segunda-feira, 20 de junho de 2022

Os melhores do mundo

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO de domingo

1. Junho é um mês muito português. No dia 10, celebramos o Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades Portuguesas e a festa litúrgica do Anjo da Guarda de Portugal. Os dias 12 e 13 são dedicados a Santo António, o santo português mais conhecido em todo o mundo. No dia 24, celebramos S. João Baptista, no dia 29, a festa de S. Pedro. Há uma rima que sintetiza este mês: “Primeiro vem Santo António / depois, S. João / por fim, vem S. Pedro / para a reinação”.
Este ano, também no dia 10, o Presidente da República homenageou, em Londres, um grande nome da pintura portuguesa conhecida em todo o mundo, Paula Rego, falecida a 8 deste mês (1935-2022) e anunciou que será condecorada a título póstumo em Lisboa.
Foi um outro Presidente da República, Jorge Sampaio, que convidou Paula Rego para contar a história de Nossa Senhora para a capela do Palácio de Belém que aceitou de imediato: “Desde que comecei a pintar que estava à espera desse convite”. Pouco tempo depois, nascia o Ciclo da Vida da Virgem Maria.
No Museu da Presidência da República, no Palácio de Belém, está patente ao público uma exposição dedicada a Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004) sobre o seu percurso de cidadã na esfera pública. Foi sempre uma católica militante.
Desde o dia 6 de Junho, no âmbito das comemorações do centenário de José Saramago (1922-2010), a Biblioteca Nacional apresenta uma mostra bibliográfica e documental que celebra o percurso de escrita do autor, com o título A Oficina de Saramago.

sábado, 18 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Murilo Mendes

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Eis os longos lençóis brancos das salinas mais o inesperado jardim de palmeiras desta sem cartazes Aveiro, exótica no contexto da geografia portuguesa. Salinas e palmeiras! A bordo dum barco minúsculo, giramos a delícia de descobrir, na claridade gratuita, pequena franja de Oriente inserido num plano de paisagem da Holanda. O barqueiro seguro em camisa da Nazaré manobra servindo-se de mínimos calculados gestos.
Quase salta ao nível da rua o peixe azul ou vermelho.
As não-inquietantes aveirenses riem recíprocas, quem sabe saberão a sal.
Nada electrónico, nada «arrabbiato», esconjurando eventualmente o mal do século nuclear, na distante Aveiro, sem haveres, em outra dimensão política, eu viveria saboreando ovos moles, atento aos longos e longes lençóis brancos de sol cómodo e suas salinas.

Roma, 1966
MURILO MENDES


Murilo Mendes (1901-1975) haverá escrito os seus versos, denominados «Aveiro», em 1966. Casado com Maria da Saudade Cortesão, filha de Jaime Cortesão – outro nome a ilustrar uma antologia aveirense –, é de crer que o Poeta visitasse a cidade das «salinas palmeiras» vindo de S. João do Campo, nos aros de Coimbra. A reger em Roma a cadeira de estudos brasileiros, não se torna despropositado supor que, num período de férias em Portugal, demandasse uma urbe tão próxima do ninho familiar.

In "Aveiro e o seu Distrito"

O Papa Francisco vai resignar?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

É evidente que o Papa Francisco foi e é uma bênção para a Igreja e para o mundo e a História não vai esquecê-lo.

A notícia percorreu mundo e nenhum dos grandes meios de comunicação social internacionais terá ignorado a notícia sobre a possibilidade de o Papa Francisco resignar em breve, abrindo caminho à sua sucessão à frente da Igreja Católica. Isso concretamente a partir do momento em que foi visto numa cadeira de rodas e em que se viu obrigado a adiar a sua viagem nos princípios de Julho à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul.
Para os rumores sobre a renúncia contribuíram sobretudo três factores.
Em primeiro lugar, sabe-se que Francisco está doente, sofre concretamente de dores no joelho da perna direita, que o impedem de estar em pé e o obrigam a andar em cadeira de rodas e de bengala. Ora, ele próprio já dissera a propósito de uma operação ao intestino: "Sempre que o Papa está doente corre brisa ou furacão de conclave"; de qualquer forma, acrescentou, "não lhe tinha passado então pela cabeça renunciar." De qualquer modo, já em 2014 afirmou que "Bento XVI não é caso único", o que faz pensar que não exclui a resignação no caso de se sentir impossibilitado de exercer o cargo.

COSTA NOVA com arte

 

A foto já tem uns anos e porque gosto dela  aqui a  partilho com os meus leitores e amigos. Com a pressa de tomar um café com uma nata quentinha, ou um refresco em dia de calor, nem sempre apreciamos a arte que enobrece os espaços de lazer das terras  que visitamos. 

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Toma a tua cruz e segue Jesus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XII do Tempo Comum

Seguir Jesus é ter capacidade de escutar o que se diz e pensa a respeito da missão realizada, acolher as respostas diferenciadas, reencaminhar as imagens desfocadas para o autêntico sentido da mensagem transmitida.

“Sabes qual é a maior mentira do mundo?” – pergunta uma jovem, em tom jocoso, ao falar das redes sociais e de algumas páginas da web, e continua: “marcar no quadradinho «aceito as condições e os termos de uso» que normalmente aparecem como requisito para quem queira inscrever-se nas referidas redes e foros de opinião. Coloca a marca sem haver lido essas condições por estarem em letra muito pequena, miudinha, e serem extensas. Mas as pessoas dão-lhes pouca importância porque o que lhes interessa é entrar na rede e formar parte da grande família de cibernautas”.
Esta historieta pode ajudar-nos a captar o centro da mensagem deste domingo. Jesus, após um tempo de missão e em clima de oração, faz um levantamento do que se pensa a seu respeito: primeiro, os comentários que chegam aos discípulos e, depois, a atitude pessoal de cada um deles. Pedro acerta em cheio, identificando-o como o Messias de Deus. Segue-se uma lista de recomendações e de condições que correspondem ao desejo de seguir Jesus. Esta série termina: “quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me”. Lc 9, 18-24.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Gado bravo a caminho do Algarve


 Se há região do país que gostaria de conhecer com riqueza de pormenores, o Alentejo estaria no primeiro lugar. Conheço de passagem algumas cidades e povoações, mas não consegui passar daí. O Alentejo  profundo, de que tanto se fala, permanece nos meus horizontes, mas a fé de isso acontecer está a esvair-se. O tempo vai passando e as forças já não são o que eram. Vem isto a propósito desta fotografia registada por mim, há anos, numa bomba de gasolina, onde abasteci o depósito, rumo ao Algarve. 
A manada de gado bravo estava longe,  mas eu não resisti e fixei-a para a posteridade. Hoje, passados nem seu quantos anos, partilho-a com gosto com os meus leitores e amigos. E fica para mim o prazer e a saudade do momento. 

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Dia Mundial do Vento

Moliceiros na Ria de Aveiro - Foto das redes globais

Celebra-se hoje, 15 de Junho, o Dia Mundial do Vento. Começou a ser comemorado na Europa em 2007 e no mundo em 2009, por decisão do Conselho Global de Energia Eólica. Esta é uma boa oportunidade para todos refletirmos sobre a sua importância na atmosfera de todos os quadrantes, tendo em conta as suas variáveis e aproveitamentos.
Não esquecendo que, apesar dos benefícios, também há vendavais destruidores, o vento sempre foi aproveitado pelo homem em todas as épocas para diversos fins. Já imaginaram uma Ria de Aveiro, por exemplo, sem vento?

SUBLIME OFERTA: Isto é o meu Corpo. Tomai e Comei

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Corpo de Deus 




Jesus faz a oferta do seu corpo e sangue na ceia de despedida. Em ambiente tão familiar, os discípulos entreolham-se procurando captar o alcance desta oferta. Na sua memória está muito vivo o lava-pés, gesto inaudito de qualquer mestre. No seu coração desenha-se o futuro iminente, o horizonte da missão. Lc 9, 11b-17.
A narrativa da comunidade de Lucas tem como matriz a ceia de despedida que Jesus realizou com os seus amigos, antes de começar a série de episódios que haviam de levá-lo à morte no calvário, antecâmara da ressurreição. Constitui o “coração” da Eucaristia, agora celebrada pelas comunidades cristãs, em Igreja. É maravilha a contemplar e tesouro a descobrir ao longo dos tempos, sobretudo da vida de cada um de nós. Maravilha que nos convida e atrai para captarmos o seu sentido profundo, assumirmos o espírito de entrega e de serviço, saborearmos o amor de doação incondicional, crescermos em disponibilidade e confiança até à entrega total, simbolizada no pão frágil e no vinho escasso que, por força do Espírito Santo, vão ser “corpo entregue e o sangue derramado por um mundo novo”.

Um poema de José Régio


IGNOTO DEO

Desisti de saber qual é o Teu nome,
Se tens ou não tens nome que Te demos,
Ou que rosto é que toma, se algum tome,
Teu sopro tão além de quanto vemos.

Desisti de Te amar, por mais que a fome
Do Teu amor nos seja o mais que temos,
E empenhei-me em domar, nem que os não dome,
Meus, por Ti, passionais e vãos extremos.

Chamar-Te amante ou pai... grotesco engano
Que por demais tresanda a gosto humano!
Grotesco engano o dar-te forma! E enfim,

Desisti de Te achar no quer que seja,
De Te dar nome, rosto, culto, ou igreja...
– Tu é que não desistirás de mim!

José Régio

terça-feira, 14 de junho de 2022

RIA DE AVEIRO vista por Norberto de Araújo

Eu nunca tinha visto a ria de Aveiro. Daí — dirão — este meu entusiasmo. Ora a laguna, com os seus múltiplos canais, seus campos encharcados, seus horizontes abertos, sua exuberância de luz e seu sonho de distância — é bela sempre e cada vez mais, afirmam os que todos os dias se banham no mistério da sua extensão panorâmica.
A ria de Aveiro — é uma maravilha. Fujo a descrevê-la, porque isso não está agora no meu programa.
Faltam aos meus olhos os palácios de mármore, as colunas de oiro, as igrejas erguidas em renda, as margens coalhadas de sonho e arte: S. Maria degli Scalzi, S. Marcuola, a casa de Contarini, e a distância de oiro sobre gaze de azul de S. Giorgio Maggiore. Mas — lembro-me de Veneza… Uma Veneza despida, no seu estado imaculado, em plena exuberância primitiva, onde se adivinha a vontade de Deus, de tudo ficar como ele a criou. Maravilha contemplativa!

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Associação Náutica da Gafanha da Encarnação

Um barquinho de olhos bem abertos para a partida
 
Passámos ontem pela Gafanha da Encarnação e não resistimos a ideia de visitar um dos seus ex-líbris mais famosos. A ANGE — Associação Náutica da Gafanha da Encarnação — é uma instituição que criou raízes no âmbito da arte de bem receber. Era domingo, é certo, mas durante a semana não falta quem dê por ali umas voltinhas para saborear a maresia e apreciar as embarcações de recreio que se apresentam em posição evidente de partida para passear pela Ria ou para enfrentar o oceano. Uns entram na casa da antiga Bruxa para os petiscos, ao que julgo, e outros ficam-se pelo bar da marina. E a conversa não fugirá muito das aventuras lagunares ou para além delas.
Valeu a pena passear por ali sem agenda nem horários.

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