Bibliotecas "cheias de infância": sobre promoção do livro, da leitura e da literatura
Um texto de Sara Reis da Silva no PÚBLICO Sara Reis da Silva «Sou “de literatura”. Dou por mim a afirmá-lo e a sentir essa frase a ecoar em mim nos mais diversos momentos da minha vida. Sou “de literatura” e sou de/dos livros, desde sempre, no meu espaço pessoal e íntimo e, há já mais de duas décadas, nas minhas vivências profissionais/académicas. Talvez porque, tentando e persistindo no encontro com as questões que o texto coloca a quem o lê, procurei dar-lhes sempre resposta (como preconiza Jacques Bonnet, em Bibliotecas cheias de fantasmas, acredito que “o importante não é ler depressa, mas ler cada livro à velocidade que ele merece”), sempre ciente de que “é literatura tudo aquilo que reflecte um universo pessoal, que transporta uma imagem do mundo, que converte em arte o quotidiano, o efémero, o banal”, como escreve Nuno Júdice, em ABC da Crítica (2010). E, assim, tenho para mim que todas as estratégias de aproximação ao livro e à leitura, desde idades precoc...