sábado, 15 de julho de 2017

ANGE num lugar aprazível na Gafanha da Encarnação






 Passámos hoje pela ANGE — Associação Náutica da Gafanha da Encarnação para ver o ambiente. Há obras em curso que vão alindar aquela zona mítica, conhecida por Largo da Bruxa. Há sempre quem conteste, é certo, mas penso que vai sair obra acabada e agradável. A paisagem da ria, com Costa Nova ao fundo, não será afetada. Disseram-me que haverá menos lugares de estacionamento, mas não fiz contas para confirmar tal asserção. Confirmei que há novos espaços para estacionamento. Curiosa foi a afirmação de um popular com quem conversei. Disse-me ele: «Sabe!... Há pessoas que até de carro iam para a cama se houvesse espaço em casa para isso.»
Contudo, apesar das minhas ideias não chegarem a quem de direito, talvez fosse possível ajeitar mais uns lugares para estacionar os carros. Realmente, havia muita gente por ali quando por lá andámos.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Anselmo Borges — Trump, Merkel, Macron e Francisco. Sobre a Europa


1. Há uns versos famosos de Hölderlin que dizem assim: "Wo Gefahr ist, da/ Wächst das Retttende auch." Traduzidos: onde está o perigo, aí cresce também o que salva.
É verdade. A tomada de consciência do perigo leva a reunir vontades e forças para desviar e vencer as ameaças. A não ser que se seja completamente inconsciente, não se fica de braços atados, à espera de que o perigo tome conta da situação e tudo possa afundar-se.

2. Da primeira vez que o Presidente Trump chegou à Europa foi claro: que os europeus não contassem muito, para a sua defesa, com o guarda-chuva americano. Os europeus tinham de contar, antes de mais, com eles próprios e pagar a sua defesa. Aí, percebeu-se bem que das duas, uma: ou os europeus têm consciência da sua identidade, dos seus valores, do seu futuro, e estão decididos a defendê-los, porque vale a pena, ou acontece o pior: já não há essa consciência nem essa força, e o futuro deixa de existir.

3. Merkel viu claramente e foi dizendo que os europeus estão agora entregues a si mesmos e têm de defender-se a si próprios. E os mais lúcidos começaram a aprofundar a ideia de que não haverá autêntica União Europeia sem um exército europeu, com todos os custos e sacrifícios.

4. Macron chegou, com todo o seu vigor político e novos horizontes. Também ele pensa e quer que haja mais Europa, mais integração europeia, uma nova Europa. Seria uma perda irreparável para o mundo, num mundo globalizado, o desaparecimento da Europa, pois ela tem contributos essenciais a dar, como a consciência da dignidade da pessoas humana, a tolerância, o humanismo, a consciência dos direitos humanos nas suas várias gerações. O eixo Paris-Berlim tem de aprofundar-se e adquirir mais consistência, o que é fundamental para a própria Alemanha, pois esta pode ser grande na Europa, mas, sem união, torna-se pequena e insignificante num mundo globalizado.
Macron tem a seu favor ter sido também assistente universitário de um dos mais significativos filósofos do século XX, Paul Ricoeur. E certamente encontrarão eco no seu pensar as ideias do seu mestre, expressas numa entrevista de 1997, recentemente publicada pela Philosophie Magazine: "Estamos em guerra económica. É um problema muito perturbador, sobre o qual nunca tinha dito nada. É hoje o problema de toda a Europa ocidental. Onde, para sobrevivermos, devemos manter uma ética e uma política da solidariedade. O combate a travar tem duas frentes: por um lado, as nossas economias têm de permanecer competitivas; por outro, não podem perder a alma - o seu sentido da redistribuição e da justiça social. Um problema enorme, quase tão difícil de resolver como a quadratura do círculo...
Ainda não acabámos com a herança da violência e da última guerra. Nem com a dureza e a brutalidade do sistema capitalista, que deu KO ao comunismo, ficando sem rival. É hoje a única técnica de produção de riqueza, mas com um custo humano exorbitante. As desigualdades, as exclusões são insuportáveis.
Estou um pouco tentado por uma solução que se poderia dizer cínica. Pode causar-lhe espanto da minha parte, mas, enquanto este sistema não tiver produzido efeitos insuportáveis para um grande número, continuará o seu caminho, pois não tem rival... Penso que vamos conhecer na Europa Ocidental uma travessia no deserto extremamente dura. Porque já não somos capazes de pagar o preço que os mais pobres do que nós pagam. A ascensão das jovens economias asiáticas, concretamente a da China, supõe um custo que seremos incapazes de suportar. Não só não queremos isso, mas não devemos fazê-lo. Não vamos voltar aos tempos do trabalho infantil!... É por isso que eu sou tão fortemente pró-europeu; só uma economia de grande dimensão permitirá à Europa sair disto."

