segunda-feira, 28 de março de 2005

ÍLHAVO celebra feriado municipal

Domingos Lopes
A Câmara Municipal de Ílhavo celebra hoje o feriado municipal, como manda a tradição, com festa e com homenagens a instituições e pessoas que se distinguiram, com mérito, nas suas vidas, nomeadamente: Medalha do Concelho em Ouro: Filarmónica Gafanhense / "Música Velha"; Medalha do Concelho em Vermeil: Eng. José Manuel São Marcos Simões (a título póstumo), Dr. Eduardo Júlio Vaz dos Santos, Associação Humanitária Os Amigos de Ílhavo, New Bedford, EUA; Medalha de Dedicação em Vermeil: Manuel Barbosa Almeida (funcionário CMI); Medalha de Mérito Cultural em Prata: José Domingos Ramos Lopes.
Permitam-me que realce a homenagem ao jovem Domingos, pela importância de que se reveste e pelas razões que a autarquia apontou, quando disse: "O Jovem Cidadão José Domingos Ramos Lopes alcançou notoriedade enquanto estudante da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, ganhando vários prémios em provas nacionais e internacionais de Matemática, nomeadamente: em 2002, Medalha de Bronze nas Olimpíadas Nacionais; Medalha de Bronze nas Olimpíadas Ibero-Americanas (El Salvador); em 2003, Menção Honrosa Olimpíadas Internacionais (Japão), Medalha de Bronze nas Olimpíadas Ibero-Americanas (Argentina); em 2004, Menção Honrosa nas Olimpíadas Internacionais (Grécia). Hoje, com 18 anos e estudante de Matemática na Universidade de Coimbra, José Domingos Ramos Lopes constitui um exemplo que interessa divulgar e promover junto dos jovens, pelo seu desempenho como estudante, em especial na importante área da matemática."

Estratégia de Lisboa, estratégia de Páscoa

Mário Pinto, docente da Universidade Católica Portuguesa, escreve regularmente no PÚBLICO, abordando temas de grande pertinência. Por isso, tenho sugerido aos meus leitores a sua leitura, a par de outras que vou apreciando. Hoje apresento mais esta proposta, para quem tiver tempo de ler. Clique aqui, se quiser ler todo o artigo.

Dia Internacional do Livro Infantil

Os leitores também colaboram no meu Blogue. Hoje, publico um texto de Jeanete Conceição, funcionária da Biblioteca Municipal de Aveiro, onde mostra que está atenta ao que por aqui vou escrevendo, sobre aquilo que me parece importante. O texto da Jeanete é um desafio a outros para que também dêem a sua opinião. É na partilha que mostramos a nossa capacidade de estar com toda a gente.
Voltaremos ao tema do Dia Internacional do Livro Infantil, de preferência com a opinião dos leitores. F.M.
Recanto Infantil da Biblioteca Municipal de Aveiro
No próximo dia 2 de Abril, comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil, dia em que nasceu o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, há 200 anos. E porquê só o dia 2 de Abril? Por que não todos os dias serem Dias Internacionais? Promover o gosto pela leitura entre os mais novos (desde a mais tenra idade) deve ser uma tarefa das Bibliotecas, mas também dos familiares e amigos, para que a leitura faça parte das nossas vidas. Quantos sentimentos podemos transmitir, fazendo sonhar as nossas crianças e jovens através da leitura partilhada de um conto, de uma aventura... O livro pode ser o melhor amigo e o melhor companheiro de uma "viagem imaginária", em que as crianças iniciam "viagens" sozinhas e acabam na companhia do "Soldadinho de Chumbo", de "O Principezinho" ou até do famoso "Harry Potter". Os bebés, mesmo não sabendo ler, também descobrem o tesouro que o livro esconde entre a sua capa. O som vindo do soletrar das palavras, o toque das páginas recheadas de cor e cheiro... são pequenas/grandes prendas que podemos oferecer às nossas crianças, não só no próximo dia 2 de Abril, mas todos os dias. Jeanete Conceição

domingo, 27 de março de 2005

Silêncio do Papa comove o mundo

Pela primeira vez nos 26 anos do seu pontificado, o Papa João Paulo II não pôde presidir às cerimónias da Semana Santa nem dirigir a palavra aos peregrinos que se concentraram na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste Domingo de Páscoa. Enquanto o Cardeal Ângelo Sodano lia a Mensagem do Papa para este dia, João Paulo II seguia a leitura, folha a folha. E quando tentou falar, no momento sempre esperado da bênção "Urbi et Orbi", a voz não lhe obedeceu. Então, o silêncio que se seguiu, comoveu o mundo, tanto dos crentes como dos não crentes. Simplesmente - como referiu um jornalista -, porque todos pudemos ver quanto a força do Santo Padre é superior à sua própria fé, se tal se pode dizer. E os aplausos calorosos da multidão não se fizeram esperar, com lágrimas de comoção a dizerem-lhe, e a dizerem-nos, quanto o Papa continua a ser amado. Na Mensagem, o Sumo Pontífice pede ao Senhor de todos os dons que nos ensine palavras e gestos de paz. "Paz para a terra consagrada pelo Teu sangue e repassada pelo sangue de tantas vítimas inocentes; paz para os países do Médio Oriente e da África, onde continua a ser derramado muito sangue; paz para toda a humanidade, sobre a qual sempre paira o perigo de guerras fratricidas", sublinhou. Além da urgência da paz, a mensagem do Papa lança um apelo à solidariedade: "Dá-nos [Senhor] também a força de uma solidariedade generosa para com as multidões que ainda hoje sofrem e morrem de miséria e de fome, dizimadas por epidemias letais ou prostradas por desastrosas catástrofes naturais", disse. F.M.

Frei Bento Domingues: Mística da Páscoa

1.Perante um coro de monjas apaixonadas por belos rituais litúrgicos, mestre Eckhart (1260-1327) - um célebre místico dominicano que viveu, ensinou, escreveu e pregou em Paris, Estrasburgo e Co1ónia - disse: "Cada dia é a maior das festas: a da existência de Deus."Esta sentença parece contrariar a voz de S. Gregório de Nazianzo (330-390), grande testemunha da antiguidade cristã, para quem a liturgia da Páscoa era a festa das festas, a solenidade das solenidades."Festa" é a reunião solene de uma comunidade. Nela, a comunidade reconhece o que tem de mais íntimo e, ao tomar consciência de si própria, recebe um aumento de vitalidade.
Para ler o resto do artigo de Frei Bento Domingues, ver o PÚBLICO de hoje.

Efeméride: Mário Sacramento

Mário Sacramento

No dia 27 de Março de 1969, faz hoje precisamente 36 anos, faleceu o Dr. Mário Emílio Sacramento, natural de Ílhavo, onde nasceu em 1920, tendo exercido em Aveiro a sua profissão de médico competente e atencioso, desde 1957. 
Humanista de formação marxista, desde cedo se afirmou como opositor ao Governo de Salazar, o que o levou várias vezes à prisão. Figura de militância no Partido Comunista Português, esteve sempre presente nos Congressos de Oposição Democrática realizados em Aveiro. 
Temido pela força dos seus escritos, que tantas vezes foram de difícil publicação pela acção controladora da PIDE, ainda assim deixou importantes contributos literários que, em grande parte, só viram a luz do dia após a sua morte. 
Da sua obra, destaco: "Fernando Pessoa - Poeta da hora absurda", "Fernando Namora - O Homem e a obra", "Há uma estética Neo-realista?", "Carta Testamento" e "Frátria - Diálogo com os católicos ou talvez não", de parceria com o Padre Filipe Rocha e Dr. Mário Rocha. 
Após o 25 de Abril, o seu nome emergiu como bandeira da resistência, em diversas homenagens póstumas, figurando hoje na toponímia das cidades de Ílhavo e de Aveiro. 

FM

Um poema de Eugénio Beirão

PÁSCOA 

Este é o tempo da exultação jubilosa, 
o tempo do mistério fundamental: 
A Morte é Vida e ao Pecado 
sobrevém a Graça. 
Esta é a noite gloriosa da Ressurreição, 
– noite de Luz, noite de Vida. 
Este é o Dia ardentemente esperado 
pela longa vigília dos justos 
na dura travessia da História. 
Este é o tempo da Nova Criação, 
o Dia novo da Imortalidade. 
Alegremo-nos nele e rejubilemos. 
Aleluia! 

In “Invocação de Deus” 

 NB: Eugénio Beirão é o pseudónimo artístico de João Rodrigues Gamboa, nascido em Peraboa, Covilhã, em 1939. Licenciado em Filologia Românica, foi professor do Ensino Preparatório, em Aveiro. Também frequentou, em Portugal e na Holanda, os cursos de pedagogia musical do professor Pierre van Hauwe, tendo composto mais de 200 cânticos diversos para a liturgia católica. Como se percebe, Eugénio Beirão é um inspirado poeta, tendo publicado vários livros.

F.M.