sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Escutai, Jesus, o meu Filho Amado, diz-nos Deus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo II da Quaresma


A CAMINHO DA PÁSCOA

A exortação é dirigida às futuras “colunas” da Igreja – Pedro, Tiago e João - e, nelas, aos discípulos e aos cristãos de todos os tempos. A voz que se faz ouvir é de Deus Pai, profundamente envolvido na “aventura” em curso, protagonizada pelo Nazareno perturbador. O Filho amado, a quem é preciso escutar, é Jesus que se deixa transfigurar, antecipando a dimensão futura do itinerário vital, recorrendo à brancura irradiante das vestes. Os discípulos fazem uma experiência de bem-estar, de conforto interior, de encontro pessoal inesquecível. Mc 9, 2-10.
“Está claro que este relato, no segundo domingo da Quaresma, aponta claramente à ressurreição de Jesus, afirma Castillo. O relato sugere-o ao apresentar a Jesus transfigurado, deslumbrante. E Jesus faz referência expressa à sua própria ressurreição de entre os mortos. Estamos, portanto, perante um evangelho de vida que transcende a morte e pretende manter viva a esperança. A Palavra do Pai di-lo claramente, vinda da nuvem, que escutassem só a Jesus. O que significa dar as máximas garantias de credibilidade ao que Jesus ia dizer aos discípulos”.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Prémio Universidade de Coimbra para Cardeal Tolentino



«O cardeal D. José Tolentino Mendonça é o vencedor do Prémio Universidade de Coimbra (UC) que vai ser entregue a 1 de março, na sessão solene comemorativa do 731.º aniversário da instituição, anunciou hoje o seu reitor, Amílcar Falcão,
“Trata-se de uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social, com uma visão inclusiva da humanidade, do mundo, das pessoas, da sociedade, que tocou muito diretamente ao júri, que o nomeou por unanimidade”, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pela Universidade de Coimbra.
O reitor da UC acrescentou que o cardeal português se destacou dos outros candidatos ao prémio pela “figura inquestionável que é no plano nacional e internacional”.
Amílcar Falcão explica que o Prémio UC mantém o valor de 25 mil euros mas este ano, pela primeira vez, vai ser dividido em duas partes, “10 mil euros para o vencedor e 15 mil euros para uma bolsa de investigação” numa área que vai ser escolhida por D. José Tolentino Mendonça, biblista e arquivista da Santa Sé.
“Acreditamos que será, certamente, de uma área de inclusividade, de resposta às necessidades da sociedade num ano tão difícil como o que estamos a viver e em que a Humanidade, que é o tema da XXIII Semana Cultural da Universidade de Coimbra, fica muito bem representada com um premiado desta qualidade”.»

Li na Ecclesia

Nota: Congratulo-me com mais um reconhecimento púbico das altas qualidades humanas e intelectuais do Cardeal José Tolentino Mendonça, desta vez da mais antiga universidade portuguesa e uma das mais antigas do mundo  ocidental.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Depois do Covid-19 a vida será diferente

PONTO DE VISTA


Temos vivido, por razões bastante conhecidas, em confinamento, podendo sair de casa somente por razões especiais inerentes ao dia a dia das famílias. Sair, sim, mas tendo em conta as regras decretadas por quem rege os trabalhos e canseiras da luta contra o coronavírus, que já leva quase um ano em todo o mundo.
Famílias em casa, mesmo para quem aprecia algum recolhimento, geram danos de variadíssima ordem que todos vamos sentindo no corpo e no espírito, cabendo aos psicólogos, psiquiatras, sociólogos e dirigentes religiosos, entre outros especialistas, o estudo dos problemas que tal situação não deixará de provocar.
Entretanto, a imaginação e o bom senso de cada família e de cada pessoa também terão uma palavra a dizer, no sentido de ultrapassar alterações no comportamento de cada um e de todos. Importa aceitar as decisões oficiais na esperança de que a pandemia venha a ser vencida, permitindo o regresso à vida normal o mais depressa possível.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Os patos algarvios

 

As recordações que nos fazem recuar no tempo são preciosidades que expomos cá por casa para nosso regalo. Olhando-as, conseguimos reconstituir passeios ou férias que vivemos quando éramos mais novos, com filhos à solta entretidos nas brincadeiras próprias das idades. Estes patos foram adquiridos num aldeamento de Tavira, perto de um cemitério de âncoras, junta à Praia do Barril. A Lita, quando os viu numa loja para turistas, ficou encantada e tomou a iniciativa de os adquirir. Dito e feito. Vejo-os todos os dias e todos os dias revivo aquelas férias saborosas com um sol de Agosto retemperador de energias. Se pudesse, voltaria com todo o prazer. 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Aldeias e Vilas Medievais - Monsanto



É dito que é a “aldeia mais portuguesa de Portugal” e é também uma das povoações com traços medievais mais bonitos do país. Monsanto ergue-se com orgulho nas encostas do monte e tem nas entranhas granito e tradição. O castelo espreita altivo, rodeado numa imensidão de paisagem. O mestre Gualdim Pais e a Ordem dos Templários também por aqui passaram e deixaram a sua marca. A muralha por eles construída confunde-se com os enormes pedregulhos que a sustenta e tornam esta fortaleza inconfundível.

