sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sexta-feira, dia 13 de fevereiro


Superstição

1. desvio do sentimento religioso que consiste em atribuir a certas práticas uma espécie de poder mágico, ou pelo menos uma eficácia sem razão
2. crença sem fundamento nos efeitos mágicos de determinado objeto, ação ou ritual, crença irracional, crendice

Dos dicionários

Sobre a superstição, o dicionário é claro. Nada tenho a acrescentar. Apenas quero sublinhar que não sou nem nunca fui supersticioso. Mas conheço gente que o é, apesar de possuir alguma cultura. E quando a sexta-feira calha num dia 13, é certo e sabido que muitos sorriem por achar graça à coincidência, crentes ou não crentes. E como esta há outras superstições que limitam ou podem limitar a liberdade natural das pessoas que acreditam no azar ou na sorte que elas possam suscitar.
Não há gato preto que me assuste, nem uivo de cão que me incomode, nem pio de mocho que me perturbe. Entro em qualquer sítio com o pé que calhar e quando jogava à bola não me benzia ao entrar no campo, como fazem alguns jogadores de futebol ainda hoje. Alguns até tocam com a mão na relva antes de se benzerem atabalhoadamente. Talvez acreditem que, com esse gesto, Deus os poderá ajudar a marcar algum golito. Se o fizesse, o que não creio, seria um pai injusto ao beneficiar uns filhos em desfavor de outros. 
É certo que somos livres de ser ou não ser supersticiosos. Então façam como entenderem, mas não se desviem muito das vossas convicções assim de repente, não vá o diabo tecê-las, logo neste dia.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Não me levem a mal




Vem aí o carnaval de tantas tradições em muitas terras do nosso país e no mundo em geral. Não me levem a mal, mas é festa que nada me diz. Não me perguntem porquê, porque não sei explicar. Sempre fui assim. Contudo, nada tenho contra os que a vivem com intensidade transbordante estes festejos. 
Desde menino que via passar os mascarados a que não achava graça nenhuma. Muitos, a pé ou de bicicleta, mais tarde de motorizada e até de carro, exibiam-se naturalmente e falando com disfarce de voz, levando-nos a tentar descobrir quem eram eles. Ficava-se por aí,  e a caravana, muito diferente do que veio depois, continuava. Não muito grande, é claro. Mais tarde, com o tempo, as coisas refinaram-se. 
Em épocas ainda da minha meninice e juventude, surgiram as cegadas em que o Armando Ferraz foi mestre. Eram grupos maiores que se exibiam em zonas estratégicas da nossa terra e que tinham a sua graça. Tudo passou e presentemente o carnaval movimenta imensa gente, em algumas povoações, com organizações artísticas e reis e rainhas importados, ou escolhidos entre as populações.Gente bonita ou com graça.  Tudo bem. Mas eu, que não vou a esses festejos, só posso desejar que toda a gente seja muito feliz, otimista e galhofeira, com ou sem carnaval.

Postal Ilustrado — Ponte da Barra

Ponte da Barra

Quem de perto ou de longe contempla o Canal de Mira, que se estende desde aquela ridente vila até ao mar, bem perto de Boca da Barra, não pode deixar de fixar a Ponte da Barra que veio substituir, em 1974, a velha ponte de madeira que ligava o lugar do Forte ou Castelo da Gafanha à Praia da Barra.
Inaugurada e aberta em plenitude ao trânsito naquela data, veio facilitar de forma radical a circulação automóvel e pedonal, que se fazia através da Gafanha da Nazaré, de forma caótica em pleno verão. Se ainda hoje, em plena época balnear, as filas em direção às praias ficam bloqueadas, imagine-se como seria na atual Avenida José Estêvão antes da construção da ponte.
Considerada, anteriormente, fundamental para um regular acesso às praias da Barra e Costa Nova, com o consequente desvio do trânsito da Gafanha da Nazaré, a Ponte da Barra foi reconhecida como uma mais-valia, tanto para os moradores e frequentadores daquelas estâncias balneares como para os habitantes da nossa terra e quantos nela trabalham. 
A ponte foi projetada pelo célebre Prof. Edgar Cardoso em 1971, registando-se, contudo, mais tarde, alguns problemas de comportamento no tramo central, o que obrigou a várias inspeções, a última das quais em 2001, como cremos, tendo sido corrigidas as deficiências, o que permitiu garantir melhores níveis de desempenho, segundo lemos num relatório das Estradas de Portugal.
A ponte, com 578 metros de comprimento, embeleza o Canal de Mira e toda a área circundante, despertando legítimo interesse a quem por ela passa ou dela usufrui.
Para além da via destinada a veículos automóveis, a ponte possui ciclovia e passadiços para peões.

Fernando Martins

A Idade não nos Torna mais Sábios

«As pessoas imaginam que precisamos de chegar a velhos para ficarmos sábios, mas, na verdade, à medida que os anos avançam, é difícil mantermo-nos tão sábios como éramos. De facto, o homem torna-se um ser distinto em diferentes etapas da vida.»

Johann Wolfgang von Goethe

Li aqui

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Papa num Bairro de Lata

Papa no Bairro de Lata
«O papa Francisco, que adotou a preocupação com os pobres como pilar central do seu papado, fez no domingo uma visita-surpresa a um bairro de lata próximo de Tiburtina, nos arredores de Roma.
"Quantos de vocês falam espanhol? ", perguntou o papa Francisco. "Todos! Todos!", respondeu a população, na sua maioria natural de países da América Latina, em particular do Peru e do Equador.
A visita do sumo pontífice deu visibilidade às duras condições de vida dos clandestinos em Itália.
O pároco de San Michele Arcângelo, Aristide Sana, assinalou que a visita do papa Francisco deu alento aos cerca de 150 moradores de Ponte Mammolo. O papa rezou o Pai Nosso em castelhano e abençoou ainda os fiéis. Depois, despediu-se com afeto.»

Li no Correio da Manhã;  texto de João Saramago.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

As vantagens de não se julgar infalível (II)

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO de domingo

Bento Domingues


1. Há vantagens em não se julgar infalível. A primeira de todas talvez seja esta: o mundo não começou comigo nem vai acabar quando eu morrer. Os que jogaram ou jogam na ficção da infalibilidade gostariam de parar o tempo que vai medindo todas as mudanças. A verdade, no entanto, nunca é uma posse definitiva, mas um horizonte irrenunciável que exige um trabalho nunca acabado. A busca da “teoria de tudo”, para explicar o universo, pode ser um grande motor de investigação, mas por enquanto ainda vive no campo dos sonhos fecundos.
Há pessoas e instituições que retardam, quanto podem, as mudanças. A chamada cultura tradicional procura assegurar a reprodução do passado no futuro. O método era o da iniciação das crianças nas teias do passado e acrescentar-lhes um feitiço, um tabu, que desgraçaria a vida de quem violasse essa herança. A cultura moderna coloca o acento na inovação do conhecer e do fazer: fazer acontecer o que nunca tinha acontecido e libertar o horizonte de preconceitos.
Se há pessoas e instituições apostadas em retardar as mudanças, existem outras que as aceleram. O dogma da infabilidade papal, no século XIX, pretendia parar o tempo, barrar o caminho a mudanças, sobretudo na Igreja, mesmo fora do âmbito restritíssimo da aplicação desse dogma. O importante era criar, nas pessoas e nos grupos, a ideia sub-reptícia de que tudo o que vinha de Roma trazia o carimbo da infalibilidade. Ressuscitava-se o adágio: Roma falou, assunto encerrado. Roma locuta, causa finita.

Benefícios da jardinagem

Crónica de Maria Donzília Almeida


Devo ter uma costela britânica, a julgar pela minha dedicação e gosto pela jardinagem que é apanágio dos britânicos. O amor do povo inglês pela jardinagem é notório e está bem patente tanto na esfera pública quanto na privada.
A primavera é uma estação muito, mas muito celebrada na Inglaterra. Ninguém aguenta mais o frio e chuva que predominaram durante todo o inverno e nada como a promessa de temperaturas mais elevadas e as carícias do sol.
A nova estação é a época ideal para que o país se dedique àquele que parece ser um dos hobbies nacionais preferidos: a jardinagem. 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Papa vai ao congresso dos Estados Unidos

Francisco vai ser o primeiro Papa
a discursar numa sessão conjunta do Congresso


«O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, anunciou hoje que o Papa Francisco vai discursar diante das duas câmaras do Congresso norte-americano, a 24 de setembro.
“Nesse dia, Sua Santidade será o primeiro Papa na nossa história a dirigir-se a uma sessão conjunta do Congresso”, afirmou Boehner, em declarações aos jornalistas no Capitólio, sede do Congresso.
O responsável mostrou-se “grato” pelo facto de o Papa ter aceitado o convite, mostrando-se “ansioso” para “receber a sua mensagem em nome do povo americano”.»

