terça-feira, 13 de agosto de 2019

O Festival do Bacalhau foi um êxito

Boa disposição à mesa com bons petiscos de bacalhau (Foto da CMI)

Feito o balanço provisório, há sinais concretos de que o Festival do Bacalhau,  que decorreu no Jardim Oudinot, no passado fim de semana, foi um êxito, havendo a promessa de que no próximo ano ainda será melhor. Sendo assim, congratulo-me pelos resultados alcançados e pelo entusiasmo manifestado pela Câmara de Ílhavo no sentido de apostar com redobrada força para que o Jardim Oudinot, uma bela sala de visitas da nossa terra, continue a ser motivo de orgulho para toda a região. 
O "fiel amigo" foi rei durante o Festival, congregando famílias e pessoas oriundas de várias zonas do país, mas não podemos esquecer tudo o que serviu de atração naquele privilegiado espaço banhado pelo laguna, destacando-se, a meu ver, os concertos musicais, os concursos, os pavilhões, o Navio-museu Santo André, a corrida mais louca, as velhas pasteleiras com ciclistas vestidos a rigor, à moda antiga, e tantas outras festas que animaram os visitantes, encaminhando toda a gente para os petiscos recriados à volta do rei-bacalhau. 
Quem, como eu, não pôde participar no Festival, por razões diversas, não terá hipótese de falar, em rigor, do que realmente aconteceu. Contudo, porque ouvi e li encomiásticos pareceres sobre o festival deste ano, não posso deixar de salientar que esta festa foi e continuará a ser motivo de visita à nossa região no ferial mês de Agosto. 
Os meus parabéns à autarquia municipal pela festa que promoveu e organizou, mas ainda a todas as instituições concelhias, e não só, que deram o seu melhor ao Festival do Bacalhau de 2019. Para 2020 haverá mais. 

Fernando Martins

Georgino Rocha - Festa da Assunção de Maria, Mãe de Jesus


“Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre 
e Te amamentou ao seu peito”

A liturgia da vigília da festa da Assunção de Nossa Senhora proclama o Evangelho do encontro de Jesus com a mulher do povo que ouvia entusiasmada a sua pregação. “Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito”, exclama no meio da multidão. Era a ressonância vibrante do coração feminino àquilo que escutava e a fazia exultar. Era a voz dos humildes a erguer-se em público e a anunciar a felicidade que pressentia na Mãe de Jesus. Era a afirmação do valor da geração, da maternidade e da amamentação para o equilíbrio da relação “mãe e filho”, embora intervenham outros factores. Era um “hino” velado ao ambiente familiar onde se inicia a educação humana. 
A festa é a exultação festiva que o povo cristão vive, após a intervenção de Pio XII que, em 1950, declara solenemente o dogma da Assunção e oficializa o que era professado há muitos séculos. O Papa, bom conhecedor da tradição da Igreja, antes de tomar esta decisão, tem em conta o sentir do povo cristão, designadamente bispos, teólogos e outros fiéis. Não porque tivesse dúvidas, mas por reconhecer que o Espírito Santo distribui os seus dons pelos fiéis e para proclamar com a sua máxima autoridade, a autenticidade da fé que, há séculos, se vinha professando na Igreja.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Os emigrantes devem andar por cá

Neste ferial mês de Agosto, os nossos emigrantes, radicados, em especial, na Europa, devem andar por cá, entre as famílias e os amigos que optaram por ficar em Portugal. Os emigrantes transportam na bagagem das suas memórias estes ares, as suas histórias de vida, as suas amizades e as suas enormes saudades.
Quando saio à rua para dar umas voltinhas, encontro um ou outro que me olha, me saúda e me dirige algumas palavras. Os seus rostos e expressões permanecem em mim, mas nem todos consigo identificar pelo nome.
Certos apelidos ficam, pois há traços identitários que não enganam. Peço desculpa, mas não consigo memorizar tudo. E de alguns, porém, sei histórias que me ajudam a mantê-los presentes no meu espírito.
Há tempos, num restaurante, um casal olhava-me com simpatia. Havia traços que interpretei como gafanhões, se tal se pode dizer. E não resisti: Dirige-me ao casal e disse: — Eu conheço-os, mas não consigo dizer de onde. E a resposta saiu pronta: — Da missa; sou irmão de… E viemos de férias.
Permitam-me que sugira aos nossos amigos que estão por aqui neste mês de Agosto, que me falem, apresentando-se, naturalmente, com o nome ou apelido de família. É que a nossa história de vida é feita de encontros, que não de desencontros.
Boas férias para todos.


Fernando Martins

As bicicletas da minha meninice


As bicicletas dos tempos da minha meninice voltaram à estrada para animar o Festival do Bacalhau. Boa recordação que me transporta à época dos meados do século passado. Vestidos a rigor, os ciclistas percorreram o trajeto  estabelecido, entre o Cais Bacalhoeiro e o Jardim Oudinot, exibindo os trajes dos nossos avós. E não é a Gafanha da Nazaré a capital das bicicletas? Pois que a ideia seja levada à prática noutras datas festivas, são os meus votos.

Nota: Foto da CMI

Ravel em tempo de férias

A vida é sempre um recomeço...


