terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Semana de Oração pela unidade dos cristãos! Vamos juntos ouvir Mozart?

Os passos mais consistentes no caminho
 ecuménico foram sempre sustentados
por histórias concretas de amizade




Talvez devêssemos ouvir Mozart juntos

Os passos mais consistentes no caminho ecuménico foram sempre sustentados por histórias concretas de amizade. E se há um desafio urgente a acolher, em vista dessa oração que Jesus faz («que todos sejam um» Jo 17, 22), é precisamente esse: o do mútuo conhecimento entre os cristãos, o da relação franca, tecida na gratuidade, na descoberta, no prazer de estarmos juntos, em trocas criativamente cordiais que avizinhem não só a razão.
No significativo património ecuménico que o século XX construiu, destacam-se, como pilares, histórias assim. Recordo aquela vivida por dois nobilíssimos teólogos: Hans Urs von Balthasar, católico, e Karl Barth, da Igreja Reformada. Conheceram-se em Basileia, nos anos 40, e certamente conversaram muito sobre as suas visões teológicas, sobre os grandes mestres da tradição cristã que revisitavam, sobre conceitos, distinções e distâncias. Conheceram-se a esse nível tão a fundo, que Balthasar escreveu uma introdução ao pensamento de Barth, hoje unanimemente considerada na bibliografia crítica daquele autor. Mas talvez essa sintonia não fosse possível, se a uni-los não estivesse também uma arrebatada paixão pela música de Mozart, que escutavam juntos naqueles anos tão carregados de incerteza, vendo (ou melhor, ouvindo) nela um sinal palpável da Redenção.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Farrapitos de neve que mal cobriram o recreio





A BRANCURA QUE CAI DOS CÉUS

A beira-mar tem os seus encantos: os horizontes largos dão-nos margem aos sonhos. Há décadas, um amigo meu do interior do País, de passagem pela Gafanha da Nazaré, quedava-se tardes inteiras sentado com os olhos fitos na linha longínqua que definia o oceano. Nunca tinha visto o mar, que não havia posses para passear até ao litoral. Nem sequer havia televisão na aldeia onde vivia.
Espantado com tanta obsessão pelo nosso mar, perguntei-lhe, como quem não quer a coisa, por que razão por ali ficava tanto tempo. Respondeu-me, com alguma candura, “que esperava ver, ao longe, sinais de terra”.
Vem isto a propósito dos terríficas mas simultaneamente belas paisagens nevadas, que o frio tem provocado por algumas zonas do País. Terríficas porque causam transtornos e podem mesmo meter medo a quem viaja. Belas porque nos mostram imagens raras como aquelas que os nossos olhos contemplam via televisão.
Eu, que nasci ao som do mar e com o cheiro a maresia a entrar-me por todos os poros, nunca pude apreciar ao vivo, em plena serra, o espectáculo da neve a cair e a pintar de branco puro montes e vales, florestas e pessoas. Apenas visitei uma vez a Serra da Estrela, e neve, a sério, por aqui, nunca. Apenas um dia, na escola onde leccionei, há muitos anos, caíram uns farrapitos de neve que mal cobriram o recreio. E todos, professores, empregada e alunos, deixaram livros e cadernos, problemas e leituras, para se deslumbrarem com a pureza que naquele dia nos levou a sorrir com gosto. Pudesse eu sentir o palpitar de um nevão e talvez ficasse como o meu amigo, extasiado, a apreciar a Natureza com tudo o que ela tem de bonito e de raro, em dias purificados pela brancura que cai dos céus.

Fernando Martins

Helo! - Gémeos verdadeiros




Finalmente aconteceu
o milagre na Quinta das Covadas!

