"Por que razão a natureza democrática de umas decisões exige o referendo e nou-tros casos já não depende da consulta popular? Por que razão é “necessário” referendar o Tratado de Lisboa e nunca foi necessário referendar a Constituição portuguesa? Se é tão importante os portugueses dizerem se querem estar na União Europeia, porque não realizar um referendo a perguntar se querem viver numa república ou numa monarquia? Estes exemplos mostram o absurdo do argumento a favor do referendo sobre o Tratado de Lisboa. Não se entende porque nuns casos é necessário “ouvir o povo” e noutros casos já não é."
João Marques de Almeida, In Diário Económico
terça-feira, 30 de outubro de 2007
ESCUTAS TELEFÓNICAS

ATENÇÃO, CIENTISTAS,
RESOLVAM ESTE PROBLEMA
Quando o Alexandre Bell inventou o telefone (ou o cientista que reivindicou a mesma descoberta...., na altura), longe estava de pensar que este progresso traria, para além dos imensos benefícios por todos reconhecidos, o crime de tanta gente poder escutar, covardemente, aquilo que estamos a conversar com os amigos.
Lá que haja escutas telefónicas, em situações de guerra ou de crimes graves, devidamente autorizadas, vá que não vá. Mas agora podermos ser escutados sem qualquer regra... vai uma grande distância.
O PÚBLICO de hoje alerta para o facto, real, de uns dez serviços policiais poderem escutar, a seu bel-prazer, o que falamos, pensando nós que em privado.
Aqui fica um alerta para os cientistas investigadores. Descubram uma forma, rápida e eficaz, de ninguém poder aceder aos nossos telefones. Se não descobrirem, será que teremos de atirar para o lixo este aparelhozinho tão importante?
Quando o Alexandre Bell inventou o telefone (ou o cientista que reivindicou a mesma descoberta...., na altura), longe estava de pensar que este progresso traria, para além dos imensos benefícios por todos reconhecidos, o crime de tanta gente poder escutar, covardemente, aquilo que estamos a conversar com os amigos.
Lá que haja escutas telefónicas, em situações de guerra ou de crimes graves, devidamente autorizadas, vá que não vá. Mas agora podermos ser escutados sem qualquer regra... vai uma grande distância.
O PÚBLICO de hoje alerta para o facto, real, de uns dez serviços policiais poderem escutar, a seu bel-prazer, o que falamos, pensando nós que em privado.
Aqui fica um alerta para os cientistas investigadores. Descubram uma forma, rápida e eficaz, de ninguém poder aceder aos nossos telefones. Se não descobrirem, será que teremos de atirar para o lixo este aparelhozinho tão importante?
OS DIREITOS DA TERRA

A “verdade inconveniente” de Al Gore deixou algumas dúvidas, como é sabido. Pareceu a alguns que o portador duma causa – a defesa do planeta – estava viciado de protagonismo interesseiro como “mestre da humanidade” a debitar lições pelos recantos ricos do planeta. Nobel da Paz deste ano, ganha a autoridade do que faz e diz no alerta vermelho para a mãe Terra, planeta azul.
Estamos perante uma questão ética, não apenas como afirmação teórica mas como urgente medida de consciência e atitude pessoal e colectiva, cultural e económica. Se todos abandonássemos o planeta no fim deste ano, ele facilmente se recomporia, no dizer de alguns ficcionistas. Sem o homem, com os animais à solta e as sementes, plantas e árvores sem restrições, brevemente – nuns poucos milhares de anos – a terra voltaria à sua atmosfera, fertilidade e equilíbrio. Só que, vazia do homem. E que vale esta terra sem o homem?
Como se percebe já entrámos em sérias implicações com estes exercícios mais imaginários que hipotéticos. Em qualquer caso há factos anotados: o aquecimento global, as mudanças climáticas com as sequelas que vamos conhecendo todos os dias. De novo se questiona sobre o tipo de desenvolvimento por que enveredámos. E como é possível prosseguir ou recuar. Do petróleo ao plástico, das violências quotidianas sobre os ritmos pacientes da natureza, às sucessivas ameaças ao equilíbrio ambiental, pomos em causa todo o nosso sistema de vivência e convivência.