«Durante uns dias, estarei de férias para reflexão. Contudo, continuarei presente para respeitar compromissos assumidos. E depois, a vida seguirá a um novo ritmo, com a esperança renovada, ao jeito de nova primavera. Assim espero.» Há uma semana escrevi isto, com vontade de férias. Estou de volta, com a certeza de que “a vida seguirá a um novo ritmo”, mas “com a esperança renovada”. A vida é sempre um recomeço. É isso. A um novo ritmo, porque ficarei apenas por aqui, sem preocupações de alimentar os meus outros blogues, referenciados no cabeçalho deste meu espaço. Todos ficaram com a vida que lhes dei, porém, abertos a quem aparecer ou deles necessitar. 

Fernando Martins 

domingo, 11 de agosto de 2019

Anselmo Borges - Elogio do inútil


1. Vivemos num tempo com algumas características deletérias. Por exemplo, não penso que seja muito favorável assistirmos em restaurantes a famílias inteiras a dedar num smartphone: o pai, a mãe, os filhos..., que quase se esquecem de comer e sem palavra uns com os outros. É bom estar informado, mas neste dedar constante perde-se o contacto autêntico da e com a família, esse estar presente aos outros mais próximos. E, com o tsunami das informações, incluindo as fake news, fica-se sujeito ao engano, à confusão, e corre-se o risco de se estar a criar personalidades fragmentadas, alienadas, interiormente desestruturadas. E, ao contrário do que se pensa, dentro da conexão universal através das redes sociais, sofrendo uma imensa solidão.
A nossa sociedade é também avassalada pelo ruído e pela pressa. Toda a gente corre, sempre com a vertigem da pressa - para onde?, poder-se-ia perguntar. Para longe de si. Quando é que alguém está autenticamente consigo, sem narcisismo, evidentemente? E o ruído atordoador? Quem é que ainda consegue ouvir o silêncio e aquilo que só no silêncio se pode ouvir? A voz da consciência, a orientação para o sentido da vida, Deus? Quem se lembra do dito famoso de Calderón de la Barca, que escreveu que "o idioma de Deus é o silêncio"?

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

De férias para reflexão



Durante uns dias, estarei de férias para reflexão. Contudo, continuarei presente para respeitar compromissos assumidos. E depois, a vida seguirá a um novo ritmo,  com a esperança renovada, ao jeito de nova primavera. Assim espero.

Fernando Martins

Georgino Rocha - A alegria de vigiar para servir

DOMINGO XIX



Jesus está preocupado em preparar os discípulos para o desempenho da missão que lhes quer confiar: acolher e servir o Reino que Deus lhes entrega, estar vigilantes e ser responsáveis. E conclui este ensinamento afirmando pela “boca” de Lucas: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”. Lc 12, 32-48.
Ilustra e embeleza o seu ensinamento com a narração de uma parábola – a dos empregados que esperam o seu senhor ao voltar da festa de casamento. Pedro sente-se questionado e pergunta: “A parábola é só para nós ou para todos?” A resposta de Jesus surge noutra parábola – a do administrador fiel e prudente que sabe gerir o pessoal da sua casa.
A atitude dos empregados e do administrador exemplifica bem o comportamento que Jesus define para os seus discípulos de todos os tempos: acolher, com satisfação, o dom que nos é oferecido, viver em confiança filial, cultivar o espírito de vigilância, ser responsável. A iniciativa da oferta pertence a Deus e proporciona-Lhe o prazer de desvendar o Seu projecto de fazer connosco uma nova família, a Sua alegria em credenciar Jesus, Seu filho, que anuncia e realiza esta feliz notícia, o Seu propósito de nos envolver plenamente, fazendo, com a humanidade, uma “parceria” de serviço, uma aliança de amor.

domingo, 4 de agosto de 2019

Anselmo Borges - O Homem: trabalhador e festivo



 «Dar-se conta do milagre do Ser e de se ser. 
Há maravilha que nos abale mais na raiz de nós do que esta?»


1. Andam enganados aqueles e aquelas que, no decurso do tempo, fizeram uma leitura literal do Génesis, o primeiro livro da Bíblia. Porque, concretamente nos primeiros três capítulos, não se trata de uma narrativa histórica, mas de um mito, uma estória. O filósofo Hegel, um dos cumes do pensamento, embora não fosse exegeta, viu mais, mais fundo e de modo mais penetrante do que muitos exegetas, quando leu essas primeiras páginas sobre a criação, Adão e Eva e o chamado “pecado original”. 
No princípio, Deus fez a Terra e os céus. E criou Adão e Eva, que viviam no Éden, o paraíso terreal. Não podiam comer da árvore que estava no meio do jardim, a árvore da ciência do bem e do mal. Comeram e foram expulsos do paraíso. O que aqui está, diz Hegel, é a passagem da animalidade à humanidade e à grandeza de ser ser humano, mas também ao seu carácter dramático e mesmo trágico. Souberam que estavam nus. Comeram da árvore da ciência do bem e do mal e ficaram a saber que são seres humanos, portanto, conscientes de si mesmos, conscientes de que são conscientes, com consciência reflexiva, que os outros animais não têm. Essa é a nudez humana, na solidão metafísica: cada um está só, é si mesmo de modo único e intransferível. 
Deus também tinha dito que, se comessem, morreriam. Comeram e souberam que o ser humano é mortal, o que o animal não sabe. Quando dizemos — cada um e cada uma — “eu”, cada uma e cada um di-lo de modo exclusivo e único e sabe que há-de morrer e angustia-se face à morte: “Ai, que me roubam o meu eu”, gritava Unamuno. Esta é a constituição do ser humano. E não é possível voltar atrás, porque a entrada do jardim do Éden, símbolo da inconsciência animal, é guardada por querubins com a espada flamejante.

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