domingo, 29 de janeiro de 2006

II CONGRESSO DA CNIS, EM FÁTIMA

Aspecto da assembleia dos congressistas
(Foto Solidariedade)
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HÁ MUITOS PORTUGUESES
QUE SE ENTREGAM, COM ENTUSIASMO,
AO SERVIÇO DOS FERIDOS DA VIDA
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Tive o privilégio de participar, como convidado, no II Congresso da CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Nacional), que se realizou em Fátima no último fim-de-semana. E digo que foi um privilégio, porque tive o grato prazer de reencontrar centenas de dirigentes e funcionários das IPSS, que há muitos anos se dão, com total entrega, à causa da solidariedade social no nosso País. Quando se prega que a nossa sociedade é egoísta, onde cada um procura resolver os seus problemas, muitas vezes pisando quem encontra pela frente, é justo sublinhar o trabalho e o esforço de tantos dirigentes que vivem, no dia-a-dia, o voluntariado, sempre em favor dos feridos da vida. Foram essas pessoas, de todas as idades, que, durante dois dias, equacionaram obstáculos e formas de os ultrapassar, que trocaram experiências no sentido do enriquecimento mútuo, que encontraram outras e bem diversas realidades, que se indignaram com a lentidão com que os problemas da solidariedade social são resolvidos, com o abandono a que são votadas instituições, por parte de departamentos estatais. Foi gratificante sentir e ficar a saber que as IPSS portuguesas representam uma “expressão única na Europa”, obviamente pela positiva, que houve gente que saiu do congresso com vontade de fazer mais e melhor na luta contra pobreza, contra a marginalidade, contra as dependências e contra a solidão de tantos. Foi muito bonito ver gente jovem a dialogar com os mais velhos, uns e outros aprendendo e ensinando, numa perspectiva de criarem, nas suas instituições, alternativas a processos talvez obsoletos, ou de responderem a novos desafios que a sociedade e as pessoas vão sentindo, não raro envergonhadamente. Por tudo isso, valeu a pena ter estado dois dias com tanta gente generosa e de sorriso franco, e com muito optimismo em relação ao futuro. Fernando Martins

GOTAS DO ARCO-ÍRIS

ARCO-ÍRIS….OU…AURORA BOREAL?
Caríssimo/a:
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Era quanto bastava para nos espevitar a curiosidade e a vontade de correr para a Barra o aparecimento, lá ao longe, dos mastros dum navio que iria seguir rumo aos Bancos…Ainda no outro dia, estávamos de visita a um Amigo, quando surgiram os mastros dum cargueiro e logo:
-Onde é que podemos ir para ver o barco?
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Não admira, pois, que um livro que nos cheire seja logo requisitado para uma leitura sossegada e interrogativa. Assim com o “Creoula”. E que horas de gozo íntimo nos proporcionou. Mas não só…Ora, atenta nestes parágrafos que de lá retirei:
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«…A operação (levantar o lanço) era violenta e esgotante… as mãos maltratadas pelas picadas dos anzóis, a água salgada gelada, os sucos do peixe…
Valdemar Aveiro, em “Figuras e factos do passado”:
“Mas as mãos? Ai as mãos! Embora protegidas com luvas de lã grossas de um só dedo, de que valia isso? O aparelho de pesca tinha de ser alado das profundezas geladas, qual rosário de contas palpitantes de vida, que iam metendo dentro com a ajuda de um pequeno “bicheiro”. Logo ficavam encharcadas, a escorrer também elas um fio contínuo de baba ácida de sal, que a pouco e pouco, com o passar dos dias, ia abrindo sulcos profundos, gretas horrorosas nas mãos encortiçadas. Rosário escaldante de frio, que fazia cair em crostas grossas a pele dessas mãos que não desistiam de rezar, mas onde eram apenas contemplados os mistérios dolorosos! Quantas vezes, de tão engrunhidas, mal conseguiam apertar as nepas de borracha, tornando-se a operação de meter dentro o aparelho, um lento e longo suplício!”» [pág. 25]
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E logo a seguir:
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«O dia de trabalho pesava, com doze ou mais horas de pesca e seis ou sete a processar o peixe. Se tudo corresse regularmente, restavam quatro a cinco horas para comer e descansar. E só depois de tudo arrumado se despiam as roupas oleadas e se adoçavam as mãos, a cara e o pescoço com a medida de três quartos de litro de água doce distribuída pelo cozinheiro.O piloto ministrava então os curativos: soluto de sulfato de cobre para as “bexigosas” dos pulsos provocadas pelo roçar do oleado. Para picadas de anzóis, amoníaco que queima os tecidos. Para as gretas dos dedos, fios de lã empapados em sebo de Holanda, que servia para untar as botas de cabedal.
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A água doce era muito racionada. Depois da escala, havia a distribuição da ração de água, mas em certas ocasiões até essa ficava comprometida.
“A gente tinha as mãos cheias de feridas, dos anzóis e das lulas… fazia ferida nas mãos e a gente se queria adoçar as mãos com uma pinga de água doce ia lá abaixo ao rancho, agarrava no bule, enchia a boca com água e vinha com a boca cheia de água. Chegávamos cá acima e começávamos a botar nas mãos, lavar as mãos com água da boca, para adoçar a mãos… adoçar as feridas…”» [pág. 30]
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Talvez agora se compreenda a razão por que, quando o como mais ou menos regado com azeite, o bacalhau teima em não querer seguir viagem!...
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E hoje a minha saudação muito especial vai para esses heróis desconhecidos que, muitas vezes, com o arco-íris no coração, terão contemplado a aurora boreal!
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Manuel

sábado, 28 de janeiro de 2006

LEITURA PARA MOÇAMBIQUE

EX-COMBATENTES DE ÍLHAVO
EM MOÇAMBIQUE Um Grupo de Ex-Combatentes (Utramar) residentes no Concelho de Ílhavo vai realizar uma viagem a Moçambique com o objectivo de conhecer as realidades daquele país e ali encontrar-se oficialmente com os respectivos Governadores locais. Esta iniciativa contempla a oferta de livros ou material de escritório para as respectivas escolas e/ou bibliotecas. É neste contexto que Fernando Gomes (Sindicato dos Trabalhadores do Porto de Aveiro) e José Manuel (Presidente do Grupo Desportivo da Gafanha), como participantes activos deste grupo tomaram a liberdade de solicitar à APA a amável colaboração nesta pequena iniciativa. Assim, solicita-se a todos os colegas que tenham material escolar ou livros de que já não necessitem que os destinem a esta bonita acção: “Leitura para Moçambique”.Há recipientes na SEDE e no Terminal Norte para que possam proceder ao respectivo depósito, até 31 de Janeiro.
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Fonte: "Site" do Porto de Aveiro

Encontro Nacional "HERITY"

Encontro "Herity",
no Museu Nacional
de Etnologia
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A HERA-Associação para a Valorização e Promoção do Património, atenta às inovações na área da gestão do património e desenvolvimento do turismo cultural, vem por este meio divulgar o ENCONTRO NACIONAL "HERITY"- Gestão de Qualidade do Património Cultural.
O Encontro terá lugar no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, no dia 1 de Fevereiro.
Para mais informações, contactar a Hera, através de www.heraonline.org

PRIMEIRA ENCÍCLICA DO PAPA: Reacções e comentários

“DEUS É AMOR” “Deus caritas est” (Deus é amor) é a primeira encíclica do Papa Bento XVI, um teólogo há muito respeitado na Igreja, que agora vem mostrar aos cristãos e ao mundo o núcleo da fé católica.
O Papa procura apresentar uma “fórmula sintética da existência cristã”: Deus é amor e os cristãos acreditam nesse amor, fazendo dele a “opção fundamental” da sua vida.
O texto é estruturado em duas partes. A primeira, mais teórica, unifica os conceitos de Eros (amor entre homem e mulher) e Agape (a caridade, o amor que se doa ao outro); na segunda, centra-se na acção caritativa da Igreja, que apresenta como mais do que uma mera forma de “assistência social”, mas como uma parte essencial da sua natureza.
Esta encíclica é a primeira do Papa e, por isso, a mais aguardada. Todos esperavam ver nela uma espécie de “programa” de pontificado, e, de certa maneira, ele está presente nas linhas da “Deus caritas est”.
Como o próprio reconhece, “num mundo em que ao nome de Deus se associa, às vezes, a vingança ou mesmo o dever do ódio e da violência”, falar de Deus como amor “é uma mensagem de grande actualidade e de significado muito concreto”.
A encíclica parte de uma citação da I Carta de São João: “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4,16). Para Bento XVI, começa aqui a desenhar-se o seu primeiro objectivo, devolver ao “amor” o seu esplendor original.
Hoje, como lembra o Papa, o amor é utilizado por tudo e por nada, o que faz com que, na maioria dos casos, estejamos na presença de caricaturas e não do verdadeiro amor. Por isso, defende no seu documento que é preciso regressar à origem, “ao amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros”.
O amor é apresentado como “uma única realidade, embora com distintas dimensões”, desde o apaixonado “eros” que, passando por um caminho de “purificação”, desemboca na “agape”, no amor que renuncia a si mesmo, em favor do outro.
Desde o início da encíclica, o Papa apresentou a relação entre homem e mulher como o “arquétipo” do amor. No número 6, explica-se que o ser humano passa “do amor indeterminado e ainda em fase de procura” para “a descoberta do outro” e que dessa evolução do amor faz parte que ele procure um “carácter definitivo”: “no sentido da exclusividade e no sentido de ser para sempre”.
(Para ler mais, clique Ecclesia)