5. Embora não veja claro sobre o como, há muito que penso não ver futuro para a Europa sem estruturas políticas federativas. Daí ter-me dado especial contentamento a entrevista que o Papa Francisco deu na semana passada ao jornal italiano La Repubblica, no contexto da cimeira do G20 em Hamburgo. Francisco disse a Eugenio Scalfari estar muito preocupado com a reunião do G20: "Temo que haja alianças muito perigosas entre potências que têm uma visão distorcida do mundo: América e Rússia, China e Coreia do Norte, Rússia e Assad na guerra da Síria." Qual é o perigo destas alianças? "O perigo diz respeito à imigração. O problema principal e crescente no mundo de hoje é o dos pobres, dos débeis, dos excluídos, dos quais os emigrantes fazem parte. Por outro lado, há países onde a maioria dos pobres não provém das correntes migratórias, mas das calamidades sociais daquele país; noutros países, porém, há poucos pobres locais, mas temem a invasão dos imigrantes. Eis a razão por que o G20 me preocupa."
À pergunta sobre se a mobilidade dos povos está em aumento, pobres ou não pobres, respondeu: "Não haja ilusões: os povos pobres são atraídos pelos continentes e países ricos. Sobretudo pela Europa." É também por esta razão que se deve concluir que "a Europa deve assumir o mais rapidamente possível uma estrutura federal, sendo as leis e os comportamentos políticos subsequentes decididos pelo governo federal e pelo Parlamento federal e não pelos países singulares confederados?", perguntou Scalfari. E Francisco, que já várias vezes levantou a questão, até quando falou no Parlamento europeu: "É verdade que sim." Foi muito aplaudido e recebeu mesmo ovações por essa afirmação no sentido do federalismo. "É verdade. Mas, infelizmente, isso significa bem pouco. Fá-lo-ão, se se derem conta de uma verdade: ou a Europa se torna uma comunidade federal ou não contará nada no mundo."

