terça-feira, 16 de janeiro de 2007

AO SABOR DA MARÉ - 3

O FRIO
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Temos de convir que o frio faz parte da vida. O frio físico, está bem de ver, não deixa de ter o seu encanto, sobretudo por nos atrair para a fogueira que nos aquece os pés, depois o corpo todo e, desde o início, a alma. O frio vem sempre, ou normalmente, na época própria. Aparece com o Natal e prolonga-se até fins de Março, quando os sinais de Primavera nos encantam e alegram o espírito. E apesar dos encantos que ele nos traz, para muitos que têm a tal fogueira que nos atrai, não podemos ignorar que não deixa de ser um drama pungente para quem a não tem, como não tem agasalhos para o minimizar. Daí a urgência de pensarmos um pouco nisto, para na hora própria acudirmos a quem passa frio nestas noites, e dias, de fazer tremer o queixo. Eu sei que é complicado sair dos nossos aconchegos para pensar nos que vivem sem o mínimo conforto e sem mantas à altura de lhes emprestarem um pouco de calor. Mas, se quisermos, haverá sempre uns minutos para pegar em cobertores que até já nem usamos, para os levar a quem farão muito jeito. E já que falo do frio físico, que todos sentimos, permitam-me que diga uma palavrinha sobre o frio humano. Esse será o mais agreste, porque tem lugar em todas as estações do ano. Então, se é o mais agreste, temos mesmo que o substituir pelo calor humano, durante todos os dias do ano, nas nossas relações com toda a gente.
Fernando Martins

ABORTO - 14

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO
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Referendo II
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Uma mobilização organizada,
possivelmente a maior mobilização
de leigos desde os tempos
da Acção Católica
Arrastando bizarrias de alto riso, disparates incomensuráveis, ignorâncias arrogantes e, ao mesmo tempo, reflexões muito sensatas, corre o rio da nossa pequena história em direcção ao referendo do próximo dia 11 de Fevereiro. E, cumpre dizer, tem águas muito saudáveis, intervenções inteligentes e debates enriquecedores para o tempo comum da democracia. Não se esqueça que estamos no segundo tempo do mesmo jogo. O povo português já se pronunciou, em referendo, sobre o aborto. E disse não. Tivera dito sim em 1998 e ficaria aferrolhado pelos zelotas do direito e de alguma esquerda que ainda não percebeu em que país vivemos. Convém, por isso, no meio do ruído, lembrar que estamos a perguntar ao mesmo povo a mesma coisa pela segunda vez. Haja paciência para uma democracia assim. Haja! Mas há aspectos interessantes. Estamos perante uma mobilização organizada. Possivelmente a maior mobilização de leigos desde os tempos da Acção Católica. E desta vez é por uma causa: a causa simples e concreta da vida. Oficialmente a Igreja reafirma a sua inequívoca posição pelo não, na pergunta que é feita no referendo. Mas cada diocese, bispo, paróquia ou movimento, assume os seus dinamismos sem agressão e com respeito por aqueles, mesmo cristãos, que enveredam por outro caminho. O Patriarca de Lisboa enviou uma carta aos Párocos, pedindo que, como “presidentes da assembleia litúrgica, se limitem, durante a mesma, à apresentação da doutrina da Igreja sobre o respeito pela vida. A celebração litúrgica não pode ser lugar de campanha…” Plenas de sensatez e respeito, estas palavras não podem ser tomadas, como pretendem alguns comentadores, por alheamento à campanha que está a posicionar-se neste momento no terreno da opinião pública. O Cardeal Patriarca acrescenta que “isto não impede que o Pároco e a comunidade cristã organizem noutros momentos e espaços debates de esclarecimento… acerca das várias questões que este referendo levanta.” Eis uma orientação sábia e oportuna num momento de mobilização para uma causa que não é um capricho moral ou uma corrente de circunstância. E à volta da qual pululam falácias e ilusionismos numa confusão ardilosa de falsa modernidade. Como se a vida fosse uma questão do passado.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

