terça-feira, 28 de setembro de 2021

Crepúsculos de Outono



Ó minha terra, nos crepúsculos de outono!
Nuvens do entardecer, doiradas ilusões,
Quando fala comigo a alma do Abandono,
E o vento reza, no ar, penumbras de orações…

Teixeira de Pascoaes

In “Versos Pobres”

domingo, 26 de setembro de 2021

Não à ideologia do retrocesso

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

A falta de cultura bíblica, na formação dos católicos, não se resolve com umas pinceladas de alguns minutos

1. Foi muito saudado o documento do Concílio Vaticano II, chamado A Igreja no Mundo Contemporâneo (Gaudium et Spes — 1965), ao reconhecer que a Igreja faz suas as questões do mundo contemporâneo. Sem perder a memória do passado, deve procurar, afincadamente, abrir caminhos de esperança para o futuro de todos.
O Papa Francisco tem sido fidelíssimo a esta perspectiva. Com ele, a Igreja faz parte do mundo contemporâneo em processo de conversão. Não aceita a miopia de continuar ocupada com um mundo que já não existe. Ainda muito recentemente, no encontro com os jesuítas, na Eslováquia, criticou duramente quem alimenta a ficção de procurar voltar atrás: “Sofremos isso hoje na Igreja: a ideologia do retrocesso. É uma ideologia que coloniza as mentes, é uma forma de colonização ideológica. Não se trata, no entanto, de um problema verdadeiramente universal. É específico das Igrejas de alguns países. Acrescentou com humor: há jovens que, depois de um mês de ordenação, vão pedir ao bispo autorização para celebrar em rito antigo. Este é um fenómeno retrógrado. Temos medo de avançar nas experiências pastorais.”

sábado, 25 de setembro de 2021

Sou um corpo que diz "eu"

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Conta-se que, uma vez, estava um miúdo com a mãe, junto ao cadáver da avó. A mãe explicou ao filho: "Vês? Agora, o corpo vai para a Terra, a alma foi para Deus. Quando eu morrer, o meu corpo vai para a Terra e a minha alma vai ter com Deus. Depois, quando tu morreres, também vai ser assim: o teu corpo vai para o cemitério; a tua alma vai ter com Deus." E o miúdo, aflito, perguntou: "E eu?"
Esta pequena história, na sua aparente ingenuidade, ilustra bem todo o enigma da constituição humana. O pensamento enveredou frequentemente pelo dualismo, que quer exprimir uma tensão vivida: eu sou um corpo que diz eu, mas ao mesmo tempo penso-me como tendo um corpo, pois o eu fontal parece não identificar-se com o corpo. Parece haver no Homem um excesso face ao corpo, experienciado, por exemplo, na possibilidade do suicídio: eu posso matar-me. Mas, por outro lado, eu não sou uma alma que carrega um corpo, à maneira de uma coisa que eu tivesse. Vivo-me desde dentro como sujeito corpóreo, um corpo-sujeito e matéria pessoal. O meu corpo sou eu mesmo presentificado, é a minha visibilização, sou eu próprio voltado para os outros. Numa concepção dualista de alma e corpo, os pais não seriam realmente pais dos filhos, mas apenas de um corpo que transporta ou é transportado por uma alma que viria de fora...

Gafanha da Encarnação - Igreja Matriz

 

Estive, há dias, na Igreja Matriz da Gafanha da Encarnação. Já por lá passei várias vezes e não me canso de apreciar este belo espaço que acolhe os que chegam, convidando-os ao silêncio e à contemplação. Aquele Cristo sai da cruz ressuscitado e salta para o mundo ao encontro de cada um de nós. Está vivo e de braços bem abertos para nos  abraçar e aconchegar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A inteligência e o coração

"Não há inteligência sem coração. A inteligência é um dom, mas o coração tem que a suportar humildemente."

Agustina Bessa-Luís, 
escritora, (1922-2019)


Em ESCRITO NA PEDRA, 
no PÚBLICO

Escolhe a vida, diz Jesus, mesmo que te custe

Reflexão de Georgino Rocha para o Domingo XXVI do Tempo Comum

Qualquer estorvo pessoal que impeça entrar na vida deve ser eliminado. A preocupação de Jesus é que todos estejam livres para aderirem à sua proposta de felicidade, ao seu projecto de salvação, ou, dito com palavras bíblicas, ao reino de Deus.

A escolha da vida é a opção certa. Mesmo que muito custe. Jesus di-lo claramente, aos discípulos recorrendo a exemplos contundentes. E nós vemos situações que o comprovam. Se um membro do corpo humano constitui ameaça séria à vida, tem de ser amputado; de contrário, os riscos de morte podem ser iminentes. A sabedoria popular e as ciências médicas confirmam este modo de proceder: salvar a vida terrena, ainda que se percam bens muito valiosos e apreciados. Quanto mais a vida eterna. Mc 9, 38-43.47-48
O Papa Francisco exorta-nos a que nos lembremos “sempre que construir o futuro não significa sair do hoje que vivemos! Pelo contrário, o futuro deve ser preparado aqui e agora…” E que na “carta encíclica Fratelli tutti/Todos Irmãos, deixei expressa uma preocupação e um desejo, que continuo a considerar importantes: «Passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta. No fim, oxalá já não existam “os outros”, mas apenas um “nós”» (n. 35).

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

ROSSIO - Palmeira vestida

 


No Rossio, em Aveiro, há 10 anos, houve uma iniciativa curiosa. Quem aprecia, pode concluir que a ideia visou proteger a Palmeira do frio ou do calor. A sua altura, um pouco fora do comum, talvez tenha justificado a proteção. Ou não passou de uma forma de tornar mais belo e mais acolhedor o ambiente?

NOTA: O que aconteceu pode ser visto aqui 

As nuvens fascinam-me




As nuvens fascinam-me, vá-se lá saber porquê. Até sabia os seus nomes de cor, mas isso já lá vai. Quando era miúdo, habituei-me a ver os mais velhos a olharem fixamente o céu para depois prenunciarem chuva ou vento, mais hora menos hora. E julgo que a maior parte das vezes acertavam. Ainda me entretinha com amigos a descobrir monstros e outras figuras que as nuvens exibiam para nosso regá-lo. Mas também é verdade que alguns não tinham olhos nem imaginação para ver seja o que for.
Ainda agora não me canso de apreciar as nuvens que se exibem paradas, umas, e apressadas, outras. E com este bailar das nuvens, espetáculo em permanente mutação, num céu azul, consigo, tantas vezes, a serenidade que me enriquece o dia.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

São Jacinto passa para a Vera-Cruz

Efeméride
1856
22 de setembro


O Bispo do Porto, D. António Bernardo da Fonseca Moniz, declarou desistir da jurisdição que até então exercia no território da restinga de areia que, pelo decreto do Governo de Sua Majestade de 24 de Outubro de 1855, passara para as freguesias da Diocese de Aveiro; estava incluída a costa de São Jacinto, que foi transferida para a freguesia da Vera-Cruz (Rangel de Quadros, Aveiro - Apontamentos Históricos, I. fl, 187; João Francisco Teixeira de Pinho, Memórias e Datas para a História da Vila de Ovar, 1959, pgs. 210-211) - J

Calendário Histórico de Aveiro
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

“Cândido Teles – uma vida em viagens”

Museu Marítimo de Ílhavo 
- até 31 de Dezembro 

Com a exposição “Cândido Teles – uma vida em viagens”, que se encontra patente ao público até ao dia 31 de dezembro de 2021, o Museu Marítimo de Ílhavo assinala o primeiro centenário do nascimento do pintor ilhavense Cândido Teles (1921 – 1999), mostra constituída por vários núcleos evocativos da vida e obra do homem, do artista e do militar que foi Cândido Teles. 
Na galeria de exposições temporárias estão expostas dezenas de pinturas, de pequeno formato, do primeiro período artístico de Cândido Teles, sobretudo datadas dos finais da década de 1930 aos inícios da década de 1950.
Na sala de exposições situada junto ao Aquário dos Bacalhaus há um outro núcleo, dedicado as fases posteriores do artista, como a sua passagem por terras diversas, desde o Alentejo a África.
Para além de pintura, aqui encontram-se ainda documentos e objetos relacionados com a vida do artista e também com a sua carreira de oficial militar, nomeadamente condecorações.

Nota: Publicado no TIMONEIRO

Votar é uma exigência cívica

Nesta altura, ainda estamos em campanha eleitoral para as autarquias. Os diversos grupos candidatos à vitória cumprem a missão de apresentar aos eleitores os seus projetos de governação, caso venham a ser os escolhidos para a nobre tarefa de servir as comunidades. Felicito os que assumiram as suas candidaturas, naturalmente diferentes umas das outras, mas garantidamente com apostas muito semelhantes. Vale, na hora da escolha, a personalidade dos candidatos, aliada a provas dadas noutros setores da vida. Olhar somente para as cores partidárias é muito redutor.
Tenho apreciado a campanha eleitoral e a forma alegre como a vivem os diversos candidatos. Acho que a alegria, sinal de otimismo, é muito salutar. Há sorrisos cativantes, bandeiras ao vento, conversas interessantes e convicções fortes. Há certezas inabaláveis de vitórias, há dignidade na apresentação de propostas, há promessas realizáveis, umas, e impossíveis de levar à prática, outras. Mas a vida é assim mesmo. E no final, é nossa obrigação aplaudir os vencedores e respeitar os vencidos. A democracia é isto.

Fernando Martins

PESQUISAR

DESTAQUE

Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

https://galafanha.blogspot.com/

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue