A gozar um período de férias, direito que assiste ou deve assistir a todos os cidadãos, prometo que, sempre que possível, por aqui passarei. Os meus assíduos leitores merecem de minha parte este modestíssimo esforço, até porque já não me sinto bem sem nada fazer.
Entretanto, quero desejar a todos umas boas férias, com muita tranquilidade e com muita alegria.
No regresso, prometo dar conta do que vi, senti ou li no ambiente descontraído em que me encontro.
F.M.
segunda-feira, 4 de julho de 2005
domingo, 3 de julho de 2005
Um poema de Cabral do Nascimento
ADEUS
Manhãs serenas, pálidos
Dias sem sol, enevoados céus,
Opacas noites de perfumes cálidos,
Vejo tudo isso e digo adeus.
Frutos doirados, flores de estuante viço,
Rochas, praias, ilhéus,
Ondas do mar azul… Vejo tudo isso
E digo adeus.
Que importa que este fosse o meu desejo,
Se o envolve a sombra de pesados véus?
A vida existe para os outros. Vejo
Tudo isso, e digo adeus.
E porque é tarde, e estou cansado, sigo
A estrada do regresso; e quando volvo os meus
Olhos, além, vejo tudo isso e digo:
Adeus!
Jornadas de Universitários Católicos


Para redescobrir a cidadania
Face ao conhecido e inquietante desinteresse da maioria dos portugueses pelas questões da cidadania, o Movimento Católico de Estudantes e o Serviço Nacional de Pastoral do Ensino Superior vão avançar com as IX Jornadas de Universitários Católicos. O tema, “Redescobrir a cidadania – Contributos para a mudança”, pretende alertar e mobilizar os estudantes do Ensino Superior, para que assumam, na vida, nesta área como noutras, uma maior co-responsabilidade.
O projecto desta iniciativa foi apresentado no sábado, em Fátima, na reunião do Conselho Nacional de Pastoral do Ensino Superior, que decorreu sob a moderação de D. António Carrilho, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família. Estiveram presentes, para além da Equipa Executiva, representantes de algumas dioceses do País e de Lares Académicos.
As jornadas vão ter lugar em Leiria, de 17 a 19 de Março do próximo ano, sendo certo que o anúncio ora feito pretende, tão-só, sensibilizar os universitários para uma participação mais activa e muito mais empenhada, desde já. Nessa linha, urge que todas as estruturas estudantis, ligadas às Universidades e à Igreja Católica, descubram a importância desta iniciativa, no sentido de a divulgarem com mais consciência e com bastante eficácia.
“Mudanças e consequências: rumos e valores da nossa sociedade” e “Cidadania – A nossa responsabilidade na mudança” vão ser as conferências que abrirão o debate de temas tão importantes como cidadania e associativismo, ecologia e economia, sociedade de informação e interculturalidade, participação política e os portugueses, conflitos e inquietações, entre outros.
Em mesa redonda, o tema “Mudança, Cidadania e Ensino Superior” vai servir como motivo de reflexão, em ambiente sereno mas objectivo, na esperança de se encontrarem respostas para questões tão pertinentes como são estas, nos tempos que correm.
Ainda haverá espaços para debater as respostas urgentes que a Igreja Católica tem de dar, face às mudanças que toda a gente reconhece como inevitáveis, e tendo em conta, sobretudo, os desafios que se nos põem, hoje, para dizer Deus.
Fernando Martins
LER JORNAIS
Para muitos, e falo do que conheço, os jornais só nos trazem e mostram tragédias, dramas, tristezas, desgraças. Mas não é assim. Se corrermos com olhos bem abertos as suas páginas, com preocupações positivas, descobriremos sempre coisas bonitas e agradáveis de ver e de ler.
Do “PÚBLICO” de hoje, transcrevo, para oferecer aos meus leitores, um parágrafo do artigo de Frei Bento Domingues.
