sábado, 31 de maio de 2025

Um amarelo do meu jardim


 

Optimismo-pessimismo: a ambiguidade do mundo

Crónica semanal
de Anselmo Borges

Foi Leibniz que, numa obra célebre – Teodiceia -, na qual, perante a existência do mal, queria defender e justificar Deus, se apresentou como arauto do optimismo. O nosso mundo é o melhor dos mundos possíveis.
Leibniz era um cristão convicto e, portanto, Deus, entre os mundos possíveis, tinha de ter criado o melhor. De facto, se este nosso mundo criado não fosse o melhor, haveria a possibilidade de outro melhor, o que significaria que ou Deus não tinha conhecido esse mundo melhor ou não o tinha querido ou não tinha podido criá-lo, o que contradiz a sua omnisciência, a sua bondade infinita e a sua omnipotência.
Veio o terramoto de Lisboa em 1755, que tornava impossível a manutenção de ideias optimistas. Voltaire escreveria o famoso “Poema sobre o desastre de Lisboa”, onde pede aos filósofos enganados que venham ver as mulheres e as crianças empilhadas umas sobre as outras, todos esses desgraçados enterrados debaixo dos seus tectos, terminando os seus dias no horror dos tormentos.
Voltaire escreveu também o Cândido, onde escalpeliza a ideia de que tudo contribui para o melhor. O optimismo de Pangloss e a candura de Cândido vêem-se confrontados com a realidade bruta do mal: as desgraças humanas causadas pelas catástrofes naturais, pela estupidez humana, pelas instituições, pelas guerras, pela avareza, pela superstição, pela escravatura, pela hipocrisia, pelo tédio, por todo o tipo de exploração…

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Tesouros no Arquivo

O concelho de Ílhavo
e as Invasões Francesas


Durante as Invasões Francesas (1807-1811), o concelho de Ílhavo atravessou um período de grande instabilidade social e económica.
Na Primeira Invasão, sob o comando de Junot, Ílhavo respondeu com prontidão: o capitão-mor ofereceu cavalos e os párocos locais contribuíram com donativos em dinheiro.
A Segunda Invasão, liderada por Soult, provocou mortes entre os ilhavenses, como a de Francisco Neves da Camponesa, após a queda da cidade do Porto.
Durante a Terceira Invasão, sob Massena, a população foi forçada a evacuar, refugiando-se nas Gafanhas e nas ilhas da ria, longe das rotas percorridas pelas tropas francesas.
As consequências foram severas: escassez alimentar, epidemias e aumento da mortalidade, conforme registado nos documentos paroquiais. Em 1811, ano particularmente crítico, a taxa de óbitos duplicou, resultado de febres, fome e violência, num clima marcado pelo medo, perseguições e desespero.
O concelho de Ílhavo não ficou à margem da guerra: resistiu, sofreu mas sobreviveu.

Fonte: CMI

quinta-feira, 29 de maio de 2025

A LUA SEDUTORA


A Lua é sempre sedutora. Por mais pequena que se apresente, tem de dominar o ambiente.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

FÉRIAS - Há décadas


 Há memórias que não quero nem devo esquecer. Viajar é preciso foi lema que segui. Pais e filhos necessitavam de conhecer Portugal, tanto quanto possível. O mês de Agosto era para isso. No primeiro dia do mês, com carro sobrecarregado, lá íamos. A tenda era grande. E assim descansávamos e ficávamos a conhecer boas parcelas de Portugal.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Forte da Barra - Passado, Presente e Futuro


No final do mês de maio, o Forte da Barra será palco de uma exposição ao ar livre intitulada “O Forte da Barra – Passado, Presente e Futuro”. Esta exposição convida os visitantes a embarcar numa viagem no tempo, explorando a história do forte, desde a sua construção até aos dias de hoje, ao mesmo tempo que se projeta o seu futuro.
Com painéis informativos e imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas, a exposição destaca os momentos mais significativos da história do forte, desde as suas origens militares até à sua nova missão como espaço turístico e cultural. Será também uma homenagem às pessoas e comunidades que ao longo dos séculos contribuíram para a história deste lugar único.

