segunda-feira, 14 de março de 2022

Rezar para quê?

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A oração não se destina a modificar a Deus. Não nos pode amar mais do que nos ama. O seu amor de misericórdia universal é ilimitado. A oração destina-se a modificar a nossa vida, segundo o Espírito de Cristo.

1. Faço parte de um grupo, bastante ecuménico que, antes da pandemia, se reunia todos os meses para debater questões levantadas, em cada reunião, pelos membros do grupo. Nem sempre se contava com uma agenda prévia. Esta resultava sobretudo das propostas que surgiam no começo de cada encontro.
Na semana passada voltámo-nos a reunir. Uma pergunta que ocupou quase toda a reunião foi provocada pela admirável jornada de oração e jejum pela paz na Ucrânia, na Quarta-feira de Cinzas, convocada pelo Papa Francisco.
Será que Deus está à espera das nossas orações para decidir o que deve fazer? Poderão as nossas orações alterar a vontade de Deus? No caso presente, a população ucraniana e russa é formada por povos maioritariamente religiosos e cristãos, embora de diferentes Igrejas. Deus por quem vai optar? Sendo Deus omnipotente, porque não acaba de vez com todas as guerras?

domingo, 13 de março de 2022

Problemas da Paz


"A guerra é a saída cobarde para os problemas da paz"

Thomas Mann,
escritor




Em Escrito na Pedra do PÚBLICO de hoje

sábado, 12 de março de 2022

Efemérides de Março: Estrada - Ponte - Farol

Primeiras estrada que atravessou a Gafanha
Ponte que ligou Ílhavo à Gafanha
Farol começou a ser construído 

Ponte e primeira estrada

Se pensarmos um pouco, descobriremos que uma terra, qualquer que ela seja, tem sempre efemérides que preenchem a sua história. E a Gafanha da Nazaré está carregada de eventos que ouso lembrar de quando em vez. 
Em março, no dia 12 de 1860, foi iniciada a construção da primeira estrada que atravessou a região da Gafanha até ao Forte e que foi batizada, em data posterior, com o nome de Av. José Estêvão. Contudo, é justo lembrar que esta estrada, bem como outras que se construíram naquela época, se ficou a dever à influência de José Estêvão. 

Farol em construção

Curioso será imaginar o movimento que esta longa estrada teve, em épocas de veraneio, com destino às praias da Barra e Costa Nova, sobretudo aos fins de semana. Na altura, dizia-se que era a estrada rural com maior trânsito no país. Será exagero, mas ouvi essa afirmação inúmeras vezes. 
Também neste mês, no dia 24 de 1862, se iniciou a construção da ponte que ligou Ílhavo à Gafanha. E em março de 1885 iniciou-se a construção do nosso Farol, que foi inaugurado em 31 de agosto de 1893.
Interessante seria que nos debruçássemos, de vez em quando, sobre o progresso da nossa terra, a partir de datas marcantes da nossa caminhada na história.

As tentações do poder e a tragédia

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

"Sr. Putin, permita que lhe pergunte: afinal, quem é? Nasceu de pai e mãe? Tem coração que bate? Pensa? Sente? Já alguma vez sofreu? Já chorou? Como é possível sob o seu comando tanta gente perder a vida, perder a paz, ter de abandonar as suas casas, fugir das armas e tanques de guerra, tudo sob o seu comando? Como pode ver crianças a sofrer, a chorar assustadas, crianças mortas? Crianças a nascer em bunkers, mulheres a ver os seus maridos e filhos a morrer? Quem é afinal, Sr. Putin?


Perante os horrores que estamos a viver, escrever o quê? O meu desejo era tão-só pôr como título - Ucrânia: o horror. Depois, pedir para colocarem na página em branco a imagem de uma cruz e, no fundo, à direita, duas palavras: lágrimas e solidariedade. E era tudo.
Mas estamos na Quaresma e, no Domingo passado, o Evangelho narrava as três tentações de Jesus, tentações que, lá no fundo, não são senão uma só: a tentação do poder total enquanto domínio: o poder económico - o diabo disse a Jesus: "Diz a estas pedras que se transformem em pão" -, o poder religioso - levou-o ao pináculo do Templo e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, os anjos levar-te-ão nas suas mãos" -, o poder total - "o diabo mostrou-lhe todos os reinos do universo: Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória; se te prostrares diante de mim, tudo será teu".

sexta-feira, 11 de março de 2022

Escutar Jesus, o Filho Amado de Deus Pai

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Segundo Domingo da Quaresma 

A transfiguração faz-nos ver a autenticidade de Jesus, o Filho de Deus, dá lucidez e coragem aos seus amigos e seguidores para verem a outra face da vida, abre horizontes de ressurreição aos acontecimentos “negros” da paixão injusta e da morte aniquiladora

“Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor». A vossa face, Senhor, eu procuro; não escondais de mim o vosso rosto”. É esta a antífona de entrada da celebração litúrgica do domingo da Transfiguração de Jesus, ocorrida no monte Tabor. Antífona que desvenda o íntimo do coração humano desejoso de ver o rosto de Deus e, cheio de confiança, Lhe suplica que se mostre. Antífona que nos predispõe a acolher a mensagem das leituras de hoje. Em sintonia com a Igreja, vamos fazer o percurso dos discípulos eleitos de Jesus para serem testemunhas da sua transfiguração e revigorarmos a nossa fé. Lc 9, 28b-36.
Ao desejo do coração humano responde Deus Pai indicando o caminho seguro de escutar Jesus, seu Filho amado. Escutar é uma constante bíblica que desvenda a relação humana que sintoniza com o preceito divino. Escutar com o coração disponível a acolher e com todas as faculdades humanas despertas e prontas a corresponder. “Quem dera ouvísseis hoje a voz do Senhor” exorta o salmista ao começar a oração da manhã da Liturgia das Horas.

Os Irmãos

Da Ucrânia com amor, crónica 
de Adriano Miranda no PÚBLICO

Fixo um jovem fardado e hirto. Tem consigo a bandeira que jurou defender. É parecido com o meu filho mais velho. Recordo o rosto do João. Recuso-me a imaginá-lo de arma em punho.

O autocarro com militares está estacionado numa rua perto da igreja. Alguns comem. Imagino que o pequeno-almoço no quartel tenha sido madrugador. Uma bandeira da Ucrânia está enrolada num pau grosso e castanho. Fazem um compasso de espera. Chegará em breve o camarada. Ou dois camaradas. Ou três camaradas. Morto, ou mortos, na linha da frente. Será a hora da despedida. De homenagear com flores e lágrimas. São os novos heróis do país. Anónimos com bravura ou sem bravura.
Alinhados, os jovens militares comungam da oração. O que será uma bala? O que será um estilhaço? Como será a dor da pele a estalar e da carne a abrir? Qual o sentido desta guerra? Mas que guerra faz sentido? Fixo um jovem fardado e hirto. Tem consigo a bandeira que jurou defender. É parecido com o meu filho mais velho. Recordo o rosto do João. Recuso-me a imaginá-lo de arma em punho. Vestido de farda e colete à prova de bala. A matar para não morrer. O soldado do outro lado da trincheira também mata para não morrer. Afinal, são ambos soldados e juraram defender uma bandeira. Mas antes do juramento, são filhos do ventre de mães felizes na hora do primeiro choro e na alegria do primeiro banho. Depois virão os vermes. Sentados em luxuosas cadeiras, com dedos grossos e cachuchos reluzentes. As mães terão de dar os seus filhos. Será o juramento da hipocrisia e da vergonha. Os vermes riem de prazer. Terão carne para se defender.
Militares mortos entrarão pela cidade com grande frequência. A cidade ganhará nova rotina. Haverá muitos pais sem filhos e muitos filhos sem pais. Nervos contidos. Impotência devastadora. A guerra continua. As vidas estão suspensas ou desfeitas. A dor tomou conta de tudo e de todos. É a luta de irmãos contra irmãos. De mães contra mães. No horizonte, não se vislumbra o mastro da bandeira branca. Ninguém tem imaginação suficiente para adivinhar o fim. A guerra não é um conto de fadas.

Adriano Miranda no PÚBLICO   de  ontem

quinta-feira, 10 de março de 2022

A Lita celebrou mais um aniversário

Celebrar um aniversário é sempre um motivo, cá em casa, para evocar momentos felizes. E para mim é ainda um desafio para retroceder no tempo e reescrever, na minha memória, tantas horas felizes de partilha de sentimentos e emoções. 
Hoje foi a Lita a aniversariante e para além dos parabéns pelos seus 82 anos de vida, quase 60 comigo a seu lado, dirigi a Deus uma prece para que a conserve lúcida e ativa como sempre a vi, senti e apreciei.
Os filhos e netos também não esqueceram a mãe e a avó, que tem uma habilidade rara para escrever bilhetinhos com recados para tudo e mais alguma coisa e para colher a flor certa para ofertar na hora própria.
Apesar do otimismo que apostamos em cultivar, sentimos o peso da carga dos anos e procuramos, por isso, a entreajuda como paradigma do nosso amor. E a vida, assim, continuará até Deus nos chamar para o seu regaço maternal.