São mais as questões que as soluções. A consciência individual vai-se muitas vezes aquietando face à impotência perante a fome, a desigualdade de oportunidades, a distribuição dos bens. Em matéria de ambiente sabe-se que são os mais poderosos que mais estragam a terra. Mas também se sabe que em qualquer recanto do planeta cada cidadão oferece uma percentagem significativa para o todo, na forma como se relaciona com a água, o ar, a alimentação, os meios de transporte, as opções limpas ou poluentes, os produtos preferidos, os hábitos adquiridos e transmitidos a novas gerações. Ninguém está fora deste barco. Trata-se duma “moral da vida” a que a consciência cristã não pode fugir. Sem nunca travar o progresso. Mas assumindo a responsabilidade de pertença comum do planeta. Para que este se não torne num triste pássaro ferido.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Na Linha Da Utopia

Alerta Amazónico!
1. A ordem do dia irá ser cada vez mais marcada pelas questões ambientais. Como ao longo de cerca de duas décadas tem sublinhado Al Gore, Nobel da Paz 2007, «esta é uma questão moral, que afecta a sobrevivência da civilização humana». Ao olhar para trás, muitos foram os profetas que, do Oriente ao Ocidente, anteciparam a urgência de uma nova relação com a natureza que, afinal, também somos, e a qual devemos preservar. É isso mesmo, no fim de contas, esta é uma questão de “dever” ético.
2. À semelhança de muitos países africanos, por terras brasileiras, desde os tempos mais remotos dos “achamentos”, que os recursos naturais são explorados desmedidamente. De um lado, justificadamente, a necessária sobrevivência humana, do outro o interesse económico explorador que torna impossível uma saudável e urgente preservação. Diante dos que exploram desmedidamente muitos têm sido, em terras brasileiras, os mártires da defesa ambiental, de que poderá destacar Chico Mendes (no Acre, assassinado em 1988) e a Irmã Dorothy Stang que foi assassinada, aos 73 anos de idade, em Fevereiro de 2005.
3. Mas os ritmos dessa exploração descontrolada hoje são outros, bem piores, vão-se agravando, numa velocidade que obriga a fazer as contas ao tempo de vida do “pulmão” amazónico. Hoje, o desejo pelas madeiras tropicais vai desbravando mundos e fundos, onde os interesses madeireiros e agrícolas no extenso Brasil coloca em perigo o mais rico e diverso ecossistema do mundo. Sendo certo que nas zonas de proximidade da Amazónia o “mercado” é o rio e a floresta, o facto é que tanto a desflorestação desordenada como a sua queimada nas carvoarias ou não, além de ir secando o pulmão, representa uma gigantesca emissão de CO2.
4. Com o ritmo a que se vai, com a destruição de cerca de 15 milhões de floresta tropical por ano, são aproximadamente 8 mil milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) emitidas anualmente com o fumo dos incêndios, (para termos uma ideias) “factura” muito superior às emissões dos transportes terrestres. Que temos nós a ver com tudo isto? Que podemos fazer? Que soluções alternativas? A nossa sensibilização será sempre o primeiro passo para a mudança de mentalidade/acção. Mundo global, mais que nunca os bens ou os males de uma comunidade local, mais cedo que parece, chegam a toda a comunidade humana. Afinal, uma cidadania humana planetária, uma TERRA-PÁTRIA, é hoje a casa (OIKOS) comum. Colheremos sempre os fruto do que semeamos! Sem fanatismos, com realismos!
