terça-feira, 17 de agosto de 2021

É um quase nada

 Editorial da diretora d'O Ilhavense

Maria Helena Malaquias 

É muito comum hoje o gosto pelas viagens. Viajar é uma forma de rompermos com a rotina do quotidiano, de conhecermos e experimentarmos novas culturas. Também viajamos para nos conhecermos a nós próprios e compararmos a nossa posição com o resto do mundo. Viajar é conhecermos outras tradições, é enriquecer os nossos horizontes. Viajar é um exercício de tolerância, paciência, audácia, perspicácia e, sobretudo, de compreensão do que existe para além de nós.
E por tudo isto e também porque o melhor sítio para mais rapidamente encontrarmos os testemunhos, as invocações das civilizações, a história, a arte e as vivências que procuramos conhecer, no nosso roteiro de viagem não falta nunca a convocatória para a visita a museus.
Isto é assim. Isto é uma constante de quem sai da sua terra para enriquecer o olhar e o sentir.

NINA - Meiga e serena companheira

 

Pode parecer estranho que venha já com a Nina, em jeito de treino para reiniciar o meu blogue, mas faço-o com a consciência de que há animais domésticos que são serenos companheiros no dia a dia. É óbvio que as pessoas são a mola real da vida de cada um de nós. Mas temos de convir que imensas vezes nos deliciamos com animais como a nossa Nina. Não perturba quem está, não se zanga com ninguém, não barafusta seja com quem for. É  limpa e asseada, meiga e serena companheira. Ali está num lugar que ela já conquistou para dormir as suas sonecas. E desta vez. olhou-me de frente e penso que ficou feliz por me ver. Depois, deu meia-volta e passou a nova soneca.

Costa Nova - Os postes e fios estragam as fotografias

 

A Costa Nova é, realmente, um recanto turístico da nossa região. No Verão, sobretudo, os turistas chegam de todos os lados do nosso país e de outros países. O mar e a ria, com as suas magias, são uma delícia para todos, mas as casas às riscas merecem um destaque especial. Não há turista, ou simples passante, que não guarde como recordação umas bonitas fotos nos telemóveis. E eu não fugi à regra. Uma sugestão, porém, quero aqui deixar: Não seria possível eliminar os postes com fios para tudo entre o casario? É que estragam mesmo  as fotografias!

De regresso

1. Depois de uma semana de férias a nível das redes sociais, estou de volta espicaçado pelas saudades de sentir o palpitar da vida. É bom estar ativo, falar e ouvir, escrever e receber mensagens, apreciar e partilhar imagens, concordar e discordar de opiniões. No fundo, sentir-me partícipe da caminhada dos homens e mulheres deste nosso tempo;

2. Refleti sobre o que tenho feito e sobre a forma de melhorar o que devo fazer. Pensei a forma de facilitar a comunicação, tornando-a mais acessível e direta porque não há tempo para tudo. Veremos de consigo;

3. No meu blogue Pela Positiva, reduzi as Etiquetas apenas a nomes de pessoas das quais colhi algo de interessante e positivo, tarefa que ainda está em curso. As mais de 100 mil entradas no mês de Julho exigem-me mais atenção;

4. Aceito, obviamente, sugestões. Saúdo com fraterna amizade todos os meus amigos e leitores.

Fernando Martins

sábado, 14 de agosto de 2021

Deus morreu? Testemunhos

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Há quase 150 anos (1882), Nietzsche proclamou a morte de Deus. Desde então, o mundo não é o mesmo. É certo que para Nietzsche o cristianismo é que é propriamente uma religião niilista, de tal modo que, com a proclamação da morte de Deus, é o mar infindo das novas possibilidades do sim à vida que se abre. "Quem o matou fomos todos nós, vós mesmos e eu!" "Nunca existiu acto mais grandioso." No entanto, à morte de Deus não se seguiria a morte do Homem e do sentido último de toda a realidade? Nietzsche tem consciência aguda do que se segue: "Para onde vamos nós, agora? Não estaremos a precipitar-nos para todo o sempre? E a precipitar-nos para trás, para a frente, para todos os lados? Será que ainda existe um em cima de um em baixo? Não estará a ser noite para todo o sempre, e cada vez mais noite?"
Segundo Gilles Lipovetsky, "Deus morreu, as grandes finalidades extinguem-se, mas toda a gente se está a lixar para isso. O vazio do sentido, a derrocada dos ideais, não levaram, como se poderia esperar, a mais angústia, a mais absurdo, a mais pessimismo": isto escreveu ele em A Era do Vazio. Os espíritos mais atentos acham, porém, que é necessário dar antes razão a L. Kolakowski, o filósofo polaco agnóstico, quando afirmou que, desde a proclamação da morte de Deus por Nietzsche, nunca mais houve ateus serenos: "Com a segurança da fé desfez-se também a segurança da incredulidade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Eu te saúdo, ó Maria, mãe do meu Senhor