Anselmo Borges no Diário de Notícias

Georgino Rocha — Jesus aos discípulos: Felizes os vossos olhos e ouvidos


Jesus declara felizes os discípulos que prestam atenção ao que ele diz e faz. Mateus narra a parábola da semente, do campo e do semeador em que, de forma sapiencial, apresenta as disposições de quem ouve a Palavra de Deus e as atitudes consequentes que toma. Faz uma espécie de retrato exemplar que serve de referência para todos os tempos. Especialmente para o nosso em que tantos “sons e tons” se repercutem nos ouvidos e invadem o coração. Realmente Deus corre um grande risco ao confiar a sorte da sua Palavra à liberdade humana, pronta para um generoso sim, mas capaz de dizer não: um não rotundo ou condicionado e mesmo adiado. Daí, a nossa responsabilidade pessoal e, tendo funções educativas, sociais e comunitárias.
Jesus está em missão na zona do Mar de Tiberríades. O seu estilo de vida e a sua linguagem tinham tal novidade que as multidões acorriam a ouvi-lo. Chegavam a “apertá-lo” tanto que teve de recorrer a novos espaços e a servir-se de meios diferentes, É o caso da barca que se distancia da margem como refere a leitura da liturgia de hoje (Mt 13, 1- 23). Olhando as pessoas de frente, senta-se e começa o seu ensinamento sobre o “sonho de Deus”, a novidade do Reino, o sentido do que está a acontecer e que diz respeito a todos e a cada um. E como bom comunicador, conta a parábola da semente e do que ela envolve. Usa uma linguagem acessível, assertiva, interpelante, respeitosa, passível de ser interpretada de vários modos, apesar da sua clareza. A narração deixa ver “em pano de fundo” o agir do próprio Jesus e da reacção dos seus ouvintes nas diversas atitudes bem espelhadas nas diferentes qualidades da terra onde cai a semente: O caminho árido e sem húmus, os sítios pedregosos sem recursos ou com espinhos sufocantes, a terra boa e produtiva. Retoma a tradição profética da metáfora de Isaías, hoje proclamada, em que a palavra é como a chuva e a neve que descem do céu e realizam a sua missão, fecundando a terra.
Jesus, ao ver a preocupação dos discípulos em captarem todo o alcance da parábola, exclama: “Felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem!” E dá-lhes uma explicação exemplar. Centra a atenção em quem acolhe a semente, a Palavra. Realça a importância de cultivar as disposições adequadas, deixando o elenco de outras menos indicadas. O caminho é metáfora do coração árido, indiferente ao que acontece, satisfeito com o seu mundo de acomodação aburguesada. Os sítios pedregosos não têm profundidade suficiente para garantir o vigor das raízes da semente; por isso espelham as pessoas inconstantes e exibicionistas, que reagem com entusiasmo e alegria, mas desistem “sem pena nem glória” à primeira contrariedade. Os espinhos do silvado deixam germinar e crescer a semente, mas acabam por a sufocar e secar, tais as feridas da vida, os cuidados do imediato, as seduções da riqueza, do consumo e do prestígio. E ficam “congeladas” as calorosas aspirações do coração humano em que “encaixa” bem o “sonho de Deus”. A terra boa é o símbolo de quem está disponível para acolher e pronto para corresponder à Palavra escutada. Como Maria de Nazaré, a mãe de Jesus, a mulher do diálogo esclarecedor que liberta de receios e abre espaço à cooperação responsável. Como nós, certamente.
O vigor da semente, a palavra, está condicionado pelo exercício da liberdade humana. “Estamos chamados a ser «terra boa». É urgente. O «sonho de Deus» pode diluir-se… É o preço que Deus paga pela liberdade humana… Escutar a Palavra do Reino e entendê-la é escutar a chamada interior que nos pergunta pela nossa responsabilidade no mundo que estamos a construir e sobre o nosso modo de nos realizarmos como pessoas”, afirma Gutierrez de la Serna, na revista “Homilética”. E, no desejo de ajudar o leitor a sintonizar cada vez mais com o ritmo indicado, deixa-nos pistas indicativas muito úteis. Mencionam-se algumas: “Cultivo-me como pessoa humana em toda a riqueza e dignidade? Preocupa-me o “sonho de Deus” para este mundo ou só penso em mim? Pensando no futuro dos nossos filhos (e netos)…, preocupa-me a educação em valores e para os valores? Preocupa-me o futuro do nosso planeta e da possibilidade futura da vida? Escuto a palavra de Deus, procuro entendê-la e pô-la em prática? Sou realmente “terra boa”?
A novidade de Jesus passa pela nossa felicidade, pela nossa liberdade, pela cooperação solidária, pela coerência de atitudes. Que alegria e responsabilidade!

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Eduardo Almeida: Quando tenho obra em mãos nem sinto dores