Nota: Proposta de passeio e visita da Via Verde

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Igreja doméstica?

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Precisamos de uma catequese iniciática, evolutiva, que, na situação actual, poderá exercer-se quase apenas no âmbito familiar.

1. Lembro-me, muitas vezes e por vários motivos, do padre João Resina, um homem muito inteligente e verdadeiramente livre. Trabalhámos juntos em alguns projectos e ficámos amigos para sempre. Movia-se, com grande argúcia e rigor, no campo das relações entre ciência, filosofia e teologia. Passou a maior parte do tempo como professor no Instituto Superior Técnico. Só muito tarde lhe entregaram uma paróquia, embora sempre tivesse desejado ser pároco.
A sua preocupação, no campo pastoral, era a catequese. Era ela a grande responsável por ideias e representações tontas que impediam o encontro com o devir cristão, no desenvolvimento humano, emocional, espiritual e cultural de várias gerações com quem contactava.
Sem abandonar as responsabilidades académicas, assumiu a direcção da catequese na paróquia do Campo Grande (Lisboa). Em 2007, numa entrevista [1], A. Marujo observou-lhe que “a ciência toca questões que, para muitos crentes, são vistas como atingindo as bases da sua fé: a criação, o big bang, a evolução, as questões éticas…”. Reagiu imediatamente: “fale-se dessas coisas às crianças antes que se fale no liceu; e que se diga que uma coisa é tudo o que vem de Deus, que é a criação, e outra a maneira como o Universo evoluiu e que não tem nada a ver com religião.”
“Nós dizemos que tudo o que existe depende da vontade de Deus. Como é que isso foi feito, se foi feito mais tarde ou mais cedo, se começou com o big bang ou doutra maneira, isso é da física e não da religião.”

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Açores - Um mar tranquilo


Um mar tranquilo na ilha de São Miguel, no dia 5 de Junho de 2016, 15h33. E a sua tranquilidade tem como fruto a povoação lá em baixo, sinal de que o oceano não incomoda ninguém.

Covid-19 e Povo soberano


1.A pandemia do Covid-19 foi reconhecida em 11 de março de 2020, mas começou antes, aí por 20 de fevereiro. Já já vai um ano a marcar as nossas vidas com receios e muitas dúvidas. As vacinas rondam as nossas casas, mas ainda não recebi a ansiada convocatória para meu alimento de esperança.
Passo dias e dias a espreitar o telemóvel. Mas ele, por enquanto, nada me diz. Olho o céu, espraio horizontes, imagino liberdades, sonho com tranquilidades para mim e para os meus, mas apenas predomina uma quietude enfadonha, triste e chuvosa. É inverno aí está no calendário e na vida lutuosa de tantos. Chuva e frio proíbem sorrisos. Contudo, estamos vivos. No fundo, isso é que importa.


2.«Vejam a beleza e a riqueza desta simplicidade com que o povo faz valer a sua opção política, ora escolhendo um partido, ora outro, com naturalidade e determinação. E também com a convicção de que está a fazer o que deve, na hora própria, na certeza de que exerce um direito e de que o seu voto é absolutamente igual ao do Presidente da República ou de qualquer outro responsável.
O povo é soberano em democracia. O povo vota, o povo manifesta o seu contentamento ou descontentamento, o povo diz o que pensa, o povo protesta, o povo apoia, o povo retira o apoio, o povo diz, afinal, o que quer.
Em liberdade e ciente de que tem de ajudar a construir um futuro melhor para todos. Esta beleza e esta riqueza da democracia, que têm de ser mais valorizadas, já que estão em constante construção, precisam da ajuda de todos. Essa tarefa não acaba nas eleições.»

Escrevi isto em Fevereiro de 2005… depois dumas eleições

Fim do cristianismo na Europa? 1

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Quem nasceu num contexto de cristianismo tradicional talvez nunca se tenha dado verdadeiramente conta do que o cristianismo significou na história.