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa da Assunção de Nossa Senhora

A liturgia da Igreja celebra neste domingo, 20º do Tempo Comum, a Festa da Assunção de Maria, Mãe de Jesus, festa que a fé cristã foi amadurecendo e Pio XII em 1950 proclamou como dogma, festa que nos faz contemplar Jesus e sua Mãe na glória do Céu, após uma vida de doação sempre crescente ao longo da peregrinação na terra e no tempo. A começar pela visita do anjo Gabriel que a saúda como agraciada de Deus e a convida para ser a mãe de Seu Filho Jesus. Maria fica perturbada, faz perguntas de esclarecimento e dá o seu sim generoso que culmina na festa que hoje celebramos. Entretanto percorre um itinerário histórico, cheio de simbolismo, que fica como via livre e apelativa para todos os discípulos do seu Filho.
A liturgia, quase em linguagem de reportagem, apresenta Maria apressada por montes e vales a caminho da casa de Zacarias para se congratular com Isabel, idosa estéril que vai ser mãe, facto aduzido por Gabriel como sinal de que a Deus tudo é possível. Vamos deter-nos aqui, no encontro destas mulheres, sem qualquer homem presente: Zacarias por estar mudo; José por razões desconhecidas e inexplicáveis. Vamos meditar o diálogo havido entre ambas, e procurar sintonizar com a mensagem do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que ocorre também neste domingo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Uns dias de férias

Cumprindo a tradição, entro de férias para descanso e reflexão a partir de hoje,  sem esquecer os compromissos assumidos. Voltarei em breve com renovado espírito de disponibilidade e partilha para  os meus amigos e leitores. Até um dia destes, se Deus quiser.

Fernando Martins

sábado, 7 de agosto de 2021

Uma flor para os nossos amigos


Uma flor, mesmo que nascida em espaço agreste, é sempre um sinal de beleza e amizade. Hoje, eu e a Lita, oferecemos esta flor do nosso quintal a todos os que, de perto e de longe, nos têm acompanhado ao longo dos 56 anos que levamos de casados, com a sua simpatia, incentivos, conselhos,  compreensão e tolerância.

Lita e Fernando

Gafanha da Nazaré - Aos homens da nossa terra

 


O Cristo pensador

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 


Karl Rahner, talvez o maior teólogo católico do século XX, deixou escapar um dia, numa aula, uma daquelas observações que nunca mais se esquecem: na Igreja católica, é obrigatório confessar os pecados graves e mortais, mas ele não estava a ver que algum bispo ou padre ou superior religioso, ministro ou professor católico se tenha alguma vez confessado do pecado grave e, frequentemente, mortal, da ignorância culpada, da incompetência fatal, da inteligência irresponsavelmente menorizada.
Em geral, nas igrejas, faz-se pouco apelo à razão, à reflexão crítica, à pergunta. Como se a fé não tivesse de conviver com a inteligência, com a dúvida e com a pergunta. Os cristãos - mas isso acontece em todas as religiões - parece que ficam tolhidos na sua capacidade de perguntar. No entanto, Jesus morreu a rezar esta pergunta infinita que atravessa os séculos: "Meu Deus, meu Deus, porque é que me abandonaste?", e o filósofo Martin Heidegger, um dos maiores do século XX, escreveu que "a pergunta é a piedade do pensamento".
Na catequese e nas pregações da Igreja, parte-se, desgraçadamente, de um Cristo definido dogmaticamente e concebido à maneira de um robô, que chegou a este mundo já pré-programado e que não fez senão cumprir esse programa. Por isso, não precisou de pensar, não teve hesitações, não passou por tentações, não teve de decidir ele mesmo o que devia fazer para realizar a vontade de Deus, a quem chamava com ternura Abbá, querido Papá.

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