E o Natal aconteceu…
Aquela pequena aldeia no sopé da montanha parecia uma pequena cidade. Ficava no fim da estrada que vinha de longe logo após a ponte que atravessava o pequeno rio, tendo como pano de fundo a alta montanha coberta de árvores com resquícios da neve acumulada durante a noite.
Inspirava uma certa quietude a quem se aproximava, começando por ver a torre da igreja num ponto mais alto e depois o fumo que saía de algumas chaminés nestes dias de fim de Outono.
Embora pequena, possuía muitas das comodidades de uma cidade, ainda que em ponto mais pequeno: a igrejinha era como uma pequena catedral, a escola primária, o salão de festas, o campo de jogos, a filarmónica, o grupo de teatro e o clube desportivo.
Embora pequena, possuía muitas das comodidades de uma cidade, ainda que em ponto mais pequeno: a igrejinha era como uma pequena catedral, a escola primária, o salão de festas, o campo de jogos, a filarmónica, o grupo de teatro e o clube desportivo.
Era também muito orgulhosa das suas tradições que ia relembrando através do ano, mas o que empolgava deveras toda a população era o Auto de Natal levado à cena pelos alunos da escola, anualmente no início das férias desta quadra, que o representavam no salão de festas. Era rara a família que não tinha um pequeno actor envolvido e à medida que o Natal se ia aproximando começavam a conjecturar quem iria representar quem.
Este ano a ansiedade era maior. Estaria a jovem professora, chegada no início do ano lectivo, à altura de tal responsabilidade? Logo que chegou à aldeia foi posta ao corrente da sua esperada colaboração como ensaiadora do nobre espectáculo que encerraria o primeiro período de aulas. Não podia falhar!
Os dias foram correndo e quando se aproximava o início dos ensaios, Simão, um dos alunos, segredou à professora com quem ficava só, no final da aula, enquanto limpava o quadro preto: