quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Elogio da Loucura espelha os cenários de uma época controversa


O novo elogio da loucura?

1. Decorria o início do século XVI e a sociedade europeia vivia sobressaltos de nunca vista desumanidade. A exploração escrava de outros povos descobertos, o egoísmo da riqueza e as cruéis guerras religiosas no coração da Europa registaram nos anais da história das piores páginas de sempre. Neste duro ambiente, alguns grandes autores procuraram interpretar o seu tempo propondo caminhos a seguir de forma humana e digna. Algumas dessas grandes personalidades inscreveram-se no chamado pensamento da renascença, o qual proporcionou uma recriação actualizada das ideias e artes clássicas. Se o problema da sociedade da época era humano, estes autores apostaram na resolução da “questão antropológica” (ou seja, do repensar o agir humano).


Revista Visão: De profundis, de António Lobo Antunes



"O meu pai tinha quatro irmãs mais novas e um irmão que morreu pequenino, de meningite, por volta da idade em que tive essa doença. Parece que comecei com muita febre e horas depois estava em coma. Inexplicavelmente sobrevivi. Há de certeza pessoas que, pelo que vou dizer, me acharão tonto, mas ninguém me tira da cabeça que Santo António me salvou. E lá me levaram, aos sete anos, a Pádua, tocar no túmulo do Santo e fazer a primeira comunhão. A minha relação com Deus tem sido sempre tumultuosa, cheia de desacordos e discussões: longos períodos em que me afasto, alturas em que me aproximo, amuos, quase insultos, discussões. Creio firmemente que, nos livros que escrevo, é Ele que guia a minha mão e não passo de um instrumento da Sua vontade. Quantas vezes me vem à cabeça aquele pequenino poema de Sebastião da Gama: a corda tensa que eu sou o Senhor Deus é quem a faz vibrar; ai linda longa melodia imensa: por mim os dedos passa Deus e então já sou apenas som e ninguém se lembra mais da corda tensa. É que não escrevo assim tão bem, trabalho sem plano e quase me limito a assistir ao que vai ficando no papel. O meu único mérito é fuçar o dia todo, até ser apenas som. Componho-os numa espécie de febre, no fundo de um abismo em que me perco, cego e surdo, não resultam nunca de uma deliberação mental, um propósito, um plano definido. Não concordo com Jean Daniel, quando afirma que a única desculpa de Deus é não existir: há alturas em que o sinto tão fortemente em mim, alturas em que o sei tão longe.

Confraria dos Ovos Moles de Aveiro dá os primeiros passos



Entronização dos 24 confrades fundadores

Integrado nas Comemorações dos 250 anos da Cidade de Aveiro, irá decorrer no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 13 horas, o 1.º Capítulo da Associação Cultural Confraria dos Ovos Moles de Aveiro. A cerimónia capitular, que decorrerá no salão nobre do Hotel Imperial (Aveiro), contará com a presença de diversas Confrarias Gastronómicas e Báquicas Nacionais, assim como com a Presidência da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, a par das forças vivas da cidade, do poder local ao turismo, e outras entidades culturais e eclesiásticas.
Serão entronizados, no decorrer da celebração, os 24 Confrades Fundadores, assim como demais Efectivos e de Honra, quer individuais quer institucionais.

Miguel Torga para começar o dia


NATAL

Menino Jesus feliz
Que não cresceste
Nestes oitenta anos!
Que não tiveste
Os desenganos
Que eu tive
De ser homem,
E continuas criança
Nos meus versos
De saudade
Do presépio
Em que também nasci,
E onde me vejo sempre igual a ti.

Miguel Torga

Bandeiras Verdes para premiar Escolas do Município de Ílhavo

A Câmara Municipal de Ílhavo vai entregar, hoje, dia 10, pelas 10.30 horas, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal, as Bandeiras Verdes aos Estabelecimentos de Ensino, premiando, desta formar, o excelente trabalho desenvolvido pelas Escolas nas áreas ambientais. Refira-se que este empenho de professores,  funcionários e alunos contribuiu para que o Município de Ílhavo passasse a ser o 2.º Melhor Município do País, no âmbito da dinamização do  projecto das Bandeiras Verdes, com 30 Escolas galardoadas, em 2008 / 2009.
Esta cerimónia mais significado tem, por neste dia se comemorar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao mesmo tempo que decorre a Cimeira sobre o Clima, em Copenhaga.

