terça-feira, 22 de janeiro de 2019

As bodas de Caná


Celebração do Dia do Diácono 
na Gafanha da Nazaré

Presidência da Eucaristia
Navio-museu Santo André
Jorge Rocha e filhos junto à campa do diácono Carlos Merendeiro

Diácono Simões e esposa na campa de Emanuel Caçoilo
Os diáconos permanentes da Diocese de Aveiro celebraram no domingo, 20 de janeiro, o Dia do Diácono, na Gafanha da Nazaré, num ambiente de convívio e reflexão, com um toque cultural, sob os auspícios de São Vicente, que adotaram como seu padroeiro e cuja festa ocorre a 22 do mesmo mês. Participaram os que puderam, com suas esposas. Ainda participou Jorge Rocha, filho do falecido diácono permanente Carlos Merendeiro, com sua esposa e filhos.
O prior da Gafanha da Nazaré, padre César Fernandes, que presidiu à Eucaristia, concelebrada também pelos padres José Manuel Pereira e João Sarrico, sublinhou o contributo dos diáconos permanente em favor das comunidades cristãs, reforçando a ideia de que “não podem regatear esforços, cada um com os seus dons e carismas”, para bem da Igreja de Jesus Cristo.
No cemitério da Gafanha da Nazaré, foram recordados os diáconos permanentes já falecidos, Carlos Merendeiro e Emanuel Caçoilo, com uma curta mas significativa cerimónia, proporcionada pelo padre José Manuel Pereira, responsável pelo diaconado permanente na Diocese de Aveiro, em representação do nosso Bispo, seguindo-se a deposição de ramos de flores nas campas dos restos mortais dos saudosos diáconos, que de forma tão expressiva se deram às comunidades que serviram
Partindo do episódio das Bodas de Caná, com “Maria, a Mãe de Jesus, atenta a tudo o que ocorre”, o padre Georgino Rocha, que acompanhou a formação dos diáconos permanentes da Diocese de Aveiro durante cerca de 30 anos, destacou, em mensagem que enviou para esta celebração,  a atitude dos “servos da mesa”, cujo serviço coincide com a missão dos diáconos nos tempos que vivemos. Assim: Aceitam a intervenção de uma mulher [Maria], “que não era usual entre os judeus”; acreditam no que ela diz, “pois Jesus era ainda um desconhecido”; ouvem e acolhem a nova orientação que lhes é dada; obedecem fielmente, ”apesar de terem de fazer trabalho suplementar”; são testemunhas da ação de Jesus, “perante o chefe responsável geral do protocolo”; e colaboram de forma discreta na resolução do problema, ”pois sem água não havia vinho novo, o da alegria da festa nupcial”.
Da parte cultural, destacamos a apresentação de alguns dados históricos referentes à Gafanha da Nazaré, nomeadamente, as origens do povoamento, a criação da freguesia e paróquia, em 1910, e, posteriormente, a elevação a vila e cidade. Mas também a inauguração da igreja matriz, em 14 de janeiro de 1912, e as obras de remodelação por que passou, bem como a fé dos gafanhões, profundamente mariana. Ainda foram indicados locais a visitar, como o Farol, o Forte da Barra e o Jardim Oudinot, entre outros monumentos. E o encontro dos diáconos encerrou com uma visita guiada ao Navio-museu Santo André, símbolo muito expressivo da pesca do fiel amigo, construído em 1948, na Holanda, por encomenda da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), tendo sido um campeão da pesca do bacalhau, sob o comando do capitão São Marcos, recentemente falecido.
O almoço foi servido na Casa José Engling, que nesta mesma data celebrou o 34.º ano da sua inauguração. O ambiente acolhedor mostrou que aquele recanto da nossa diocese é, realmente, um lugar onde é bom estar.

Fernando Martins

Daniel Faria: Um poema para este dia


Procuro o lento cimo da transformação
Um som intenso. O vento na árvore fechada
A árvore parada que não vem ao meu encontro.
Chamo-a com assobios, convoco os pássaros
E amo a lenta floração dos bandos.
Procuro o cimo de um voo, um planalto
Muito extenso. E amo tanto
A árvore que abre a flor em silêncio.

