terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Um livro de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes

Esta é mais uma obra que deve figurar nas estantes 
de todos os que se interessam pelas temáticas 
relacionadas com a nossa Ria de Aveiro



“Bateiras da Ria de Aveiro — Memórias e Modelos” 

Em outubro passado veio a lume mais um livro alusivo às nossas tradições lagunares — “Bateiras da Ria de Aveiro — Memórias e Modelos” —, que saiu das investigações e do labor de António Marques da Silva e Ana Maria Lopes, especialistas nesta área. A edição foi da Câmara Municipal de Ílhavo — Museu Marítimo de Ílhavo, com o apoio da Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo. Esta é mais uma obra que deve figurar nas estantes de todos os que se interessam pelas temáticas relacionadas com a nossa Ria de Aveiro, bem como por todos os que apreciam registos do nosso passado ligado às águas que por todos os lados nos circundam, tornando-nos anfíbios, como dizia Raul Brandão. 
Li e reli o trabalho, mas ainda não saltou para qualquer prateleira das minhas estantes, pois ele merece, sem dúvida, ser saboreado com prazer mais uns tempos, para dele usufruir o cuidado e o gosto com que foi elaborado.
No Prefácio, Álvaro Garrido, consultor do Museu Marítimo de Ílhavo, sublinhou que a importância desta publicação decorre «da informação que ela acrescenta a um dos patrimónios mais salientes do Museu: a cultura material e imaterial da região lagunar, expressa no hábito de construir e navegar em embarcações de fundo chato e de pequeno calado, as bateiras». E mais adiante, diz que o livro se apresenta «ilustrado por boas fotografias dos exemplares em tamanho real que se encontram na Sala da Ria do Museu [de Ílhavo] e no território lagunar de hoje e de ontem». 
Álvaro Garrido frisa, no mesmo escrito, que «a miniaturização de embarcações ditas “tradicionais” ganhou uma importância sem precedentes na história das sociedades», sendo para os Museus «uma estratégia de representação de patrimónios, ora mais espontânea ora mais legitimada por um saber navalista assente no rigor de formas e de planos». 
Em Nota prévia ao leitor, Ana Maria Lopes lembra que o seu blogue Marintimidades tem divulgado «com todo o afecto os trabalhos relevantes que Marques da Silva tem produzido», de 2008 a 2011, trabalhos esses que estiveram na base do presente livro. E acrescenta: «Marques da Silva, além de todas as capacidades manifestadas, tem, também, na construção de todos estes modelos, revelado uma grande preocupação pedagógica, ao desenhar igualmente um ou dois planos de pormenor, à escala, acompanhados de uma sucinta descrição.» 
Por sua vez, Marques da Silva, na Introdução, salienta a grande atração que sempre sentiu por estas embarcações, associada ao gosto pelo modelismo, «concretizado agora depois de estar reformado». E afirma: «Alguns destes modelos, trouxeram-me à memória vivências da minha infância. Viagens, passeios e pescarias em que participei, e que me deram enorme satisfação recordar. Agora, ao reproduzir algumas bateiras em que vivi momentos especiais da minha juventude, foi dobrado o gosto que encontrei ao fazer a sua reprodução.» 

Fernando Martins



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