Jesus encontra-se em casa de um fariseu ilustre para tomar uma refeição em dia de sábado. A circunstância proporciona-lhe uma das melhores oportunidades para observar o comportamento dos convivas presentes que “espiam” as suas atitudes. Em causa está a escala da ocupação dos primeiros lugares à mesa prevista no “ritual” de banquetes. E, consequentemente, o apreço social e religioso atribuído ao ocupante. E havia quem se aproveitava, o que obrigava a uma certa despromoção. E o invés também se dava, intervindo o organizador da festa e fazendo subir para lugar de maior consideração quem o merecia.
Jesus, na leitura de Lucas 14, 1. 7-14, hoje proclamada, faz o relato da situação dando-lhe o estilo de parábola. Eleva a cena a banquete nupcial e atribui o lugar devido a cada convidado. A ordem alterada é reposta, fazendo brilhar a atitude interior da pessoa e o seu apreço social. A verdade manifesta-se sem interferências e põe a claro a (in)coerência disfarçada de uns e a humildade autêntica de outros. A aparência e suas múltiplas manifestações ocorre por todo o lado, mas sobretudo nos espaços mediáticos, no campo desportivo, na “arena” política, nas festas religiosas.
“As leituras de hoje, afirma Manicardi, contêm uma mensagem sobre a humildade: humildade como atitude humana agradável a Deus e que torna amável aquele que a vive (1ª leitura); humildade como atitude que reproduz o modo de escolher e de viver que foi o de Cristo Jesus (Evangelho) ”. Do nascer ao morrer, da vida em Nazaré ao anúncio missionário em aldeias e famílias, da ida à sinagoga ou ao Templo, das festas e convívios, Jesus dá o exemplo da mensagem que anuncia e nos deixa como boa nova para todos os povos.