Mensagens

Ares de Outono – Nozes

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Do lugar em que me encontro, voltado para o quintal, aprecio o relvado emoldurado por árvores, arbustos e flores. Os ares do outono estão bem patentes nas folhas secas que vão caindo naturalmente ou por força de qualquer ventinho. Mas hoje distingui da minha paisagem as nozes da nogueira enorme que nos refresca em dias de canícula com a sua sombra e nos sacia a fome de frutos secos, com garantias de ausência de inseticidas e outros produtos com algum grau de toxicidade.  As nossas nozes, depois de libertadas da proteção natural que as envolve, são lavadas em várias águas, mas nunca com lixiviados ou produtos afins, e postas ao sol para completarem a maturação. São, realmente, nozes biológicas.

AVEIRO — Diálogos na Cidade

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Moliceiro em agonia no canal de Mira

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Passei, olhei e registei a agonia de um moliceiro no canal de Mira. Abandonado como cadáver inútil, como se abandona cão danado em qualquer canto. Não conheço a história deste moliceiro, mas admito que, pelo seu porte, talvez tenha participado em alguma regata dos moliceiros em dia de festa, com bandeiras coloridas e gente feliz, cantando e dançando. Também não é difícil acreditar que tenha andado na apanha do moliço ou no transporte de produtos das nossas terras ribeirinhas. Mas agora, que o fim da vida já não lhe dava forças para enfrentar as marés, por mais bonançosas que fossem, para ali ficou sem dó nem piedade. A vida é assim. 

Filarmónica Gafanhense celebra o 181.º aniversário

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Daqui endereçamos as nossas mais vivas felicitações à Filarmónica Gafanhense, ao mesmo tempo que lhe desejamos os maiores sucessos na arte de ensinar e de executar notáveis partituras na nossa região, alargando-se, afinal, a todo o país. 

David Dinis — O relatório de Pedrógão põe o Governo em xeque

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«Ao fim de três meses já sabemos o que aconteceu e quem é responsável. Só falta saber quando sai a ministra e alguém pede desculpa. (...) Os especialistas são claríssimos nisso: em Portugal combate-se o fogo com os pés. Ignoram-se os novos conhecimentos técnicos, despreza-se o conhecimento acumulado, afastam-se os competentes — para nomear os amigos —, não se profissionaliza os bombeiros, não se coordenam os meios, muda-se permanentemente o modo de governação do sistema.» Ler mais no PÚBLICO  Nota: Não vale a pena acrescentar nada, nem podemos perder tempo com mais considerações. Apenas digo que urge avançar o mais depressa possível, para não chegarmos ao próximo verão com projetos muito bonitos somente no papel. E os culpados que peçam desculpa, sem mais delongas.

Anselmo Borges — Francisco sobre: 4. o diálogo ecuménico e inter-religioso

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Anselmo Borges Ainda os diálogos do Papa Francisco e de Dominique Wolton: Politique et société. Se há palavra que atravessa o livro todo é a palavra diálogo. "Como é que a Igreja poderia contribuir hoje para a mundialização?", pergunta Wolton. E Francisco: "Pelo diálogo. Penso que sem diálogo hoje não é possível. Mas um diálogo sincero, mesmo se for preciso dizer na cara coisas desagradáveis." Foi a avó que lhe abriu as portas da "diversidade ecuménica". Criança, viu umas senhoras do Exército da Salvação e perguntou: são freiras? "Não, são protestantes, mas são pessoas boas." De facto, marcou-o, pois, por exemplo, estamos a celebrar os 500 anos da Reforma e, pela primeira vez, isso acontece com católicos e protestantes, e, depois de tudo quanto na Igreja se tinha ouvido sobre Lutero - "os protestantes iam para o inferno" -, Francisco veio dizer que ele foi "um pioneiro religioso, uma testemunha do Evangelho e um mest...

Georgino Rocha — Vinde tomar parte! A festa está preparada

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Jesus prossegue o anúncio da novidade de que é portador: Deus é diferente do que imaginamos, o seu agir mostra claramente quem ele é. Visualiza o que quer transmitir com a parábola do rei que pretende fazer festa pelo casamento do filho. (Mt 22, 1-14). Envia os convites, prepara com requinte a ementa, espera pela resposta livre de cada um, não desiste perante a recusa nem altera o seu projecto, dirige-se a outros que aceitam prontamente, e o banquete realiza-se na alegria dos comensais que convivem em igualdade e se alimentam com as iguarias confeccionadas com primor e dignidade. A parábola é dirigida aos sumos-sacerdotes e anciãos do povo, isto é, aos responsáveis pela situação religiosa vivida e que desfigurava o rosto de Deus. Mateus, hábil narrador, tem como “pano de fundo” os acontecimentos ocorridos em Jerusalém, pelos anos 70, aquando da destruição do Templo pelas tropas romanas. E realça a acção generosa do rei que selecciona cuidadosamente a lista dos convidados. Segu...

Uma quadra de António Aleixo

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Qu’ria que o mundo soubesse que a dor que tortura a vida é quase sempre sentida por quem menos a merece.

Ares de Outono — Um poema de Miguel Torga

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Outono Outono. (A palavra é cansada…) Tudo a cair de sono, Como se a vida fosse assim, parada! Nem o verde inquieto duma folha! O próprio sol, sem força e sem altura, Olha Dum céu sem luz e levedura. Fria, A cor sem nome duma vinha morta Vem carregada de melancolia Bater-me à porta. Miguel Torga Leiria, 11 de outubro de 1940, em “Poesia Completa”

Georgino Rocha - A Alegria do Amor dá novo impulso à Família

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O apelo chega de Boston, Estados Unidos, onde o cardeal de Chicago, Blase Cupich, e o teólog jesuíta, James Keenan, promovem um Congresso sobre o novo impulso que a exortação do Papa Francisco “A Alegria do Amor” quer dar à Igreja e à sociedade. É mais uma iniciativa feliz que vem juntar-se a tantas outras que visam renovar as práticas pastorais em relação às famílias. E realiza-se num momento em que parece ser necessário fazer “o ponto da situação” à recepção deste documento pós-sinodal pelas dioceses e seus serviços, designadamente pelas paróquias, âmbitos eclesiais mais próximos às pessoas. "Quando Amoris Laetitia foi divulgada, foi discutida brevemente... mas não houve um interesse geral da paróquia em ler o documento na íntegra", confessa um leigo participante no referido congresso. Confissão que, certamente, muitos outros podem subscrever.  "É triste dizer que a maioria dos que responderam (a um inquérito lançado para auscultar a realidade) diz que h...

Catalunha em espera para ser independente

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Se a moda pega, tenho para mim que haverá hipóteses de outras nações lutarem pela independência. Um povo com caraterísticas próprias, com um linguajar típico, com tradições que pretendem preservar, com economia sustentável, entre outros requisitos, também terá direito a seguir uma vida independente. Para já, não estou a pensar em nada de concreto, mas a hipótese mantém-se. No entanto... Imaginem que a Galiza também sonha como a Catalunha, desejando unir-se a Portugal com quem tem tantas afinidades? E o País Basco que tanta guerra fez, há anos, para se libertar da Espanha? E a nossa Madeira também não navegou por essas águas? E os Açores? E fico-me por aqui, embora me apetecesse falar de outros casos. Estou a brincar... mas quantas vezes a brincar se dizem coisas certas. Cá para nós, para longe vá o agoiro, mas se o povo quiser... Não é o povo quem mais ordena?