Daniel Faria

In DOS LÍQUIDOS

O Homem é colossal e minúsculo

Adicionar legenda

“O homem de hoje é colossal pela enormidade das responsabilidades que pesam sobre ele e minúsculo perante a imensidão das tarefas que em toda a parte o chamam. Mas não podemos, a pretexto de que nos é impossível fazer tudo num dia, não fazer coisa nenhuma! Conservemos no coração a impaciência de fazer. E a indignação na acção.”

Abbé Pierre 
em o TESTAMENTO


Abbé Pierre nasceu a 5 de agosto de 1912 
e faleceu a 22 de janeiro de 2007

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Augusto Lopes da UA: Lutem pelos vossos sonhos...

“Lutem pelos vossos sonhos 
investindo continuamente na vossa formação”


«O impacto que o professor tem na vida de tantos jovens e o desafio contínuo de encontrar formas interessantes e simples de transmitir conceitos mais ou menos complexos, são dois dos motivos que o fazem mover na atividade docente. Augusto Lopes, diretor do Mestrado Integrado em Engenharia de Materiais, considera que um bom professor é aquele que “consegue, de uma forma cativante, ajudar no processo de aquisição de competências”.»

Ler entrevista em Universidade de Aveiro

O Dia Mundial da Religião é para agir em nome do bem


Celebra-se hoje, 21 de janeiro, o Dia Mundial da Religião, decerto para se refletir sobre a importância das religiões nas vidas dos crentes e não só. Sei que muitos atribuem, com verdade, às religiões, quaisquer que elas sejam, os mais brutais malefícios que poluem o mundo. De facto, através dos séculos foram inúmeras as guerras, as perseguições, os massacres e ódios propalados por chefes em nome de Deus. Contudo, temos de reconhecer que também houve o contrário, isto é, o bem, o amor, a disponibilidade para servir os mais frágeis, a paz e a concórdia, a harmonia e a luta pela justiça social e pela dignificação do homem e da mulher, tendo por meta uma sociedade mais fraterna.
Estou convicto de que todas as religiões visam o bem de todos e o fim das violências pregadas por gente sem escrúpulos e com uma visão errada de Deus, que é, ou deve ser, fonte inesgotável da ternura e da misericórdia.
O Dia Mundial da Religião nasceu em 1949 para promover a união das religiões existentes na Terra, o que somente será possível se os chefes viverem e apelarem ao diálogo inter-religioso, no sentido de traçarem objetivos de respeito comum entre todos os povos, em nome das religiões que professam.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Inauguração da Casa José Engling

20 de janeiro de 1985

Música na festa
Aspeto da assistência

Aspeto da assistência
Convidados de honra

Depois de vários anos de espera, a Casa da Juventude Masculina de Schoenstatt (como foi conhecida) teve a sua inauguração na tarde do dia 20 de janeiro de 1985.
A inauguração decorreu num domingo sombrio, sem chuva, mas muito húmido (como pode verificar-se nas fotos da assistência). O salão de quase 100 metros quadrados ficou apinhado de familiares, amigos e de outros convidados, já que, e a pedido do próprio Pe. Rúbens, embora a casa fosse mais pensada para acolher os retiros espirituais dos jovens, também estava aberta a toda a comunidade, vocação que os tempos posteriores vieram confirmar.

Local de encontros regulares dos rapazes da família schoenstattiana, a casa foi construída ao longo de praticamente dois anos e meio, com os esforços pessoais do então Prior Rúbens António Severino, de muitos particulares, empresas e instituições concelhias e distritais, que responderam positivamente à iniciativa germinada num retiro na Casa Sião, cerca de quatro anos antes, face ao crescimento do número de elementos. O nome a dar à estrutura nasceu exatamente num retiro semanal (faziam-se, por regra, três retiros anuais, com o fim de semana orientado para atividades de reflexão e partilha, perto e «longe» das respetivas famílias, para possibilitar o encontro com cada um de nós. Depois de estudadas as várias possibilidades de atribuição do nome, a designação «José Engling» foi sugerida pelo João Alberto Roque e consensualmente aceite, porquanto evocativa do modelo de jovem, que, em situação de guerra, foi «tudo para todos», conforme o ideal de vida que o norteou.

Para a festa foram convidadas diversas entidades civis e religiosas (na foto «Convidados de honra» vemos, entre outros, o Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, o Presidente do Núcleo Regional da Segurança Social, o Capitão Monteiro e o Jornalista Daniel Rodrigues. Mais atrás, o Engº Galante, o Engº Vasco Lagarto, e à direita, Fernanda Matias e José Ferreira).
As fotos são do saudoso fotógrafo Artur Delgado Lopes.

Helder Ramos

NOTA: Com a preciosa ajuda do Helder Ramos foi possível evocar, hoje, uma efeméride marcante para a juventude de há 24 anos. Obrigado, meu caro.

Terra Justa: Causas e Valores da Humanidade


Anselmo Borges
"Sem um novo ethos, isto é, sem uma nova atitude ética, concretamente, sem justiça social global, continuará a violência, a guerra, e não haverá paz."

Também fora de Lisboa ou do Porto, há iniciativas de relevância mundial, que merecem a atenção de todos,  também como exemplo.
Hoje, quero felicitar, muito sinceramente, Fafe, na pessoa do seu ilustre Presidente, Raul Cunha. Porque Fafe já não é símbolo da “justiça de Fafe”. É símbolo da justiça, sim, mas da Terra Justa: Encontro internacional de Causas e Valores da Humanidade. Em Fafe, com inexcedível força e dignidade, celebra-se e combate-se pela cidadania universal, na liberdade, na justiça e na paz. Concretamente através dessa iniciativa anual, por onde têm passado grande figuras de renome, como António Guterres, o cardeal Maradiaga, Manuela Eanes, Eduardo Lourenço, Leonor Beleza, Artur Santos Silva... Ali têm sido homenageadas grandes instituições de cultura e solidariedade: a Fundação Calouste Gulbenkian; a Fundação António Champalimaud; o IAC (Instituto de Apoio à Criança); a Agenzia Habeshia, uma ONG fundamental para salvar vidas de refugiados; a UNICEF, uma agência das Nações Unidas, essencial na defesa dos direitos das crianças, tantas vezes espezinhados; Talitha Kum, a organização internacional que trabalha em rede contra o tráfico de pessoas... Deixo aí algumas chaves de leitura deste prestigiado Encontro Internacional.

Quando perder é ganhar

Bento Domingues
"Sem a cultura da criatividade das comunidades, a não confundir com o culto da banalidade, será sempre curta qualquer reforma litúrgica."

1. O Sábado é uma instituição da religião bíblica e um grande marco civilizacional. O ser humano não pode viver só para trabalhar. Precisa de ócio, de expressões culturais, lúdicas e culturais para que o próprio trabalho possa ter sentido criador e não ser apenas uma resignação alienante. A polémica constante de Jesus com as observâncias sabáticas, referida pelos quatro Evangelhos, não era contra essa admirável instituição, mas por ter sido atraiçoado o seu espírito. A instituição da liberdade transformada numa prisão. Daí o protesto de Jesus: o Sábado é para o ser humano e não o ser humano para o Sábado. Enunciou assim um princípio universal acerca da finalidade de todas as instituições, o qual deve vigiar sempre o seu uso e as suas reformas.
Hoje, a quarta revolução industrial, as novas tecnologias, as consequências de algumas formas de globalização e a incerteza de tudo obrigam a alterar o debate sobre o trabalho.
No calendário cristão, o Domingo não pertence ao fim da semana, mas ao seu começo, celebrando a renovação da esperança, a virtude da não desistência. Como o nome indica, nasceu da vitória de Jesus sobre a morte, proclamado por Deus, Senhor da vida. É o dia em que a Igreja de todos os tempos e lugares, povos e culturas, convoca os cristãos para a festa da alegria.
Já foram adiantadas muitas explicações para a grande baixa na frequência da celebração semanal da Eucaristia, sobretudo na Europa. Para além daquilo que as ciências humanas podem estudar, parece-me que as lideranças católicas esqueceram que, no momento em que os chamados “mandamentos da Igreja” perderam a força de uma convicção interior assumida, era necessária uma pastoral baseada no princípio do próprio Jesus: será que as regras e as formas destas instituições estavam aptas a servir a via cristã num contexto cultural inteiramente novo?

