Por Maria Donzília Almeida
Dubrovnik é, sem qualquer dúvida, a pérola da Croácia e este país dos Balcãs é hoje em dia, um destino turístico, sobejamente conhecido. Está para os Croatas, como o Algarve para os Portugueses. Olhando para a costa croata, onde o Adriático é bastante mais limpo e cristalino do que no lado italiano, tem-se a nítida sensação que este é um destino de massas. Há veraneantes, em barda, por todos os cantos e esquinas. Ouvem-se vários linguajares, semelhando uma torre de babel!
Nota-se uma grande preocupação governamental em organizar o turismo, proteger os parques naturais, preservar os monumentos, etc. A costa da Croácia é um verdadeiro encanto e o governo tem bem consciência disso. Dubrovnik é banhada por um mar tão transparente que as atividades de snorkeling, resumem-se a entrar na água com uma máscara. Perto ou longe da costa, tanto faz. É baixar a cabeça e ver as maravilhas do mar.
Pena é que Portugal com uma costa vastíssima, não tenha ainda sabido rentabilizar as potencialidades que tem, para um turismo de qualidade. O oceano Atlântico, não consegue rivalizar com o Adriático, nas temperaturas da água, mas tem os seus encantos próprios e um bom fundo... É bondoso... para os pés e lá, não se corre o risco de os cortar nas rochas, como aconteceu a uma amiga! Vistas curtas ou inércia das entidades políticas?
Em redor da cidade, há um sem número de ilhas com praias para todos os gostos: rochosas, de burgos, etc. A beleza natural deste canto da ex-Jugoslávia, é absolutamente fascinante. Mas, apesar da natureza esplendorosa, Dubrovnik é muito mais do que sol e mar. A costa do Adriático, no lado croata, tem aviões e barcos que fazem as delícias dos mergulhadores. O Reino de Veneza passou por lá, há uns séculos atrás, tal como o Império de Habsburgo e isso é bem visível na arquitetura que deixaram.
Esta pequena cidade, fortificada, foi bombardeada durante a guerra da independência por Sérvios e Montenegrinos (a fronteira com o Montenegro dista poucos km de Dubrovnik e os Montenegrinos foram os "cães de ataque" dos Sérvios durante a guerra). O exército croata deixou a cidade sem defesa porque nunca acreditou que os Sérvios bombardeassem um património histórico importantíssimo, contudo, sem qualquer valor militar. Enganaram-se e Dubrovnik foi arrasada por 8 meses de bombardeamentos. Hoje em dia, na entrada do forte, é possível ver num mapa as zonas destruídas. Diria que poucas paredes sobraram...
É isso que torna a visita ainda mais impressionante. A cidade foi recuperada pela sua traça original e é absolutamente incrível a obra realizada.
Ao percorrer as ruas da cidade velha fica-se com a sensação que se está numa pequena Veneza. Tal como acontece um pouco mais a norte, na cidade de Split, a presença italiana nota-se em cada esquina e dá a este lado do Adriático um cunho histórico muito interessante.
Lokrum fica a 600 metros da orla de Dubrovnik e a viagem de barco que fizemos, proporcionou-nos o espetáculo de rara beleza, que a costa escarpada nos concede. Só se ouviam objetivas a disparar e as imagens ficaram retidas para mais tarde recordar.
Tive saudades das praias de areia dourada e fina, da nossa zona, com extensos areais, que não existem, nestas paragens. Na ilha de Lokrum por exemplo, situada em frente a Dubrovnik, há uma enorme praia, por onde passeámos e do outro lado da ilha, totalmente rochoso (rochas planas), as pessoas estendem-se como lagartos ao Sol. A praia que fica ao lado da cidade já é mais confortável. Areal? Nem pensar; ali, existirá, por assim dizer, o “seixal”; são aqueles seixos aglomerados que até disfarçam a dor que sentimos nos pés, ao entrar nas mornas e cristalinas águas do Adriático. A água, essa não tem paralelo, é maravilhosa em qualquer ponto costeiro.
Há história, há cultura e há arte. Há um mar único e conhecemos um novo conceito de praia
04.08.2012