quarta-feira, 24 de março de 2021

Uma manhã agradável

Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré

Saí hoje para uma consulta médica na USF Beira Ria num espaço arejado e arrumado no centro da freguesia da Gafanha da Nazaré. Cheguei à porta de entrada passando por algumas pessoas que, descontraídas, por ali andavam. Solícita, uma empregada aproxima-se e pergunta-me ao que ia. Tinha consulta marcada para daí a meia hora. Indicou-me o caminho onde deveria confirmar a inscrição. Confirmação feita, a empregada convidou-me a esperar, na sala ao lado, sentado numa cadeira. Seria chamado na minha hora, tal como aconteceu.
Enquanto esperava pude confirmar a boa organização do serviço e o modo delicado como orientavam os pacientes. Não se aproxime de ninguém, não tire a máscara, desinfete as mãos. Num placar li diversas recomendações. Uma delas dizia que nos podíamos levantar, sem nos afastarmos da cadeira. Uma outra funcionária tinha por missão limpar  tudo. Mal uma pessoa era chamada para a consulta, apressava-se a desinfetar a cadeira. Não podendo nem devendo entrar em pormenores sobre a consulta, como se compreende, direi que decorreu com a simpatia e a compreensão de sempre.
Venho com esta nota apenas para sublinhar a importância do SNS e a forma como somos atendidos. No meu caso, não houve demoras, confirmei a organização afinada, o atendimento delicado e o profissionalismo responsável, sobretudo neste tempo de pandemia.
Cá fora, no Jardim 31 de Agosto, enquanto aguardava o transporte, respirei o ar fresco e agradável da manhã. Ao centro, a estátua do Prior Sardo, um dos que mais contribuíram para a criação da freguesia e paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, em 1910. À direita, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, antigo Centro Cultural. Ao fundo, lá está a torre da Igreja Matriz. À esquerda, o cemitério. E regressei a casa satisfeito pela consulta e pelas memórias que durante um tempinho revivi.

F. M.

terça-feira, 23 de março de 2021

O Vocábulo Gafanhão

 


Encontrei hoje, entre a minha papelada, “O Vocábulo Gafanhão", concluído em 7 de Outubro de 1983, na Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré. Possuo um exemplar da 1.ª edição, numerado e autenticado.
Penso que houve nova edição, mas ainda não a encontrei.
Vou publicar página a página com um pedido: Podem enviar-me novos (antigos) vocábulos referentes às páginas editadas no meu blogue. Depois terei o cuidado de os tornar públicos.

Mesmo atrasados, apresento os meus parabéns aos membros do Gabinete de Estudos Gráficos (e outros) pela iniciativa.

Fernando Martins

Máscaras passam a fazer parte da moda


Com máscaras e preparados para atacar a Peste Negra

Os confinamentos vão continuar, mais ou menos rigorosos, e não se vislumbram condições plenas para voltarmos à normalidade, com garantias de segurança. O coronavírus teima em atacar o mundo, mas há de chegar o dia da sua derrota ou, melhor dizendo, da vitória da ciência que o homem vai dominando.
Vem esta conversa a propósito de eu ter saudades de sair para arejar o corpo e o espírito. Visitar a minha igreja, tomar um café numa esplanada, passar por uma livraria, cruzar-me com conhecidos e amigos, contemplar a natureza. Estou a escrever esta nota depois de arrumar numa prateleira das minhas estantes um livro acabado de ler, de José Mattoso, “A História Contemplativa”, que inclui conferências e estudos relacionados com a sua especialidade de medievalista, onde abordou num capítulo a Peste Negra a partir do século XIV, em particular em Portugal. Morreram reis, rainhas, príncipes e princesas, entre as quais a nossa Santa Joana. Do povo, nem se fala, por tão elevados serem os números. Povoações desapareceram no nosso país. 
Confesso que a leitura tem sido uma enorme ajuda para encher o tempo, a par de algumas tarefas domésticas, pois não sou por aqui um simples hóspede de cama, mesa e roupa lavada. Leio, escrevinho, converso, mas o receio prende-me em casa. Vamos acreditar que tudo melhore, mesmo que de futuro a máscara passe a fazer parte da moda do vestir e estar.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Dia Mundial da Água - Resolver os problemas da falta de água

Nos prédios circundantes não faltará água

Quem vive rodeado de mar e ria por todos os lados não faz a mínima ideia dos sacrifícios de imensa gente que tem de percorrer grandes distâncias para conseguir um balde de água para fazer a comida e matar a sede. Para além de mar e ria, escavando uns metros no solo logo surge água.
Neste Dia Mundial da Água, os diversos meios de comunicação social vão dizer-nos muitíssimo  sobre a necessidade de cuidarmos do ambiente, de evitarmos a poluição, de pouparmos no consumo, etc.
Os problemas da falta de água nesta nossa região nem serão assim tão graves. E a pergunta que eu faço a mim mesmo e aos meus leitores é esta: Que poderemos fazer, concretamente, no dia a dia, para o mundo resolver os dramas da falta de água e de pão em tantas regiões do nosso planeta?