“Diante do mistério de Deus, toda e qualquer fórmula humana não pode ser mais do que um balbuciar ligado a determinadas condições linguísticas, históricas e filosóficas. As fórmulas podem oferecer pistas úteis, talvez mesmo indispensáveis, para orientar os nossos passos para Aquele que chama por nós para além de nós. Gosto do Credo do padre Serge de Beaurecueil, alma da sua impressionante liberdade, manifestada ao longo desta aventura: ‘Para falar como o profeta Jeremias, encontrei Alguém, o Deus vivo, que me seduziu. Não acredito nas ideologias, mas creio em Jesus de Nazaré. Não creio na moral, mas creio no Espírito Santo, guiando, a partir de dentro, os meus passos. Não creio possuir a Verdade que do alto da minha superioridade distribuiria aos outros. Desejo apenas, com eles, muitas vezes por eles e através deles, passo a passo, dia após dia, caminhar para ela. Que seja ela a possuir-me. Por maior que possa ser a obscuridade da nossa noite, creio por eles e por mim, com todo o meu ser, na radiosa Estrela da manhã’.”
BOAS FÉRIAS - 2


O prazer de ler
As férias, para serem bem vividas, têm de nos levar a sentir e a experimentar alguns prazeres. Na passada semana abordei o prazer de conviver e hoje sugiro o prazer de ler.
É certo e sabido que muitos compram livros ao sabor das propostas das editoras e dos críticos. Também os compram porque os amigos lhes falaram das suas saborosas leituras e dos autores das suas predilecções. Depois, há livros que ficam à espera de serem lidos, meses e meses e até anos. As férias podem ser, pois, excelentes oportunidades para todos pormos as leituras em dia.
Claro que não vamos, de modo nenhum, passar os dias todos das férias a ler, porque a vida não se faz só de leituras. Mas, se houver boa vontade, podemos cultivar o prazer de ler, lendo com regra os bons poetas e prosadores portugueses, que os temos, felizmente.
Não vou aqui e agora sugerir nomes e livros, porque seria impossível agradar a toda a gente. Neste meu espaço, aliás, tenho escrito sobre um ou outro escritor, sobre um ou outro livro, dos que mais me sensibilizaram no momento e nas circunstâncias.
Há horas para tudo, se quisermos. Horas para o romance, horas para a poesia, horas para o ensaio, horas para o religioso, horas para o espiritual, horas para o bíblico, horas para a Bíblia, horas para o teológico, horas para o biográfico, horas para o filosófico, horas para a crítica literária, horas para o comentário sobre o que se leu, horas para o jornal e para a revista, horas para tudo, afinal. O que é preciso é que a leitura tenha um espaço próprio nas nossas férias.
E se tivermos em conta que os livros são, sem sombra de dúvidas, dos nossos melhores amigos, então mais razões haverá para lhes dedicarmos parte significativa dos tempos livres, que os temos, decerto, nas férias deste ano.
Fernando Martins
sábado, 2 de julho de 2005
Em Fátima, com gente solidária
Hoje, em Fátima, onde participei num encontro sobre Pastoral do Ensino Superior, encontrei um médico conhecido e uma enfermeira amiga. Não foram participar em encontros de formação, mas estavam ali para prestar auxílio aos peregrinos que, neste sábado escaldante, foram encontrar-se com a Mãe de Deus.
Risonhos, brincalhões até, mostravam uma alegria contagiante, ou não estivessem animados do verdadeiro espírito de serviço, de doação aos outros, em especial aos que mais precisam. E pelo que fiquei a saber, fazem desta actividade um hábito regular, conscientes de que a felicidade autêntica está mais no dar do que no receber.
Quando encontro gente generosa e disponível, como aconteceu neste sábado, não posso deixar de reconhecer que, afinal, neste mundo de tanto egoísmo, ainda há muitos homens e mulheres que são capazes de deixar tudo, em especial fins-de-semana carregados de futilidades, férias desgastantes e sem sentido, reformas apenas geradores de ociosidades castradoras, tempos livres cheios de nada, simplesmente para ajudarem quem necessita.
Quando regressei a casa, não pude calar-me, porque é imperioso dizer que o mundo continua a gerar, realmente, pessoas que sabem amar.
Fernando Martins
Dívida moral para com África
O combate à pobreza africana é uma dívida moral que os países ricos têm para com o continente negro
O combate à pobreza africana é “uma dívida moral que os países ricos têm para com o continente negro. Primeiro, depauperaram-no das suas gentes através da escravatura. Depois, roubaram-lhe as riquezas naturais através da colonização. Agora, estão a levar-lhe os melhores cérebros. Mas a reparação é também em proveito próprio, pois traduz-se num investimento na segurança global. A pobreza gera migrações ilegais, violência e terrorismo” – denuncia o Pe. José Vieira, no último editorial da Revista «Além-Mar».
África é um continente rico em recursos naturais e humanos para “poder sonhar com um futuro melhor. Hoje, 280 milhões de africanos já podem encarar o futuro com esperança, mas continuam a precisar de ajuda para combaterem a pobreza, a malária, a sida e a tuberculose. Se é algo que é devido a qualquer população de um qualquer continente, em relação aos africanos a nossa responsabilidade é maior” - refere o sacerdote Comboniano.
Fonte: ECCLESIA
Concerto contra a POBREZA em ÁFRICA


Em dez palcos do mundo (Londres, Versalhes, Berlim, Roma, Filadélfia, Barrie, Tóquio, Joanesburgo, Moscovo e Cornualha), decorreu, em simultâneo, um concerto planetário para combater a pobreza em África. É garantido que amanhã, daqui a um mês e mesmo nos próximos anos a pobreza persistirá e milhões de pessoas acabarão por morrer na extrema miséria. Isto não significa que seja de condenar a iniciativa que há-de levar outros milhões de seres humanos a concluir que urge construir uma nova ordem social, que, de uma vez por todas, consiga matar a fome a quem a tem no dia-a-dia.
Mas se é verdade que todos concordam com a urgência de se darem passos firmes, no sentido de erradicar a pobreza, que não deixa de nos envergonhar a todos, também é justo admitir que o egoísmo ainda é, infelizmente, uma marca indelével dos tempos em que vivemos.
Como é que queremos acabar com a fome e com a pobreza extrema em África, se não somos capazes de dar pão aos que o não têm, quantas vezes perto de nós? Comecemos, pois, pelos pobres que há entre nós e logo a seguir, mas mesmo logo a seguir, olhemos para os africanos pobres, muitos dos quais falam e rezam em Português.
Entretanto, não deixemos de apoiar as instituições que estão no terreno a lutar para que muitos sobrevivam, enquanto o pão não chega. Afinal, a solidariedade universal só é possível com gente solidária, generosa e com capacidade para amar.
Fernando Martins
sexta-feira, 1 de julho de 2005
Luta contra a pobreza global
Dia Internacional da Banda Branca,
símbolo da luta contra a pobreza no mundo
Celebra-se hoje, 1 de Julho, o Dia Internacional da Banda Branca, símbolo escolhido para representar a luta contra a pobreza no mundo. Em Portugal pretende-se mobilizar a sociedade para a acção em torno da luta contra a pobreza e para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). A campanha “Pobreza Zero” (ver em www.pobrezazero.org) quer alertar os políticos que passados 5 anos da assinatura da Declaração do Milénio as promessas continuam por cumprir. Por isso, sob o lema “Pobreza Zero”, a campanha apela “à sociedade para que se mobilize, actue e pressione os líderes políticos, e exija, como primeiro passo para a erradicação da pobreza, o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”. Em cada 5 segundos que passa, morre uma criança de fome. “A persistência da pobreza e da desigualdade no mundo de hoje não tem justificação” – refere o site da campanha.
No ano de 2000, 189 chefes de Estado e de Governo assinaram a Declaração do Milénio que levaram à formulação de 8 objectivos de desenvolvimento específicos, a alcançar entre 1990 e 2015. Estes objectivos, chamados os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), podem ser resumidos da seguinte forma:
1- Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome.
2- Alcançar o ensino primário universal.