Alexandre Cruz
domingo, 28 de outubro de 2007
RECONHECIMENTO A D. ANTÓNIO MARCELINO
Na próxima terça-feira, 30 de Outubro, D. António Marcelino vai ser homenageado no salão nobre do Seminário de Santa Joana Princesa, em Aveiro. Pelas 21 horas, será lançado um número duplo da revista PRAXIS, que lhe é dedicada, por iniciativa do ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro), uma escola criada por D. António Marcelino e por ele dinamizada.
D. António Marcelino, como os bispos que o antecederam em Aveiro, deixou marcas próprias do seu temperamento e do seu reconhecido amor à Igreja, pelo que esta hoemagem, por esta forma, é mais do que merecida. Direi mesmo oportuna, tanto mais que ele foi um homem da comunicação social, ainda antes de chegar à diocese aveirense. Uma vez entre nós, logo começou, semana a semana, a reflectir e a ajudar-nos a reflectir sobre o quotidiano do Povo de Deus em terras da ria, projectando os seus anseios, denunciando injustiças e indicando pistas de valorização pessoal e colectiva.
Recordo-me bem do Congresso dos Leigos e do II Sínodo Diocesano de Aveiro, que implementou, na linha de uma comunidade que se pretendia mais aberta e mais atenta aos apelos de um mundo em mudança. Outras iniciativas e outros projectos mereceram de D. António a mesma atenção, nomeadamente no campo da formação, porque sempre acreditou que sem formação de base e continuada não seria fácil enfrentar os desafios próprios de uma sociedade cada vez mais marcada por influências diversas, frequentemente ao arrepio das verdades cristãs que a enformam.
O ISCRA foi um desses projectos, sendo hoje reconhecido o seu trabalho, na Diocese de Aveiro e muito para além dela. Os seus alunos, clérigos, religiosos e leigos, usufruem, regular ou esporadicamente, dos seus cursos e das suas diversas e diversificadas acções de formação, o que prova à saciedade a visão de um Bispo atento às carências do seu e nosso tempo.
Acredito que cada bispo terá os seus carismas, a sua visão da sociedade, a sua sensibilidade para os problemas emergentes, a sua maneira própria de agir e de se relacionar. D. António Marcelino cumpriu o seu dever e bem. Mas também sabe que os seus horizontes, enquanto cristão e como bispo, continuam em aberto, tanto quanto nós precisamos dele.
Fernando Martins
FESTA DO ATLETISMO
Hoje, dia do Grande Prémio Rádio Terra Nova, houve festa na Gafanha da Nazaré. Não uma daquelas festas que atraem multidões, muitas delas cheias de música pimba, mas uma festa que envolveu a alegria da participação de centenas de atletas nesta iniciativa da Rádio Terra Nova. Atletas de todos os lados de todas as idades correram com alma, dando cada um o seu melhor. E se à partida para as provas estavam tensos e preocupados, a alegria de muitos deles, ao chegar à meta, era bem visível. Tanto nos que cortavam a linha de chegada nos primeiros lugares como nos outros. O importante, pelo que vi, era participar, muito embora a vitória traga aos rostos dos vencedores, o que é compreensível, um riso de felicidade incontida.
Gosto de ver estes atletas que se entregam às provas em que se envolvem com alma, sem esperarem outra paga para além do gosto de vencerem as metas que se impõem a si próprios. Se vencerem as corridas, tanto melhor. Quando chega a hora da consagração, no pódium, então a felicidade atinge o auge, ou não fossem, todos estes jovens, seres humanos e sensíveis.
Vi dirigentes atarefados, treinadores com os conselhos da praxe, cronometristas atentos, assistentes que não se cansavam de aplaudir. Valeu a pena ter saído de casa para homenagear, com toda a simplicidade, quantos puseram de pé e organizaram esta festa, que não contou com grandes atletas olímpicos, mas com atletas que, talvez sem sonharem com isso, possam um dia atingir a fama e receber, só então, a atenção dos grandes órgãos da comunicação social, se as tricas do futebol, nessa altura, não ocuparem também as suas páginas mais modestas, as habitualmente dedicadas aos desportos amadores.
FM
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