quarta-feira, 30 de maio de 2018

Diz Jesus - Fazei isto em memória de mim

Para a festa do Corpo de Deus 

Custódia da Igreja Matriz

Jesus vê chegar a hora do triunfo dos seus inimigos. E não quer deixar de estar presente junto dos amigos. Criativo como é, sonha uma forma especial de realizar o seu desejo. Não o quer fazer sozinho. Chama os discípulos que, preocupados, querem saber onde fazer os preparativos para a ceia pascal. E diz a dois deles: “Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Seguí-o”. E eles foram, encontraram tudo o que Jesus havia dito e prepararam a Páscoa.
Que maravilha: A liberdade em acção; a iniciativa por antecipação; o envolvimento como processo de intervenção e crescimento; o seguimento como via de realização; a alegria como leveza de missão e élan de prontidão. Faz-nos bem contemplar a atitude de Jesus que se manifesta na convergência de factores, na sintonia de vontades, na concórdia de actores intervenientes. Talvez nos sirva como referência para a preparação da celebração da Eucaristia, especialmente a dominical.
Uma vez à mesa e enquanto comiam, “Jesus toma o pão, dá graças, parte-e e reparte-o pelos discípulos, dizendo: “Tomai: isto é o meu Corpo”. O mesmo faz com a taça de vinho, de que todos beberam enquanto Jesus afirmava: “Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens”. E acrescenta que só voltará a beber “do vinho novo no reino de Deus”, encarregando os comensais de prosseguirem a sua missão, dizendo: “Fazei isto em memória de Mim”.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Congresso Eucarístico - Maria, Nossa Senhora da Esperança

ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO 



«Uma Igreja de rosto materno nunca está feita. Mas contemplando Maria sob o paradigma da graça e da esperança, a Igreja sabe donde vem e para onde vai, renova a sua fé no Deus Criador e Salvador, sabe-se acompanhada no seu caminhar na história em direcção à plenitude esperada.»

Borges de Pinho

O povo cristão reza na Salvé Rainha: “Mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa”. Faz uma leitura correcta da função de Maria no processo da salvação que Jesus, seu Filho, realizou. Indica o seu rosto materno como estrela a brilhar que ilumina os nossos caminhos.
E reza também: “Bendito e louvado seja o Santíssimo Sacramento da Eucaristia - Fruto do ventre sagrado da Virgem Puríssima Santa Maria”. A sua sabedoria crente contempla o vínculo indissociável entre a Eucaristia e a Mãe de Jesus. Vínculo feito louvor e adoração, repassado de memória agradecida e de profecia confiante. Vínculo que é aliança definitiva selada num amor incondicional pelo bem de todos.

domingo, 27 de maio de 2018

Terceira Rosa de Ouro para Fátima?

Frei Bento Domingues

«O Papa não precisa de aumentar o número de cardeais que resistem, de forma activa e passiva, às reformas que ele anunciou desde a primeira hora e que procuram que essas reformas não lhe sobrevivam. A Igreja precisa de cardeais que ajudem este Papa e que sejam uma garantia de que estas reformas se tornem, de forma criativa, irreversíveis.
Não se pode deixar de realçar as declarações do bispo António Marto: O Santo Padre conhece bem o que eu penso e sabe que tem em mim um apoiante.»

1. No Concílio de Trento (1545-1563), frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, teria afirmado que os eminentíssimos cardeais precisavam de uma eminentíssima reforma. Esta custou muito a chegar e, no nosso tempo, foi o papa Francisco que se empenhou na reforma da Cúria com uma coragem e desenvoltura que não fica nada a dever à do nosso bracarense. Perante as resistências activas e passivas que encontrou, já terá desistido? Há quem assim julgue e há quem assim espere. Creio que estão enganados.
Em 2017, pelo quarto ano consecutivo, Bergoglio voltou a usar a mensagem de Natal à Cúria Romana para sublinhar, com muita dureza: para servir a missão da Igreja na sociedade continuam a ser indispensáveis mudanças profundas na assembleia dos cardeais e na mentalidade de muitos elementos da hierarquia eclesiástica.
Destacou que alguns dos que formam o aparelho burocrático do Vaticano usam-no para formar grupos de pressão e de intriga, para impedir as reformas que ele próprio desencadeou. São um cancro que gera egoísmo e está infiltrado nos organismos eclesiásticos e nas pessoas que lá trabalham. A permanente denúncia que o Papa faz do clericalismo e do carreirismo destina-se a libertar a criatividade das comunidades cristãs, frutos da graça do Pentecostes, em saída para todas as periferias existenciais e prontas para todos os socorros como um hospital de campanha.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Festival da Sardinha

Ainda falta muito tempo, 
mas a notícia serve para aguçar o apetite 
e registar na agenda 


«A APARA , Associação de Pesca Artesanal de Aveiro, está já a preparar a segunda edição do Festival da Sardinha da Costa Nova.
O certame decorre nos dias 19, 20, 21 e 22 de Julho, no relvado daquela praia do concelho de Ílhavo, e promete superar os números e a qualidade da edição do ano passado. A única coisa que se irá manter passa pela aposta em servir apenas sardinha fresca e de qualidade.»

