sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Georgino Rocha - Sê humilde, procura a verdade



Jesus encontra-se em casa de um fariseu ilustre para tomar uma refeição em dia de sábado. A circunstância proporciona-lhe uma das melhores oportunidades para observar o comportamento dos convivas presentes que “espiam” as suas atitudes. Em causa está a escala da ocupação dos primeiros lugares à mesa prevista no “ritual” de banquetes. E, consequentemente, o apreço social e religioso atribuído ao ocupante. E havia quem se aproveitava, o que obrigava a uma certa despromoção. E o invés também se dava, intervindo o organizador da festa e fazendo subir para lugar de maior consideração quem o merecia.
Jesus, na leitura de Lucas 14, 1. 7-14, hoje proclamada, faz o relato da situação dando-lhe o estilo de parábola. Eleva a cena a banquete nupcial e atribui o lugar devido a cada convidado. A ordem alterada é reposta, fazendo brilhar a atitude interior da pessoa e o seu apreço social. A verdade manifesta-se sem interferências e põe a claro a (in)coerência disfarçada de uns e a humildade autêntica de outros. A aparência e suas múltiplas manifestações ocorre por todo o lado, mas sobretudo nos espaços mediáticos, no campo desportivo, na “arena” política, nas festas religiosas.
“As leituras de hoje, afirma Manicardi, contêm uma mensagem sobre a humildade: humildade como atitude humana agradável a Deus e que torna amável aquele que a vive (1ª leitura); humildade como atitude que reproduz o modo de escolher e de viver que foi o de Cristo Jesus (Evangelho) ”. Do nascer ao morrer, da vida em Nazaré ao anúncio missionário em aldeias e famílias, da ida à sinagoga ou ao Templo, das festas e convívios, Jesus dá o exemplo da mensagem que anuncia e nos deixa como boa nova para todos os povos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Anselmo Borges em entrevista ao DN - Deus também descansou

“Até Deus, após a criação, descansou 
e quis que houvesse um dia de descanso semanal"



A preguiça é, segundo a doutrina da Igreja Católica, um dos sete pecados capitais e até há um ditado que a classifica como a mãe de todos os vícios. Num tempo em que preguiçar é um luxo a que poucos podem dar-se, perguntámos ao padre Anselmo Borges porque é que a Igreja a olha como uma falta tão grave.

Texto de Catarina Pires | Fotografia Leonel de Castro/Global Imagens

A preguiça era um dos sete pecados capitais. Porquê?
Era e é. Os pecados capitais são sete: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja, preguiça. Sete é um número perfeito. Neste caso, número perfeito dos vícios que estão à cabeça de todo o mal, por isso se chamam capitais (de capitis, cabeça) e de que as pessoas devem libertar-se. Porquê? Os vícios são-no porque estragam a nossa vida ou a vida dos outros, prejudicam-nos, fazem-nos mal. Pergunto: a preguiça não é contra uma vida autêntica? Não dizemos de alguém preguiçoso, que não trabalha nem cuida da família, que é um parasita e que está a prejudicar outros? Até há um ditado que diz que “a preguiça é a mãe de todos os vícios”. 

Mas não é um exagero que o que hoje é quase uma necessidade ou até direito, como escreveu Lafargue, assuma tal gravidade?
No sentido que expliquei, não.


Tudo depende do que se entender por preguiça, 
que é um mal se for a recusa do trabalho 
e o tentar viver à custa dos outros ou encostado ao Estado.

É preciso cultivar o valor do trabalho?
Temos de “ganhar” a vida. A vida é um dom, mas, por causa da “neotenia” (viemos ao mundo por fazer e temos de fazer-nos, realizar-nos), temos de trabalhar. O trabalho é uma das características humanas que nos distinguem dos outros animais. Transformando o mundo pelo trabalho, transformamo-nos a nós e realizamo-nos. Por outro lado, o trabalho implica uma tarefa em comum: pelo trabalho, realizamo-nos coletivamente, uns com os outros. E há o trabalho enquanto esforço duro, mas também há a alegria de ter realizado um trabalho, uma obra (em inglês, trabalhar diz-se to work, que vem do grego érgon, obra). Admiramos quem realizou uma obra. 

Que significado têm os pecados capitais?
São vícios que estão na base de uma existência má para nós e para os outros. Não é verdade que a soberba nos estraga a vida, levando à arrogância e ao desprezo dos outros? Não deve dizer-se o mesmo da avareza, pois acabamos por dar mais importância às coisas do que às pessoas? E da luxúria, que desumaniza a sexualidade? Da ira, que pode levar à violência e a matar? Da gula, que dá cabo até da saúde? Da inveja, que se entristece com o bem dos outros? E da preguiça, como disse.

Segundo a Bíblia, até Deus, após a criação, descansou 
e quis que houvesse um dia de descanso semanal, 
para que o ser humano soubesse que não é uma besta de carga. 
O problema agora é que as pessoas se esgotam a produzir e a consumir.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Programa Revive aposta no Forte da Barra



«O Forte da Barra de Aveiro, também conhecido como Forte Pombalino, Forte Novo ou Castelo da Gafanha, fazia parte do conjunto de fortalezas joaninas edificadas entre 1642 e 1648, cuja disposição visava reforçar as fronteiras do reino.
Foi edificado no século XVII, no período pós-Restauração. Em meados do século XIX, a fortaleza perdeu importância defensiva e estratégica, sendo desativada das suas funções militares. Ainda serviu de local de orientação para entrada de barcos na Barra de Aveiro, perdendo essa função com a construção do Farol da Barra.
É uma obra do tipo abaluartado, restando, atualmente, uma pequena cortina de dois meios baluartes. Depois que deixou de ser necessária a defesa do Rio Vouga, foram edificadas construções sobre a cortina e o meio baluarte norte. No baluarte sul foi erguida uma torre de sinalização, mas, nesse lado, ainda é visível parte da escarpa, cordão e três canhoeiras cortadas no parapeito.
Em pleno Porto de Aveiro, tem uma localização privilegiada sobre a foz do rio Vouga.»

Nota: 

1. Texto e Foto do Programa Revive;
2. Pretende-se dar vida ao Forte da Barra, incluindo a Casa da Direção;
3. Espera-se que não faltem interessados no aproveitamento daqueles espaços, de forma a dignificar um edifício de interesse público. 

A todos os meus amigos, com muita estima

Com a Lita, o suporte de tudo o que faço

Confesso que nunca esperei tantos comentários ao texto despretensioso que escrevi em reação à crónica de Miguel Esteves Cardoso, publicada no PÚBLICO, intitulada “Não aguento mais”. Comentários de muitos amigos que mantenho por estas bandas e por outras, que coincidiram no incitamento a que continue ativo nas redes do ciberespaço, e não só. A amizade e a simpatia têm destas coisas. 
Pretendi, no referido texto, sublinhar, em especial, a capacidade e a inteligência do MEC que disserta sobre tudo e mais alguma coisa, fazendo, inúmeras vezes, do nada, crónicas muito oportunas. Depois, lá veio a questão, em jeito de fecho, sobre os quase 15 anos do meu blogue Pela Positiva e sobre a sua continuidade, quando é certo que muitos outros, mais velhos e mais novos, vão trancando as portas ou desaparecendo, pura e simplesmente, por vários  motivos ou sem eles. 
De qualquer forma, aqui ficam os meus agradecimentos sentidos pelas provas de estima de que tenho sido alvo. É claro que vou continuar, não até que a voz me doa, mas até que ela se cale, naturalmente.  
Muito grato a todos os amigos. 

Fernando Martins

NOTA: Esta mensagem pretende responder a todas as que me foram dirigidas nas redes sociais, por e-mail, pessoalmente  ou por outras vias. 

Roteiro de Férias - Albufeira



Há dez anos, passámos férias em Albufeira, em Abril, na altura da Páscoa. Não faltavam turistas, em especial ingleses, assíduos frequentadores de alguns bares, onde o seu linguajar nos ajudava a identificá-los. As praias registavam boa frequência, e o Museu que visitámos, com exposição arqueológica no exterior, de escavações por ali efetuadas, chamou a minha atenção, mesmo não sendo conhecedor do assunto. 
Sendo notório que o período de férias por excelência é mais no verão, em especial em Agosto, eu prefiro apostar, quando posso, em meses de menor movimento, para me sentir mais livre. Este ano, por exemplo, ainda nem tivemos espaço nas nossas vidas para sair um tempinho longe do quotidiano. 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Não aguento mais...


“Não aguento mais” é o título da crónica de Miguel Esteves Cardoso no PÚBLICO de hoje. Pensei logo que o conhecido escritor com várias vertentes de intervenção no domínio das letras estaria cansado de escrever. 
— Queres ver que o MEC vai mesmo de férias, saturado que deve estar de tanto  escrever, todos os dias, para ser lido por quem o admira, e não só? 
Saltei logo para o jornal para me informar, mas fiquei tranquilo. A razão, afinal, não era essa. O MEC não se cansa de escrever e de descobrir, sempre e sempre, motivos para as suas crónicas diárias e semanais.  Quem dera a muitos jornalistas e escritores possuírem a sua capacidade de pensar, falar e escrever sobre qualquer tema, seja ele qual for, num tom gostoso e atualíssimo. Se não for assim, o MEC torna-o oportuno. O artista é assim. 
Cá pelas minhas bandas acontece-me ficar, por vezes, aturdido e sem norte para dar vida ao meu blogue Pela Positiva, que está no ciberespaço desde dezembro de 2004, perfazendo 15 anos daqui a uns tempos, com altos e baixos, estes por motivos de doença. 
Não sendo fácil, interrogo-me se vale a pena ou se tem valido a pena. Pelos testemunhos, vou admitindo que ainda se justifica continuar, até porque, com algumas limitações físicas, pouco poderei fazer em prol da comunidade. Por isso, por aqui me vou mantendo, porque ainda vou aguentando, sem sacrifícios de grande vulto. 
Continuação de boas férias para quem as puder gozar. 

Fernando Martins

Um mar de gente que são pessoas



"Estive no Mediterrâneo. Não foi a primeira vez, mas talvez tenha sido a primeira vez que me incomodou mergulhar, olhar no horizonte e perceber que ali tão perto existiam homens, mulheres e crianças que também o faziam por razões diferentes, à espera de uma boia que os salve ou de um porto que os acolha."

João Alves no 7Margens

Roteiros de férias - Padeira de Aljubarrota






A história da Padeira de Aljubarrota fascinou-me na minha infância, época em quer éramos educados para a aceitação dos heróis, reais ou imaginados. A Padeira de Aljubarrota, que liquidou uns tantos castelhanos que, fugindo da batalha de Aljubarrota, onde foram derrotados pelas tropas do futuro rei D. João I e do seu grande aliado, Nuno Álvares Pereira, ficou na minha memória para sempre. Quando passei por lá, há bons anos, registei a façanha de Brites de Almeida, mulher barbuda, muito feia e com seis dedos em cada mão, que, com determinação, exibe, no monumento que lhe foi erguido, uma senhora pá...

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Reserva de São Jacinto pode avançar para a co-gestão

Reserva de São Jacinto  (rede global)

Em reportagem publicada no PÚBLICO, Maria José Santana afirma que o município de Aveiro se prepara "para formalizar a sua participação na gestão da área protegida situada no seu território, ao abrigo do diploma recentemente aprovado pelo governo". E adianta que o presidente da CMA, Ribau Esteves, garantiu que o processo "já está em muito bom caminho". “Nas reuniões de câmara e de assembleia municipal de Setembro vamos dizer ‘sim’ a iniciarmos a gestão desta reserva no quadro do novo diploma, publicado no passado dia 21 de Agosto”, especificou Ribau Esteves. 

Ler mais no PÚBLICO

Roteiros de Férias - Montemor-o-Velho

Foi há 12 anos que passei por lá





Foi há 12 anos que passei por Montemor-o-Velho, onde me encontrei com um bocadinho da nossa história. Gostei e lá fui à procura do que disse no meu blogue. Recordar é viver... Veja aqui.

domingo, 25 de agosto de 2019

Anselmo Borges - Religião e espiritualidade


"O fundamento da religião é o medo. 
O fundamento do cristianismo é o amor."

1. Não haja dúvidas. A religião, concretamente na Europa, também entre nós, está em queda. O número de agnósticos e de ateus aumenta, para não falar na chamada "prática religiosa", que desce a olhos vistos. O padre José Antonio Pagola escreveu recentemente um texto com o título "Depois de séculos de 'imperialismo cristão', os discípulos de Jesus têm de aprender a viver em minoria". 
Significa isto o triunfo do materialismo crasso ou o que está em causa é mesmo a religião institucional, mas não a espiritualidade? O que é facto é que tenho encontrado cada vez mais grupos interessados na espiritualidade e no aprofundamento da vida interior. Multiplicam-se esses grupos e também a bibliografia sobre o tema. Por exemplo, com sucesso escreveu recentemente o teólogo Francesc Torralba uma obra: La Interioridad Habitada, onde se pode ler: "A educação da interioridade não é, em caso algum, um luxo nem uma questão menor, pois tem como objectivo final o cuidar de si mesmo, e, para isso, desenvolver todas as potencialidades latentes no ser humano, como a memória, a imaginação, a vontade, a inteligência e a emotividade, mas também o fundo último do seu ser: a espiritualidade, admitindo que esta pode adquirir formas, expressões e modos muito diversos em virtude dos contextos educativos e dos momentos históricos. No modelo da interioridade habitada reconhecem-se dois magistérios: o exercício do mestre humano que fala e actua a partir de fora e o do mestre interior que habita lá no íntimo." 

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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