sábado, 21 de abril de 2007

Assistência religiosa nos hospitais


NOVOS DIREITOS DOS DOENTES


O Ministério da Saúde solicitou à Comissão de Liberdade Religiosa (CLR) um projecto de um novo diploma que regulamenta o funcionamento dos serviços de assistência espiritual e religiosa hospitalar. A CLR já enviou esse parecer ao Ministério da Saúde. O Pe. José Nuno Ferreira, coordenador nacional das Capelanias Hospitalares, disse à Agência ECCLESIA que felicita a CLR pelo documento e "por verificar que se encontrou espaço para dar atenção a uma matéria tão sensível e fundamental para as pessoas que encontram doentes".
No parecer, a CLR recomenda que a assistência religiosa nos hospitais seja um direito fundamental dos doentes. A Comissão reitera também que os doentes devem ser informados desse direito.
O coordenador nacional refere um ponto que não é muito realista no funcionamento das instituições hospitalares. "A questão da inquirição à entrada do internamento". E adianta: "não é o momento oportuno para perguntar à pessoa se quer ser assistida religiosamente".
O Pe. José Nuno não concorda também que a assistência religiosa seja remetida para o período fora do tempo das visitas. "Em muitos hospitais, as visitas vão das 11 às 21 horas" - disse. E avança: "Não é muito realista".
A comissão, presidida pelo ex-Provedor de Justiça Menéres Pimentel, integra representantes de várias confissões religiosas radicadas em Portugal.
O Ministério da Saúde remeteu recentemente para a CLR um projecto de regulamentação da assistência religiosa hospitalar, tendo a comissão enviado esta semana um parecer com várias recomendações e propostas de alteração.
Além da oferta diferenciada, a CLR defende que o diploma do Ministério da Saúde contemple diversos direitos do doente, nomeadamente de obtenção de assistência religiosa "em tempo razoável" e "mesmo sem pedido expresso, desde que objectivamente se presuma ser esta a vontade do doente".
A comissão considera também que os hospitais devem assegurar, "quando necessário", o transporte dentro da unidade aos doentes que queiram praticar actos de culto, "salvo razões clínicas expressamente prescritas".
A CLR defende ainda o "direito a condições de intimidade e recolhimento na assistência espiritual e religiosa", e de posse pelos doentes de publicações e objectos pessoais de culto, "desde que não comprometam a funcionalidade do espaço de internamento, a ordem hospitalar, o bem-estar e o repouso dos demais internados".
No próximo dia 24 de Abril, em Fátima, haverá uma reunião da Coordenação Nacional das Capelanias Hospitalares.
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Fonte: Ecclesia

LIMBO

Igreja Católica
elimina o limbo para crianças
que morrem por baptizar
A Igreja Católica eliminou o limbo, onde a tradição católica colocava as crianças que morriam sem receber o baptismo, considerando que aquele reflectia "uma visão excessivamente restritiva da salvação". Num documento publicado hoje, a Comissão Teológica Internacional, que depende da Congregação para a Doutrina da Fé, declara-se convencida de que existem "sérias razões teológicas para crer que as crianças não baptizadas que morrem se salvarão e desfrutarão da visão de Deus". Esta comissão estudava o tema do limbo desde 2004 e a publicação do documento foi autorizada pelo Papa Bento XVI.
O limbo nunca foi considerado um dogma da Igreja e não é mencionado no Catecismo.
Em 1984, quando o actual Papa era perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, já tinha afirmado que o limbo era "só" uma "hipótese teológica" e o que o melhor era não o ter em conta.
O documento, por ora, foi publicado em inglês e sairá depois noutras línguas, confirmou um membro da comissão, precisando que a Igreja continuará a considerar o baptismo como o caminho para a salvação mas, nestes casos, a misericórdia de Deus é maior do que o pecado.
A mesma fonte acrescentou que os factores analisados oferecem suficiente base teológica e litúrgica para acreditar que as crianças que morrem sem ser baptizadas "se salvarão e gozarão da visão beatífica".
Segundo o publicado pela Comissão, o documento de 41 páginas considera que Deus é misericordioso" e quer que todos os seres humanos se salvem"."A graça tem prioridade sobre o pecado e a exclusão de crianças inocentes do céu não parece reflectir o amor especial de Cristo pelos mais pequenos", sublinha o texto.
O documento intitula-se "A esperança de salvação para as crianças que morrem sem ser baptizadas" e, segundo a Comissão, o limbo representava um "problema pastoral urgente, já que cada vez são mais as crianças nascidas de pais não católicos e que não são baptizados e também "outros que não nasceram ao serem vítimas de abortos".
O texto recorda que no século V Santo Agostinho dizia que as crianças mortas sem o baptismo iam para o inferno e, a partir do século XIII, começou a falar-se do "limbo" como "esse lugar onde as crianças não baptizadas estariam privadas da visão de Deus mas não sofreriam, já que não o conheciam".
A Comissão Teológica Internacional precisou no texto que durante séculos os papas procuraram não definir o limbo como tema doutrinal e deixaram o tema em "aberto". Fonte: “PÚBLICO on-line”

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Um poema de António Correia de Oliveira





PELA PÁTRIA


Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as Árvores, ama. E, se puderes,
(E poderás: tu podes quanto queres!)
Vai-as plantando à beira do caminho.

Hoje uma, outra amanhã, devagarinho.
Serão em fruto e em flor, quando cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:
Aves de Abril que vão compondo o ninho.

Torne fecunda e bela, cada qual,
A terra em que nascer: e Portugal
Será fecundo e belo, e o mundo inteiro.

Fortes e unidos, trabalhai assim…
- A Pátria não é mais do que um jardim
Onde nós todos temos um canteiro.