Na tarde do dia 11 de Janeiro, após a celebração dos Reis no domingo anterior, duas coisinhas fofas apareceram ao lado da mãe Lia. Gémeos que se presume serem verdadeiros, pois as diferenças entre eles são difíceis de encontrar. A dona foi encontrá-los despidinhos, apenas cobertos com a roupa que Deus lhes deu, isto é, um casaquinho minúsculo de pele fina e castanha. Mal se sustinham nas pernitas delgadas e já queriam imitar os adultos, a andar, a siriquitar por ali. Várias cambalhotas presenciadas pela dona, sinal da pouca força que tinham nos seus membros. Um balido intenso saía daquelas boquinhas miniatura, sempre que sentiam alguma ameaça à sua integridade. Ah! Mas a mãe extremosa ali estava para acudir aos gritos dos filhotes!
Várias fotografias foram tiradas, momentos após o parto, como prova de que o tão ambicionado milagre ocorrera!
Augúrios de uma feliz vidinha, sob o olhar enternecido da dona, que até pensa que lhe saiu a sorte grande!

M.ª Donzília Almeida

Cortejo de Reis na Gafanha da Encarnação





De registar o ar intimidatório
dos soldados romanos

Realizou-se este domingo, dia 10 de Janeiro, mais um cortejo de Reis, cumprindo-se assim a tradição, que perfaz hoje um século.
Com condições meteorológicas adversas, chuva e frio de rachar, nada fez demover dos seus intentos, as inúmeras pessoas que integraram o desfile.
Com paragens em locais estratégicos da nossa vila, o espectáculo iniciou a sua actuação, no extremo sul da Gafanha da Encarnação, com a representação do auto dos reis. Com a sua origem no teatro das moralidades da Idade Média, temos aqui a recriação de cenas bíblicas relacionadas com o acontecimento histórico que acabámos de festejar — o nascimento de Jesus. A Anunciação do Anjo a Maria, a fuga para o Egipto, o temor do rei Herodes perante o nascimento de um rei que o pudesse destronar, etc, foram cenas que os actores amadores dramatizaram perante a audiência fiel de todos os anos.

Os 10 melhores filmes actuais do ponto de vista espiritual


Clint Eastwood no Gran Torino

Escolha do diretor do Departamento
de Cinema do arcebispado de Barcelona



BARCELONA, quarta-feira, 6 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Como todos os anos, o Prof. Peio Sánchez, diretor do Departamento de Cinema do arcebispado de Barcelona (Espanha), oferece sua avaliação sobre os 10 melhores filmes do ponto de vista espiritual.
Sánchez afirma que, ao fazer este elenco, ele o apresenta “como um material válido para a recuperação educativa e pastoral através do DVD. (...) Parece-nos hoje imprescindível escolher bem o que vemos para sermos pessoas melhores. E acreditamos que esse tipo de cinema convida a aprofundar nos grandes interrogantes, propõe um olhar aberto ao mistério de Deus”.

1. Gran Torino (2008), Clint Eastwood

“Em Gran Torino, Clint Eastwood soube contar uma história simples com uma enorme força dramática, apresentando temas espirituais de fundo, como o sentido do perdão, a redenção como sacrifício e o caminho da conversão. E do ponto de vista cristão, não somente apresenta uma imagem positiva da Igreja, representada no Pe. Janovich, mas também oferece uma poderosa imagem crítica nas decisões finais do protagonista.”

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Bento XVI traça retrato preocupante do mundo



Papa lança alerta contra os flagelos da pobreza
e da fome e da destruição do ambiente


Bento XVI apelou esta Segunda-feira à defesa do ambiente e ao desarmamento nuclear, num encontro com o corpo diplomático acreditado no Vaticano, assinalando o início de um novo ano.

