segunda-feira, 4 de abril de 2005

Mensagem do Bispo de Aveiro sobre a morte do Papa

D. António Marcelino
JOÃO PAULO II
- UM TESTEMUNHO QUE NOS ENRIQUECEU A TODOS Comecei a escrever estas palavras quando, preso à catadupa de notícias que chegavam ao mundo inteiro, se ia dizendo da gravidade do estado de saúde do Papa, cuja vida, presa por um fio, estava a chegar ao seu termo. Invadiu-me, então, uma forte emoção que não tentei reprimir. Algumas lágrimas, nascidas de um coração sensível, que aceitava, sem reticências, o querer de Deus, marejaram-me os olhos. Lágrimas de sentida gratidão. O Papa é um mortal, como qualquer de nós. A sua fragilidade física, a aumentar cada dia, vinha-me preparando para momentos de inevitável pesar. João Paulo II é um irmão, muito chegado, que me entrou, por inteiro, no coração e na vida, e me permitiu a experiência pessoal, já iniciada com Paulo VI, de tocar de perto e com uma normalidade inesquecível, a possibilidade de uma Igreja hierárquica próxima das pessoas, o calor da comunhão fraterna a estimular, cada dia, o sentido de serviço, a abertura a todos, sem excepção, porque ele sabia que em todos se esconde e se pode encontrar o Deus amor, que de mil modos actua e se revela. Todos os bispos, por força da sua missão, mantêm uma especial relação com o Papa, com encontros pessoais regulares, pelo menos de cinco em cinco anos, em visitas programadas. Para além destes encontros com João Paulo II que, para mim, foram vários, dado os trinta anos de episcopado que estou prestes a completar, muitos outros se proporcionaram pela minha participação em três sínodos dos bispos com a presença diária do Papa, e nos vários simpósios dos bispos da Europa, realizados em Roma. Ainda nas suas vindas a Portugal ou em idas minhas a Roma, por motivo de reuniões e congressos com audiência papal. Sempre encontros gratificantes. Foi também a concelebração eucarística em grupo na capela pessoal do Papa e, meia dúzia de vezes, a refeição à sua mesa de todos os dias. Toda esta proximidade gerou estima, amizade e admiração e até um certo à-vontade. Podíamos, então, fazer perguntas ao Papa e estabelecer uma conversação que nada tinha de formal. João Paulo II favorecia muito esta aproximação, com o seu interesse, bom humor e conhecimento da nossa língua, fazendo questão de falar e querer que falássemos em português. No sábado à noite estava a celebrar a Confirmação numa paróquia da diocese, quando a notícia, por demais esperada, chegou. Convidei o povo a rezar e a agradecer o grande dom à Igreja e ao mundo, que foi João Paulo II e pude, então, aplicar logo por ele a Sagrada Eucaristia. Dei graças a Deus por assim ter sido. Foi para mim o momento mais propício para acolher, para rezar, para agradecer. Eu sei que o Papa continua vivo. O muito que nos deixou é património da Igreja e da humanidade. Não o quero perder. Não o podemos perder. António Marcelino, Bispo de Aveiro

Exéquias pelo Papa na Sé Catedral

Sob a minha presidência, haverá exéquias solenes na quinta-feira, dia 7, na Sé Catedral de Aveiro, às 19 horas. Dado que os Bispos de Portugal se encontram em assembleia plenária em Fátima, de segunda a quinta-feira, só nesse dia posso estar, como é meu desejo e meu dever.
Para esta celebração convido os presbíteros e os diáconos, os consagrados e os leigos, os jovens e os adultos, a diocese e a cidade, representantes das paróquias e dos movimentos apostólicos.
Convido, também, as diversas instituições da comunidade civil e todas as pessoas de boa vontade, porque, para ninguém, João Paulo II é uma pessoa estranha.
Peço a todos os párocos que organizem, nestes dias, celebrações de sufrágio pelo Santo Padre de modo a que todos os paroquianos se possam associar, em oração fervorosa, por João Paulo II e, em serena reflexão, pelo que a sua vida significou e significa para a Igreja, para o mundo, para cada um de nós.
António Marcelino, Bispo de Aveiro

