quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Notas do Meu Diário — Senhora de Vagos




No próximo dia 5 de outubro, vai realizar-se a romagem à Senhora de Vagos, como lhe chama o povo, mas o seu verdadeiro título é Santa Maria de Vagos, como bem lembrou, há anos, o Pe. Carvalhais, prior de Vagos, com obra publicada sobre o tema. A dinamização da romagem é da responsabilidade da ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré), presentemente liderada pelo Humberto Rocha, um familiar e amigo cujo dinamismo bastante aprecio. 
O programa da romaria está no blogue da Paróquia de Nossa Senhora da Nazaré e precisa de ser lido, sobretudo por quem quer e pode participar, até porque há fortes motivos que justificam a visita, em grupo, a Santa Maria de Vagos, onde não falta espaço para o convívio, para a festa, para o piquenique e até para a meditação. 
Esta Nota do meu Diário, dedicada ao tema, visa lembrar a importância de cultivarmos as nossas tradições, homenageando, de forma simbólica, os nossos antepassados, originários, há séculos, de terras de Vagos, como pode ser confirmado por pesquisas genealógicas e ainda pelos apelidos e alcunhas que perduram até aos nossos dias. 
É certo que a Gafanha da Nazaré (como as demais Gafanhas) acolheu, ao longo dos tempos, gentes das mais variegadas paragens, que nos cumpre honrar, pois também foram construtores da nossa sociedade e alicerces do nosso progresso a vários níveis.
Os meus parabéns pela iniciativa com votos de sucesso.

Fernando Martins

O Google está em festa: Parabéns

Timor-Leste passa a Estado-membro da ONU

Xanana Gusmão, um herói da
independência de Timor-Leste

No dia 27 de setembro de 2002, Timor-Leste foi admitido como Estado-membro da ONU. Já lá vão 16 anos e os mais velhos recordam, como se fosse hoje, o nascimento de um Estado, que Nação já o era há muito, com a sua identidade própria, marcadamente cristã. 
Passados estes anos, é justo lembrar os que se bateram, em Timor-Leste e em Portugal, pelo direito de um povo a ser dono do seu futuro, depois de um longo período de séculos sob a bandeira portuguesa, com o estatuto de colónia. 
Não importa tanto falar hoje dos políticos e outras organizações, mas também dos heróis timorenses que lutaram, por todas as formas, pela independência da sua pátria. Permitam-me citar a dignidade e operacionalidade possíveis e impossíveis da Igreja Católica, que sempre apoiou, com a fé indesmentível dos timorenses, a libertação daquele povo sofredor.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

PALABRAS CO BENTO NO LEBA de Domingos Cardoso

Um livro para todas as famílias de Ílhavo, e não só 


Domingos Cardoso dedica ao Povo de Ílhavo e aos seus familiares, “passados e atuais”, da boca de quem ouviu, “muitas destas palavras e expressões que o Tempo ainda não levou” da sua memória 


Palabras co bento no leba é o mais recente livro do ilhavense Domingos Freire Cardoso. É um livro que nos brinda com um trabalho excelente, muito diferente dos que tem por costume oferecer-nos. Dele já conhecemos a sua poesia, que muito apreciamos, em várias edições, marcadamente no tom dos sonetos camonianos, que cultiva com esmero. Não foi por acaso que exerceu funções como responsável pelo pelouro da cultura da Confraria Camoniana de Ílhavo. E para além da poesia, brindou-nos a todos com uma outra obra — Pedras sem Tempo do Cemitério de Ílhavo —, onde levou à prática a sua rara sensibilidade, em estudo meticuloso e cuidado que o engrandece pela riqueza do conteúdo que legou aos seus concidadãos, e não só. 
Desta feita, Domingos Cardoso dedica ao Povo de Ílhavo e aos seus familiares, “passados e atuais”, da boca de quem ouviu “muitas destas palavras e expressões que o Tempo ainda não levou” da sua memória, como se lê na Dedicatória. Palavras e expressões das gentes de Ílhavo que são um desafio a todos, para que não deixemos cair no saco do esquecimento o legado riquíssimo do linguajar dos nossos ancestrais. 
No Prefácio, assinado por Augusto Nunes, lê-se que “Escrever um livro é uma forma de amar… de amar a vida e o que a rodeia”, garantindo que tem a certeza de que não leu “uma única linha que não fosse escrita com paixão”. E acrescenta: “O livro é uma maravilha de erudição, fruto decerto do seu labor intenso e apaixonado”. 
Augusto Nunes ficou fascinado com a leitura desta obra, porque Domingos Cardoso fez as palavras “lidarem com as vozes, aquelas vozas tão castiças dos nossos avoengos… aquela divina oralidade que já não volta mais”.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Notas do Meu Diário – O Porto