Nota: Texto das redes sociais 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

NATUREZA: Opção viável


Em tempo de crise ou de progresso, o encontro com a Natureza é sempre uma opção viável e até necessária. Viável, porque, em princípio, não implica grandes despesas; necessária, porque nos oferece uma infinidade de sensações e emoções que nos ficam para a vida.
Quem há por aí que possa ficar indiferente à beleza das paisagens, aos tons da vegetação, aos sons da brisa que nos refresca a face, às cores ímpares de um pôr do sol, à suavidade das borboletas que pousam nas flores, à cadência das ondas do mar ou aos espelhos da nossa laguna?




Por tudo isso, e pelo muito que fica por dizer, proponho que aproveitemos o tempo para cirandarmos pela nossa região, tentando ver e sentir o que a natureza, na sua pureza, ainda nos reserva. Passeando pela ria, usufruindo da mata da Gafanha, descansando à sombra de uma árvore, de preferência com um frugal farnel, que recorde os tempos dos nossos avós.
Tratemos dos nossos jardins, visitemos outros de vizinhos e amigos, ou mesmo os públicos, por onde, normalmente, passamos a correr. Visitemos os parques de lazer e saibamos olhar o céu estrelado em noite de calmaria, alimentando conversas que em dias de trabalho nem tempo temos para manter.




A Natureza é sempre, se quisermos, uma inesgotável fonte de reflexão e uma riqueza permanente para o despertar dos nossos sentidos, face à beleza que dela emana. As cores, as formas, os sons e o casamento perene entre terra e céu aí estão à nossa discrição, como dádiva de Deus a não perder:  Nas férias e fora delas.

Fernando Martins

sábado, 24 de maio de 2025

Recordando José Régio




PARTILHAS

Para dar a meus irmãos
A parte que lhes cabia,
Meti as mãos
Na arca vazia.
Senti pó nos dedos.
Fria,
Retirei a mão sem nada.
Se a vida já fora dada,
Que mais, para dar, havia?
Nos meus dedos,
O pó, porém, reluzia.
Cinzas de antigos segredos,
Morte que ainda vivia…
Meus tesoiros de algum dia,
Levai-os, ventos ligeiros!
Os meus irmãos verdadeiros
Vão encher a arca vazia.

In “Música Ligeira”, livro póstumo

PAPA nomeia a primeira mulher


O Papa Leão XIV nomeou a primeira mulher, Irmã Tiziana Merletti, para um cargo no Vaticano. Trata-se da secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Esperamos mais nomeações? É claro que esperamos.

PÁRA E PENSA: O novo normal

Crónica semanal
de Anselmo Borges

1. Há dias, Ursula von der Leyen fez uma comunicação de abalo e despertar. Nela, referiu que “hoje aumentam as tensões geopolíticas. As regras comerciais estão a ser reescritas”, caindo-se numa guerra comercial global. “Acontecimentos climáticos extremos são cada vez mais frequentes, devido às mudanças climáticas. A mudança nas tecnologias é cada vez mais rápida”, apresentando o exemplo da IA (inteligência artificial), que está a evoluir mais rapidamente do que imaginaríamos há algum tempo...

2. Para rematar: “The ‘new’ normal is anything but ‘normal’.” O ‘novo normal é tudo menos ‘normal’.” Entretanto, uma boa amiga escreveu-me nestes termos: “Estou tão triste, meu amigo. Que mundo vamos deixar aos jovens? Que planeta? Que pessoas? Onde vamos buscar esperança?”

3. Ah! Se, nesta corrida vertiginosa e louca em que embarcámos, cada uma, cada um, parasse! Para pensar. Pensar vem do latim “pensare”, que quer dizer pesar razões e, portanto, reflectir, meditar..., para ir ao essencial.