Um poema do Patriarca Atenágoras

TEMPO NOVO ONDE TUDO É POSSÍVEL Consegui desarmar-me. Participei nesta guerra. Durante anos e anos. Foi terrível. Mas agora estou desarmado. Já não tenho medo de nada, porque “o amor afugenta o medo”. Estou desarmado da vontade de prevalecer, De me justificar à custa dos outros. Já não estou alerta, Zelosamente apegado às minhas riquezas. Acolho e partilho. Não me importam especialmente as minhas ideias, os meus projectos. Se me propõem outros melhores, aceito-os de bom grado. Quer dizer, não os melhores, mas os bons. Bem sabem, renunciei ao comparativo… O que é bom, verdadeiro, real, esteja onde estiver, É o melhor para mim. Por isso já não tenho medo. Quando nada se possui, já não se sente medo. “Quem nos separará do amor de Cristo?” Mas, se nos desarmarmos, se nos despojarmos, Se nos abrirmos ao Deus homem que renova todas as coisas, Então é Ele que apaga o passado mau E nos devolve um tempo novo, Onde tudo é possível. ---- Patriarca Atenágoras Atenágoras I foi Patriarca de Constantinopla de 1948 a 1972 e, portanto, o maior representante da Igreja Ortodoxa. Aristokles Spyrou (nome de baptismo) nasceu em 1886, em Epiro (Grécia), e morreu em Istambul (Turquia) em Julho de 1972. O Papa Paulo VI e o Patriarca de Constantinopla encontraram-se três vezes (no Vaticano, no decorrer do Concílio; em Jerusalém; e durante a viagem papal a Istambul, Éfeso e Esmirna), lançando as bases para um entendimento entre a Igreja Católica e a Ortodoxa, separadas desde 1054. Fonte: Correio do Vouga

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa REDE DE SERVIÇO SOLIDÁRIO,
UM BEM A NÃO DESVIRTUAR Os números dizem muito pouco, quando comparados com a realidade que se vive por esse país fora. Refiro-me à rede extraordinária das instituições particulares de solidariedade social que actuam nas diversas comunidades, possibilitando respostas sociais, necessárias e urgentes, que o Estado nunca, por si só, poderia dar, com igual dedicação e os mesmos gastos. É uma reflexão, a que os cidadãos sem preconceitos, têm de se habituar: verificar que há soluções para muitos problemas das pessoas no campo social, agora só falamos neste, que as instituições particulares, dentro das regras e das normais exigências, fazem melhor e mais economicamente que os serviços do Estado. Alguns, que não abdicam do ideal do estado providência e permanecem nostálgicos de um estado colectivista centralizador, irmãos gémeos de há muito falidos, continuam a lutar contras as instituições particulares, distorcendo conceitos e dados, como se a vida em democracia fosse de sentido único ou apenas calibrada pela visão estrábica de pessoas e de grupos, mais barulhentos e teimosos para os quais há sempre púlpito aberto Quando se fala do contributo financeiro a estas instituições para realizarem uma missão que é da responsabilidade do Estado, pois é ele que arrecada os impostos para obviar às necessidades gerais dos cidadãos e às exigências normais do bem comum, soltam-se gritos indignados, como se se tratasse de sanguessugas a chupar, para proveito próprio ou só de alguns, o dinheiro de todos. Procurem saber, se o conseguirem, quanto gasta o Estado com as poucas instituições de solidariedade que ainda teima em manter sob a sua direcção e comparem com o que recebem, com igual número de beneficiados, as instituições particulares. Depois, falem, porque o facto dá argumento que chegue e sobre para tal. Neste e noutros campos. As instituições de solidariedade são, no seu conjunto, o maior empregador, mormente em concelhos sem indústria significativa. E são o maior benfeitor das pessoas socialmente mais carecidas, em virtude das condições de trabalho de muitos casais com filhos e pais dependentes, da do crescente número de idosos, das muitas formas de exclusão social, da atenção qualificada a grupos sociais mais vulneráveis, da possibilidade de ocupar e de tirar da rua muitas crianças, cujos pais estão presos a rigorosos horários de trabalho. Quando se visita uma zona que tinha há uma dúzia de anos duas ou três instituições de solidariedade e hoje as tem em todas as freguesias do concelho, sejam elas da iniciativa da Igreja ou de cidadãos voluntários que se associaram para o efeito, então se vê a diferença, em número e qualidade, das respostas sociais que foi possível implementar para problemas que já existiam e iam apodrecendo aos poucos. Os governantes, em momentos festivos, que controlam ao milímetro até no dizer da placa de inauguração ou de simples visita, vêm ver, embora sempre à pressa. Desfazem-se, depois, em elogios simpáticos, porque nunca imaginaram que numa aldeia escondida, se pudesse fazer tanto bem e com tanto amor e dedicação. Raramente, porém, isto chega para dar outra orientação às leis e outro sentido à administração dos dinheiros públicos e até outro teor da comunicação oficial que mais pretende fazer passar a ideia de um favor que se faz às pessoas e instituições, que de um dever que se cumpre e nem sempre bem, nem atempadamente. Agora, entram as Câmaras no concerto. Vale a pena reflectir sobre a colaboração pedida e o espírito que parece animar a mesma. As instituições não são políticas, nem pode ser político o serviço social a quem dele precisa. Saberá isto a gente da capital?

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