sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

LEGISLAÇÃO CAPCIOSA

Anselmo Borges 


Por formação e princípio, gosto do que é claro e transparente, detesto a mentira, a astúcia do engano, a manha... E aí está a razão deste texto. De facto, não consigo entender muito bem a pressa com que a actual Assembleia da República se apressa em legislar sobre as chamadas questões fracturantes.

1. Entre as primeiras medidas, acabou-se com a taxa moderadora no aborto, o que é incompreensível e injusto, pensando nas mulheres doentes que pagam. E estou à vontade, pois, na altura, escrevi um texto, usado e abusado, favorável à descriminalização, tendo o governo de então garantido que se seguiriam as "boas práticas" de outras legislações, concretamente da alemã. Depois, foi o que se vê...

2. Foi aprovada a lei que permite a gestação de substituição, vulgarmente conhecida por barrigas de aluguer. Em casos excepcionais (irmãs, por exemplo), até poderia dar o meu acordo, mas há perguntas inevitáveis: pensou-se a sério nas questões graves que podem surgir, por exemplo, no que se refere ao "turismo" estrangeiro, incluindo interesses financeiros neste domínio? Seja como for, há um contrato, e isso é humanizante? Quem deve ocupar o centro: a mulher ou a criança? E se, por doença, ninguém quer a criança? Está garantida o direito à identidade genética? Tanto se lutou para pôr fim aos filhos de pai incógnito, mas agora até a mãe o é....

3. Aquele projecto de lei sobre a canábis para fins terapêuticos (já há quem queira também para outros fins), com a possibilidade de "auto-cultivo"!

ESCUTAR JESUS, O FILHO AMADO DE DEUS

Reflexão de Georgino Rocha


Georgino Rocha

O grupo de Jesus vive uma crise profunda, depois do encontro de Cesareia de Filipe. Nem era para menos. Estava em jogo, após a avaliação da primeira fase da vida pública, o sonho de grandeza dos discípulos e o contraste que representa a resposta dada a Pedro, resposta contundente. “Fica longe de mim, satanás! Não pensas nas coisas de Deus, mas nas coisas dos homens”. E Pedro havia acertado em cheio: “Tu és o Messias”, exclama num misto de ousadia e assombro. Tinha razões para ficar satisfeito. A pergunta do Mestre: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” era bem respondida. Mas ouve o que não esperava: O anúncio surpreendente que deixa desconcertados os discípulos acompanhantes. A realização da missão vai passar por sofrer muito, ser rejeitado, morto em Jerusalém e ressuscitar. Pedro, porta-voz do grupo, é apanhado “em contra-mão” e reage de imediato. Chama Jesus à-parte e repreende-O. E este, atira-lhe a doer.

A crise estava instalada. O desencontro de perspectivas era notório, apesar de conviverem há tempos. Não estava em causa ser Messias, o Salvador, mas o modo de realizar a missão. Modo que ainda hoje se mantém. Em cada um de nós, na família, na Igreja, na sociedade. Como realizar a missão que Deus nos confia? Com que critérios?

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

OS NAVIOS DA PESCA À LINHA


"Os navios da Pesca à Linha" é um livro que vai ser apresentado no dia 3 de março, pelas 16 horas, no Hotel Moliceiro, segundo me informou o capitão Valdemar Aveiro. Trata-se de um livro recheado de fotografias raras, muitas desconhecidas da nossa frota pesqueira do bacalhau, e foi publicado pela Fundação Gil Eannes. A obra vai ser apresentada pelo seu Presidente, Eng.º José Maria Costa. 
Sublinha Valdemar Aveiro que o autor, canadiano e seu amigo, é um homem de raríssima qualidade humana, o que fez dele um símbolo de amizade entre os portugueses.

GUERRA JUNQUEIRO — REGRESSO AO LAR

Guerra Junqueiro

Regresso ao Lar

Ai, há quantos anos que eu parti chorando
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando,
canta-me cantigas para me eu lembrar!...

Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida...
Só achei enganos, decepções, pesar...
Oh, a ingénua alma tão desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida.
canta-me cantigas de me adormentar!...

Trago de amargura o coração desfeito...
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama, que me deste o peito,
canta-me cantigas para me embalar!...

Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
pedrarias de astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!...

Como antigamente, no regaço amado
(Venho morto, morto!...), deixa-me deitar!
Ai o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...

Canta-me cantigas manso, muito manso...
tristes, muito tristes, como à noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanço
que a minha alma durma, tenha paz, descanso,
quando a morte, em breve, ma vier buscar!