Anselmo Borges

Padre e Professor de Filosofia

Sábado, 24 de Maio de 2025

Guerras e Fomes


Todos temos assistido à fome que grassa nos países em guerra. A luta de crianças e jovens por uma concha de sopa ficará na história universal como um dos maiores crimes da humanidade. Os mais pobres dos pobres no nosso país e noutros da Europa não terão nada de semelhante! É realmente horrível sem se vislumbrar solução à vista. Mas que poderemos nós fazer? Para já, juntar a nossa voz a todos os que protestam e contribuir, como nação, para denunciar, por todas as formas, as injustiças provocadas pelas guerras devastadoras.

Nota: Foto das Redes Sociais.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Um bem-haja às nossas memórias

Se pensarmos bem, cada um de nós faz parte de uma tribo ou clã, com seus hábitos, a vários níveis: familiares, sociais, políticos, educativos, culturais e religiosos. Hábitos que, se não forem acautelados e preservados, poderão perder-se de forma irreparável, escapando-se, também, o substrato da nossa maneira de ser e de pensar, da nossa educação, das nossas inclinações ou tendências, da nossa personalidade.
A memória ainda me diz que as nossas ânsias de saber e de progredir em vários campos, inclusive espirituais, estão profundamente ligadas a muito do que herdámos dos nossos antepassados e que fomos burilando ao sabor da nossa capacidade de interiorizar, mas também assumimos culturas e valores que armazenámos no nosso inconsciente ou subconsciente.
Daí o meu bem-haja à minha memória, que será a garantia de que ainda muito poderei oferecer aos meus leitores. Outras ofertas virão de documentos e de relatos que ao longo da vida fui registando e arquivando.

PASSEIO - O treino vai continuar

Há muito que não passeava pelas nossas ruas e já tinha saudades. Cansei-me, mas valeu a pena. A cada passo encontrei amigos e com alguns baralhei os nomes. No fundo, tudo bem. E o treino tem de continuar.
Contei com o incitamento e apoio da Lita e cheguei mais longe do que o previsto. Graças a Deus e à força de vontade que me anima. Vou continuar.
Houve convites para aproveitar boleias que não foram aceites. Tudo bem. E o tempo ajudou.

Ria de Aveiro e Portugal


«Podemos dizer com orgulho que a Ria de Aveiro e Portugal se formaram ao mesmo tempo. Nasceram simultaneamente por alturas do século XII e poderíamos dizer, fantasiando um pouco, que, enquanto os nossos primeiros Reis e os seus homens iam dilatando as terras peninsulares, a Mãe-Natureza ia conquistando ao mar esta jóia prodigiosa que generosamente viria ofertar às nossas terras alavarienses.»

Orlando de Oliveira,
Antigo Reitor do Liceu de Aveiro 

quarta-feira, 21 de maio de 2025

O POVO TEM SEMPRE RAZÃO

Não é minha intenção enveredar pela política partidária neste meu espaço de reflexão pessoal sobre a vida, por razões que se prendem com o contraditório. Para me pronunciar, de forma breve que fosse, teria de abrir a porta a outras maneiras de ver, mas não tenho tempo nem veia para isso. Assim, fico-me por uma ou outra opinião, apenas para assinalar que não estou alheio à vida.
Vem isto a propósito das recentes eleições, com resultados que surpreenderam muita gente. Confesso que fiquei espantado. E como explicar o que aconteceu? Os analistas não deixarão de descobrir! Não haverá por aqui um sinal forte de protesto contra alguns partidos ou dirigentes políticos? O povo tem sempre razão.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

FIGUEIRA DA FOZ


 Tenho saudades da Figueira da Foz. Na impossibilidade de lá ir, recorro ao meu  arquivo desarrumado. 

domingo, 18 de maio de 2025

A DEMOCRACIA CONTINUA VIVA

Hoje vivemos, democraticamente, mais uma eleição. Participei e estou satisfeito com os resultados. A democracia continua viva. Vai governar quem o povo escolheu.
Os partidos apresentaram as suas propostas com toda a liberdade. E isto desde o 25 de Abril de 1974. Uma evocação saudosa para quem o levou a cabo. A vontade do povo permanece soberana. Viva a Democracia!

Fernando Martins

SANTA CRUZ DA TRAPA


De passagem por Santa Cruz da Trapa, com poesia no largo principal da vila. Sinal de bom gosto.

sábado, 17 de maio de 2025

SPORTING É CAMPEÃO

 

SPORTING É CAMPEÃO, mais uma vez. Não vou à bola, mas sou sportinguista. Desde menino.

PÁRA E PENSA: Mudanças na Constituição da Igreja

Crónica semanal 
de Anselmo Borges

Estes dias desde a morte do Papa Francisco em que os meios de comunicação social estiveram concentrados no Vaticano, infelizmente muitas vezes nem sempre pelas melhores razões cristãs no sentido fundo da palavra, pois lembrava-se por vezes mais a pompa e o fausto das cortes imperiais dos antigos impérios, deveriam ter sido uma ocasião para reflectir de modo fundo sobre o cristianismo na sua profundidade essencial, a melhor mensagem que alguma vez chegou à Humanidade na sua História e, dessa reflexão, tirar necessárias e urgentes conclusões, para voltar precisamente ao essencial.
1. É confrangedor e mesmo horripilante saber que há ainda quem pregue e até ensine na catequese que Jesus veio ao mundo, enviado por Deus, para ser crucificado como vítima expiatória pelos pecados. Por causa do pecado dos primeiros pais, a Humanidade tinha uma dívida infinita para com Deus, que Jesus pagou na cruz, e assim Deus pôde aplacar a sua ira e reconciliar-se com a Humanidade.
Em relação a este Deus bárbaro e macabro, pior do que qualquer ser humano decente e que faz lembrar os deuses a quem as pessoas sacrificavam os seus filhos primogénitos como vítimas para os aplacar e implorar bens e graças, eu pessoalmente sou ateu.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

ELEIÇÕES À PORTA


No próximo domingo, temos eleições. Penso que toda a gente sabe, mas será sempre bom lembrar que é uma obrigação moral e cívica. Quem não vota perde, inevitavelmente, o direito de criticar as decisões de quem nos governa. Portanto, não podemos deixar de participa na escolha de quem decidirá por nós.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Recanto purificador


 É neste ambiente verdejante que eu respiro.

Camarinhas

 
Ouvi dizer que as camarinhas começam a rarear nas matas que nos rodeiam, temperadas pelo ares marinhos. Terei de averiguar. Há anos ainda as víamos, como aconteceu na Torreira. A Lita apanhou um ramo e comprou uma medida para ajudar a vendedora. E fizemos a prova que agradou.

terça-feira, 13 de maio de 2025

AVEIRO : Busto de Girão Pereira

Na sessão solene do Feriado Municipal, 12 de maio, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves, fez um balanço do último ano e dos 12 anos “fantásticos” que leva à frente dos destinos autárquicos. Destacou eventos como a Capital Portuguesa da Cultura 2024 e a Maratona da Europa, bem como as obras do Rossio e da Ponte-Praça e o novo ferry-boat.
Foram entregues sete distinções honoríficas: à atleta Aurora Cunha e ao empresário João Neto, por serem padrinhos da Maratona da Europa, à escritora Rosa Alice Branco, ao remador olímpico Zacarias Andias (a título póstumo), à Academia de Saberes de Aveiro, à Associação de Natação Centro Norte de Portugal, que tem sede em Eirol, e a Fernando Vasconcelos, administrador da Águas da Região de Aveiro.
O último ato do feriado municipal foi a inauguração do busto de Girão Pereira, juto à rotunda do túnel (que ele mandou construir) de acesso a Esgueira. Girão Pereira, falecido em 2015, foi presidente da Câmara Municipal de Aveiro de 1977 a 1994.

