quarta-feira, 29 de março de 2006

AVEIRO: Imagens doutros tempos

Posted by Picasa
Aveiro: Quartel de Sá (Início do século XX).
À direita vê-se o fontanário

Um artigo de António Rego

A geração MP3 Bill Gates já tinha profetizado, há algum tempo, que o DVD – sucedâneo das cassetes de imagem – estava em vias de extinção porque a magia do computador aliada à televisão interactiva alcançaria uma solução mais perfeita (e certamente mais rentável). Agora voltou atrás subscrevendo um dos modelos de disco com maior capacidade e qualidade, a chegar ao mercado. Tudo isto não passaria de mais um evento técnico e comercial se se não inscrevesse na panóplia de peças que se escondem na mochila e na cabeça da juventude de hoje, que alguém já classificou de “chipada”. Parece, à primeira vista, que durante muitos séculos, havia um gráfico homogéneo que definia as diversas gerações. Certamente durante milénios os adultos pensaram o mesmo dos jovens. E os jovens terão dito o mesmo dos mais velhos. Pelo menos dentro dos padrões culturais mais próximos e a que fomos tendo acesso mais pelas histórias do que pela História. Não é muito fácil definir “novas tecnologias” na área dos consumíveis. Trata-se de instrumentos com uma curtíssima esperança de vida. Envolvidos no mercado, nascem com estonteante pressa de morrer, para dar lugar a uma nova geração ou topo de gama que deve ter os dias contados, para se tornarem rentáveis e competitivos. E assim sucessivamente.Que usam hoje os adolescentes e jovens? Um emaranhado infindável de siglas numéricas que significam som, imagem, comunicação, grafia, resposta, pressa, instinto, sensibilidade, prazer, interacção. Um compêndio de filosofia e moral em módulos e chips. A maior parte acedida pela Net, ou televisão, ou grupo, ou por um amigo. E propaga-se alegremente em pirataria, espécie de truque dos pobres e mercado clandestino que afecta os criadores e os vendedores. Este pacote de levíssima ponderação tornou-se companhia e centro de procuras, trocas, prendas e negócios, consoante as idades.
Que benefícios e estragos gera toda essa tralha nos neurónios e afectos dos utentes? Possivelmente molda uma juventude como Presley marcou a de cinquenta e Dylan a geração seguinte. E correm, entretanto, décadas marcadas pelo rap, pelos dinossauros, pela mecânica, pela tatuagem, pelas cores, pelos jogos electrónicos, pelos grafiti, pelos códigos, pelo imediato, pela transgressão como forma de originalidade. E por muito mais, que não é nem soma nem subtracção de análises sempre imperfeitas. Estamos perante uma sequência aparentemente incontrolável de evoluções rápidas que parecem fazer estremecer os valores patrimoniais lentamente cotejados pelas evoluções dos milénios que nos precederam. A análise mais simplista reconduz sempre à lamúria clássica de no meu tempo não era assim ou os jovens de hoje não cultivam valores. É preciso ir paciente e inteligentemente mais longe para compreender que as gerações e culturas não se edificam nem tombam com duas palavras de ordem. A humanidade é um contínuo vaivém mesmo no meio de convulsões que parecem radicais. O desafio cristão implica a pesquisa de padrões mais sólidos que a comparação moralista com as gerações mais recentes. Tentando sobretudo compreender o que pretendem exprimir em tantos gestos e palavras que surgem simplesmente como absurdos à análise de superfície. E aprendendo com eles os valores que, desarrumadamente, nos transmitem. É um erro primário dizer que os jovens de hoje não cultivam valores. É preciso descobri-los no meio dos decibéis do MP3 e das senhas que, continuamente, trocam entre si e com os que com eles procuram dialogar. Sem diabolizar nem beatificar pelas primeiras impressões.

terça-feira, 28 de março de 2006

CNIS apresenta nova direcção aos partidos

Padre Lino Maia encontrou-se com o PCP O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Pe. Lino Maia, encontrou-se hoje com Jerónimo de Sousa na sede do PCP, em Lisboa.
O líder comunista argumentou que a Constituição da República prevê o carácter complementar das acções das instituições de solidariedade e manifestou a disponibilidade do grupo parlamentar do PCP para “contribuir para clarificar o estatuto legal e o papel” daquelas instituições.
Por seu lado, o Pe. Lino Maia, que pediu a reunião com o PCP e com os outros partidos para apresentar os novos órgãos sociais da CNIS, eleitos em Janeiro, destacou a necessidade de o Governo fazer uma “diferenciação positiva” nos acordos de cooperação com as instituições.
A CNIS é a principal organização representativa das instituições particulares de solidariedade social – IPSS’s – em Portugal. Congrega milhares de associações que operam no apoio aos idosos, à infância e aos deficientes e a outras situações de carência, como populações de bairros desfavorecidos.
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Fonte: Ecclesia

Ainda o caso do afegão convertido

Afegão convertido
ao cristianismo
pede asilo no estrangeiro
O afegão Abdul Rahman, ameaçado com a pena de morte por se ter convertido ao cristianismo, pediu asilo no estrangeiro, anunciou ontem a ONU em Cabul.
"Abdul Rahman pediu asilo fora do Afeganistão", indicou um porta-voz das Nações Unidas, Adrian Edwards, acrescentando que o afegão espera que um dos países interessados o acolha para "dar uma solução pacífica ao seu caso".
O Supremo Tribunal afegão decidiu este Domingo suspender o processo do muçulmano convertido ao cristianismo. A Santa Sé divulgou algumas passagens da carta que o Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, enviou em nome do Papa a Hamid Kazai.
Na missiva, com data de 22 de Março, afirma-se que o apelo de Bento XVI em favor de Rahman é baseado numa “profunda compaixão humana”, na “firme convicção na dignidade da vida humana” e no “respeito pelo direito à liberdade de consciência e religião de cada pessoa”.
Abdul Rahman, 41 anos, foi detido há três semanas em Cabul porque, quando trabalhava no Paquistão, há 16 anos, abandonou o Islão e converteu-se ao cristianismo, um acto que é passível de pena de morte, segundo a ‘sharia’ (lei islâmica), que vigora no Afeganistão.
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Fonte: Ecclesia

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

O Humor e a Guerra Mesmo sendo certo que a vida real é composta de drama e comédia, muitas vezes com forte predominância do primeiro, também é certo que o Cinema prefere marcar de uma forma clara o género em que insere determinada obra. As comédias são para rir; os dramas para "chorar". Com o avançar dos anos tal atitude foi-se diluindo, tomando uma posição, cada vez mais forte, a chamada comédia dramática, em que o mundo se vê um tanto mais equilibrado, com vertentes risonhas convivendo com outras em que a felicidade não tem lugar.Quando, em 1997, Roberto Benigni realizou "A Vida É Bela", até certo ponto abriu-se uma nova janela. A vertente humorística era suficientemente marcada para ser inegável estarmos perante uma comédia; a vertente dramática era tão dura que não podia deixar de despertar cruéis memórias - recordações para uns, informações para outros - de uma dureza incontornável. Benigni repete a receita em "O Tigre e a Neve". Não temos já os nazis e os seus crimes de guerra sobre populações civis, mas antes a situação iraquiana resultante de uma guerra que inicialmente pareceu demasiado fácil. Uma vez mais o espectador se confronta com um actor que actua em tom de farsa, dirigido por um realizador - que é a mesma pessoa - que aprofunda e trata os acontecimentos de forma a deixar bem viva a expressão da crueldade humana. Dois estilos contraditórios, com os mesmos factos observados ou observáveis sob as duas diferentes perspectivas. Tirar humor das desgraças de cada personagem não é trabalho fácil, sobretudo quando se quer manter a verdadeira dimensão do drama sofrido. Pode dizer-se que Benigni iniciou um novo estilo de comédia/drama, capaz de chocar alguns espectadores mas que tem a qualidade de expor uma sólida crítica social, mesmo que esta só seja assimilável com uma cuidadosa leitura de cada obra e o abandono de alguns preconceitos que se possam opor à forma de tratamento do tema.

Afegão que se converteu ao cristianismo foi libertado

Pressões internacionais
devem ter pesado
na decisão da Justiça afegã
O afegão detido e ameaçado de morte por se ter convertido ao cristianismo foi libertado da prisão, anunciou hoje o ministro afegão da Justiça, Sarwar Danish. De acordo com o ministro, o cidadão Abdul Rahman "foi libertado da prisão segunda-feira à noite". Poucas horas antes, o procurador-geral adjunto de Kabul tinha anunciado que Abdul Rahman estava livre "para sair da prisão". "Tomámos a decisão de o libertar e enviámos nesse sentido uma carta ao Ministério da Justiça", disse o procurador-geral adjunto, Mohammed Aliko. Abdul Rahman, ameaçado com a pena de morte por ter renegado o Islão e se ter convertido ao cristianismo, tinha sido detido há duas semanas e, segundo a lei islâmica, incorria na pena de morte.
Depois de conhecida a prisão do afegão por se ter convertido ao cristianismo, as pressões dos países que mantêm tropas no Afeganistão e outras dos defensores dos Direitos Humanos devem ter pesado na decisão da Justiça daquele país muçulmano. Isto prova que o mundo deve continuar atento a estas ofensas aos Direitos Humanos, para que os homens e mulheres possam livremente optar pelas ideias e ideais que considerem mais justos.
E a propósito, quando é que os cidadãos e cidadãs livres do mundo encetam campanhas para que as mulheres em muitos países islâmicos deixem de ser tratadas como escravas? Quando é que a ONU e outras organizações internacionais se unem para acabar com a discriminação das mulheres, sobretudo nas nações islâmicas? Não é sabido que elas não possuem os mais elementares direitos cívicos, políticos e sociais, em nome do Corão, que o mesmo é dizer de Alá, o Deus único?
F.M.

AVEIRO: Imagens doutros tempos

Aveiro: Cheias de 1938, na Praça Melo Freitas