quinta-feira, 24 de junho de 2021

Cansaço de Álvaro de Campos



O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Carlos Paião no Jardim

No próximo dia 26 de junho, depois de amanhã, às 18h30, a Câmara Municipal de Ílhavo vai inaugurar a Requalificação do Jardim Henriqueta Maia e a Estátua de Homenagem ao músico ilhavense Carlos Paião.
O jardim foi durante décadas o centro vital dos ilhavenses, particularmente aos domingos. O povo juntava-se naturalmente com a Rádio Faneca a animar o convívio espontâneo. Outros tempos, digo eu. É que agora o povo tem outras formas de conviver, tão diversificadas quanto as idades. Contudo, um jardim, bem arranjado, é sempre útil, até porque espelha a beleza de quem o cuida e frequenta. 
Quem vai a Ílhavo, em maré de folgas e lazer ou em trabalho, passa por lá. É como faço. Se encontro alguém amigo, converso, recordo outros tempos e se houver atrativos saberei apreciar. Com o tempo se saberá como vão reagir os ilhavenses.

Serra do Buçaco - Cruz Alta

Verão de 2013




Registo do Verão de 2013. Há oito anos, mais dia,  menos dia. Inicio assim o dia 24 de Junho, festa de São João,  como desafio a desejado passeio, na busca de novos ares e novas emoções. Porque parar é morrer, assumo a vontade e o prazer de sair de casa. O confinamento não pode tolher a alegria de viver. Vacinados contra o Covid-19, haverá garantias de mais tranquilidade. Bom Verão para todos.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Desconfinar passa por encontrar os outros

Marcelo Rebelo de Sousa incentiva 
a «ir mais longe» na promoção da liberdade religiosa

O presidente da República afirmou ontem, na sessão comemorativa dos 20 anos da Lei da Liberdade Religiosa, que Portugal tem de ser uma sociedade “mais tolerante, mais integradora, mais generosa”. “Neste tempo pós pandemia em que saímos de tanto sacrifício, tanta solidão, tanta luta pela sobrevivência, física, mental, económica e social, tanta tentação do salve-se quem puder, do egoísmo, desconfinar passa por reencontrar os outros, a sua diferença, os seus valores e as suas práticas, a riqueza das diversidades”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
Referiu que é importante "ir mais longe no aprofundamento da ligação entre a liberdade religiosa e outras liberdades e condições económicas, sociais, culturais, jurídicas e politicas dos seus titulares”.
Em entrevista à Agência Ecclesia, o Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, Vera Jardim, referiu que “As religiões podem vir a dar um contributo importante para um entendimento maior entre as forças sociais, políticas", frisando que o Papa, quer se queira, quer não, quer se seja católico ou não, é hoje visto como a figura universal aceite e marcante da sociedade mundial moderna, pelo que tem escrito, pelas mensagens essenciais que tem mandado para o mundo, mensagens até para a sobrevivência da própria humanidade”.
Vera Jardim assinala “um ambiente que pode ser extremamente positivo para o futuro da Europa”, fruto do diálogo entre as várias religiões, e que apesar de a história europeia estar cheia de “lutas religiosas”, “o movimento generalizado de diálogo entre as Igrejas de que o Papa Francisco é um dos grandes obreiros” tem conduzido a um “clima de entendimento”.

Fonte: aqui e aqui 

PORTO DE AVEIRO continua a crescer


O Porto de Aveiro continua a crescer, em contraciclo com os outros portos nacionais. Segundo os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), o Porto de Aveiro voltou a mostrar-se no topo da sua forma, ao bater novamente recordes de movimentação de tonelagem no primeiro trimestre de 2021. Boa notícia para a região e para o país. 

Diogo Landô expõe "ICONIC"


A Galeria de Arte Contemporânea Nuno Sacramento convida-nos a visitar a Exposição individual e virtual "ICONIC" do artista plástico Diogo Landô, inaugurada na passada sexta feira, dia 18 de presente mês. Para quem não teve a oportunidade de estar presente, poderá visitá-la aqui.

Um Verão em cada dez é frio, ventoso e chuvoso


«Um Verão em cada dez é frio, ventoso e chuvoso. Isto mesmo disse ontem, na televisão, um meteorologista, numa tentativa de explicar o que está a acontecer com o Verão de 2007. Acrescentou ele que esta verdade, estatística, não tem explicação científica, mas que é mesmo assim.
Hoje andei, de manhã, pela Praia da Barra e constatei que era muito incómodo cirandar ou estar por ali, com o ventinho cortante a aconselhar-me a regressar a casa. Foi o que fiz. No entanto, andava pelo areal muita gente ávida de sol e de maresia, com capacidade para enfrentar, corajosamente, o triste Verão que tem estado por estas bandas. Para o ano que vem, uma vez que já suportámos o tal Verão fraquinho que se verifica em cada dez, teremos, então, o calorzinho por que tanto esperamos.»

NOTA: Escrevi este texto no Verão de 2007, já lá vão uns 14 anos. Será que a referida estatística ainda se mantém?  

São João Batista - Um hino à vida, dom de Deus

Reflexão de Georgino Rocha 
para a festa de São João

Ele é o precursor de Jesus, anunciará a sua chegada como profeta do Reino, preparará o seu acolhimento como mestre da Palavra que cura e salva.

A alegria do nascimento de João irrompe na família e estende-se na aldeia e nos arredores: a mãe Isabel contempla o menino, concebido na sua velhice, o pai Zacarias liberta-se da mudez e entoa um dos hinos bíblicos mais belos, os parentes congratulam-se com a vitória da fecundidade sobre a esterilidade, os vizinhos entram em alvoroço e fazem comentários auspiciosos, todos os que ouvem a narração dos factos alimentam, no coração, a esperança de saber o futuro da criança-surpresa. Esta alegria vive-se, ainda hoje, nos festejos populares, com tantos matizes, na poesia e na arte, nas orações e celebrações litúrgicas. Por vezes, com humor muito discutível e até “lesivo” da honra do santo e de alguns dos seus devotos. Lc 1, 57-66.80.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Ordenação Carlos Alberto

D. António Marcelino: 
“A hierarquia é o primeiro serviço da comunhão na Igreja”




“A hierarquia é o primeiro serviço da comunhão na Igreja”, afirmou D. António Marcelino na cerimónia de ordenação presbiteral do Diácono Carlos Alberto Pereira de Sousa. A ordenação foi na igreja matriz da Gafanha da Nazaré [29 de Junho de 1996], estando presentes os superiores e colegas do novo Padre, pertencentes ao Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, outros Padres e Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro, familiares e amigos.
À homilia, o Prelado aveirense sublinhou o facto do novo sacerdote pertencer à comunidade dos Padres de Schoenstatt, e a propósito referiu que tudo seria diferente na Gafanha da Nazaré, e não só, se não houvesse o Movimento de Schoenstatt. Lembrou o antigo prior desta paróquia, Padre Rubens Severino, falecido há anos, ainda jovem, mas a quem todos muito devemos e que nos deixou com gratidão e saudade.
D. António Marcelino falou depois da importância dos Movimentos Apostólicos no contexto das comunidades diocesanas, pois que os carismas que o Espírito Santo suscita, através deles, são fundamentais ao serviço da comunhão da Igreja. “Os Movimentos laicais e mesmo sacerdotais manifestam a grande preocupação de Deus de pôr na sua Igreja os instrumentos de salvação”, disse.
O Bispo de Aveiro evocou o espírito de “cristandade” que perdura em muitas comunidades e logo acrescentou que a hierarquia não pode obscurecer Deus, antes deve, com vida, torná-lo acessível a todos os povos. “A hierarquia encarna o poder sagrado, não para submeter a si quem quer que seja, mas para a todos submeter ao Espírito Santo”, sublinhou D. António.
Falando ainda dos Movimentos, o nosso Bispo afirmou que eles são a esperança e a primavera da Igreja, mostrando a comunhão.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

O perdão deu resultado

 

Esta ameixieira foi plantada há bastante tempo, mas nunca deu fruto que satisfizesse a família. Duas ou três ameixas que caíam sem viço. Diversas vezes foi ameaçada de morte por decapitação para dar lugar a outra, mas foi escapando. No ano passado demos-lhe mais uma oportunidade. Continuou a ser regada e cuidada como as demais árvores do nosso mediano pomar. E este ano, apesar do seu pequeno porte, decerto da raça, carregou de fruta apetitosa. O perdão deu resultado. 

Chegou o Verão com férias nas agendas




Hoje, 21 de Junho, é o primeiro dia do Verão. O solstício está marcado para as 4h32. Será o maior dia do ano e, consequentemente, a menor noite. Quando acordarmos, ficaremos à espera que o Verão nos traga calor, luminosidade, alegria, praias ou campos serenos com férias para quem as tiver e puder gozar, sempre com as regras do coronavírus à vista, que as novas variantes são imprevisíveis. 
Com o Verão, sentimo-nos mais leves, mais abertos, mais disponíveis para a partilha de sentimentos e emoções, para os  encontros familiares e para a recuperação física e mental. Depois voltaremos à vida habitual, com trabalho e preocupações, talvez mais recuperados e reconfortados.
Que o Verão venha em boa hora e nos faça esquecer depressa a triste Primavera que tivemos. Falo por mim.
Boas férias para todos.

Fernando Martins

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