Um memorial aos escravos para que Portugal se ponha no lugar das vítimas
«Que Portugal teve um papel absolutamente central no tráfico de escravos durante 400 anos já ninguém põe em causa, pelo menos no meio académico, mas esse reconhecimento não se transformou ainda, como aconteceu já noutros países que a ele estiveram ligados, numa justa homenagem aos milhões de homens, mulheres e crianças africanos, sobretudo, exportados como qualquer outra mercadoria para o Brasil ou São Tomé, territórios de grandes plantações de café, cana de açúcar e cacau. Não há em Portugal um museu da escravatura, como em Liverpool, nem um monumento onde este comércio de seres humanos seja evocado para que a sua memória contribua para o debate sobre o racismo na sociedade contemporânea, como acontece em Paris ou em Amesterdão. E não há porquê?»
Um trabalho de Lucinda Canelas
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