A instalação cómoda entorpece os ossos, não os revigora




Chicotadas do Papa e seu sentido verdadeiro

O taxista que, pelas ruas do Porto, me levava à estação de Campanhã, percebendo pela conversa dos que me acompanhavam que eu era homem da Igreja, lamentou-se da notícia publicada no jornal desse dia, que dizia que o Papa João Paulo II, segundo o testemunho de uma freira polaca, se chicoteava a si próprio, no seu quarto privado e na calada da noite. E comentava: “O senhor já morreu há tanto tempo, porque vêm agora os jornais com esta conversa. Ele fazia o que entendia, e ninguém tem nada com isso”. Pôs-me nas mãos o jornal do dia onde vinha o que se dizia do Papa. Lá lhe expliquei o que significavam essas chicotadas e que o que dissera a religiosa fora para justificar a santidade e a virtude de João Paulo II.
Compreende-se que, num tempo em que se idolatra o corpo, se fique chocado ao saber que alguém, ainda por cima o Papa, o chicoteava de quando em quando.
Cilícios, disciplinas, jejuns eram formas ocasionais de penitência pessoal, frequentes em tempos passados, não muito longínquos, e, ainda hoje, ao alcance de quem livremente as quiser usar. Consideram-se meios de ascese cristã, porque de apelo à purificação e ao fortalecimento interior. Destes permanece ainda, na Igreja, como conselho de livre acolhimento e preceito duas vezes por ano, o jejum, como apelo à partilha com os pobres. Na sociedade, ele pratica-se, por vezes com exageros prejudiciais à saúde, por razões estéticas. As disciplinas e os cilícios foram progressivamente esquecidos, como se se tratasse de instrumentos desumanos, capazes de envergonhar gente evoluída.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Declaração Universal dos Direitos Humanos: Ideal comum a ser atingido por todos os povos



Praça Marquês de Pombal


O hino de Ser Humano

1. Foi a 10 de Dezembro de 1948 que a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou o “ideal comum a ser atingido por todos os povos”, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DH). Daí para cá este documento vivo que celebra 61 anos, foi sendo desdobrado em muitas outras declarações aplicando ao concreto os valores humanísticos universais nela contidos. Algumas diferenciações claras de fundo importará salientar: primeiro, que a presente Declaração dos DH não contém só “direitos” mas compreende-os numa leitura transversal de deveres e responsabilidades partilhadas; segundo, no exercício do diálogo desta Declaração com a (anterior) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), da Revolução Francesa e do erguer do Estado de Direito, esta última (um avanço em alguns domínios para a época) apresenta-se orientada para mais para os direitos de cidadania que para os direitos humanos.

O mais recente livro de Monsenhor João Gaspar vai ser apresentado em Eixo


"Guerra Peninsular
- Invasões Francesas"

No dia 13 de Dezembro, às 11 horas, na sala da Assembleia de Freguesia de Eixo, será apresentado o mais recente livro de Mons. João Gaspar, “Guerra Peninsular - Invasões Francesas”, comemorativo do segundo centenário da 2.ª invasão que se fez profundamente sentir nas terras do Baixo-Vouga.
A apresentação será feita por Ana Amália Horta, professora de História na Escola Básica Integrada de Eixo.

ORBIS abre loja de comércio solidário no CUFC


CUFC

A ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento, organização não governamental,  abriu a Loja de Comércio Solidário e Comércio Justo no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura).
A loja está aberta de quarta a sexta, das 10 às 17 horas, e ao sábado, as 10 às 13 horas. Trata-se de uma iniciativa destinada a apoiar projectos de desenvolvimento em África e no Brasil, sendo os produtos vendidos segundo as regras do “comércio justo”.
Os que puderem, e há muitos que podem, certamente, podem ali fazer as suas compras de Natal, levando à prática a marca da solidariedade.

Gafanha da Encarnação – Vila


Árvore do Outono

Escola Básica da Gafanha da Encarnação

Havia o sentido comunitário da partilha

Comemora-se no dia 9 de Dezembro, quase na mesma altura em que o Universo (!?) proclama o aniversário desta criatura, a elevação a vila, da Gafanha da Encarnação.
Quem atravessou já dois séculos de existência e recorda a vida pachorrenta destas gentes, tem na memória cenas bucólicas dum enorme pitoresco. Carros de vacas a chiarem sobre o asfalto da rua principal, a rua de cima, em que o condutor da viatura lhe seguia o ritmo, às vezes com a pessoa mais velha esparramada no estrado da carroça, eram um espectáculo recorrente. Os excrementos eram lançados na via pública sem que ninguém se importasse com isso, pois não havia a concorrência dos automóveis que hoje enxameiam nas artérias da vila. Eram poucos os proprietários de automóveis e quem os possuía era detentor de um estatuto económico-social privilegiado.
As casas de habitação eram modestas, poucas delas possuindo água sanitária canalizada e por consequência as instalações sanitárias eram quase inexistentes. O banho era um ritual de fim-de-semana, antes do dia do Senhor e não consta que tivesse havido alguma epidemia, muito menos pandemia, com esta parca higiene.
O comércio reduzia-se a meia dúzia de mercearias/tabernas, onde o povo se aviava e os homens passavam o tempo excedentário dos seus empregos, tagarelando, jogando as cartas, bebericando uns copitos! Quase todos ligados à agricultura e pesca.
Havia o sentido comunitário de partilha, em que o forno que cozia a boroa dava para mais de uma família e as pessoas vizinhas cooperavam nos momentos altos da faina agrícola –as sementeiras, as colheitas e a matança do porco.

Para preparar o Natal




Advento

Nem medo nem recusa perturbaram
A graça que em Ti cumpre a sua obra:
Ofereceste a Deus aquele silêncio,
Onde habita a Palavra.

Em Ti desponta a aurora da justiça,
O mistério do reino que há-de vir;
A sombra do Espírito que desce
Teu coração preserva.

Por Ti, Maria, Mãe imaculada,
Ao Céu se eleve o nosso humilde canto:
Louvor e glória a Deus três vezes santo,
Por toda a eternidade.

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