quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Os que falam mas nada fazem



“Os que muito falam pouco fazem de bom” 

William Shakespeare (1564-1616), 
dramaturgo, poeta e actor 

(Editado no PÚBLICO)

Nota: Que grande verdade! Foi assim no tempo de Shakespeare e continua hoje. E agora, com o apoio da comunicação social e das redes do ciberespaço, os palradores, críticos maldizentes, políticos que só veem na sua direção e outros tantos nada fazem de positivo. É evidente que a crítica bem intencionada é salutar e necessária… Mas de muitos seria de espera que deixassem, por vezes, as palavras e passassem aos atos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Jorge Cardoso - Um artista da nossa terra


Os artistas são sempre motivo de admiração porque são criadores. Do nada nasce uma peça com vida própria. A arte pura não se copia e brota espontaneamente das mãos e da sensibilidade dos artistas. Não é artista quem quer, mas quem nasce com dons que nos transcendem. O  artista põe  mãos à obra e isola-se do mundo que o cerca para se alimentar da imaginação e partir daí à procura de algo nunca visto. Os habilidosos limitam-se a copiar e a enganar, por vezes, quem olha para os seus trabalhos. 
Jorge Cardoso é um criador. As suas peças, miniaturas pacientemente elaboradas, nascem das suas mãos como cogumelos, nunca iguais. Não sei se com rapidez se vagarosamente. São milhares, nem sabe quantas, mas todas têm pormenores que indiciam paciência, meticulosidade, rigor, paixão. 
Encontrei-o no sábado à entrada do Continente, em Aveiro. Uns minutos de conversa, apenas uns minutos, porque os curiosos e eventuais compradores exigiam a sua atenção. O Jorge vende as suas peças porque vive delas. E para isso percorre feiras e exposições. Em diversos certames tem sido premiado. Ainda bem que é reconhecido o seu labor e valor. 
Os meus parabéns ao Jorge Cardoso. 

Fernando Martins

“Ler é a maior dádiva dos deuses aos seres humanos”

Li a frase em título  na revista E do Expresso, semanário que entra em minha casa desde o número um… já lá vão uns 46 anos.  Quem a proferiu  foi Paulo José Miranda na rubrica “10 perguntas a…”, da responsabilidade da jornalista Inês Maria Meneses. 
Parto dela para uma curta reflexão porque gostei da resposta daquele escritor e poeta à jornalista, quando ela lhe perguntou sobre os livros de que nunca nos cansaremos?: “Há livros que não cansam. Ler é a maior dádiva dos deuses aos humanos.” 

Gosto imenso de ler desde a infância. Mais ainda, e sobretudo, desde quando, acamado por doença, nada mais podia fazer. Ouvir música na rádio e ler durante todo o tempo em que não precisava de dormir faziam parte do meu quotidiano. Foram dois anos nessa vida em que também conversava com os amigos que me visitavam. 
Sou um leitor assíduo de gostos variados: prosa, poesia, história, crónicas, reportagens, entre outros géneros, bailando no meu espírito livros, revistas, jornais, de tudo um pouco. Horas a fio, saltando de uns para outros, depois de os manusear… 
Realmente, a leitura é, de há muito, a minha ocupação favorita, procurada e perseguida, roubando-me tempo para outros prazeres que passam a secundários. De permeio, gosto de rabiscar (teclar) umas coisas para manter ativo o cérebro sem incomodar ninguém. Cedo, como todo o vivente, aos desafios das circunstâncias, acicatado pelas novas tecnologias. E que Deus (não os deuses) me dê saúde e forças para poder ver e ler os sinais dos tempos, mola-real da vida. 

Fernando Martins

Etnográfico da Gafanha da Nazaré em festa natalícia

Ferreira da Silva, fundador do grupo, Fernando Caçoilo, presidente CMI, e José Manuel Pereira, presidente do GEGN


Participantes 

Presidente da CMI

Daniel Bastos da FFP

Bolo de aniversário

Quando todos formam uma equipa, tudo sai muito mais fácil

Cerca de uma centenas de pessoas, entre membros do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), familiares, apoiantes e convidados, participaram, no sábado, 7 de dezembro, na Casa da Música, no habitual convívio de Natal, onde foi servido o tradicional bacalhau, tão apreciado pelas nossas gentes, nesta quadra mas não só.
O presidente do Etnográfico, José Manuel Pereira, acolheu com simpatia e amizade os que responderam ao convite da direção e a todos dirigiu palavras de boas-vindas, com votos de boas festas natalícias.
Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, referiu que, na vida das coletividades, «o mais importante é o convívio» que aproxima as pessoas, levando-as à participação empenhada. Evocou o velho edifício que deu lugar à atual Casa da Música, dizendo que, com boa vontade, «tudo isto se construiu», salientando a importância do espaço» que hoje podemos usufruir, valorizando o trabalho das duas instituições com sede neste edifício: Filarmónica Gafanhense e Grupo Etnográfico. «Aqui têm os seus pertences, ensaiam, convivem; é uma obra que nos orgulha a todos», disse.
Afirmou que, quando entra na Casa da Música, se sente satisfeito e com a «noção do dever cumprido», até porque permite «oferecer cultura à população da Gafanha da Nazaré, mas não só». 
A Federação do Folclore Português esteve representada pelo dirigente Daniel Bastos, da Murtosa, que referiu, na altura própria das saudações, que o convívio anual é o «corolário de um ano de trabalho» que não se consubstancia nas habituais atuações de terra em terra, pois não pode descurar a investigação e o estudo das nossas raízes etnográficas. «O GEGN é um grupo com uma dinâmica muito forte», o que «só é possível com a participação de todos os seus elementos», garantiu.
Daniel Bastos salientou, ainda que «a direção é o motor, mas todos têm de colaborar», concluindo: «quando todos formam uma equipa, tudo sai muito mais fácil.»

Fernando Martins

A data incerta de uma festa admirável

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

Celebramos o nascimento de Jesus a 25 de Dezembro. Qual é o fundamento desta data? Nenhum.


1. Por mais paradoxal que isso possa parecer, no Evangelho de S. Marcos, considerado o mais antigo dos quatro Evangelhos, não há Natal! Por opção, começo pelo desfecho abrupto deste “livro de intenso encanto literário e um dos mais arrebatadores que alguma vez foi escrito”. Desfecho tão abrupto que o seu tradutor, Frederico Lourenço, pergunta: é concebível que um livro em língua grega possa terminar com a palavra “pois"? Mas é um facto. Vou transcrever esta tradução de ritmo grego em português.
Conta S. Marcos que, “passado o sábado, Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé compraram perfumes para irem embalsamá-lo. E muito cedo de manhã, no primeiro dia da semana, elas vão ao sepulcro tendo já nascido o sol. E diziam entre si: Quem rolará para nós a pedra da entrada do sepulcro? E tendo olhado à sua volta, vêem que a pedra tinha sido rolada para o lado; e era muito grande. E entrando elas no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram apavoradas. Ele diz-lhes: é Jesus, o Nazareno que procurais, o crucificado? Ressuscitou. Não está aqui. Vede o lugar onde o depuseram. Mas ide e dizei aos seus discípulos e a Pedro: Ele vai à vossa frente a caminho da Galileia; lá o vereis, tal como ele vos disse. E elas, saindo, fugiram, pois domina-as um tremor e um êxtase. E nada disseram a ninguém: tinham medo, pois” [1].

domingo, 8 de dezembro de 2019

Sorte e Miopia

Crónica de Miguel Esteves Cardoso no PÚBLICO


O Interior é o futuro – e sabe-o. Só o balofo do Litoral não sabe. 
E o Litoral, infelizmente, pensa que sabe tudo. 
E pode e manda, ainda por cima. 



Ao ler o presciente artigo de Teresa Mineiro no Fugas ocorreu-me o dilema de sempre: devemos ou não falar das coisas boas de Portugal, sabendo que falar delas leva quase sempre à destruição das qualidades que tornaram essas coisas únicas? 
Se eu tivesse de escolher um único desejo para Portugal seria que nós portugueses déssemos valor ao que temos. 
Não damos – nem pouco mais ou menos. Nem sequer estamos perto de saber o que temos – quanto mais dar-lhe valor. 
Perdemos tempo a mais a chorar o que não temos ou a sonhar com o que nos daria imenso jeito. Somos vítimas do futuro – do futuro que não conseguimos ter. 
Em Portugal precisamos mais de levantamentos do que de projectos. Que economia ou política pode fazer sentido se não sabemos o que temos; se não temos ideia de tudo aquilo com que poderíamos contar, caso conhecêssemos? 
Está mais que visto que o Interior é o futuro. “Interior” não é nada menos do que o nome de Portugal. Mais justo seria deixar de falar em Interior e passar a dizer Portugal, excepção feita para aquela delgada mas resplandecente faixa a que deveríamos chamar Litoral. 
O futuro pertence à pergunta “Onde é que não há gente?” ou “Onde é que não há gente que chegue?”. Depois só falta saber se há boas razões para não haver ali gente. 
Quase nunca há. O Interior é o futuro – e sabe-o. Só o balofo do Litoral não sabe. E o Litoral, infelizmente, pensa que sabe tudo. E pode e manda, ainda por cima.

Miguel Esteves Cardoso escreve no PÚBLICO todos os dias

Nossa Senhora da Conceição - Padroeira de Portugal

N. S. da Conceição - Gafanha da Nazaré
A Igreja Católica venera Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal por decisão do Rei D. João IV, o Restaurador. O Rei organizou em 25 de março de 1646 uma cerimónia solene em Vila Viçosa, onde residiu antes de ser proclamado  rei, em 1640. Quis, com este gesto, agradecer a Nossa Senhora da Conceição a restauração da independência de Portugal, na altura sob domínio do Rei D. Filipa IV de Espanha, III de Portugal. 
Naquela data, foi até à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, onde a declarou como Padroeira e Rainha de Portugal. E a partir daí, nunca mais os reis do nosso país usaram coroa, símbolo do poder real,  até ao último, D. Manuel II.
Na paróquia da Gafanha da Nazaré há uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, cuja data de aquisição desconheço. Sabe-se que em 1948 houve obras na capela de Nossa Senhora da Conceição (capela lateral) que importaram em 8359$00 e que no ano seguinte foi paga a pintura do altar (1000$00) ao senhor Manuel Catraio. 
A festa dedicada a Nossa Senhora da Conceição, na nossa paróquia, dirigida aos homens do mar e suas famílias, era muito concorrida. Depois, sem razões conhecidas, caiu no esquecimento. 
As notas referentes à nossa paróquia foram extraídas do livro “Gafanha de Nossa Senhora da Nazaré” de Manuel Olívio da Rocha e Manuel Fernando da Rocha Martins. 

Fernando Martins

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