3- Promover a igualdade entre os sexos.
4- Reduzir em dois terços a mortalidade de crianças.
5- Reduzir em três quartos a taxa de mortalidade materna.
6- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves.
7- Garantir a sustentabilidade ambiental.
8- Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Poderá obter todas as informações sobre a luta contra a pobreza global, sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e sobre a forma de participar activamente nesta iniciativa internacional em www.pobrezazero.org
Fonte: ECCLESIA
BÍBLICA: onde a Bíblia se faz vida


Ao completar meio século de existência, a revista BÍBLICA bem merece uma referência neste meu espaço, ou não lhe estivesse eu ligado desde há quase 45 anos. Foi nela e com ela que me aproximei mais da Palavra de Deus, sendo cada número motivo de reflexão e de aprofundamento das verdades que me sustentam.
Confesso que nem sei que mais admirar. Se a análise aos textos bíblicos com o contributo de especialistas, se a divulgação de curiosidades do Povo de Deus através dos séculos, se o esclarecimento de dúvidas a quem as tem, se as ilustrações sempre de grande qualidade, se as reportagens sobre temas oportunos, se as notícias ligadas à Sagrada Escritura e à Terra Santa. Tudo me merece atenção, tudo me leva a meditar, tudo me ajuda a compreender o mistério de Deus em cada um de nós e no mundo.
O último número, o 299, referente a Julho-Agosto, com textos sobre João Paulo II e Bento XVI, não deixa de nos oferecer curiosidades que vale bem a pena ler e reler.
Ninguém me encomendou o sermão, mas não posso deixar de recomendar a sua assinatura (7.5 euros, por ano, para Portugal). Para isso, basta escrever para Difusora Bíblica, Rua São Francisco de Assis, Apartado 208, 2496-908 FÁTIMA.
F.M.
Um artigo de Alexandre Cruz


homem universal
1. Diz-se que vivemos tempos de parcialidade, o provisório é quase o definitivo. De repente, do “ouviu-se dizer” passa-se a “aconteceu”. Até do problemático caso tipo do “arrastão da praia de Carcavelos”, quando alguém disse que “eram p’raí uns 500”, então passaram a ser mesmo esses. Uma certa desagregação social como atitude de espírito, que cria permiabilidade para as meias abordagens, faz tantas vezes do sensacionalismo a real notícia. As próprias narrativas históricas, da história do Ocidente à história de Portugal vão-se esbatendo, perdendo-se a memória do colectivo que unificava. Afinal, o que não é conversado é esquecido! Não se dá por isso, e isto mesmo faz parte do fenómeno, mas a cultura, na sua essência, está a fugir, a transferir-se para um novo paradigma de referências (com ou sem elas) em que a tecnologia está-se a substituir à dimensão relacional, estamos “entre” (qualquer coisa). Um “entre” de anos a fio com horizonte agravado, “ivado”, queimado no Portugal que temos de amar. Os pais e os filhos, os educadores e educandos, para todos o tempo que foge vai, também, limitando uma experiência humana conversada, saboreada, que saiba caminhar para uma verdadeira síntese dos valores universais assimilados. As grandes mensagens não passam, ou passam pouco. Tal como a amizade se alimenta com gestos e palavras, assim este crescimento global da pessoa exigirá caminho, processo, para além do intelectual; é importante navegar nas águas da própria existência onde a procura do sentido para a vida e de uma experiência humana saudável preencha de luz toda a pessoa.
Por outro lado, também uma super-ocupação e necessária especialização dos nossos dias faz das pessoas especialistas interessantes de certas matérias mas torna-as incapazes de comunicar para além da sua área. Dinâmicas como o “espírito crítico construtivo” e a “cultura geral” serão certamente dos elos fundantes de unidade social. Se com tanto conhecimento não somos capazes de, todavia, conseguir plataformas comuns de pensar e viver em sociedade acaba por ser infecundo e inconsequente o projecto da proclamada sociedade de informação e comunicação. A cultura faz a síntese entre o conhecer, as máquinas e o viver, e a este respeito, de cultura, estamos bem aquém do ideal. Habitar a nossa época da modernidade deverá fazer de todos não espectadores mas interlocutores e actores cívicos que buscam ideias universais. Estas são o caminho óbvio da identidade dos grandes líderes sociais (que escasseiam), daqueles que (ainda que muitas vezes solitários) arriscam mudar o rumo da história.
Ousou criar pontes ente a Fé e as Ciências
2. É neste contexto que se eleva, entre tantos outros, uma personalidade ímpar que destacamos. Não muito amada pelos seus contemporâneos, nomeadamente pelo meio eclesiástico. Pierre Teilhard de Chardin, em conferência (projecto “derivas”) do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro mereceu justa homenagem. De origem francesa, nasceu a 1 de Maio de 1881. Percorreu caminho de cientista paleontólogo, filósofo, teólogo e padre Jesuíta. Foi também geólogo e, de certa forma, antropólogo social. Procurou, em tempos de reacção antimoderna da Igreja, e em contextos de existencialismo asfixiante, explicar, desenvolver inovadora linha de pensamento especulativo sobre toda a realidade criada. Como esferas da evolução do homem e do mundo, na sua magnífica obra “Fenómeno Humano”, apresenta: hilosfera (matéria); biosfera (vida); noosfera (inteligência) e logosfera (razão). Apresentando esta evolução partindo da matéria, refere que estamos na noosfera. Todavia não poderá o ser humano parar aí: diz ele que “um dia o homem vai transcender a noosfera” (fase da inteligência), e chegar à logosfera (razão absoluta).
Teilhard oferece-nos uma chave de leitura de tudo. Procurando escapar a acusações de panteísta (moldar Deus demais a ponto de O “usar”, diminuir nas “coisas”…), como que nos coloca na escada do Absoluto, possibilitando uma ponte tão urgente quanto necessária entre a Fé e a Ciência. Nesta procura sempre convergente de toda a realidade, no seu dizer, o ponto de atracção supremo é o próprio Logos, Jesus Cristo. No seu discurso de uma cosmovisão integrada propõe a elevação de tudo até ao que ele chama de Cristo Cósmico; ou seja, nada anda ao acaso, o tempo, a história, os astros, a terra, as coisas, tudo tem um sentido, significado, uma meta…tudo vai convergindo para a razão absoluta, que atinge a sua perfeição na Pessoa Divina, por isso há uma dinâmica imparável de Cristificação do Universo.
Bom, desçamos à terra! Independentemente da sua reflexão de fronteira, considerada por alguns de herética, mas citada pelos papas de Paulo VI ao actual, o certo é que foi uma profecia de reflexão que vai proporcionando, um pouco por todo o mundo, momentos de Jornadas, Conferências no contexto do cinquentenário da sua morte (10 de Abril de 1955). O mesmo já decorrera em 1991, no centenário do nascimento do teólogo que ousou criar pontes explícitas entre a Fé e as Ciências.
Para que não se perca o comboio do pensamento contemporâneo haverá uma nova estrada teológica a abrir. Theilard é oportunidade de repensar a ciência que precisa da luz transcendente e a fé que carece de uma inclusão do conhecimento actual (ciências humanas e hoje as neurociências) no processo da revelação divina. Claro, desta fusão, não anuladora de identidades, virá certamente uma nova linguagem sobre a fé mas também a conjuntura para revisão de alguns dogmas (?). Que coragem e profetas sofredores capazes de tamanha obra?
Theilard, silenciado, não pode publicar suas obras… O certo é que para o mundo global da ciência um dia podem ser mil anos, e as instâncias éticas que estão no terreno ou nas pontes explícitas com o mundo científico, enquanto é tempo, propõem urgente actualização das linguagens da fé, a fim de não se perder a significatividade do próprio discurso. É que hoje, e ainda bem, não chega trazer, sensibilizar as pessoas para o discurso antigo… É preciso ir ao encontro e sondar a percepção e os sentidos dos nossos dias, e aí propor a verdade de sempre.
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