terça-feira, 2 de outubro de 2007

Postal ilustrado


O ENCANTO DA NOSSA RIA
Hoje de manhã, a caminho de Aveiro, um amigo comentou embevecido: a nossa região é, de facto, muito bonita; aprecie o encanto da nossa ria, com tanta água a envolver-nos por todos os lados! É verdade. Nem sempre sabemos apreciar o que temos de bom. Passamos a vida a criticar tudo e mais alguma coisa, sem assumirmos a coragem de reconhecer o muito de bom que possuímos. Uma das nossas grandes riquezas está na beleza da nossa ria, com todos os dias a mostra-se, com cores e ares diferentes, desafiadora, para que a apreciemos devidamente. Só que, com as pressas, nem sempre a olhamos com olhos de ver.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, na RR

SINAIS DE TOTALITARISMO

Há quase cem anos, Afonso Costa disse que ia acabar com a religião católica em Portugal. Enganou-se. O que acabou foi a I República, em boa parte por causa dos violentos ataques aos católicos.
Pelo contrário, depois do 25 de Abril prevaleceu o bom senso da parte de políticos como Mário Soares. Perceberam que a última coisa que interessava à jovem democracia portuguesa era reabrir a chamada questão religiosa.
Entretanto, a Igreja soube adaptar-se ao pluralismo. Por isso, promove o diálogo com outras confissões e com os que não têm qualquer religião.
Mas, infelizmente, parece que há quem queira ressuscitar o anticlericalismo primário e o ódio a tudo o que cheire a religião. Como revela a actual polémica sobre a assistência religiosa nos hospitais, ainda há quem confunda a saudável separação entre Estado e Igreja com um laicismo agressivo.
Ora, uma coisa é o Estado laico. Outra será impor a toda a sociedade uma vivência anti-religiosa, negando às igrejas e aos crentes enquanto tais qualquer presença no espaço público.
Uma imposição não só antidemocrática como totalitária.

Francisco Sarsfield Cabral

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Dia Mundial do Idoso


TERNURA É O MÍNIMO
QUE PODEMOS DAR
AOS MAIS VELHOS

Celebra-se hoje o Dia Mundial do Idoso. Para muitos, será um dia como outro qualquer. A lufa-lufa de quem trabalha e o comodismo dos que (nunca) nada fazem não dão espaço para se pensar nestas coisas. Mas o Dia Mundial do Idoso, como outros dias celebrativos como este, serve, precisamente, para nos convidar a reflectir. Neste caso, sobre quem está no outono da vida, quiçá no inverno.
Pensar nisso, enquanto ainda estamos (talvez) longe dessa situação, julgo que será urgente, não vá dar-se o caso de amanhã podermos ficar com a consciência pesada por nada termos feito que pudesse dignificar os mais velhos. Os mais velhos são, para as gerações do presente, se quisermos, livros abertos de conhecimento e de sabedoria conquistados em riquíssimas experiências que a vida proporciona a quem está nela e atento ao que nela corre.
Os velhos são os que se queixam da saúde que se torna periclitante; são os que protestam pelos serviços de Saúde que os não têm em conta, ou os que sofrem calados a indiferença dos detentores dos poderes; são os que ficam esquecidos, dias após dias, num recanto das suas habitações, sem quem olhe por eles; são os que recebem reformas miseráveis; são os ignorados pelas famílias e pela sociedade; são os que foram atirados para lares, que não passam, frequentemente, de armazéns de pessoas sofredoras. São gente que deu tudo o que podia à comunidade e que agora passa por eles com tacanha indiferença.
Apoiá-los, dignificando-os, é nossa obrigação. Colher deles, permanentemente, ensinamentos para a vida é imperioso. Dar-lhes ternura, a toda a hora, é o mínimo que podemos fazer neste Dia Mundial do Idoso e sempre.

FM

Na Linha Da Utopia


Celebrar a Música

1. Diz o filósofo grego Platão (428/27-347) que «a música penetra mais fundo na alma humana». A música, que exige a “pausa” despertando os sentidos humanos, é, hoje, uma das expressões artísticas constantes com maior relevo. Mas há música e música! Quando Platão diz que a música penetra fundo na alma humana, convida-nos para a qualidade, sensibilidade, harmonia, virtudes fundamentais à própria experiência do ser pessoa. Conhecer e apreciar música é dar cor e poesia à vida!
2. Celebra-se a 1 de Outubro o Dia Mundial da Música. Uma oportunidade renovada, como uma rampa de lançamento, para valorizar e multiplicar as potencialidades da arte musical. Que seria do mundo sem música!? (Não seria!) Arte nobilíssima que se foi vendendo à lógica comercial da quantidade (e muitas vezes mesmo de sons reflexo da escuridão existencial), a música é, no fundo, a celebração da interioridade humana, no que ela tem da beleza da luz (mas também) da tristeza da “noite”.
3. Será possível medir o desenvolvimento de um país pela aposta formativa na área musical? Não sabemos. O certo é que saber música é “aprender” a linguagem matemática, e que nos países onde a música é rainha, a estética, a criatividade e a visão empreendedora triunfam. A música, como afinal toda a cultura, não dá resultados imediatos, não tem uma compensação lucrativa económica no primeiro momento. Exige a sabedoria da persistência no tempo, a capacidade de vencer mesmo a indiferença colectiva, o lutar todos os dias contra uma maré difícil. Só resiste quem ama!
4. São, ainda assim, muitos os grandes portugueses que se dedicam à música, sendo a sua força o “gosto” que os faz não cansar. A sua missão é heróica, para mais num país onde a música não faz parte do “programa”. Isto é, faz mas muito pouco; continuamos – por falta de dinheiros ou de visão?... - a esquecer as mil e uma potencialidades transversais da música. Talvez um dia! Felizmente que, nestes dias, despertados pelo Dia Mundial da Música, se renova a oportunidade valorizadora da arte musical, em conferências, concertos, numa viagem sempre sensibilizante pela música (o mesmo é dizer), pela Humanidade.
5. A 3ª Edição dos FESTIVAIS DE OUTONO (Universidade de Aveiro e Fundação João Jacinto de Magalhães), de 1 de Outubro a 9 de Novembro, é essa persistente e inspirada oportunidade renovadora, numa parceira envolvência regional, com grandes nomes da música nacional e internacional. Essencial ver e ouvir (programa): http://www.ua.pt/