A Aidinha no terraço da sua  casa no Porto

Ontem, passei pelo Porto, a correr, que o destino era a festa de aniversário da minha filha Aidinha. Uns percalços, com avaria no carro, ensombraram a nossa pressa de chegar ao “Parabéns a você nesta data festiva”. A gentileza dos convidados que nos aguardaram tranquilamente mostrou o sentido de proximidade que nos une. Mas chegámos e saboreámos a alegria da aniversariante, da família e amigos. À volta da mesa, os percalços foram atirados para trás das costas. Pena foi, sentida por todos, a ausência do nosso Fernando, que teve de regressar a casa com o reboque da Assistência em viagem, para assinar a declaração da entrega do veículo na Gafanha da Nazaré. Obrigado, Fernando, pela tua boa disposição, posta à prova na hora própria, sem hesitações. Na próxima vez, se é que haverá uma próxima vez (para longe vá o agoiro!), sou eu quem se sentará ao lado do condutor para, no final da corrida, assinar o documento de entrega do carro no sítio certo. 
Nos intervalos dos comes e bebes e das conversas normais nestes casos, onde a boa disposição reinou, saltaram do meu subconsciente os anos que vivi no Porto, na juventude, com ruas e ruelas calcorreadas nas horas vagas. Gente que corre, conversa, ri e trabalha, e que fala do seu Porto, o FCP, com paixão. De cada canto se via a Torre dos Clérigos, a Câmara ao fundo da larga avenida. A Estação de São Bento, o trânsito, a meus olhos caótico, sem nunca registar qualquer acidente.  E os cinemas de tantos e tão variados filmes, e o Coliseu de grandes espetáculos, e os concertos para a juventude dirigidos pelo maestro Silva Pereira, e as livrarias modernas, e os alfarrabistas que visitava regularmente, e a Ponte da Arrábida a cujo fecho do arco assisti espantado, com manobras de alto risco sob comando de um aveirense, o Eng. Zagalo. 
O Porto onde encontrei grandes amigos que o tempo fez esmorecer. O Porto de sonhos, o Porto do São João, em cuja noitada nem tempo há para dormir. Na única festa em que participei, sentei-me, esgotado ao máximo, na soleira de uma porta. Meio acordado meio a dormir assisti ao entusiasmo do povo com o alho-porro para acariciar cabeças loiras ou morenas, penteados de risco-ao-lado ou carecas, sem zangas que incomodassem o Santo Popular do Porto e de outras bandas. 
Vejam lá o que uma simples passagem pela Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta cidade do Porto me fez recordar. 

Fernando Martins 

24 de setembro de 2018

domingo, 23 de setembro de 2018

Não varrer a casa ao diabo (1)


"O Papa não é o diabo como os tradicionalistas pensam, 
nem vai deixar o diabo à solta na Igreja, como desejam."

1. As narrativas do Novo Testamento insistem em dizer que a linguagem que o Nazareno preferia era a das parábolas. É muito incómoda porque não se lhe pode fixar um sentido único. Muitos cristãos lamentaram, e ainda lamentam, que os autores dos textos dos Evangelhos tenham perdido tempo com histórias enigmáticas. Seria preferível um catecismo, com uma mensagem bem precisa e um catálogo de deveres e proibições, válidos para todos os tempos e lugares. A história da Igreja seria construída de forma linear, sem altos nem baixos, serena como uma pedra. O zero seria o seu único número.
Não foi assim que aconteceu. Jesus abriu uma nova Era de criatividade. Não fechou a história dos povos e das culturas. As parábolas são contra a clausura do sentido dos gestos e das palavras. Todas, porém, encerram inesgotáveis possibilidades de construir a vida humana, individual e social, no horizonte da busca da felicidade, encontrando-a não só na alegria que se recebe, mas, sobretudo, na que se dá. Os Actos dos Apóstolos atribuíram a Jesus uma expressão incrível: há mais alegria em dar do que em receber. Nos Evangelhos já existia uma lei paradoxal: quem ganha (à custa dos outros), perde e quem perde para que os outros possam viver, ganha.

OUTONO


Na tranquila tarde do outono seco
e pardacento
viajam meus olhos ao encontro
de encontros esquecidos

Vi então no rumorejar dos pinheiros
o sussurro
de amizades não perdidas
no ar quente da vida

Senti na planura da ria serena
a alegria partilhada
por tantos… tantos…
embalados no meu espírito

Reconheci no corre-corre
dos dias agitados
marcas vibrantes de sonhos floridos
nas tardes que brilham

Compreendi na ternura cálida
que todos se sentam tranquilos
para o bate-papo
no banco da minha memória

Fernando Martins

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