PASTORAL DA CULTURA

Cultura como espaço
de evangelização
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A Igreja toma consciência que o campo cultural é uma área também de evangelização. Recentemente Bento XVI por ocasião dos 500 anos dos Museus do Vaticano, referiu a imensidão cultural acessível a tantos que diariamente entram nos museus. Esta temática esteve em análise na reunião do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, onde a partir de um documento do Conselho Pontifício para a Cultura intitulado “Para uma pastoral da Cultura, os representantes de 11 dioceses e de várias congregações religiosas, reflectiram nos seus desafios. “A cultura é um novo campo de acção evangelizadora no mundo da cultura”, refere à Agência ECCLESIA o Padre Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Cultura. Assim é muito importante que “a nível nacional se reflicta e avalie o que poderá ser hoje uma pastoral da cultura no espaço da Igreja em Portugal”. Do documento em análise e segundo o director do Secretariado Nacional da Cultura, emergem três desafios: construir a consciência de que a cultura é um espaço privilegiado para a evangelização, ganhando essa consciência de uma forma mais forte; construir um espaço cultural com uma presença de diálogo, de abertura e de explicitação daquela que é a verdade da experiência cristã; e por último um envolvimento maior da Igreja em Portugal neste novo campo de acção. “Tem de haver um esforço de congregação maior da Igreja em Portugal e das dioceses neste caminhar comum e âmbito pastoral tão urgente”, regista o Pe Tolentino Mendonça. E a diversidade cultural de cada diocese não é barreira, pois “a diversidade em Igreja nunca foi um obstáculo, mas condição necessária para a sua afirmação”, aponta. Nesse sentido “lançamos a possibilidade de acções conjuntas em cada diocese, para que trabalhassem esta unidade necessária e consenso em torno de algumas linhas de acção conjunta”, a serem apresentadas brevemente. O director do Secretariado Nacional da Cultura regista ainda que “falar da cultura é falar de uma realidade transversal, é perceber que hoje a evangelização não pode acontecer em circuitos fechados, não pode ser num discurso intra eclesial”. Passa antes por uma evangelização que apresente uma visão do homem e do mundo acente “numa proposta em diálogo com a sociedade civil”, conclui.
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Fonte: Ecclesia

MISERICÓRDIA DE ÍLHAVO

Professor Fernando Maria (foto do meu arquivo)
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HOSPITAL DE CUIDADOS
CONTINUADOS ESTARÁ
CONCLUÍDO EM 2009
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Na Rádio Terra Nova li hoje uma notícia que me agradou: A Misericórdia de Ílhavo vai ter o seu Hospital de Cuidados Continuados em 2009. A garantia foi dada pelo professor Fernando Maria, provedor da Santa Casa, e tudo indica que vai ser assim. Porque o professor Fernando Maria não é homem para prometer uma coisa e fazer outra. Esta notícia agradou-me porque se trata de uma valência necessária na nossa região, como certamente noutras. Cada vez há mais doentes e idosos acamados e a precisarem de muita atenção, tanto mais que as famílias, por força das circunstâncias, têm, cada vez menos, pouca disponibilidade para oferecerem aos seus familiares nessa situação os cuidados de que carecem. Mas se é verdade que a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo vai apostar em força nesta valência, que se pretende modelar mesmo a nível do País, também é bom esperar que as forças políticas e sociais, bem como toda a população do concelho, venham a ajudar a erguer este Hospital de Cuidados Continuados, que se destina a todos. Agora ou mais tarde. F.M.