Alexandre Cruz

Dia Mundial do Animal


Exposição no CUFC

“PERDIDOS E ACHADOS”

A associação "Perdidos e Achados", que luta pela defesa dos direitos dos animais, vai celebrar, no dia 5 de Outubro, no CUFC, o Dia Mundial do Animal. Vai estar patente ao público uma exposição sobre as suas actividades e uma venda de produtos para o Natal, cuja receita possa colmatar algumas dívidas contraídas na compra de alimentos para os animais abandonados.

domingo, 30 de setembro de 2007

Obra do Apostolado do Mar

Stella Maris, na Gafanha da Nazaré
Buarcos: Homenagem ao pescador

Caramulo

STELLA MARIS DE AVEIRO ABRE-SE A NOVOS HORIZONTES

Em jeito de balanço, podemos dizer que a Obra do Apostolado do Mar (OAM) continuou, neste primeiro semestre de 2007, a procurar novos caminhos de intervenção do seu clube Stella Maris nas áreas da ria e portos de Aveiro, apostando, especialmente, nos campos social, cultural e religioso.
A direcção, presidida pelo diácono permanente Joaquim Simões, optou, nessa linha, por conhecer, junto de dirigentes nacionais da OAM, formas diversas de valorização dos marítimos e seus familiares, sobretudo os residentes na região aveirense. Assim, seis elementos dos corpos directivos participaram num retiro, em Fátima, onde foi sublinhado o valor da solidariedade entre as famílias ligadas ao mar.
Com o mesmo objectivo de estabelecer laços solidários entre os membros da direcção e amigos da OAM da Diocese de Aveiro, realizou-se uma visita a Buarcos, para uma troca de impressões com o Padre Carlos Noronha, director nacional da OAM, e seus colaboradores. Os visitantes reconheceram a importância de uma instituição como esta, inserida numa freguesia piscatória e atenta aos problemas da comunidade.
A comitiva aveirense rumou seguidamente para a Serra do Caramulo. Num enquadramento natural, paisagístico e demográfico bem diferente das terras da laguna aveirense, um amigo do Stella Maris de Aveiro ofereceu um lanche na povoação de Pedronhe, do qual resultou um convívio muito salutar.
Porque se torna urgente dar a conhecer os objectivos concretos da OAM, nomeadamente através do clube Stella Maris, a direcção promoveu, ainda neste semestre, a celebração do primeiro ano da tomada de posse dos novos dirigentes. O encontro congregou, para além do Bispo de Aveiro, D. António Francisco, outros responsáveis diocesanos ligados ao sector, autoridades civis, funcionários e seus familiares, bem como amigos do clube, sobretudo os que, em momentos difíceis, se dispõem a ajudar este serviço diocesano.
No sentido de busca de conhecimentos e de procura de experiências que possam levar a OAM de Aveiro a abrir-se a novos horizontes, a direcção participou, em Junho, no XXII Congresso Mundial do Apostolado do Mar, promovido pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. O Congresso decorreu em Gdynia, Polónia, e teve por tema “Em solidariedade com a Gente do Mar, testemunhos de esperança pela Palavra de Deus, a liturgia e a diaconia”.
F.M.

Recordando...

Gafanhoas na romaria da Senhora da Saúde

FESTA DA SENHORA DA SAÚDE

Ao ouvir os foguetes da Senhora da Saúde, lembro-me bem de que isso era um convite a corrermos até lá. Mas tal foi muito depois da foto que aqui publico, retirada da Monografia da Gafanha (edição de 1944) do Padre João Vieira Rezende, que foi prior da Gafanha da Encarnação, a que pertencia a Costa Nova, hoje paróquia, mas ainda ligada, civilmente, à mesma freguesia.
Os trajes, que presentemente pouco ou nada nos dizem, eram moda naqueles tempos e, decerto, bastante apreciados. Trajes de gente de trabalho duro, nos campos arenosos das Gafanhas, mas que hoje, apesar de bastante produtivos, estão um tanto ou quanto abandonados ou... cheios de casas e prédios que emolduram ruas e mais ruas. Outros tempos.

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