O artista com João Alberto Roque
Recentemente, num domingo à tarde, recebi João Alberto Roque, docente do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré e premiado contista e poeta da nossa terra. Lançou-me um convite irrecusável: «Tem de vir comigo para apreciar uma exposição aberta a amigos.» Tinha de ser naquele dia e hora, porque depois da limpeza dos móveis que acolhiam, há muito, esculturas de madeira de um artista popular, Eduardo Almeida, as peças voltariam ao silêncio habitual e assim ficariam fechadas aos visitantes interessados em as conhecer com minúcia. E lá fomos, que destas paixões eu gosto. É que, quando muitos nada fazem no patamar da reforma, alegando que «já trabalharam muito na vida», outros há que continuam ativos e criativos, utilizando sadiamente os tempos livres.
Eduardo Almeida, 78 anos, 31 como funcionário civil da Base de S. Jacinto, é um dos que apostam em valorizar o tempo livre, em especial o que surge com a reforma. Dedica-se com paixão à escultura de estatuetas e grupos escultóricos, com destaque para temas de profissões que caíram com o tempo. Usa, preferencialmente, a madeira de plátano. Escolhe um ramo ou parte do tronco que lhe permitam cultivar a arte de desbastar a madeira com formões, limas, grosas e lixa, até atingir o que pretende, no âmbito das esculturas de motivos populares, mas não só. «Com muito cuidado — sublinhou —, porque a madeira que tirou já não pode voltar atrás». 
Ao olhar a bancada cheia de peças acabadas de limpar, Eduardo Almeida abriu as portas a amigos para todos saborearem com gosto os seus trabalhos meticulosos, que «não estão à venda», embora um ou outro tenha por destino os seus familiares. 
João Alberto Roque, que conhece o artista, corrobora as afirmações de mestre Eduardo: «Tudo começa pelas esculturas a fazer; depois vem a procura da madeira (plátano) que se adapte à obra; e daí sai uma peça única e sem colagens.» E adiantou, em consonância com o mestre: «As peças têm de ter em conta o veio da madeira para não partirem com facilidade, nas partes mais finas e sensíveis.»
João Roque chama a nossa atenção para a variedade de temas tratados. «Está aqui um trabalho muito meritório» com a curiosidade de Eduardo Almeida oferecer a quem vê as suas esculturas as «diferentes profissões antigas, como o oleiro, o carpinteiro o tanoeiro, o ferreiro com a sua forja, os padeiros a porem o pão no forno, brinquedos, a cozinha da sua sogra e ainda fez um cavaquinho que ofereceu à neta». 
Cultiva este prazer desde muito novo «para se entreter» e não tem coragem de desistir. E no dia a dia, quando tem obra em mãos, até lhe custa parar para tratar doutros assuntos. 
Eduardo Almeida especificou que a madeira tem de estar bem seca para posteriormente as peças não sofrerem deformações, e as estatuetas não são pintadas, mas numa ou noutra aplica-lhes «uns sombreados para destacar certos pormenores».
Durante a conversa que mantivemos, percebemos bem o gosto com que o nosso entrevistado vive a sua arte, assumindo-se como autodidata. Este prazer, que nasceu enquanto menino, foi crescendo com ele, de tal modo que até se esquece de comer. Muitas vezes acorda cedo a pensar no que tem de fazer. Deixa a cama e corre para o seu espaço de trabalho, ali ficando alheio a tudo o que o cerca. Não sente dores nem incómodos de saúde. Só não se esquece que tem de ajudar a esposa, presentemente algo debilitada pela idade. «Eu gosto disto… e pronto», disse.
Num concurso de artes e ofícios, aberto aos civis, promovido pelo comandante da Base de São Jacinto, em 1990, obteve o primeiro prémio, orgulhando-se do diploma que exibiu. Mas também recebeu um prémio da Junta de Freguesia de S. Jacinto pelos seus trabalhos. «No concurso havia de tudo e eu fiz uns velhotes e um crucifixo que se usava nas cómodas na Sala do Senhor», afirmou. 
Olhando para a bancada cheia de estatuetas, não conseguiu distinguir nenhuma. «Gosto de todas», afiançou. E não insistimos. Seria como pedir a um pai que nos dissesse de que filho gosta mais. 

Fernando Martins

Nota: Entrevista publicada no Timoneiro 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Que recursos estão ainda por explorar no fundo do mar?




Actualmente mais de 90% do território português é mar e, se a extensão da plataforma continental portuguesa for aprovada, em 2020 esse valor pode subir para os 97%. O mar é, sem dúvida, um dos recursos naturais com mais potencial económico para o nosso país e com muito ainda por explorar. O quê? O professor Luis Filipe Menezes Pinheiro, do Departamento de Geociências, explica…

