CUIDAR DA VINHA. É A NOSSA VEZ!
Georgino Rocha
Finalmente, nossa! – declaram, alegres e triunfantes, os vinhateiros. A herança, que tanto ansiámos e tanto trabalho nos deu, é nossa. Valeu a pena. Tudo ultrapassámos. Estão neutralizados ou liquidados os enviados do dono para receberem a colheita. Acabamos de dar a morte ao próprio filho. Conseguimos a vinha, apesar de ficarmos com as mãos cheias de sangue. Afirmámos a nossa determinação e rasgámos o contrato. Ouvimos palavras duras, mas escutámos a razão emotiva que clamava pela posse da terra e dos seus produtos. Finalmente livres de quem se aproveita do nosso trabalho!
O dono da vinha dá-lhes tempo para serem razoáveis. Aumenta, não apenas o número de enviados, mas a sua representatividade. O filho, herdeiro por natureza e por lai, entra em acção. Tudo em vão. Resolve, então, enfrentar os arrendatários usurpadores. E aplica -lhes uma sentença “sem piedade”, cruel.