sábado, 19 de janeiro de 2019

Para evocar o nascimento de Eugénio de Andrade


É URGENTE O AMOR

É urgente o amor
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rio
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

Nascido a 19 de janeiro de 1923 
no Fundão, Póvoa de Atalaia

Ler mais aqui 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Farol da Barra de Aveiro mais uma vez

«O farol de Aveiro ou farol da Barra é o maior farol de Portugal. Fica localizado na praia da Barra, cidade da Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, distrito de Aveiro. Foi, à data da sua construção, o sexto maior do mundo em alvenaria de pedra, continuando a ser actualmente o segundo maior da Península Ibérica, estando incluído nos 26 maiores do mundo.É uma torre troncónica com faixas brancas e vermelhas e edifícios anexos.»
NOTA: Por muito que se escreva  ou diga sobre o nosso Farol, haverá sempre alguns pormenores que nos escapam com o tempo. Por isso, volto a ele, por desafio dos Portos de Portugal.

O vinho de Jesus alegra a festa dos convivas. Aprecia!

Georgino Rocha
«Jesus não se impõe, mas também 
não se desinteressa do que é humano»


Jesus está no início da sua vida de missionário itinerante. Após a chamada de alguns discípulos, toma parte na boda de casamento de uns noivos em Caná da Galileia, terra a pouca distância de Nazaré. Está lá, Maria, sua Mãe. Os convivas são numerosos e a festa podia demorar uma semana. Há regras a cumprir. O protocolo era minucioso e os participantes observavam-no rigorosamente. O chefe de mesa supervisionava tudo. Os serventes estavam atentos e disponíveis para que nada falte. O programa decorria com grande normalidade. Mas a surpresa acontece. Há sinais de que algo está a ocorrer. E antes que seja conhecido por todos, Maria dá conta, identifica o que é e vai dizê-lo a Jesus. “Não têm vinho!”. Que maravilha! O cuidado da Mãe de Jesus manifesta-se de modo solícito para que a festa prossiga com o entusiasmo inicial e a boda de casamento proporcione alegria a todos, sobretudo aos noivos e familiares. Com Maria, as crises podem ser previstas, e pode ser removido o que lhes dá origem. Ela encaminha tudo para Jesus. Mesmo que a ocasião pareça inoportuna. 

Endossado o assunto a quem pode ajudar a resolvê-lo, ela dirige-se aos serventes e exorta-os a que façam o que Jesus lhes disser. Que ousadia! Uma mulher tomar a iniciativa em público, em casa alheia, e credenciar um desconhecido. E os serventes, que boa vontade revelam ao aceitarem obedecer-lhe prontamente. “Fazei o que Ele vos disser”. Nem sequer informam o chefe responsável pelo protocolo. Seguem com prontidão a indicação de Jesus, um estranho: “Enchei essas talhas de água”. Assim fazem e ficam a aguardar nova orientação. “Tirai agora e levai ao chefe de mesa”. Sem temer nada, cumprem a ordem recebida. E dão conta da surpresa agradável do chefe ao provar o vinho novo, obtido por intervenção de Jesus e da sua colaboração. Não reclamam “louros”, nem recompensas extra, nem dizem nada. Apenas partilham a alegria renascida nos corações que se espelha no rosto dos convivas. 

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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