Sé de Aveiro: Exéquias solenes em memória do Papa

Na Sé de Aveiro, D. António Marcelino presidirá, na próxima quinta-feira, pelas 19 horas, às exéquias solenes, em memória do Papa João Paulo II.
Entretanto, o prelado aveirense confessou à Renascença estar muito emocionado com a forma como o mundo está a reagir à morte de João Paulo II, tendo frisado que a abertura demonstrada nos últimos dias pela China para um novo relacionamento com a Igreja Católica já é uma graça do falecimento do Papa.
D. António Marcelino considerou que João Paulo II levou, durante o seu Pontificado, o diálogo ecuménico a um patamar tão elevado, que o próximo Papa não pode deixar de continuar.
Todos as pessoas são convidadas a participar nesta cerimónia, que se realiza no dia anterior ao funeral do Papa João Paulo II.

Papa enfrentou regimes e sistemas

O Papa enfrentou regimes e sistemas, afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, no domingo, na missa por alma de João Paulo II
Só na generosidade, solidariedade e no compromisso com os outros, o Homem descobre a sua própria vida. "Foi isso que fez de João Paulo II, não só um grande pastor da Igreja mas um grande símbolo da humanidade", realçou D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa, na homilia da celebração de domingo, na Sé de Lisboa. Nesse abraçar "apaixonadamente o destino da humanidade, agigantou-se a energia espiritual de um grande crente", afirmou o Cardeal de Lisboa, que é também o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. A força deste homem que o fez percorrer o mundo e "enfrentar as grandes causas da humanidade foi a força da fé". "A sociedade contemporânea, na variedade de religiões e culturas, nas contradições paradoxais entre desejos anunciados e caminhos percorridos, no traumatismo de páginas da história que todos gostaríamos de esquecer, o ateísmo e a descrença assumidos como valores, parece mais antagónica que convergente com este anúncio de esperança cristã", referiu o purpurado. João Paulo II - sublinha D. José Policarpo - foi "um dos que ousaram percorrer corajosamente esses caminhos". Na sua primeira visita a Portugal, recorda o Patriarca de Lisboa, João Paulo II disse-lhe: "bispo é aquele que vai sempre à frente" e que "discerne caminhos novos". Durante o Pontificado deste Papa, "tivemo-lo como pastor corajoso. Sempre à frente com passada rasgada e decidida. Não escondendo o peito das ameaças que pesam sobre a Igreja e sobre o homem. Chocando o mundo e surpreendendo muitos. Galvanizando multidões", disse na homilia o Patriarca de Lisboa. No seu caminho pastoral, João Paulo II enfrentou "regimes e sistemas"; "quebrou tabus" e "abriu as portas do diálogo entre culturas e religiões", sublinhou D. José Policarpo.
Fonte: Agência Ecclesia

João Paulo II será sepultado na Basílica de São Pedro

Funeral do Papa na sexta-feira
O funeral do Papa João Paulo II terá lugar pelas 10 horas (hora local, 9 horas em Lisboa) de 8 de Abril, sexta-feira. A decisão foi tomada na segunda das Congregações Gerais dos Cardeais, concluída há minutos, com a participação de 65 Cardeais. A missa exequial terá lugar na Basílica de São Pedro, sob a presidência do Cardeal Joseph Ratzinger, Decano do Colégio Cardinalício. Posteriormente, o corpo do Papa será sepultado na cripta da Basílica de São Pedro, após as cerimónias de encomendação. O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, negou que João Paulo II tivesse manifestado qualquer vontade ou explicitado qualquer disposição para ser sepultado na Polónia. Hoje, 4 de Abril, o féretro de João Paulo II será trasladado pelas 17 horas da Sala Clementina para a Basílica de São Pedro, seguindo-se uma celebração da Palavra presidida pelo Camerlengo da Santa Igreja Romana, Cardeal Martinez Somalo. Cerca de uma hora depois, os fiéis de todo o mundo poderão prestar a sua última homenagem ao Papa. Tendo em vista o previsível afluxo de peregrinos, a Basílica permanecerá aberta toda a noite, fechando apenas das 2 às 5 horas da manhã, para operações de limpeza. (Para ler o artigo todo, clique ECCLESIA)

domingo, 3 de abril de 2005

Artigo de José Manuel Fernandes, director do "PÚBLICO"