Fernando 

UCRÂNIA - Todos saberemos cooperar


Ainda menino, percebi as consequências da segunda grande guerra e dela ouvi falar imensas vezes na minha vida. Depois vieram outras guerras com Portugal em África a não aceitar o óbvio, por imposição de um ditador “orgulhosamente só”, que sacrificou tantos portugueses para nada. 
Outras guerras envolveram países um pouco por todo o lado, com sofrimentos que nos passavam ao lado sem afetarem grandemente os nossos quotidianos. E os anos foram passando a correr com a paz as marcar os nossos dias. 
Quezílias e guerrinhas domésticas não ensombravam os nossos futuros, neste país de brandos costumes, com o mar a abrir-nos a sonhos de novos e amplos horizontes. Vivíamos em paz, apenas preocupados com pobrezas injustas de muitos compatriotas. Mas a tranquilidade que ao longo de décadas nos embalou, perdeu-se de um momento para o outro pela ação de um louco que lidera uma nação poderosa. 
A guerra, qualquer que ela seja, é sempre destruidora e mortífera. A Ucrânia está a ser massacrada e o seu povo ficará sem futuro à vista. Mulheres, crianças e velhos em fuga procuram refúgio nos países da Europa. Os homens tentam defender a sua pátria enquanto todo o universo das nações civilizadas estabelece uma guerra económica com a Rússia agressora, numa tentativa de a vencer sem armas.
O povo ucraniano contará com a ajuda de todos os países pacíficos. Direta ou indiretamente todos saberemos cooperar. E a Rússia acabará derrotada pela força da razão dos que amam a justiça, a liberdade e a paz.

Fernando Martins

quarta-feira, 9 de março de 2022

Gafanha da Nazaré vai ter “app” que aproxima cidadãos e autarcas

A Junta de Freguesia de Gafanha da Nazaré prevê lançar no final de março uma aplicação para telemóvel (“app”) que permitirá comunicar diretamente com os poderes eleitos da freguesia. 
Através da “app”, os cidadãos podem denunciar o buraco na rua ou o sinal partido, ser avisados do corte da água ou da luz, bem como conhecer os eventos das coletividades locais.
A aplicação está ser desenvolvida pela empresa Smart Citizen.

Nota: Li no Correio do Vouga

terça-feira, 8 de março de 2022

Jeremias Bandarra já nos deixou

Jeremias e  Gaspar Albino - dois amigos que já nos deixaram
(foto do meu arquivo)


Soube agora que faleceu um amigo de longa data, Jeremias Bandarra, um artista multifacetado e representativo da região aveirense e para além dela. Nasceu em 1936 e desde cedo entrou no dicionário ilustrado dos artistas plásticos, tendo sido distinguido com diversos prémios nas áreas da pintura, cerâmica e fotografia, havendo trabalhos seus espalhados pelo país e no estrangeiro.
Gaspar Albino, um artista e amigo que também já nos deixou, disse um dia, na abertura de uma exposição, que Jeremias Bandarra deixa transparecer «um profundo desejo de paz e amor», bem sentido «na tranquilidade das cores e na harmonia das formas», ao jeito de «um homem de corpo inteiro», que é também «um jovem de espírito».
Jeremias Bandarra foi um artista atento ao mundo envolvente, não lhe escapando a natureza, que ele recriou, tantas vezes, de forma perturbadora e irreverente.
Jeremias Bandarra foi discípulo de Júlio Sobreiro e Porfírio Abreu, seus professores ainda na Escola Industrial e Comercial de Aveiro. Contudo, não se ficou por aí, tendo buscado novos horizontes em cursos de pintura, cerâmica e Arte Contemporânea, para além do contacto permanente com outros artistas das mais diversas correntes. Em 2009, foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Aveiro.
As minhas sentidas condolências a sua esposa Margarida, minha colega e amiga, e filhos.

Fernando Martins

Flores para todas as mulheres

 Dia Internacional da Mulher 


Flores colhidas agora mesmo

Como gostaria que hoje e sempre nos habituássemos a celebrar a mulher com uma flor dos nossos jardins. Uma flor colorida, viçosa e perfumada como símbolo do nosso amor, da nossa gratidão e respeito. Em cada mulher que encontrei na vida vi e vejo o símbolo da ternura, do carinho, da bondade, da generosidade e do amor. Mas neste Dia Internacional da Mulher, em pleno século XXI, apesar dos avanços científicos, sociais e tecnológicos, as sociedades dos vários quadrantes do globo ainda menorizam mulheres, escravizando muitas de variadíssimas formas.
As flores do meu quintal vão hoje...

Para todas as que riem e para todas as que choram...
Para todas as que trabalham e para as desempregadas…
Para todas as que foram mães e para as que o não puderam ser…
Para todas as que sofrem injustiças e para todas as justas…
Para todas as perseguidas e ofendidas…
Para todas as que amam e para as não amadas...
Para todas as artistas que fazem o mundo mais belo…
Para todas as que rezam pelas que não rezam...
Para todas as que sofrem com o sofrimento dos outros…
Para todas as que partilham alegrias com os tristes...
Para todas as que lutam por um mundo melhor…
Para todas as MULHERES…

Fernando Martins

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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