A morte: irreversível

Anselmo Borges

«É claro que esta questão [eutanásia] configura uma mudança civilizacional. E não se pense em progresso, pois é de retrocesso que se trata. A eutanásia significa uma derrota: o que o Estado tem para oferecer às pessoas em extrema dificuldade é conceder-lhes o direito de pedir que as matem? De facto, se a eutanásia fosse aprovada, ficaria em vigor uma lei que concede o direito de pedi-la e o Estado teria mais um dever: concretizar esse direito, nos casos aceites, matando. Não se fuja às palavras, pois é de homicídio que se trata, ainda que a pedido.»



1. No passado dia 6, Jürgen Habermas, que continua a ser o filósofo vivo mais influente do mundo, deu uma longa entrevista ao El País. Logo de entrada, estando de acordo com a afirmação de que há a decadência da figura do intelectual comprometido, diz: "A pergunta nostálgica "porque é que já não há intelectuais?" está mal feita. Não pode havê-los, se já não há leitores aos quais continuar a chegar com argumentos." Se foi "determinante uma esfera pública", o que se passa é que "as suas frágeis estruturas estão agora a sofrer um processo acelerado de deterioração". A esfera pública liberal na sua configuração clássica vivia de bases culturais e sociais, "principalmente da existência de um jornalismo desperto, com meios de referência e uma imprensa capaz de dirigir o interesse da grande maioria da cidadania para temas relevantes e a formação de opinião política. E também da existência de uma população de leitores que se interessa pela política e tem um bom nível de educação, acostumada ao processo conflitual de formação de opinião, dedicando tempo a ler imprensa independente de qualidade. Hoje, esta infra-estrutura já não está intacta. O efeito de fragmentação da internet deslocou o papel dos meios de comunicação tradicionais, sobretudo nas novas gerações. Antes de entrarem em jogo estas tendências centrífugas e atomizadoras dos novos media, a desintegração da esfera cidadã já tinha começado com a mercantilização da atenção pública. Agora os novos meios de comunicação praticam uma modalidade muito mais insidiosa de mercantilização".

O Deus em quem eu creio. E tu?

Georgino Rocha
Santíssima Trindade

"Quando o amor é o caminho, a pobreza torna-se história. Quando o amor é o caminho, a Terra será um santuário. Quando o amor é o caminho, vamos baixar as espadas e os escudos junto ao rio para não estudarmos mais a guerra. Quando o amor é o caminho, existe muito espaço para todas as crianças de Deus. Porque quando o amor é o caminho, tratamo-nos uns aos outros como se fôssemos verdadeiramente uma família"

Michael Curry's, 
bispo da Igreja Episcopal dos Estados Unidos.


A Igreja celebra hoje a festa da Santíssima Trindade, insondável no seu ser, acessível no seu agir. Tudo na vida cristã começa e termina nesta realidade admirável. “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” abre e fecha toda a celebração; está presente e actuante, de modo singular, na Eucaristia; acompanha e guia a Igreja na sua missão no mundo; anima os seres humanos no cuidado da natureza e da criação; abre-lhes horizontes de beleza nas obras de arte e de músca; atrai-os com a harmonia do universo.

Os sábios de todas as culturas descobrem os seus vestígios e dão-lhe nomes diversos; os profetas intuem o seu mistério e apontam possíveis vias de acesso; os estudiosos deixam-se seduzir pelo insondável e lançam-se na aventura da investigação; filósofos e teólogos ponderam o Infinito que os atrai, fazem reflexões ousadas e formulam doutrinas que visam dar alguma explicação. O magistério da Igreja alicerça as suas certezas na Escritura e na Tradição e codifica-as em verdades que, por vezes, são definidas como dogmas em linguagens culturais próprias da época. E para segurança doutrinal, celebra concílios e sínodos que definem com rigor o que se deve crer. Sirva de exemplo os do século IV (Niceia e Constantinopla) e que ainda hoje rezamos na missa. Será tremendamente difícil aos fiéis cristãos atingirem o alcance desta profissão da fé.
Apesar disso, vamos seguir de perto os seus enunciados fundamentais no que se refere à Santíssima Trindade, procurando o rosto humano de Deus nas pessoas divinas e no seu agir histórico, em cada um de nós e em todos os seres humanos. E façamos o nosso pequeno credo.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Notas do meu diário – O tempo e a passarada