Gafanha da Nazaré - Rua Almeida Garrett

 
João Batista da Silva Leitão nasceu no Porto, a 4 de fevereiro de 1799. Filho de António Bernardo da Silva e Ana Augusta de Almeida Leitão.
A primeira instrução recebeu-a na Ilha Terceira, nos Açores, onde a família se havia refugiado, em 1809, devido às Invasões Francesas, pela mão do tio, Frei Alexandre da Conceição, Bispo de Angra.
Em 1817 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito. Nesta época os ideais liberais fervilhavam entre a comunidade académica e Almeida Garrett, nome que adotou entretanto, acolheu-as com entusiasmo.
Em 1822, após ter terminado o curso, foi nomeado funcionário do Ministério do Reino e contraiu matrimónio com Luísa Midosi.
Com a reação Miguelista da Vilafrancada, Almeida Garrett viu-se obrigado a abandonar o país, refugiando-se em Inglaterra e depois em França, onde contactou com a corrente romântica. Será durante a sua estadia na capital francesa, que publica aquelas que são consideradas as primeiras obras portuguesas de cunho romântico, Camões (1825) e Dona Branca (1826).

domingo, 21 de março de 2021

Dia Mundial da Poesia - O Regresso

Ilha de Santa Maria: Farol de Gonçalo Velho


O REGRESSO 

Como quem, vindo de países distantes fora de
si, chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.

Manuel António Pina, 
do livro COMO SE DESENHA UMA CASA

Dia Mundial da Árvore - Mata da Gafanha

Santuário de Schoenstatt

O Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a celebra-se em 10 de abril de 1872, no estado norte-americano do Nebraska (EUA). O seu mentor foi o jornalista e político Julius Sterling Morton, que incentivou a plantação ordenada de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor Day". Em Portugal, a 1.ª Festa da Árvore comemorou-se a 9 de março de 1913 e o 1.º Dia Mundial da Floresta a 21 de março de 1972. Isto é afirmado no Google. Hoje, contudo, não vou ficar por aqui porque temos a obrigação de sublinhar o que de muito bom temos entre nós, ao nível da árvore e da floresta. Nada mais nada menos do que a Mata da Gafanha, que começou com a sementeira do penisco em 1888.
Para não perder mais tempo, republico o que já escrevi sobre ela:

A liberdade de uma árvore 

A Mata da Gafanha, que se estende da parte norte da Gafanha da Nazaré até à Gafanha da Boa Hora, é, indiscutivelmente, um ex-líbris da nossa região, porém, nem sempre reconhecido como tal. Talvez por isso, raramente se fala da mata e da sua real importância, como zona verde com imensa capacidade de purificar o ar e útil na fixação das areias dunares, para além de cortar a ação dos ventos, fortes quanto baste, que outrora, tal como hoje, prejudicavam as culturas das povoações vizinhas Para além disso, não será nunca de menosprezar o seu interesse económico. 


Capela de Nossa Senhora dos Campos

Por outro lado, a Mata da Gafanha não tem sido suficientemente aproveitada a nível paisagístico, turístico e mesmo de lazer, apesar de possuir algumas infraestruturas conhecidas e espaços convidativos ao descanso.
O padre João Vieira Resende diz, na segunda edição, de 1944, do seu livro “Monografia da Gafanha”, que «A sementeira do penisco, começada a norte em 1888, tem sido muito morosa, ultrapassando somente depois de 1939 o sítio da capela de N. Senhora-da-Boa-Hora. Hoje [1944] está ligada com a Mata de Mira.»
A sementeira do penisco, como se compreenderá, necessitou de mão-de-obra de muitos gafanhões e não só.

Moradia de antigo colono restaurada

Todos sabemos que há moradores, serviços, equipamentos sociais, culturais desportivos e religiosos, bem como algumas festas que dão vida àquela zona verdejante, mas realmente há espaço para muito mais. De qualquer forma, aqui fica o convite para que a visitem e a usufruam.

Fernando Martins

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