Vi aqui 

Júlio Cirino — Ilha Terceira - Rua da Sé

A Rua da Sé vai do Alto das Covas à Praça Velha. Nesta rua, de casas avarandadas e muito floridas, podemos sentir o pulsar da vida cheia de alegrias que Angra do Heroísmo nos dá. 
Partindo do Alto das Covas temos a Escola do 1.º Ciclo Infante D. Henrique e, logo a seguir, a sede do Sport Clube Lusitânia, clube criado a 24 de Junho de 1922. É a 14.ª Delegação do Sporting Clube de Portugal.
Avançando um pouco, aparece-nos, à esquerda, o Mercado Duque de Bragança e o distinto Teatro Angrense, para além de vários estabelecimentos comerciais a funcionar em casas, com traça antiga, exemplarmente conservadas. Foram estes cuidados que levaram a UNESCO a classificar Angra do Heroísmo como Património Cultural da Humanidade.
Um pouco mais adiante, à direita, vemos, altaneira, a Sé Catedral cuja “primeira pedra” foi colocada, com grande solenidade, em 1570. Porém, em 1 de Janeiro de 1980 a Sé foi violentamente sacudida por um sismo de grande magnitude que, para além de abalar toda a estrutura do edifício, transformou a torre sineira esquerda e parte do frontispício num amontoado de calhaus. Na Terceira, este terramoto causou 51 mortos e mais de 400 feridos. Por terem ficado cerca de 15.000 pessoas sem tecto, o governo, apoiado por países como o Japão, os Estados Unidos, o Canadá, a Coreia do Sul, a Alemanha, a França e o Reino Unido, mandou construir um grande bairro para os desalojados. 
Na noite de 25 de Setembro de 1983 nova catástrofe se deu: um incêndio de grandes proporções fez estragos vultuosos na Sé, destruindo os riquíssimos tectos de madeira e toda a talha dourada e os tubos dos órgãos. Depois de restaurada, foi reaberta ao culto a 3 de Novembro de 1985. 
Ladeando a Sé pela esquerda, vemos uma estátua em memória do Papa João Paulo II que por aqui passou no ano de 1991.
Em 2017 o Bispo de Angra e Açores é D. João Lavrador, natural do Corticeiro (Mira). 
Qualquer festividade mais grandiosa, e por aqui há tantas, faz-se na rua da Sé. No dia de procissão, ou do desfile, as varandas são ornamentadas por colchas riquíssimas. A Praça Velha, existente em frente aos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo, é um local dos mais festivos. Nos meses estivais, existem lá dois palcos para a actuação alternada de duas bandas filarmónicas que tocam ao desafio. Neste local também podemos ouvir música tradicional açoriana, bons fados de Lisboa e outros espectáculos tão do agrado dos terceirenses sobre os quais falarei em altura mais apropriada. 
Apesar de na ilha Terceira haver muitas festas, a quantidade de foguetes lançada é diminuta - não mais de dois ou três foguetes de “pum”, de fraca potência, de cada vez. A festa está no coração das pessoas e, normalmente, é celebrada durante 10 dias nas igrejas ou nos “impérios” e à volta da mesa entre familiares e amigos.

Obs:  Fotos extraídas da rede social.

Café pode dar anos de vida


«O consumo de café pode contribuir para mais longevidade, ajudando a evitar doenças cardíacas, renais, respiratórias, cancros, AVC ou diabetes, segundo um estudo em que foram analisadas mais de 180 mil pessoas.» Ora aqui está hoje uma notícia muito agradável para mim que tanto gosto de café. Bebo-o desde a minha juventude, sobretudo quando surgiram na Gafanha da Nazaré os primeiros estabelecimentos conhecidos por cafés. É isso.
Os estudos valem o que valem e a prova disso está no meu caso. Tomando café todos os dias, tive enfartes e sou diabético Tipo 2 há muitos anos. De qualquer modo, gosto da notícia, porque fico mais descansado para continuar a cumprir um ritual que me dá muito prazer, garantindo-me energia para me sentir ativo. Podem crer que, se não tomo café logo de manhã, o dia nem me rende.


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Dragagem na Associação Náutica da Gafanha da Nazaré já começou


O dia 10 de julho ficou assinalado pelo início da dragagem na marina da Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré (ANRGN), o que representa motivo de regozijo para todos os desportistas náuticos, refere um comunicado daquela instituição, assinado pelo seu presidente, Humberto Rocha.
As dragagens, necessárias e urgentes, eram esperadas há muito tempo, pois os barcos tinham dificuldades em sair ou entrar na baía da marina, sobretudo a partir da meia-maré.
A dragagem começou na entrada do canal central para a baía, continua pelo lado norte — lado da EPA —, donde foram retirados os barcos. Depois será a vez da zona sul. Espera-se que os trabalhos terminem ainda neste mês.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Padre Manuel Joaquim Rocha é o novo Vigário Geral da Diocese de Aveiro