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sábado, 7 de fevereiro de 2015

É uma maravilha a Ria de Aveiro


Ria de Aveiro


«Eu nunca tinha visto a ria de Aveiro. Daí — dirão — este meu entusiasmo. Ora a laguna, com os seus múltiplos canais, seus campos encharcados, seus horizontes abertos, sua exuberância de luz e seu sonho de distância — é bela sempre e cada vez mais, afirmam os que todos os dias se banham no mistério da sua extensão panorâmica.
A ria de Aveiro — é uma maravilha. Fujo a descrevê-la, porque isso não está agora no meu programa.
Faltam aos meus olhos os palácios de mármore, as colunas de oiro, as igrejas erguidas em renda, as margens coalhadas de sonho e arte: S. Maria degli Scalzi, S. Marcuola, a casa de Contarini, e a distância de oiro sobre gaze de azul de S. Giorgio Maggiore. Mas — lembro-me de Veneza… Uma Veneza despida, no seu estado imaculado, em plena exuberância primitiva, onde se adivinha a vontade de Deus, de tudo ficar como ele a criou. Maravilha contemplativa!
O canal segue até o mar, lá pr’a baixo, nem eu sei pr’a onde. E as margens respiram humildade e humildade; evolam-se dos pisos encharcados emanações salinas, vêem-se fumos de casas que há um quarto de século abrigam heróis que refazem as areias em seiva, até darem rosas e pão, frutos e sombra — e, ao longe, com riscos de asas brancas de patos ou de gaivotas, esplendem as cidades: cidades agachadas que se fizeram a esforços que nenhum homem da Cidade é capaz de entender: cidades a que se chamam vilas, aldeias, lugares, praias de doce título e dulcíssima vida laboriosa: a Gafanha, mais Gafanha, S. Jacinto, a Murtosa, o Bunheiro, a Torreira. Os fundos cenográficos são recortados em bruma que não cabe nas paletas dos pintores: a Gralheira, o Caramulo, e adivinha-se o Buçaco na má vontade da manhã, que acordou sombria.
É uma maravilha a ria de Aveiro!»

Norberto de Araújo, jornalista (Lisboa, 1889; Lisboa, 1952)

In “Aveiro e o seu Distrito”, n.º 12, 1971

Crentes e ateus críticos

Crónica de Anselmo Borges no DN

Anselmo Borges


No presente estado do conhecimento e do saber científico, impõe-se, contra o dogmatismo, uma atitude crítica, tanto por parte dos crentes como dos ateus. Refiro-me aos crentes e aos ateus que sabem o que isso quer dizer. Esta foi a mensagem fundamental deixada pelo jesuíta Javier Monserrat, neurólogo e filósofo, das universidades Autónoma e Comillas, de Madrid, nos debates que organizei no Porto, em Coimbra e em Lisboa, por ocasião da publicação do livro que coordenei: Deus ainda Tem Futuro? Deixo aí o essencial das suas exposições.
1. A revelação de Deus em Jesus e a revelação de Deus na criação vêm do mesmo Deus. Ele também se revelou no livro da natureza. Ora, como fez Deus a natureza? O único modo de sabê-lo é pela ciência e pela filosofia, e o que Deus disse em Jesus deve estar em harmonia com o que disse na criação.

JESUS E O ENIGMA DO MAL

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha



O enigma do mal ”colou-se” à natureza humana e, tal como o joio da parábola, progride sem se saber bem como. Se é difícil a sua explicação, não o é a verificação dos seus efeitos perniciosos. As pessoas atingidas pelos tormentos que provoca sofrem horrivelmente.
Job é o rosto humano de tal situação. As expressões que usa são bem elucidativas: vida dura e cruel, sofrimento atroz, noites intermináveis de amargura, dias breves de esperança, amanhecer sem aurora, angústia e morte. O drama de Job actualiza-se, hoje, nas vítimas da economia sem rosto, da política sem escrúpulos, da medicina sem ética, da educação sem humanidade, dos meios de comunicação sem regras respeitadoras da dignidade humana.

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