ABORTO - 13

Cardeal-Patriarca escreve aos párocos
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Celebração litúrgica
não pode ser lugar
de campanha,
alerta D. José Policarpo
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D. José Policarpo enviou uma carta aos párocos e comunidades cristãs do Patriarcado de Lisboa a respeito do próximo referendo ao aborto, frisando que a celebração litúrgica não pode ser lugar de campanha, “rebatendo argumentos contrários, analisando vertentes políticas e sociológicas do problema”. A missiva sublinha, no entanto, que isso não impede a organização, noutros momentos e espaços, de “debates de esclarecimento mais abrangentes, para os quais podem pedir a colaboração de pessoas preparadas para esclarecer acerca das variadas questões que este referendo levanta”. O voto no Não, segundo o Cardeal-Patriarca, deve ser claro para todos os católicos. “A doutrina da Igreja sobre a vida, inviolável desde o seu primeiro momento, obriga em consciência todos os católicos. Estes, para serem fiéis à Igreja, não devem tomar posições públicas contrárias ao seu Magistério”, assinala. A carta, publicada na página oficial do Patriarcado, sublinha que “o drama do aborto voluntário” implica sérias questões morais e “desafia a Igreja e a sociedade a encontrar respostas positivas, na linha do amor fraterno, na ajuda a todas as mulheres que vão ser mães”. A próxima campanha será, neste contexto, “momento de esclarecimento das consciências e não de exclusão de ninguém do nosso amor fraterno”, aponta D. José Policarpo. O texto termina com um rápido olhar sobre os principais pontos da doutrina da Igreja sobre a vida: toda a vida é dom de Deus; a vida humana é um todo inseparável, desde a fecundação até à morte natural; o respeito pela vida dos outros, em todos os seus momentos, é dever imposto pela lei natural e universal, base da exigência ética e da cultura; a resposta cristã para os problemas e para os pecados no cumprimento deste mandamento está no perdão e na ajuda de Deus e no mandamento do amor fraterno.
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Fonte: Ecclesia

SÃO GONÇALINHO

À espera das cavacas (Foto do meu arquivo)
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ATIREM-SE AS CAVACAS
DO ALTO DA CAPELA
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A tradição das festas em honra do padroeiro do Bairro da Beira-Mar, em Aveiro, continua a atrair cada vez mais populares ao adro da Capela de São Gonçalinho. Só este ano, deverão ser arremessadas seis toneladas de cavacas num ritual usado para o pagamento de promessas ao santo.
Por Maria José Santana (texto)
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Assim que as badaladas do sino se fazem ouvir, as pessoas que se amontoam no adro começam a procurar o melhor lugar possível para apanhar as cavacas que são arremessadas do alto da Capela de São Gonçalinho. Alguns recorrem a guarda-chuvas abertos, virados ao contrário, para ajudar na "apanha". Mas há também quem se sirva de apetrechos um pouco mais rebuscados: um camaroeiro (rede normalmente usada na apanha de camarões) atado a um cabo que pode atingir os quatro metros de altura, ou mais.
A ideia é apanhar o máximo de doces que são atirados pelos devotos a São Gonçalinho, o padroeiro do Bairro da Beira-Mar, em Aveiro, que pagam assim em cavacas as promessas que fizeram ao santo. Dalila Sobreiro toma o seu lugar na extensa fila de devotos que querem subir ao alto do templo para cumprir a sua promessa. "Já venho há 30 anos atirar dez quilos de cavacas", relata ao PÚBLICO, a propósito do ritual que está prestes a levar a cabo e no qual foi iniciada pela sogra.
:: Leia mais no "PÚBLICO"

JANEIRAS - 2

COLABORAÇÃO DOS LEITORES
Jovem tocador de cavaquinho
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GRUPO ETNOGRÁFICO
EM MOREIRA DA MAIA
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É com muito gosto que vejo o meu (também seu) grupo no seu blogue. Não estive em sua casa, cheguei um pouco mais tarde, mas foi com grande satisfação que cantámos para si e para todos os que nos querem ouvir.
Ontem à tarde estivemos em Moreira da Maia a cantar os nossos cânticos dos Reis, cânticos bem gafanhões. Todas as pessoas gostaram, e podemos dizer, sem falsa modéstia, que os nossos não serão os mais bonitos, mas são tão bonitos como os das outras terras, apesar de não termos tantas tradições das Janeiras, como alguns grupos que lá se apresentaram. Um abraço amigo
do Rubem da Rocha

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