Nota: Texto publicado no semanário Correio de Vouga de Aveiro.

Linguajar dos Gafanhões

Para não cair no esquecimento 

Diz o Padre Resende, na sua célebre e ainda utilíssima Monografia da Gafanha:
“Dos povos da Gafanha diremos que o seu primitivo estado de primários, numa região separada do convívio dos povos mais adiantados, manteve-os por muito tempo numa rudez bastante confrangedora. Quase se podia dizer que mal sabiam falar. Com o tempo e com as vias de comunicação, foram-se polindo, civilizando, começando-se a operar uma grande transformação no seu rude e bárbaro vocabulário, quer na sua forma morfológica, quer na sua parte fonética”. E destaca, como exemplo, algumas palavras e expressões, de que respigamos as que mais lembramos:

Xintro — Jacinto
Balisome — Lobisomem
Manel — Manuel
Sóte — Sótão
Atóino — António
Maçazeira — Macieira
Stâmago — Estômago
P’dibe — Pevide
Azête — Azeite
Capador — Alveitar
Pruga — Purga
Lambisgóia e delambida — Atrevida
Alfanete — Alfinete
Curesma — Quaresma
Arbela — Alvéola
Puchi-na — Puxei-a
Arribar — Subir
Fostas — Fostes
Vais à festa? — Resposta: ai não! (= vou)
Ó Maria, vais à fonte?— Resposta: Poi xim! (=não vou)
Maria vai arrumar-se = Maria vai casar-se
Bou marcar palhitos = vou comprar fósforos
Anda a comprar = Está grávida
Tem os pés inchados = Está embriagado
Tens a língua grande = falas de mais
É preciso falar com relego e dar um pontinho na língua = Falar só o preciso.”

Para começar o dia

Praia do Porto da Barra
São Salvador da Baía

Brasil - São Salvador da Baía

Foto de Patrícia Ramos

APLOP - Associação dos Portos de Língua Oficial Portuguesa


segunda-feira, 12 de maio de 2025

Fátima é um fenómeno

Fátima é realmente um fenómeno, desde 1917. Acredite-se ou não que Nossa Senhora apareceu de facto aos três pastorinhos, a verdade é que multidões se deslocam desde aquela data à Cova da Iria. Todos os dias há peregrinos que chegam e ajoelham na Capelinha das Aparições. Alguns arrastam-se com joelhos ensanguentados, com rostos tensos e indiferentes a tudo o que os rodeia. Concentrados, realmente, no cumprimento das promessas estabelecidas em momentos dolorosos.
...
Um bispo contou um dia, numa reunião em que participei, que se dirigiu a um penitente que se arrastava. que, na qualidade de clérigo, estaria autorizado a alterar a sua promessa, por outra mais consentânea com a sua idade. O penitente um pouco alterado, respondeu-lhe: - Mas eu prometi alguma coisa a vossemecê?...
...
Respeitando a liberdade de cada um, permitam-me adiantar que seria mais plausível que os peregrinos pedissem a Nossa Senhora que os abençoasse para cada um se tornar mais caridoso, carinhoso, honrado e generoso para com os carecidos de amor e de paz.

Filarmónica Gafanhense com vida



ARRANJO GOOGLE - Flores do nosso quintal


 

SANTA JOANA — 12 de Maio

Aveiro e região têm grande devoção por Santa Joana, padroeira da cidade e da diocese, por declaração do Papa Paulo VI, em 5 de Janeiro de 1965. A festa é celebrada a 12 de Maio, dia em que faleceu, no ano de 1490. Aos dezanove anos entrou para o Mosteiro de Odivelas, das monjas Bernardas, e mais tarde recolheu-se ao Mosteiro de Jesus, de Aveiro, onde viveu em fervor religioso até à sua morte, aos trinta e oito anos de idade. Segundo a história, recusou casamentos com reis de França e de Inglaterra. É neste mosteiro que se encontram os seus restos mortais.