«O vigário não tem agenda própria, mas a do seu bispo.» Esta terá sido a primeira reação do padre Manuel Joaquim Rocha, pároco da Vera Cruz, ao saber da sua nomeação para o cargo de Vigário Geral da Diocese, substituindo Mons. João Gaspar que ocupou tal missão durante cerca de 30 anos, e o padre Georgino Rocha, pró-vigário-geral.
A tomada de posse teve lugar no passado dia 7 de julho, sexta-feira, na Eucaristia de encerramento do retiro dos presbíteros, que se realizou na Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha. Presente parte do presbitério de Aveiro e vários amigos do padre Rocha, que quiseram associar-se ao momento da assunção de responsabilidade de um sacerdote, que passa a ser o mais próximo colaborador do Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro. O prelado aveirense fez questão de informar que a nomeação do novo Vigário Geral da Diocese surgiu na sequência de consulta aos padres que exercem o seu múnus sacerdotal na Igreja Aveirense.
«Confio que o Deus de Jesus Cristo me vai ajudar nesta nova missão e que Nossa Senhora do Socorro ou da Apresentação me continuarão, de braços abertos, a oferecer o Filho ou a acolher o peregrino, e que os meus pais, lá do alto, continuarão a velar por mim», frisou o já Vigário Geral. E sublinhou que confia «na ajuda de todos: padres, diáconos, consagrados e leigos, mas, em especial, «na ajuda e incentivo dos meus irmãos padres». «Sois – somos – uma peça fundamental em todo este trabalho. Mais velhos ou mais novos, doentes ou com saúde, conto muito convosco», adiantou. 
Além de pároco da Vera Cruz, com todas as tarefas que lhe são inerentes, o padre Rocha é juiz do Tribunal Diocesano.


Conheço o padre Rocha há décadas e dele destaco a sua capacidade de diálogo e o dom de saber escutar. Firme na defesa da fé que o anima, é um homem de causas e corajoso na hora de decidir. Realço ainda a alegria que manifesta no dia a dia, cultivando um espírito de convivência fraterna. E é, sobretudo, um homem capaz de construir pontes, ou não tenha andado ele pelos canais da Vera Cruz, e de criar consensos, mesmo quando as alianças se partem. 
Daqui lhe envio os meus parabéns por ter acolhido, com a alma aberta,  novas missões, na certeza de que poderá contar com as orações de todos os diocesanos. 

Fernando Martins

João Gaspar — Nos 150 anos da abolição da Pena de Morte

 
Para memória futura, importa conhecer e compreender que a abolição da Pena de Morte, em Portugal, contou com a intervenção de aveirenses ilustres e determinados, autênticos paladinos da vida. João Gaspar, Monsenhor para os aveirenses, dá-nos conta de uma figura que marcou indelevelmente a cidade de Aveiro e sua região, Mendes Leite, bem retratado nesta transcrição:
«O Dr. Manuel José Mendes Leite, a quem foi prestada uma das maiores consagrações nacionais em 18 de maio de 1884, três anos antes de morrer, repousa no cemitério central de Aveiro, em túmulo de mármore, encimado por uma coluna que sustenta a chama simbólica que consumiu a sua vida inteira; o epitáfio, da pena de Marques Gomes, sintetiza o carácter de um grande aveirense: – “Combateu e sofreu pela Liberdade, nas batalhas, nas emigrações, no parlamento e na imprensa; serviu bem a Pátria como soldado, legislador e funcionário; foi seu timbre o desinteresse; viveu e morreu sem honrarias”.»


Aveirenses – Paladinos da vida 
Nos 150 anos da abolição da pena de morte


«A pena de morte, apesar de se encontrar nos costumes das mais antigas civilizações, tem sido frequentemente questionada. Uns negam a sua legitimidade, apoiando-se nas razões de Santo Agostinho (354-430): – a) a vida é um bem tão precioso que só Deus pode dispor dele; – b) uma vez executada a sentença judicial, se posteriormente se vier a concluir ter sido errada, já o mal não se pode reparar; – c) com tal pena não se alcança o bem do delinquente, que é a sua correção. Outros, pelo contrário, julgam-na como racional, fundamentando-se nos argumentos de S. Tomás de Aquino (1224-1274) e de Francisco de Vitória (1492-1546): – a) a legítima defesa do Estado e da Sociedade; b) o impedimento da prática de certos crimes.»

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Georgino Rocha — A Alegria do Amor - Tesouro em Vasos de Barro



O amor de Deus misericórdia surge como núcleo central na vida e no agir do Papa Francisco. É um amor que se reflecte, com intensidades diversas, em cada pessoa e na humanidade, em cada criatura e na criação, em cada discípulo missionário e na Igreja em conversão pastoral. O rosto deste amor dinâmico fica “plasmado” na simplicidade do viver quotidiano e das homilias na missa celebrada na Casa de Santa Marta, nos gestos proféticos e nos documentos escritos, sobretudo a “A Alegria do Evangelho”, o “Rosto da Misericórdia”, o “Louvado Sejas” e a “A Alegria do Amor”.