Relvado e arvoredo 

Água para a passarada beber e tomar banho
Diz-se que só do tempo falamos (ou escrevemos) quando não temos assunto. Não será o caso de hoje, que assuntos não faltam, mas ao ouvir o chilrear da passarada nas árvores e arbustos do meu quintal, onde têm morada certa e água fresca diária e à discrição, pelos cuidados extremosos da minha Lita, terei mesmo de falar do ambiente que me cerca, com sol quanto baste.
Nunca fui dado ao cuidado dos passarinhos, nem mesmo na idade em que muitos amigos tinham palmas para os apanhar e gaiolas para se deleitarem com os seus variados cantares, que muitos interpretavam como desafios que uns aos outros se impunham, à semelhança dos cantadores de feiras e romarias, com versos brejeiros de respostas e remoques que nunca mais acabavam. 
Os pintassilgos da minha meninice prestavam-se para os seus donos, também meninos, se iniciarem nos negócios da troca, compra e venda dos mais cantadores, artes que, segundo se dizia, eram adquiridas nas prisões aramadas. Agora, até me dou ao luxo de admitir que os seus trinados seriam gritos de desespero pela liberdade a que aspiravam. 
O sol está quente, não há vento e da relva regada ontem vem uma frescura sadia, mais sentida quando caminho sobre ela, sempre com o trinado de aves cujos nomes desconheço. Admito, contudo, que a beleza do que ouço só pode ser dos pintassilgos, os tais que valiam mais dinheiro, que de canários pouco se discutia. 
Muito mais tarde, já maduro, soube apreciar os criadores de canários, com gaiolas bem equipadas e tratamento a condizer. Não faltavam misturas de sementes enriquecidas com vitaminas e seleção de aves a partir de pais com provas dadas para se preservarem qualidades raras, nas penas, na cor e no cantar. 

Fernando Martins

terça-feira, 22 de maio de 2018

Diáconos Permanentes celebram 30.º aniversário de ordenação

Augusto Semedo

Luís Pelicano 

Afonso Henrique 
Joaquim Simões 

Fernando Martins

Marcelina, esposa do Luís Pelicano 

Isabel, esposa do Joaquim Simões 

Edite, esposa do Augusto Semedo 

Padre José Manuel 

Os primeiros Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro foram ordenados na Sé por D. António Baltasar Marcelino, faz hoje, 22 de maio, 30 anos. Os seus nomes, para memória futura, aqui ficam: 

Afonso Henrique Campos de Oliveira, de Recardães 
Augusto Manuel Gomes Semedo, de Águeda 
Carlos Merendeiro da Rocha, da Gafanha da Nazaré 
Daniel Rodrigues, da Glória 
Fernando Reis Duarte de Almeida, de Óis da Ribeira 
João Afonso do Casal, da Glória 
José Joaquim Pedroso Simões, da Gafanha da Nazaré 
Luís Gonçalves Nunes Pelicano, da Palhaça 
Manuel Fernando da Rocha Martins, da Gafanha da Nazaré 

Destes, já partiram para o seio de Deus o Carlos Merendeiro da Rocha, o Daniel Rodrigues e o João Afonso do Casal. Também as esposas do Carlos Merendeiro e do Afonso Henrique já nos deixaram, gozando, decerto, agora, a alegria do aconchego do Pai Misericordioso. 

Hoje, para celebrar os 30 anos da ordenação, à volta da mesa da Eucaristia e da mesa do convívio fraterno, só não pôde participar o Fernando Reis e sua esposa Margarida, por motivos de doença, o mesmo acontecendo com a Hélia, minha esposa, por razões de exames médicos. 
À volta do altar, o delegado do nosso Bispo para o diaconado permanente, P.e José Manuel Marques Pereira, evocou os primeiros passos deste ministério ordenado entre nós, louvando a coragem dos que assumiram a ordenação, quando é sabido que os diáconos permanentes tinham caído no esquecimento na própria Igreja, há séculos. 

Luís Pelicano, no final da missa, também agradeceu aos que contribuíram para a instauração do diaconado permanente em Aveiro, destacando em especial D. Manuel de Almeida Trindade e D. António Marcelino. E não deixou de evocar os colegas falecidos e as esposas de Afonso Henrique e do Carlos Merendeiro. 
A Eucaristia e o encontro de convívio tiveram lugar em Águeda, a cuja paróquia, representada pelo P.e José Camões, agradecemos o acolhimento, enriquecido pelo grupo coral que animou a missa. 
À homilia, o P.e José Manuel recordou que fomos chamados para o serviço eclesial, sublinhando que a «Igreja só tem a sua razão de ser enquanto serviço para o mundo». Disse que Deus necessita de colaboradores, mas «não fomos nós que, por iniciativa própria, nos apresentámos; foi o Senhor que nos chamou». 
Frisou que o chamamento «é sempre uma história única e que o modo como lhe respondemos também tem de ser único, porque tem de responder àquilo que nós próprios somos, tendo em conta as nossas debilidades e fraquezas». 
O presidente da celebração evocou o Papa Francisco para dizer que importa verberar a mundanidade. «Nós, os que fomos chamados, não devemos estar agarrados aos critérios do mundo; somos, pelo contrário, enviados ao mundo com algo de novo», assente no projeto de salvação de Jesus Cristo. 
O delegado do nosso Bispo para o diaconado permanente referiu que o nosso ministério só existe para o serviço aos outros, numa atitude de «disponibilidade total, de acolhimento, porque só assim nos identificamos com Cristo». 
O P.e José Manuel concluiu, dizendo que, «apesar do peso dos anos e das doenças», nunca podemos deixar de ser servidores, quer no serviço ativo que a Igreja nos pede, quer noutro serviço, não tão visível, mas fundamental, como é o serviço da oração, numa disponibilidade interior muito grande. 

Fernando Martins 

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