domingo, 11 de maio de 2025

HORA DA SAUDADE



“Hora da Saudade” era um programa da Emissora Nacional, destinado a emitir mensagens para os bacalhoeiros portugueses, que se encontravam nos mares da Terra Nova e da Gronelândia. Na Gafanha da Nazaré, as emissões eram à noite e saíam do Cine-Teatro Triunfo, localizado na Cale da Vila, na Rua D. Manuel Trindade Salgueiro, na esquina com a Rua D. Fernando.
Um dia destes, ao manusear O ILHAVENSE, de 10 de Setembro de 1953, encontrei a notícia que transcrevo, em jeito de recordação. Era eu, em nome da família, que participava na “Hora da Saudade”, lendo a mensagem previamente escrita e dirigida a meu pai, que foi contramestre do arrastão Santo André, um dos campeões do mundo da pesca do fiel amigo. Recordo, com que saudade, esses momentos comoventes que por vezes me bloqueavam, tremendo na leitura. Como acontecia a tantos outros familiares dos bravos lobos-do-mar. Algumas esposas e mães, ora alegres e esfusiantes, ora tristes e mais comedidas, lá iam lendo com desenvoltura ou soletrando com dificuldade as mensagens, que o locutor anunciava, pausadamente. No meu caso, era assim: “Para Armando Lourenço Martins, tripulante do navio (...), vai falar seu filho Fernando.”
Eu lia, então, e quando terminava saía feliz. O meu pai, longe, muito longe, bem avisado, como todos, tinha ouvido a minha voz e escutado e gravado na sua alma a mensagem da família.
A alegria era só, ou quase, de nos fazermos ouvir por quem amamos. E quando ele chegava, lá vinha a pergunta:
- Ouviu-me bem, pai?
- Ouvi ouvi; falaste muito bem! - dizia ele, com um sorriso que ainda retenho no meu espírito.
Com que saudades recordo esses momentos únicos e tão simples... 

Fernando Martins


RIA DE AVEIRO - Pescadores engenheiros

 
Os pescadores da nossa Ria são, realmente, os engenheiros da laguna.

sábado, 10 de maio de 2025

Mãe e Filha


 Mãe e Filha, Lita e Aidinha, num momento de cumplicidade, direi melhor, de amor.

PÁRA E PENSA: As primeiras palavras de Leão XIV

Crónica semanal
de  Anselmo Borges 

As primeiras palavras do Papa Leão XIV
na sua primeira bênção Urbi et Orbi


A paz esteja com todos vós! Caríssimos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação de Cristo Ressuscitado, o Bom Pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus. Eu também gostaria que esta saudação de paz entrasse nos vossos corações, chegasse às vossas famílias, a todas as pessoas, onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra. A paz
esteja convosco! Esta é a paz de Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Ela vem de Deus, Deus que nos ama a todos
incondicionalmente. Ainda conservamos nos nossos ouvidos aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do Papa Francisco que abençoava Roma! O Papa que abençoava Roma concedia a sua bênção ao mundo, ao mundo inteiro, naquela manhã do dia de Páscoa.

Oliveira com igreja à vista


Oliveira com igreja matriz à vista. Se nós, os gafanhões, não divulgamos o que temos de bom, quem o poderá fazer?

sexta-feira, 9 de maio de 2025

PAPA LEÃO XIV



Para nos habituarmos à sua serenidade.

