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O meu pai faleceu há 47 anos

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O meu saudoso pai, Armando Lourenço Martins, faleceu neste dia, 26 de Fevereiro de 1975. precisamente há 47 anos. Tinha 61 anos de vida, de trabalhos e canseiras. Não interessa falar da dor que se sente pela morte de um pai ou de uma mãe. O mesmo de irmãos e amigos próximos. Sobre a partida para Deus de meu pai, já escrevi e já falei muito. Penso que a tristeza e a dor do que sentimos em horas dolorosas jamais serão esquecidas, mas hoje não vou por aí. Lembrando o meu pai, tenho vontade de me felicitar, recordando os momentos felizes que ele me proporcionou. Os meus familiares e amigos nem imaginam o sorriso aberto e as gargalhadas mais que sonoras com que ele saudava as brincadeiras que eu mantinha com o meu irmão, o Armando (que eu tratava por Menino), três anos mais novo do que eu. Sentado numa cadeira no terraço de nossa casa, sempre de cigarro na boca ou bem seguro entre os dedos grossos e amarelados pelo fumo ou queimados pelo calor da "beata", que ele aproveitava...

Costa Nova de outros tempos

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E quando a ria beijava os palheiros da Costa Nova? Haverá quem tenha saudades desses tempos? Já repararam que o homem da fotografia estava em dia domingueiro ou de festa? Se calhar, aprontou-se para a fotografia!

A sabedoria do coração, tesouro da nossa vida

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Reflexão de Georgino Rocha  para o Domingo VIII do Tempo Comum "Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado" “Pegue na minha mão;, pede ao médico um doente prestes a morrer. Eu preciso da sua mão”, relata o Papa Francisco na comunicação aos profissionais de saúde que em Itália celebravam o seu Dia Nacional. E remata: “Todos precisamos de uma mão amiga ao longo da vida”. Mão amiga que nos faz sentir a presença do outro e a sua ternura, mão amiga que é companhia e segurança, mão amiga que desperta energias e levanta ânimos, mão amiga que guia e conduz. Mão amiga que revela a riqueza de um coração sábio e prudente, verdadeiro bom tesouro, como afirma o Evangelho de hoje. Lc 6, 39-45. Lucas agrupa em três breves parábolas os ensinamentos de Jesus na parte final do sermão das bem-aventuranças: o cego a guiar outro cego; o argueiro e a trave na vista, a árvore que se reconhece pelo fruto. Todas elas conduzem ao que o ...

Prémio para Luísa Costa Gomes

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O livro AFASTAR-SE de Luísa Costa Gomes venceu o Prémio Casino da Póvoa no valor de 20 mil euros. Trata-se de um livro de contos cujos temas se desenvolvem à volta da água. Mas a autora explica melhor: “Fui coleccionando ao longo de mais de cinco anos contos que de uma maneira ou de outra metem água. Ela está sempre presente, doce, clorada, salgada, mais larga ou mais discreta, no oceano aberto onde se experimenta o abandono e a sobrevivência, no duche redentor que muda em narrativa irónica uma experiência de quase morte, na saliva que prepara a cinza, na piscina adorada que é meio de transmutação alquímica. Será esta coleção, talvez, em arco abrangente, uma reconciliação pela água: um livro termal, se quiserdes. Em muitos destes contos se reivindica o primado da experiência vivida, seja ela de jibóias!, na elaboração formal que lhe faz a vénia. Na vida da água que nos faz sonhar [só de olhar] reconhecemos a nossa própria sobrevida. Mas o lapidar é o lapidar e o que se escreve na água....

Evocando Jaime de Magalhães Lima

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Neste dia, em 1957, foi solenemente inaugurado, no Jardim Infante D. Pedro, em Aveiro, o monumento à memória do insigne escritor aveirense Dr. Jaime de Magalhães Lima. 

A minha mãe nasceu neste dia

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A minha saudosa mãe nasceu neste dia e mês do ano 1910 e faleceu em 15 de maio de 1994. Tinha, pois, 84 anos e sempre viveu com lucidez, embora tivesse enfrentado trabalhos e doenças que soube vencer com coragem e determinação. Filha de Manuel José Francisco da Rocha e de Custódia de Jesus, era por temperamento uma Facica. A propósito deste apelido, diz a Lita que herdei dela o hábito de “ter sempre razão”. Se calhar, é verdade. Por ser de baixa estatura, ficou na vida conhecida por Rosita Facica. Ora a minha mãe, como decerto todas as mães, deixou nos filhos, eu e o meu irmão Armando, o Menino, em casa, e o Grilo, na sociedade gafanhoa, essa maneira de estar na vida. Mas tenho para mim que aquele hábito herdado de minha mãe e dos seus antepassados se foi atenuando pela educação recebida, e hoje, francamente, penso que não sou assim. Recordo a minha querida mãe neste dia que ela e nós celebrávamos, não com pompa e circunstância, mas com a naturalidade de uma família remediada. Nunca fa...