Guerra Junqueiro, in 'Os Simples'

NOTA: Ontem à noite prossegui a leitura de as  Memórias de Raul Brandão (três volumes num só), livro que Pedro Mexias, crítico literário, destaca como a edição de 2017. Raul Brandão descreve a vida do seu tempo com arte, saber e graça. Ao evocar a vida e obra de Guerra Junqueiro, trouxe-me  a singeleza de alguns poemas e textos do grande escritor, poeta, diplomata, pensador, visionário e precursor da República. Um homem do seu tempo, com paixões variadas. A agricultura, em especial a vinha, o colecionador com paixão pelas obras de arte, o incréu da Velhice do Padre Eterno até ao crente franciscano, com a sua  filosofia e a poesia de Os Simples.  E de repente, regressei a um poema que cheguei a dizer de cor, há  décadas. Aqui o partilho com os meus amigos. 

 FM 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

JUSTIÇA SOCIAL - UMA LUTA DE TODOS OS DIAS



Celebra-se hoje, 20 de fevereiro, o Dia Mundial da Justiça Social, criado precisamente há 11 anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi celebrada pela primeira vez em 2009 e precisa de todos nós, no sentido de despertar a consciência de toda a gente para as realidades concretas de injustiças ofensivas da dignidade humana.
Desde jovem, sempre me senti acordado para esta premência de lutar, no dia a dia, pela justiça social, graças ao meu envolvimento concreto na Ação Católica, nomeadamente na JOC (Juventude Operária Católica). Foi aí que tomei consciência das injustiças no mundo do trabalho e na sociedade em geral, ao ouvir, semana a semana, os relatos dos jovens trabalhadores, apesar de eu ser estudante. O método criado por Joseph Cardjin, um padre belga, filho de operários, apoia-se no Ver, Julgar e Agir, e ainda se mantém atual. 
Os jovens trabalhadores relatavam, com riqueza de pormenores, as injustiças de que eram alvos nas oficinas, fábricas, empresas de construção civil e outras, o que nos levava a refletir e a delinear estratégias de atuação, no sentido de repor a justiça de quem ganhava o pão com o suor do seu rosto. E se havia patrões compreensivos e justos, não faltavam os exploradores dos operários, quantos deles ainda na adolescência. Conheci humilhações que me marcaram para a vida. 
Presentemente, o Dia Mundial da Justiça Social, que deve ser vivido todos os dias do ano e de todos os anos, leva-nos a olhar para a pobreza que nos cerca, para o desemprego e exclusão, para os aposentados com reformas de miséria, para trabalhadores com o salário mínimo para sustentar a família, para a discriminação com base no sexo e na idade, para a xenofobia e marginalização dos migrantes e refugiados, no espírito de contribuirmos para que o mundo se torne verdadeiramente mais fraterno. 
Se é verdade que muitos já fazem muito pelos mais desprotegidos, importa continuar a lutar sem descanso pelos Direitos Humanos em todas as frentes. 

Fernando Martins

HOJE ACORDEI COM ESPÍRITO DE PRIMAVERA


A Ria

Hoje acordei com olhos e espírito de primavera. Dia sereno, sem frio e com sol a brilhar, resolvemos sair de casa para respirar o ambiente que garantia paz, harmonia e abertura ao mundo que nos envolve. Alheios às guerrilhas futebolísticas e políticas que dominam os quotidianos de tantos, que  deles nem sempre conseguimos fugir, lá saímos tranquilos. Partimos para Aveiro e a ria encheu-nos a alma. Mesmo dentro do carro, registei o panorama tantas vezes visto a correr. A água, os canais, as gaivotas e outras aves, os arbustos salgados pela maresia e ao longe o burgo com os seus apelos e recordações. 
Estou a escrever em direto, que as novas tecnologias permitem isso. Numa grande superfície, os rostos de quem vive a correr, de quem está a aproveitar uma temperatura amena, de quem passeia sem pressas e de quem se abastece para normalizar a despensa completam o quadro real. E o dia corre assim. 
Uma excelente tarde para todos.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

PRAIA DA BARRA POR FRANCISCOLTB



Com a devida vénia, copiei daqui

A propósito desta fotografia que publiquei no meu blogue, resolvi procurar o autor e conhecer os seus trabalhos. Li que as suas paixões são os barcos, navios e equiparados, sendo as paisagens um complemento que enriquece a sua arte. 
Do que vi, gostei imenso, razão por que se compreende a escolha do Porto de Aveiro, onde há, sem dúvida, colaboradores de muito bom gosto.
A foto da Praia da Barra, um ex-libris do nosso concelho, ao lado da Costa Nova e da nossa laguna, é lindíssima. Um colorido inebriante que casa bem com as nuvens e o mar, deixa-nos “invejosos” por não possuirmos saber e arte capazes de o imitar. Uma saudação especial para o autor.

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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