NOVO PAPA - LEÃO XIV

O cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, foi eleito como Papa, assumindo o nome de Leão XIV. O pontífice norte-americano, de 69 anos de idade, foi missionário e arcebispo no Peru, tendo ainda sido superior geral da Ordem de Santo Agostinho.
O novo Papa nasceu a 14 de setembro de 1955 em Chicago (EUA); em 1977 entrou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (O.S.A.), na província de Nossa Senhora do Bom Conselho, e emitiu os votos solenes a 29 de agosto de 1981.
O Papa Francisco nomeou-o administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru) a 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar.
A 7 de novembro, tomou posse canónica da diocese na presença do Núncio Apostólico e foi ordenado bispo a 12 de dezembro de 2014, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na Catedral da sua diocese.
Francisco nomeou-o membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020, ano em que foi designado administrador apostólico da Diocese de Callao.
No Vaticano, foi prefeito do Dicastério para os Bispos, desde 30 de janeiro de 2023, e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
O Papa Francisco criou-o cardeal no Consistório de 30 de setembro de 2023, sendo considerado um colaborador próximo do seu antecessor, tendo sido um dos responsáveis pela gestão do Caminho Sinodal Alemão.
Na Assembleia Sinodal de 2024, o agora Papa disse aos jornalistas que os trabalhos propõem uma “nova forma de fazer as coisas na Igreja”, que exige tempo.

Nota: Texto da Ecclesia 

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Dunas da Gafanha

“É certo que de cada popa se vê um Portugal diferente, conforme a latitude: verde e gaiteiro em cima, salino e moliceiro no meio, maneirinho e a rilhar alfarroba no fundo. Camponeses de branqueta e soeste a apanhar sargaço na Apúlia, marnotos a arquitectar brancura em Aveiro, saloios a hortelar em Caneças, ganhões de pelico a lavrar em Odemira, árabes a apanhar figos em Loulé.
Metendo o barco pela terra dentro, é mesmo possível ir mais além. Assistir, em Gaia, à chegada do suor do Doiro, ver transformar em húmus as dunas da Gafanha, ter miragens nos campos de Coimbra, quando a cheia afoga os choupos, fotografar as tercenas abandonadas do Lis, contemplar, no cenário da Arrábida, a face mística da nossa poesia, ou cansar os olhos na tristeza dos sobreirais do Sado. Mas são vistas… Imagens variegadas dum caleidoscópio que vai mudando no fundo da mesma luneta de observação.”

Miguel Torga

In "PORTUGAL"

terça-feira, 6 de maio de 2025

OFICINA - Plantas Medicinais

Com o objetivo de divulgar “conhecimentos ancestrais sobre o uso de plantas medicinais, combinando práticas tradicionais com uma abordagem sustentável”, decorre, no próximo dia 12 de maio, pelas 14h45, no Fórum Maior Idade, na Gafanha da Nazaré, uma oficina sobre plantas medicinais, dirigida a maiores de 60 anos de idade.
Neste evento, os participantes irão aprender a identificar algumas plantas medicinais, e a preparar “tinturas, pomadas e chás medicinais para tratar problemas como dores musculares, insónia e ansiedade”. Esta oficina visa “promover a autonomia, a prevenção e a melhoria da qualidade de vida, permitindo que cada pessoa crie a sua própria farmácia natural em casa”. Promovida pela Câmara Municipal de Ílhavo, a oficina tem como parceiro Patrícia Forte, da Centro Pausa.

Fonte: Correio do Vouga

ALBERTO UVA - ELEGIA MAIS LONGA



Não quero que haja, para mim, horas de ócio. Hoje dediquei algum tempo a arrumar uns livros. Faço-o na certeza de que vou encontrar e reler algo diferente. Desta feita foi um livrinho de poesia - ELEGIA MAIS LONGA - de Alberto Uva, Prof. de Inglês, que me examinou no Instituto Comercial do Porto, que frequentei, na minha juventude.

ELEGIA MAIS LONGA, reúne alguns poemas dedicados a seu filho, que terá falecido por essa altura: “Meu filho, no dia dos teus anos, sobre a tua campa desfolho esta saudade”, assim se lê na dedicatória.


(Se ao menos Deus,
Por sua infinita Bondade
E humana simpatia,
O deixasse sair ao Domingo
Em nossa simpatia…).

