Picasso: paisagem, paz
Vá para fora por dentro!
Margarida Alvim
Tempo de férias, tempo de paragem. Tempo de passear, de ler, de
fazer o que se quiser. Ir à praia, fazer uma viagem, ir visitar os amigos,
encontrar alguém da família. Também pode ser um tempo para ficar simplesmente em
casa, de arrumar tudo o que se foi acumulando ao longo do ano, de fazer limpezas
a fundo, de pôr as coisas de novo em ordem. Talvez este ano seja mesmo um tempo
em que muitos ficarão mais por casa.
“Vá para fora cá dentro!”, ouvimos nos anúncios de promoção do
turismo em Portugal. Em tempo de crise, esta é capaz de ser mesmo uma grande
oportunidade de passear mais no nosso país, de descobrir toda a sua beleza, por
vezes ali mesmo ao virar da esquina. Oportunidade para valorizar a serenidade de
dias com tempo, sem pressas.
Férias são sobretudo um tempo de descanso, de reparação, de
ganhar forças. Por isso, talvez fosse bom encarar estes dias não com a urgência
de conseguir encaixar tudo o que se ansiou e sonhou ao longo do ano de trabalho,
mas com a expectativa do que nos pode trazer cada dia, deixando-nos levar sem
pressas. Em que é que descansamos? O que é que nos descansa de verdade? Pensava
como por vezes estamos tão cansados interiormente, tão dispersos, com tanto
ruído, com tantas preocupações que nos consomem e tiram ânimo, liberdade,
lucidez. Nada que uns dias na praia não resolvam, pensamos nós. Sim, é verdade,
os dias na praia com certeza que ajudam a acalmar. Mas o verdadeiro descanso
precisa também de uma paragem e de um reencontro interior.
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