segunda-feira, 25 de abril de 2022

A Páscoa das mulheres

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

O que nos falta ver, escutar e anunciar, para que os desejos e atitudes do Papa Francisco se tornem desejos e atitudes de toda a Igreja?

1. Já publiquei, nesta coluna, várias crónicas sobre a controvérsia do papel das mulheres na Igreja [1]. Sentem-se discriminadas, pois há ministérios que lhes estão vedados, apesar da posição categórica de S. Paulo: Todos vós sois filhos de Deus em Cristo Jesus, mediante a fé; pois todos os que fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé. Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus [2]​. Esta afirmação diz que não há dois baptismos diferentes: um para homens e outro para mulheres.

Seremos dignos do 25 de Abril ? (2)

Diz o PÚBLICO 
na sua edição de hoje


"Famílias em carência habitacional podem chegar às 100 mil. Nem metade poderá ter solução até ao 50.º aniversário do 25 de Abril"

"IHRU tinha identificado cerca de 26 mil famílias em situação de carência habitacional, em 2018, mas contas dos especialistas, com dados mais recentes, já apontam para mais de 60 mil e há quem defenda que possam chegar aos 100 mil."

O regresso a terra


Veio hoje do mar por onde andou. O meu registo indica o seu regresso às nossas terras com ares da ria.

Seremos dignos de Abril?

Escrevi este texto há 15 anos.
Terá razão a interrogação no título?

Salgueiro Maia no 25 de Abril de 1974
O 25 de Abril, que hoje é celebrado por muitos, enquanto outros tantos, ou mais, dele se alhearão, deve ser um momento de reflexão para todos,
para que saibamos descobrir razões e caminhos que coloquem os portugueses, todos os portugueses, na senda do progresso, sempre no respeito pela democracia, pela liberdade e pela dignidade humana.

Somos uns eternos insatisfeitos. Está-nos na massa do sangue. E até será bom, se isso for um ponto de partida para ir mais longe, no campo da valorização pessoal e colectiva, seguindo caminhos de respeito pelos outros, pela democracia, pela liberdade, pelo progresso sustentável e pelos valores que enformam a nossa cultura.
Nesse pressuposto, o 25 de Abril, que veio abrir caminhos à democracia, à descolonização e ao desenvolvimento, foi uma ocasião única para acertarmos o passo com a Europa e com o mundo, connosco próprios e com as diversas culturas, a quem tínhamos fechado as portas, ao abrigo da máxima de Salazar que defendia o “orgulhosamente sós”.

domingo, 24 de abril de 2022

Deus faz o nosso vizinho


"Nós fazemos os nossos amigos, fazemos os nossos inimigos, 
mas Deus faz o nosso vizinho"

Gilbert Keith Cherterton 
(1874-1936), 
escritos


sábado, 23 de abril de 2022

Dia Mundial do Livro - Os livros são paixão de longa data

Celebra-se hoje, 23 de Abril, o Dia Mundial do Livro, razão mais do que merecida e justa para assinalar o facto. Lembrei-me ontem e adiei para hoje a obrigação de referir a efeméride. Quase deixava cair no saco das coisas esquecidas um tema que me é tão caro. A minha memória, gasta pelo tempo, quase me traía. Mas ainda vim a tempo.
Os livros são paixão de longa data. Houve professores e professoras que me ensinaram a gostar de ler e a apreciar os autores, homens e mulheres que ao longo dos séculos escreveram prosa e poesia, relatos históricos e estórias de vidas de sonho e de dramas, de factos reais e imaginados, de pessoas e de animais. E dos livros que li, e li muitos, guardo momentos inesquecíveis que me ensinaram a ver o mundo e me alimentaram sonhos e projetos de vida.

Primavera — Tempo de contrastes

 

A Primavera está a ser uma estação de contrastes: ora temos frio e vento com chuva à mistura, ora nos calha na rifa da sorte um dia como o de hoje, esplendoroso e  capaz de nos fazer sonhar com a beleza da vida ao ar livre. Aqui fica uma flor para nos acompanhar nesse sonho.

Esperar o inesperado

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Edgar Morin, o pensador da complexidade, que fez 100 anos em Julho de 2021, continua a ser um dos filósofos e sociólogos mais atentos e merecedores de atenção. Acabou de publicar um novo livro, reflectindo sobre o mundo actual - Réveillons-nous (Despertemos). Sobre ele deu uma entrevista a Jules de Kiss, publicada em Março deste ano em "Franceinfo". As reflexões que se seguem acompanham a entrevista.
A primeira é um apelo à urgência de pensar séria e profundamente sobre o que está a acontecer. Com Réveillons-nous, Edgar Morin não quer simplesmente fazer eco, doze anos depois, ao livro de Stéphane Hessel, Indignez-vous (Indignai-vos): "Hessel dizia: Indignai-vos. Ele dirigia-se a pessoas já despertas. Eu, eu tenho a impressão de que vivenciamos os acontecimentos um pouco como sonâmbulos. Aliás, o que eu vivi, na minha juventude, nos dez anos que precederam a Guerra. Eu peço que se tente ver e compreender o que se passa. Caso contrário, sofreremos os acontecimentos como, infelizmente, sofremos a última Guerra mundial." (Pessoalmente, chamo permanentemente a atenção para a necessidade de pensar. Pensar vem do latim, pensare, que significa pesar razões; daí vem também o penso sanitário, pois pensar cura.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Dia Mundial da Terra - Um poema de Miguel Torga


Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
A abrir leques de sonho e de centeio
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois…
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos…
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!

Miguel Torga

In POESIA COMPLETA

Alegrai-vos. O Senhor ressuscitou e vive connosco

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo II da Páscoa

Aspirar a ver o Senhor, como Tomé, faz parte do melhor do ser humano. A contemplação mística aponta-nos esse caminho

O Vivente Ressuscitado transmite agora a sua novidade em aparições e mensagens que a Igreja acolhe e celebra com solicitude e sentido de missão. Ele é. Aquele que esteve morto e sepultado no túmulo de José de Arimateia. Ele é o Vivente anunciado pelo Anjo às mulheres que, levadas pela saudade e gratidão, pretendem prestar-lhe as honras fúnebres, típicas dos judeus. Ele o Peregrino diligente que caminha connosco e alenta os nossos passos e nos transmite a sua alegria jubilosa, sobretudo nas reuniões feitas em seu Nome, Jo 20, 19-31.
A Palavra de Deus, no II domingo da Páscoa, ilumina com grande intensidade o nosso peregrinar, suas sombras e percalços, esforços de entreajuda e atitudes de egoísmo. E realça a Misericórdia como o rosto de Jesus ressuscitado.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Álvaro Garrido — "As pescas em Portugal"

"As pescas em Portugal" é um livro de Álvaro Garrido, que foi diretor do Museu Marítimo de Ílhavo e é, presentemente, professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e seu atual diretor. Investigador, tem obra valiosa na área da história das pescas e economia marítima. 
Hoje, neste espaço, aconselho mais um livro da Fundação Francisco Manuel dos Santos, na esperança de que nossos leitores o leiam, ou não fosse o tema aliciante para quantos se interessam pelo mar e pelas pescas.
Diz Álvaro Garrido que o tema "carece de um debate público", sublinhando que "as pescas e os pescadores ora são objecto de invocações lendárias, ora se inscrevem numa atividade económica considerada decadente, condenada ao declínio".
Em 145 páginas, Álvaro Garrido, para além da introdução, aborda Ideias feitas e tendências longas, A política de pescas do Estado Novo, Da Revolução de Abril à Comunidade Económica Europeia, Impactos da política comum das pescas e Dilemas para o futuro: um declínio inevitável? e Fontes.
Na contracapa, na última das três notas, lê-se: "Com contributos de pescadores, armadores, cientistas e decisores políticos, esta é uma história das pescas portuguesas e um retrato do actual estado do sector, num ensaio que lança as bases para um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal."

F. M.

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