José Estêvão - Notas sobre a Estátua


 

RECORDANDO: Mercado da Gafanha


Mercado -  Rua na frente da igreja, atual Av. José Estêvão

Pela década de 50 do século passado, os nossos pais e avós começaram a vender os seus produtos aos domingos de manhã, na actual Avenida José Estêvão, frente à igreja matriz. De um lado e doutro da rua, alinhavam-se os vendedores. Depois das missas, os compradores enchiam o espaço. No Verão, sobretudo, tudo se complicava, com a intensificação do trânsito rumo às praias da Barra e da Costa Nova. Havia que deslocar o mercado para outro sítio. O escolhido e mais à mão foi o espaço em frente ao cemitério.
Mais amplo e sem movimento automóvel, os vendedores foram-se multiplicando, vindos da região. E dos géneros oferecidos pela terra, depressa surgiram outras mercadorias, desde roupas, calçado, utensílios domésticos até alfaias agrícolas. Os vendedores da “banha da cobra” e de produtos similares e milagrosos aproveitavam novos mercados. Cedo se reconheceu a necessidade de criar um mercado de raiz, com mais condições para compradores e vendedores, mas ainda com mais higiene.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Pedro Abrunhosa e o Papa Francisco

 “As últimas palavras do Papa foram de apelo à paz em Gaza. O Papa é perentório na reprovação de genocídio, e usa a palavra genocídio e não a usa em vão, perante o que está a ocorrer em Gaza. É preciso que nós saiamos desta situação, em que aceitamos as coisas por mais violentas que sejam. Este momento em que o Papa parte, é um momento de profunda consternação do mundo, mas também para olharmos para o que ele escreveu, para o que ele falou, quando se referiu aos fracos, aos loucos, aos doentes, aos cansados, aos velhos, aos prostitutos e aos migrantes”

Pedro Abrunhosa, na Ecclesia

Arbustos do meu quintal

 

Dia da Mãe

Para este domingo, esteve programado o Dia da Mãe, data que os filhos jamais poderão esquecer. A verdade é que só agora pude evocar a data. 
Dia cheio, decerto com algumas banalidades, mas ainda estou a tempo de evocar a minha saudosa e querida mãe. Como era o mais velho (o meu único irmão foi o Armando, que faleceu há anos). Escusado será dizer que o meu pai, a minha mãe e o meu irmão permanecem bem vivos no meu espírito.
Voltando à minha mãe, sinto ser minha obrigação afirmar que nunca me deixa sozinho, tal a força o seu amor. E recordo como ela me tratou durante uma grave doença pulmonar. Estaria condenado a ser internado num sanatório do Caramulo, mas fiquei em casa. Ela garantiu ao médico, Dr. Ribau, que faria rigorosamente tudo quanto ordenasse para eu me salvar. E assim aconteceu.
Um beijo com muita ternura para a minha querida mãe, Rosita Facica. 

sábado, 3 de maio de 2025

Não chores pelo que perdeste


NOTA: Das Redes Sociais


 

Homenagem a Francisco

Pára e Pensa

Um jornalista perguntou uma vez ao Papa Francisco: Como gostaria de ser recordado depois de morrer? E Francisco respondeu textualmente com estas palavras: “Era um bom homem e fez o que pôde.”
Estou convicto de que, agora que partiu, a melhor homenagem que se lhe poderia prestar seria cada um, cada uma, nas suas respectivas condições de vida, fazer sinceramente seu o mesmo desejo de recordação após a sua própria morte: “Era uma boa pessoa e fez o que pôde.”
Não haja dúvidas: o mundo seria diferente.

Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia

Sábado, 3 de Maio de 2025

As nuvens desafiaram-me


 

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Propriedade agrícola dos nossos avós

Pe. Resende Sobre a propriedade agrícola diga-se que nos primeiros tempos do povoamento desta região ela era razoavelmente extensa. Porém, à...