O estilo e a proposta do Papa têm despertado, de modo geral, a simpatia da sociedade civil, sobretudo da comunicação social e de alguns fóruns políticos e económicos, o acolhimento entusiasta pelo conjunto da Igreja, a correspondência lógica por muitos sectores da vida missionária e a discreta anuência de minorias que chegam a manifestar-se como oposição. Estou convencido da urgência de ir avivando a memória comunitária para esta riqueza reformista e para a arte pastoral que exige a harmonia de tesouro tão sublime estar entregue a vasos de barro, sempre frágil, apesar da qualidade da moldagem e cosedura. Limito-me à “A Alegria do Amor”, recorrendo ao meu bloco de notas em que fui apontando algumas referências, após a sua publicação, a 19 de Março de 2016; notas que serão continuadas proximamente.

“O significado do matrimónio cristão e o anúncio da sua beleza pela Igreja não mudaram”, afirma o Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; mas “devem mudar a pastoral, o cuidado, a atenção da Igreja em relação às famílias, especialmente as mais necessitadas de ajuda, de apoio e de acompanhamento”. E aduz como razão principal a melhor compreensão do sentido de crescimento e aprofundamento destas realidades e a evolução do contexto sociocultural envolvente.

Esta observação pertinente aponta claramente o que está em causa: O evangelho do matrimónio sacramental e da família cristã, que a Igreja quer anunciar com fidelidade crescente numa sociedade plural, e o realismo das situações que não param de surpreender e de interpelar. A fragilidade reveste-se de muitos rostos e as “feridas” de muitas cicatrizes. A Igreja assume-se cada vez mais como mestra, e sobretudo como mãe e samaritana, companheira solícita nos caminhos da humanidade. E Farrel evoca a memória de João XXIII que, em relação ao Concílio Vaticano II, dizia: “Não é o Evangelho que muda; somos nós que o entendemos cada vez melhor.

“A Alegria do Amor” corre um sério risco: o de ficar reduzida ao problema do acesso à comunhão eucarística dos divorciados recasados; seria como a “A Vida Humana” de Paulo VI que, quase só, é lembrada pela questão da pílula ou da contestação surgida por um sector aguerrido. E esta encíclica do Papa Montini tem um riqueza extraordinária que o Papa Francisco cita várias vezes; riqueza complementada com a mensagem dirigida às Equipas de Nossa Senhora e por elas à Igreja, em 1970, em que desenvolve a pedagogia do acompanhamento pastoral. Sem este, não há “revolução do amor” que tenda para a sua plenitude: ser sacramento do amor de Jesus Cristo pela Igreja, pela humanidade.

As famílias “não são um problema, são principalmente uma oportunidade”, garante o Papa Francisco aquando da sua viagem apostólica a Cuba. Oportunidade de contemplar o sonho de Deus configurado na alegria do amor humano, em todo o seu esplendor e em todas as suas “noites” sofridas e amargadas. Oportunidade de reexaminar a atenção amiga, não abusiva, de quem está próximo e começa a viver tensões difíceis no relacionamento conjugal, de quem é chamado a ser mediador/conciliador (se possível), de quem, por missão apostólica, tem a incumbência de acolher, acompanhar e integrar os que desejam sinceramente apoio para o seu caminhar e sentido para as suas buscas e canseiras. Oportunidade que é compromisso em todos os níveis da organização da Igreja.

As questões canónicas do matrimónio devem ser tratadas pela via jurídica, segundo as normas do direito canónico; e as questões de consciência por via do discernimento, diante de Deus, em oração e em diálogo de acompanhamento pastoral. Esta afirmação inspira-se na “Alegria do Amor”, n.º 300 e é da autoria de Juán Massiá, teólogo e padre jesuíta,

Felizmente alguns passos se têm dado neste sentido. Mais visíveis no campo jurídico do que no da pastoral. Mas a realidade clama por maior atenção e diligência. Sobretudo a situação dos que se encontram na situação de casados de novo civilmente e querem progredir na integração eclesial e viram declarada inconsistente a sua pretensão de nulidade sacramental.

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