Experiência partilhada,
de dor e de esperança
António Marcelino
Cheguei a Madrid na manhã de segunda-feira, 21 de Novembro. Na véspera decorreram as eleições em Espanha. Ia participar na Assembleia Plenária dos bispos e, desde Lisboa, levava já comigo os jornais da manhã que diziam dos resultados. No destino, não vi nem euforias, nem ares de preocupação. Tudo parecia caminhar com normalidade. Na imprensa, porém, a avalanche, com números, leituras e comentários, previsões e esperanças, medos e encorajamentos.
Entrei na sala dos trabalhos e o presidente da Conferência Episcopal lia, no momento, o seu discurso de abertura, concluindo assim: “A nossa Assembleia coincide com o começo de um novo período político… Como Pastores desejamos aos que foram eleitos para governar, em tempos tão difíceis, acerto, serenidade e espírito de serviço, na sua nobre e decisiva tarefa”. E recordou, a terminar, as palavras de Bento XVI ao chegar ao país, para a sua visita pastoral, no mês de Agosto: “A fé é um grande tesouro de que, certamente, vale a pena cuidar com uma atitude construtiva para o bem comum de hoje e para oferecer um horizonte luminoso ao futuro das novas gerações.