O Papa da liberdade Morreu como sempre viveu: com enorme coragem, a eterna coerência, as convicções inabaláveis, a persistência do lutador que nunca desiste. Sobretudo nunca desiste de ser quem é, de assumir até às últimas consequências a sua liberdade interior, de não se render às circunstâncias, mesmo as mais adversas. As últimas semanas, os últimos meses - os últimos anos? - foram de um grande sofrimento. Karol Wojtyla era um homem tolhido pela doença, diminuído há muito pelo atentado quase fatal de 1981 - agora confirmadamente uma obra do KGB - e que, mesmo assim, não se eximia a qualquer das que acreditava serem as suas obrigações. Num mundo onde a velhice, em especial a degradação do corpo que surge com a doença e a idade, é tantas vezes escondida e motivo de vergonha, João Paulo II assumia-se como era perante todos. Não para exibir a dor ou inspirar piedade, mas porque era um velho doente e queria dizer a todos que um velho doente não deixa por isso de ser o mesmo ser humano, merecedor do mesmo respeito, senhor da sua inalienável dignidade. Num tempo em que tudo fazemos para evitar a dor e fugir ao sofrimento, João Paulo II não deixava de tentar cumprir todos os rituais ligados à sua função mesmo que isso implicasse dor e sofrimento - até porque assumir o sofrimento próprio e entendê-lo como a vontade de Deus faz parte da herança da Cristandade, da crença mais profunda dos fiéis. Acreditar, ter fé, é um dom - e escrevo-o como alguém que conheceu e perdeu a fé. Quando essa fé tem o poder e a intensidade que se percebia em João Paulo II - não é certamente por acaso que D. José Policarpo, patriarca de Lisboa, escreveu que a imagem mais forte que guarda de João Paulo II é do "Papa como um grande crente" - ela determina cada gesto, cada decisão, toda a iniciativa. Admito que é difícil, para todos, mesmo para os católicos, entender o significado integral da entrega de alguém como Karol Wojtyla, sobretudo quando o seu ministério é mais controverso. No entanto julgo que, sobrepondo-se a todas as diferenças de opinião, temos de olhar para o seu legado como algo de que não podemos guardar o que gostamos e esquecer o que não gostamos: temos de o tentar compreender na sua integralidade pois corresponde à imensa coerência e complexidade de alguém que nunca desistiu e sempre lutou pelas suas convicções mais profundas. (Ler o texto na íntegra no "PÚBLICO")

Efeméride: Agostinho da Silva

No domingo de Páscoa de 1994, 3 de Abril, morreu em Lisboa o professor e pensador Agostinho da Silva, depois de uma vida cheia envolta no sonho do 5º império. Do homem que acreditava que o Portugal do século XXI haveria de revelar ao mundo, "sobretudo pelo ser de cada um, o que se vai atingir para além do mundo, com toda a física e metafísica; todas as coisas várias e as mesmas; todos os povos um só e diferentes; todas as características uma e diferentes; todos os ideais diferentes, e um só". Agostinho da Silva nasceu no Porto em 1906 e em 1931 a Universidade da cidade invicta confere-lhe o doutoramento com distinção pela tese que desenvolveu, "O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas". Inconformista, procura conhecimentos e culturas em todo o lado, funda Centros de Estudos no País e no estrangeiro, passa por Aveiro onde foi professor do Liceu José Estêvão, em 1933, profere palestras, cria Universidades e lecciona no Brasil e noutros países de vários continentes, escreveu livros. Foi um autêntico andarilho da cultura e da educação pelos quatro cantos do mundo. Eduardo Lourenço diz do pensador que "a encarnação perfeita de uma experiência transparente", que foi um "místico" e até um "excêntrico". Lembra, ainda, que Agostinho da Silva foi "o homem dos sete ofícios, profeta, pedagogo, sábio, naturalista por conta própria", onde "A Natureza e a face misteriosa, terrífica, o símbolo dos pesadelos e das ficções científicas, repousava nas suas mãos como num berço". F.M.

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue