domingo, 27 de fevereiro de 2005

Santa Sé propõe mercados mais justos

  

Cardeal Renato Martino diz que é preciso 
diminuir o número de pobres no mundo 

O Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, defendeu uma globalização "mais justa", baseada "no desenvolvimento integral sustentável e na protecção ambiental". O respeitado membro da Cúria Romana considera indispensável que sejam criados "mercados produtivos e regras justas, com oportunidade de acesso para todos, mas no respeito pelos diferentes ritmos de desenvolvimento". 
Falando sobre os Objectivos do Milénio, o Cardeal Martino alertou para a necessidade de se desenvolverem "laços de solidariedade e parcerias mais estreitas e um sistema mais eficaz nas Nações Unidas", bem como o aumento dos apoios públicos ao desenvolvimento, "para diminuir o número de pobres até 2015". 
O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz apresentava o relatório intitulado "Uma globalização justa: criar oportunidades para todos", do qual é co-autor. "A globalização pode e deve ser mudada: o actual funcionamento da economia mundial sofre de desequilíbrios inaceitáveis do ponto de vista ético e politicamente insustentáveis", escreve. 
O Cardeal Renato Martino é muito crítico ao constatar que, "para a maioria dos homens e das mulheres, a globalização não responde às legítimas aspirações de ter um trabalho digno e um futuro melhor para os seus filhos". Como caminho de futuro, o relatório aponta a promoção de um comércio "équo e solidário" para assegurar uma justa compensação a quem produz materialmente os bens.

Octávio Carmo, da ECCLESIA

Guerra Junqueiro - Antologia

 

REGRESSO AO LAR 

Ai, há quantos anos que eu parti chorando 
Deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte? ... há trinta?...
Nem eu sei já quando!... 
Minha velha ama, que me estás fitando, 
Canta-me cantigas para me eu lembrar!... 
Dei a volta ao mundo, dei a volta à Vida ... 
Só achei enganos, decepções, pesar... 
Oh! a ingénua alma tão desiludida!... 
Minha velha ama, com voz dorida, 
Canta-me cantigas de me adormentar!... 
Trago d'amargura o coração desfeito... 
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar! 
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama que me deste o peito, 
Canta-me cantigas para me embalar!... 
Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho 
Pedrarias d'astros, gemas de luar... 
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!... 
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar! 
Como antigamente, no regaço amado, 
(Venho morto, morto...!) deixa-me deitar! 
Ai, o teu menino como está mudado! 
Minha velha ama, como está mudado! 
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!... 
Canta-me cantigas, manso, muito manso... 
Tristes, muito tristes, como à noite o mar... 
Canta-me cantigas para ver se alcanço 
Que a minh'alma durma, tenha paz, descanso, 
Quando a Morte, em breve, me vier buscar!...

Vamos ouvir LISZT

Liszt, um compositor que merece ser ouvido 
com mais frequência

Estando em casa, podemos ouvir um clássico da música. Liszt, talvez o maior músico de todos os tempos, como o classificou o seu genro Richard Wagner, foi, de facto, um genial pianista e um expressivo compositor, que muitas vezes compôs para si próprio. Como compositor e intérprete, explorou o piano até à exaustão. Nasceu em 22 de Outubro de 1811, na Hungria, e faleceu em Bayreuth, em 1 de Agosto de 1886, depois de uma vida artística e familiar bastante agitada. 
Deu concertos em todas as grandes cidades da Europa e no fim da vida exilou-se do mundo, tendo recebido ordens menores. O CD a que vou dedicar uma parte do dia de hoje oferece-nos dois concertos para piano e um poema sinfónico. São composições que nos envolvem pelo lirismo, por vezes rapsódico, que se enquadra no romantismo. 
O poema sinfónico revela a mestria de Liszt no domínio da orquestração e uma sensibilidade única.

LEITURAS

Com o frio, apetece ficar por casa. Por isso, vou sugerir algumas leituras. A primeira é, como habitualmente, de Frei Bento Domingues, no PÚBLICO, intitulada “A mulher de Samaria”, e a segunda, no mesmo jornal, é de António Barreto, e tem por título “Querer. Poder. E saber”. Do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, sugiro “Nós, os povos europeus”, de Diogo Pires Aurélio.
No DIÁRIO DE AVEIRO pode ler "Amiais, a aldeia que vai entrar nos roteiros turísticos", um artigo de Rui Cunha.

sábado, 26 de fevereiro de 2005

Fórum da Juventude na Gafanha da Nazaré

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré 

A Câmara Municipal de Ílhavo inaugurou um Fórum da Juventude no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Trata-se de um espaço vocacionado para ocupação de tempos livres, com oferta de várias opções, nomeadamente ludoteca, mediateca e acesso à Internet. 
Este Fórum será, assim se espera, uma mais-valia para todos os jovens que apostam em tempos de lazer sadios.

BLOGAVEIRO dinamiza exposição itinerante

 
Aspecto da exposição

O BlogAveiro, que mora já em http://blogaveiro.blogspot.com, foi apresentado hoje, pelas 11 horas, no átrio de entrada do grande auditório do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro. Trata-se de um projecto coordenado por Dinis Pedro Alves, responsável pela aula de Fotojornalismo do ISCIA (Instituto Superior de Ciências da Informação e Administração).
Paralelamente ao lançamento do BlogAveiro, mais vocacionado para a fotografia artística, houve a exposição de diversos trabalhos fotográficos dos alunos do 4º ano daquela disciplina, muitos dos quais denotam uma sensibilidade bastante apurada. Esta mostra, que será enriquecida com muitas outras fotos, vai ser itinerante, apresentando-se, brevemente, no museu Etnográfico da Praia de Mira (5 de Março), em Coimbra (Abril) e em Arouca (Maio). 
Na Casa da Juventude de Aveiro podem ser apreciadas diversas fotografias dos alunos do ISCIA, durante mais uns dias. O BlogAveiro, que não se esgota na fotografia artística, vai ser ponto de encontro das pessoas que gostam de Aveiro e sua região, frisou Dinis Alves, que se apresentou apenas como "agente provocador", junto dos alunos do ISCIA, ajudando-os a ultrapassar barreiras.

LEITURAS

Hoje há muito para ler, porque há tempo e jornais e revistas a desafiarem-nos. O que eu achar melhor, aqui vou sugerindo. Para começar, um conjunto de textos, de António Marujo, publicados no PÚBLICO, sobre a situação clínica do PAPA, e não só. No mesmo jornal, de Helena Matos, "Eng., não nos desengane!" No Diário de Notícias, leia "E agora, José?"