A propósito da falta de chuva

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PRÓLOGO Fui avestruz. Sou ruminante Da seiva lírica. A pastagem, Outrora verde e abundante, Está queimada da estiagem. Olhar o céu límpido e mouco Não vale mais do que o que foi. A água tarda. O pasto é pouco. A fome rói. Ah, se uma lágrima bastasse Pra encher de viço esta secura! Sinto-a a escorrer-me pela face Futura. António Manuel Couto Viana

GAFANHA DA NAZARÉ - Jardim 31 de Agosto

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  Numa passagem, ontem, pelo Jardim 31 de Agosto, registei duas fotos para lembrar que esta data diz respeito à criação da Paróquia Nossa Senhora da Nazaré pelo então Bispo de Coimbra,  D. Manuel Correia de Bastos Pina, a cuja diocese pertencíamos. Apreciei o relvado sintético, limpo e convidativo, mas sem ninguém a utilizá-lo. Também não estávamos em horas de tempos livres, diga-se em abono da verdade.

Peregrinos de esperança

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Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO Ainda andamos às voltas com o desafio da Igreja sinodal (2021-2023) – que muitas pessoas ainda nem deram conta do que significa e implica – e este Papa acaba de nos lançar para o Jubileu 2025. 1. Este Papa parece que tem horror ao vazio. Ainda andamos às voltas com o desafio da Igreja sinodal (2021-2023) – muitas pessoas ainda nem se deram conta do que isso significa e implica – e, no entanto, acaba de nos lançar para o Jubileu 2025. Talvez não seja inútil apresentar algumas etapas desse percurso. O Papa Paulo VI instituiu o Sínodo dos Bispos para continuar o Vaticano II, que também tinha sido um Concílio de Bispos. Já teve várias realizações até à chegada do Papa Francisco. Este continuou o modelo que não satisfez o programa que traçara para o seu pontificado – A Alegria do Evangelho. Resolveu convocar algo diferente – o Sínodo 2021-2023, para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão. O objectivo e o método são diferentes. Não se trata...

Tenho de reagir!

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Fomos um dia destes a Aveiro para descontrair. Cada um foi para seu lado. A Lita voltada para as modas e eu virado para os livros. Entrei numa livraria e senti que não era o mesmo. Percebi que andava apático, perdido por ali, sem gosto por nada. Os hábitos de confinamento, agora não tanto por necessidade ou obrigação, mas por razões inexplicáveis, tiraram-me o gosto pelo interesse. Olhava para os livros e nada me atraía. Nem novidades literária, nem conhecidos escritores, poetas, romancistas e cronistas, historiadores, bem conhecidos, uns, e novos na arte de escrever, outros, mas saí como entrei. Algo vai mal pelo meu lado. Regressei preocupado. Tenho de reagir. Sinto que tenho de recuperar o ânimo, pondo de lado receios infundados. Afinal, tomei as doses recomendadas das vacinas, não frequento espaços críticos, uso máscara quando saio e mesmo em casa, quando alguém nos visita. Não há à partida razões para receios. E soube agora que a Rainha de Inglaterra, Isabel II, está com Covid-19.

Os primeiros médicos da Gafanha da Nazaré

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Médicos que exerciam uma clínica de proximidade Dr. José Rito O primeiro médico com consultório na Gafanha da Nazaré foi o Dr. José Rito, o primeiro gafanhão com um curso de medicina. Foi licenciado pela Universidade de Coimbra em 1918. Casou em Ílhavo (Ver nota 1), foi inspetor de saúde e médico municipal. Os médicos que montaram consultório na nossa terra e que aqui exerceram clínica toda a vida foram os Drs. Joaquim António Vilão e Maximiano Ribau. O Primeiro de Figueira de Castelo Rodrigo e o segundo da Gafanha da Nazaré. Isto aconteceu em 1940. Exerceram a sua profissão em espírito de missão, muito próximos dos seus pacientes. No consultório e nas visitas domiciliárias, constantes naqueles primeiros tempos. As consultas e os primeiros tratamentos, que não se coibiam de aplicar, tão certos estavam das dificuldades das pessoas, que bem conheciam, suscitaram muitas reações de respeito para com estes médicos. Como era hábito nessa década, os médicos estabeleciam com as famílias uma a...