O MARMELEIRO
A
Maria José Costeira e
José Vitorino Magalhães
Caríssima/o:
a. Marmeleiros há muitos no quintal mas, quando chega a altura da colheita, a maioria dos marmelos apresenta-se com ar de quem não quer ir para a panela ou para o forno: mazelas, picadas, podridão. Verdade que, adeptos da cultura biológica, não nos espantamos; porém, as moscas e outros agentes patogénicos podiam usar de um pouco mais de parcimónia... Em todo o caso, os que se aproveitam ainda dão para assar e para a tradicional marmelada (muito trabalha a colher de pau!...)
e. Também pela nossa Gafanha eram frequentes os troncos torcidos dos marmeleiros... Raramente nossas mães nos presenteavam com marmelos assados e a marmelada exigia açúcar que não abundava... Comê-los crus era um martírio: tentávamos por um lado e por outro, mais amarelo ou mais verde, mas não era convidativo e, o marmelo mordido e rejeitado, era atirado para o poço da Cambeia.
i. Este fruto não se come cru, como se concluiu pelo que se diz acima. É consumido cozido, em compotas, marmelada e geleia. O marmelo cozido é um fruto seguro contra as diarreias infantis.
As flores são comestíveis e podem utilizar-se em saladas e na confecção e decoração de diversos pratos.
Do marmeleiro extrai-se a vara de marmelo, instrumento de punição muito usado no passado e ... ainda em uso em algumas localidades.