O Papa apresentou um retrato preocupante do mundo, com referência a “graves violências”, associadas aos “flagelos da pobreza e da fome e também às catástrofes naturais e à destruição do ambiente”.
Em particular, condenou as “resistências de ordem económica e política na luta contra a degradação do ambiente”, lembrando o fracasso da recente Cimeira de Copenhaga sobre as alterações climáticas.
Neste contexto, Bento XVI deixou votos de que “no decurso deste ano, primeiro em Bona e depois no México, seja possível chegar a um acordo para enfrentar de maneira eficaz esta questão”.
“Trata-se de uma aposta tanto mais importante quanto em jogo está o próprio destino de algumas nações, nomeadamente alguns Estados insulares”, precisou.
O Papa afirmou que “a negação de Deus desfigura a liberdade da pessoa humana, mas devasta também a criação” e que “daqui resulta que a salvaguarda da criação não visa tanto responder a uma exigência estética, como sobretudo a uma exigência moral".
Na linha de várias outras intervenções proferidas nos últimos meses, Bento XVI pediu que “esta atenção e este empenho pelo ambiente apareçam devidamente ordenados no conjunto dos grandes desafios que se colocam à humanidade” e criticou o “açambarcamento por alguns dos bens destinados a todos”.

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Ser cristão é fazer a experiência diária, alegre e feliz, de ouvir a voz da consciência...



ESTOU BAPTIZADO. SOU CRISTÃO?


A pergunta parece redundante. De facto, quem é baptizado entra num estilo de vida tipicamente cristão. Pode assemelhar-se a quem entra na Universidade para ser bom aluno. O normal será viver de acordo com o seu novo estatuto, não sendo suficiente matricular-se ou simplesmente dizer-se universitário.
A festa do baptismo de Jesus – que se consuma na manhã de Páscoa com a ressurreição - faz-nos ver a novidade do ser cristão. Não basta o baptismo da água, à maneira de João Baptista, apesar de muito positivo. Não basta manter um costume, apesar da sua relação familiar e social. Não basta o rito religioso, apesar da marca que lhe está atribuída: ser expressão de uma atitude crente.
A vida, nos anos da sua duração, traz-nos muitos “baptismos de água” que revelam o grau da nossa humanidade: conselhos de sabedoria, atitudes de fortaleza e honradez, gestos de partilha e generosidade, lições de economia solidária, guias de entretenimento alegre e positivo, acções de formação ética e profissional, compromissos em prol da justiça e da paz.
À água é preciso unir o Espírito Santo – afirma João Baptista aos que tinham outras expectativas; Espírito que se manifesta de vários modos e vai moldando a vida de quem o acolhe com abertura e simplicidade de coração.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Os meus livros antigos






"Longe" é um livro de sonetos de José Gomes Ferreira, em 2.ª edição, da Seara Nova,  de  MCMXXVII.
Tem, como curiosidade, o facto de apresentar o cartão do autor, Cônsul de Portugal na Noruega, dedicado ao seu amigo Alfredo Brochado.

NA CATEDRAL DA LAREIRA

Na Catedral da Lareira
há chamas ajoelhadas,
erguendo as mãos da fogueira,
esguias como as espadas.


São poentes os vitrais…
Ardem pinheiros… Perfume…
As chamas rezam missais
com letras feitas de lume.


Quero rezar com vocês!...
Ó Sol! Senhor português,
escuta o meu sonho, atende-o…


Vem ensinar-me a rezar
— tu que és o brando luar,
e a flor, o fruto, e o Incêndio…

José Gomes Ferreira

Centenário da República




Ética Republicana

Com as programadas celebrações da República Portuguesa, que envolvem, para já, cerca de 500 iniciativas, abrangendo os mais diversos campos, fala-se muito de ética e de ideais republicanos dos que, em Lisboa, em 1910, substituíram a Monarquia pela República.
Na minha adolescência li um livro, intitulado Proscritos, de Luís Gonzaga de Azevedo, que me deu uma triste imagem dessa ética, mais tarde corroborada por historiadores cultores da verdade histórica. Contava, com fotos ilustrativas, as perseguições que os republicanos protagonizaram, junto da Igreja católica, em especial do clero e da Companhia de Jesus, bem como de todos os que, mesmo republicanos, discordavam do pensamento dos vencedores e dos que ocupavam os cargos de liderança.
Mais tarde, ao ler a história da primeira república, fiquei admirado com a tirania e o caos em que caiu o País, abrindo as portas à segunda república, que nos deu quase meio século de ditadura.
Afinal, a República, que durante anos e anos muitos portugueses ignoraram, nada tinha de democracia e de fraternidade, muito menos de liberdade e de igualdade, como proclamavam os arautos do novo regime, que pescaram na Revolução Francesa os propósitos nobres que estariam na base de uma sociedade nova e mais justa.
Historiadores actuais, Vasco Pulido Valente e Rui Ramos, por exemplo, explicam bem o que foram esses tempos, de perseguições, assassínios, falta de liberdade, censura, manipulação de eleições, organização de bandos criminosos e outras tropelias indignas de gente civilizada. Aos jesuítas chegaram a medir a cabeça, ao jeito nazi.
É óbvio que tudo já lá vai e que hoje o importante é olhar o futuro, na certeza de que melhores dias virão, nesta terceira república que nos é dado viver.
Houve aspectos positivos? É claro que houve, os quais devem ser lembrados com respeito por todos os que procuraram levá-los à prática na construção do nosso País, na aurora do século XX. Mas também não podemos enterrar a nossa História, sob pena de passarmos, aos nossos jovens,  uma mensagem falsa da mudança de regime.

Fernando Martins

A Crónica Dominical de Bento Domingues no PÚBLICO



(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 166

PELO QUINTAL ALÉM – 3




A COUVE

A
Senhora Mestra Joana Rosa
Ti Pluremes

Caríssima/o:

Com licença, hoje, apresento a couve.
Não preciso de dizer que há muitas variedades de couve... ou será que os nossos jovens já não distinguem a galega do repolho?
Não se dispensava na horta por mais pequena que fosse.



a. Ainda hoje é rainha no nosso Quintal.
E mal vai quando, como neste Natal, não arranjamos para a bacalhoada da Consoada: dias antes saraivada tremenda furou e destroçou as folhas de tal forma que tivemos que ir a outro quintal mais afortunado...

e. Terreno bem cavado e melhor adubado com o rico esterco do curral do reco, ela ia medrando e... Podia não haver muita coisa para um caldo, mas uma ou duas batatas, um olhinho de azeite quando o havia, e uma boa braçada de couves...
Parece que foi ontem...
A senhora mestra perguntou a doutrina a um catequizando e este houve-se tão bem que ela, como prémio, mandou-o a casa da ti Pluremes para lhe catar as couves... Aquilo era só bicharada: encheu uma caçarola com lagartas gordas.
E ninguém imagina a recompensa que recebeu por esta caçada: um prato de caldo cheio até às bordas! Foi uma merenda de truz!

i. Desta hortaliça tudo se aproveita, como sabeis...
Em tardes de fome e de penúria os talos sabiam que nem bolos da Comunhão!

o. No capítulo da”couve e a saúde” é uma fartura...
A couve é um vegetal muito rico em Cálcio, Fósforo e Ferro, minerais importantes à formação e manutenção de ossos e dentes e à integridade do sangue. Contém ainda vitamina A, indispensável à boa visão e à saúde da pele; e vitaminas do Complexo B, que tem por funções proteger a pele, evitar problemas do aparelho digestivo e do sistema nervoso.
Esta hortaliça é laxante pela sua grande quantidade em fibras; boa para a asma e bronquite. Além disso, a couve é muito boa para combater as enfermidades do fígado, como a icterícia e os cálculos biliares, assim como os cálculos renais, as hemorróidas, e as menstruações difíceis ou dolorosas.
E o suco? É um tónico excelente, muito recomendado às crianças em fase de desenvolvimento. E não digo mais senão parece que estamos na festa do S. Paio a ouvir as virtudes da banha da cobra: ele é o caldo da couve cozida que é indicado nas enfermidades da pele; a couve dissolve também os cálculos, combate a artrite e as dores reumáticas e as nevralgias, desinfecta o intestino, cura as úlceras gástricas e dá óptimo resultado no combate a vermes. Em caso de febre, aplica-se à cabeça do enfermo cataplasma refrescante de folha de couve, que serve, também, para tratar feridas inflamadas...

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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