In “A Alma das Árvores”

Ares da Primavera


JÁ PLANTOU UMA ÁRVORE?
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Estamos, como se sabe, na Primavera. Tempo de plantações e de renascimento das plantas.
Se ainda não plantou uma árvore, ainda está a tempo de o fazer. Preferencialmente num quintal. Se não o tiver, faça-o em casa. Há plantas e até árvores para todos os sítios. Adopte, pois, uma planta ou uma árvore.
Depois de a plantar, cuide dela como quem cuida de um filho. Sobretudo quando ele ensaia os primeiros passos. Visita a planta, ou árvore, todos os dias. Esteja atento às suas necessidades. Olhe que ela pode adoecer e é preciso tratá-la com todo o carinho. Se não souber, pergunte a quem saiba.

Um artigo de D. António Marcelino


RESPEITO PELA NATUREZA
E PELAS PESSOAS


Soube há dias, pelas agências no-ticiosas, da morte de John Billings, o pai do método natural da regulação da fertilidade, conhecido como “método da ovulação pela observação do mucos cervical”. Conheci o inves-tigador australiano, em 1980, no Sínodo dos Bispos sobre a família, em que participou, a convite de João Paulo II, juntamente com Evellyn, sua esposa e companheira na investigação e na concretização do método.
Durante mais de 25 anos, o casal Billings investigou pacientemente até ao aperfeiçoamento, que só depois divulgou, um método que respeita por completo as leis da natureza, devidamente provado e cientificamente credenciado. A ele se associaram depois cientistas de todo o mundo. Por estranho que pareça, encontrei ao longo da minha vida já vivida, médicos e enfermeiros que orientam o planeamento familiar em centros de saúde públicos, desconhecendo este avanço da ciência, que comporta, para além dos efeitos desejados, um total respeito pela natureza da mulher.
Trata-se de um verdadeiro método ecológico, é bem dizê-lo, num tempo em que parecem valer mais os pássaros e as cegonhas que as pessoas.
Quem não anda distraído, nem distante, de coisas importantes da vida sabe, perfeitamente, que o problema grave do planeamento familiar está longe de resolvido, com a seriedade que um tal problema merece. Assim, quer pelos efeitos pretendidos de um processo imediato, quer pelas diversas consequências que por vezes surgem a afectar a saúde e a vida da mulher.
A situação é mais grave e preocupante em relação a diversos químicos, mas não é também inócua quando se trata de alguns meios mecânicos.
A máquina maquiavélica e poderosa das multinacionais, produtoras de produtos orientados para impedir a fertilidade, e a luta desenfreada de interesses entre as mesmas, tem levado a que muitos dos directamente inseridos no processo, como informadores e decisores, se instalem apenas naquilo que as mesmas empresas comunicam e propõem, de mistura com benesses que não se podem perder. Assim é mais fácil e mais rentável.
Os métodos naturais foram por isso, progressivamente, depreciados e calados, mesmo por aqueles que, por dever de ofício e por honestidade profissional, os deviam conhecer bem para os poderem propor, de modo esclarecido, à decisão livre de quem procura, legitimamente, informação e orientação para regular e planear os filhos que deseja. Não se trata apenas, dado que se sonega informação a que se tem direito, de um situação injusta, frente aos utentes de um serviço público. Trata-se, também, de ver, de modo superficial e pouco honesto, um problema grave que requer uma informação correcta e uma educação acompanhada.
O pouco cuidado em todo este processo, é lamentável e tem feito diminuir, vertiginosamente, a natalidade e criado um desequilíbrio perigoso entre a prática sexual e a dimensão positiva e responsável da mesma.
A quem pode interessar esta situação? É bom que se interroguem sobre o problema e a realidade os médicos, os informadores sexuais, as associações de planeamento e os cada vez mais numerosos abortistas, por um tempo ufanos e vitoriosos em batalhas, onde a vida, as pessoas, a sociedade e o respeito pelas leis da natureza contam cada vez menos.
Ainda sou dos que acreditam que o mérito da investigação, longa e séria, de John Billings e de sua esposa continuarão a contar para os casais que reagem aos mais fácil e são fieis às opções em que natureza é respeitada e as suas leis acolhidas, de modo sempre mais agradecido.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

São Jacinto antigo

São Jacinto antigo: foto cedida por Ângelo Ribau


RECORDAR É VIVER
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Ver ou rever uma fotografia antiga pode servir para reviver pessoas, terras ou acontecimentos.
Para mim, e para muitos, certamente, é coisa sempre agradável. Acontece, como hoje, que esta foto pouco me diz. Não conheço ninguém, mas o ambiente diz-me algo, que não sei definir. Quem me poderá ajudar? Aqui fica o desafio.

Os livros

Ler é viver duas vezes
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São infinitos os louvores aos livros. Alguns chegam mesmo a preferi-los às pessoas: “A companhia dos livros dispensa com grande vantagem a dos homens” (Carlyle Thomas). Não chego a tanto. Não há livros sem pessoas. Penso antes como o filósofo Descartes, que dizia: “A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados”. E presentes – acrescento. Ou então como o “nosso” padre António Vieira, que escreveu que “o livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”.
Aproxima-se o Dia Mundial do Livro, 23 de Abril – a oportunidade para mais uns rituais de louvor à leitura e à literatura. Um pouco por todo o lado programam-se acções. A melhor de todas é a que qualquer pessoa pode levar a cabo em quase todas as circunstâncias: pegar num bom livro (há tantos e tão bons que não adianta insistir na leitura de um livro que não agrade!) e ler. Se precisa de algum incentivo, aqui fica um: “Ler é viver duas vezes”. E mais esta pergunta, adaptada de um painel publicitário de uma grande cidade: “É este o único ser que em sua casa devora livros?” No cartaz via-se uma traça enorme.
J.P.F.
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In Correio do Vouga