações adequadas às mais diversas situações e receberam-se utentes. Tudo bem. O Estado comparticipou, sem nunca assumir os apoios necessários. As instituições que resolvessem as suas dificuldades.
Há anos resolveu avançar com jardins-de-infância e, mais recentemente, com as ATL, sem ter em conta os serviços particulares existentes nas diversas freguesias e sem responder, cabalmente, ao que precisam as famílias.
Frio, implacável, sem alma, sem respeito por ninguém, o Estado não quer saber do muito que as instituições fizeram pelas suas comunidades. Cria espaços paralelos e ignora as situações de quem se deu ao povo.
O mínimo que se esperava é que houvesse diálogo, mas o Estado, como se tem visto, não está vocacionado para isso. Corta a direito sem olhar a meios.
Fernando Martins
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Nota: Foto do meu arquivo de uma ATL