ÁGUA + COR
= POLUIÇÃO = MORTE
Caríssimo/a:
E foi assim...
Tudo começou numa brincadeira de caranguejos: olha ali um! Cuidado com as tenazes! Este é macho! Aquele é mais redondo, é fêmea! Este é rijo! Um mole! Guarda-se para isca!... Mas que é isto? Um fio verde? Como é bonito! Vou enrolá-lo nas mãos! Já estão verdes! ... Agora não é só um fiozinho, alargou-se...
E o nosso rapaz esquece os caranguejos, despe-se e atira-se para aquela água diferente para um banho de causar inveja aos outros... Quando eles souberem até vão ficar de olhos trocados: não que de um banho em água tão especial ainda ninguém se tinha gabado!...
Porém, nova mudança de cor na água - de verde passou a cinzenta escura -trouxe-lhe inquietação: a água era um caldo que até cheirava mal. Que chatice! E como é que ia tirar aquela porcaria do corpo? E do cabelo? Parecia cola...
Lá se arranjou como pôde e fugiu, fugiu mesmo, a correr, afastando-se daquela água que o encantara e agora o assusta.
À tarde, com o grupo lá do canto, enojou-se e virou o nariz, afastando a vista daquela mortandade de peixes. Nunca tal se vira, e quem o garante é o ti João André. Aquilo é obra de Cacia.
E agora, com os peixes todos mortos, de barriga para o ar, que vai ser de nós?
O que valeu ao rapaz é que a maré sobe e desce e o mar – aquele gigante!... - engole tudo, até a sujidade do homem.
E vêm-me à esferográfica duas pérolas [a nós atribuir-lhe a cor]:
«O problema não está na poluição, mas no que lançamos para a água e para o ar.» (Lula da Silva)
«Louvado sejas, Senhor,
pela nossa irmã água
que é muito útil e humilde,
preciosa e casta!» (Francisco de Assis)
Manuel