1 Na sua base, está Jesus de Nazaré, que nasceu uns quatro ou seis anos antes da nossa era - isto deve-se a um engano do monge Dionísio, o Exíguo, encarregado de estabelecer no século VI o novo calendário. Filho de Maria e de José, teve uma juventude despercebida, trabalhou duramente em vários lugares como artesão. Foi discípulo de João Baptista, por quem foi baptizado, mas fez uma experiência avassaladora de Deus como Abbá (querido Papá), que o chamava a anunciar e a testemunhar o seu Reino, o Reino de Deus, Reino da verdade, da justiça, do amor, da alegria para todos. Uma notícia boa e feliz. A vida pública foi curta.
Em Jesus, o Reino de Deus estava actuante. Preocupou-se com a saúde das pessoas, com que não passassem fome. Curou doentes, física e psiquicamente doentes. Comia com prostitutas e pecadores públicos. A causa de Deus é a causa dos seres humanos e, por isso, proclamava com os profetas estas palavras postas na boca de Deus: "Ide aprender: eu não quero sacrifícios, mas justiça e misericórdia." Ousava declarar: "O Sábado é para o Homem e não o Homem para o Sábado": a saúde, a justiça, a misericórdia, estão acima do culto. Por isso, entrou em conflito com o Templo, os sacerdotes, os escribas, os doutores da Lei... Assim, Jerusalém e Roma uniram-se, numa coligação de interesses religiosos e imperiais, para o crucificar. Ele podia ter negociado, mas não: foi até ao fim, para dar testemunho da Verdade e do Amor.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Recordações e saudades


1. Hoje, numa rápida revisão ao meu blogue, à cata de alguma falha, que as encontro sempre que procedo a este exercício, pude evocar o que escrevi quando saí de um internamento para tratar os ouvidos, de que padecia. Recuperei um pouco, mas perdi, para sempre, 30% da minha capacidade auditiva. Foram 12 dias de tratamentos e exames feitos por considerados especialistas da época, os tais que procediam a implantes cocleares. Crianças surdas que passaram a ouvir e com quem me cruzava nos corredores do hospital, assistindo às suas naturais brincadeiras. Ali fui assistido, diariamente, também pelo meu médico assistente, que nunca deixou de me animar. Reli o que então escrevi quando regressei a casa, em Fevereiro de 2006. Como me soube tão bem reviver as ótimas impressões que encheram os 12 dias que passei no Hospital dos Covões. E como gostei de ver a homenagem prestada ao poeta António Aleixo.



2. Começou anteontem a Quaresma. Participei, via Facebook, à cerimónia da bênção e imposição das cinzas, a que presidiu o nosso prior, Pe. César Fernandes, que celebrou como se a Igreja Matriz estivesse cheia de fiéis. Com a mesma dignidade como se impunha. E tive saudades dos irmãos na fé. Pela minha mente passaram rostos conhecidos, sorrisos de amigos, palavras de tantos à entrada e saída do templo. Realmente, sempre participei nesta minha comunidade nas mais diversas celebrações. Conheço a Matriz desde menino e assisti a diversas obras de adaptação, renovação e conservação. Mas a minha Igreja também, e sobretudo, são os crentes que a enchem e lhe dão vida. E por isso senti saudades. O regresso, se Deus quiser, estará para breve.

Fernando Martins

Convertei-vos e acreditai no Evangelho

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo I da Quaresma 

«Jesus vence a tentação e rasga horizontes ao nosso peregrinar. É livre, confirma o baptismo recebido, adere confiadamente ao projecto de Deus Pai. Como Ele estamos em trânsito no deserto da vida. A meta já se vislumbra. Ele já a viveu na sua Páscoa. Para lá caminhamos seguindo os seus passos. A isto nos convida o tempo quaresmal que a Igreja nos propõe.»

É impressionante o que acontece a Jesus, após o baptismo. Imediatamente, se dirige ao deserto onde fica quarenta dias. Fá-lo “impelido” pelo Espírito Santo que sempre o acompanhará ao longo da sua missão. Mc 1, 12-15. Também a nós o Espírito nos conduz ao deserto e nos faz ver as tentações que nos habitam: “eu sei, eu posso, eu tenho; .., as tentações de não olhar, de fugir, de dissimular e esconder, de não ouvir o que não nos agrada”. Sempre o meu eu referencial.
É esclarecedor e provocante o motivo que o leva ao deserto: ser tentado por Satanás, a figuração por excelência das forças do mal. A tentação assalta-o ao longo de quarentas dias, o tempo da sua estadia entre animais selvagens, com os quais convive em harmonia. Vencida a tentação, surge o apelo/exortação: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho”
O deserto e a tentação surgem como metáforas da realidade humana. Hoje, revestem as formas da nossa situação histórica e social, da nossa cultura fragmentada e subjectivista, da nossa economia precária e subjugada, da nossa religião predominantemente pendente do gosto do “cliente” e das tradições.

PESQUISAR

DESTAQUE

Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

https://galafanha.blogspot.com/

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue